Rio não aceita que IL se sente entre PS e PSD. “Anda próximo de ser uma brincadeira de mau gosto”
A Iniciativa Liberal quer ver o seu grupo parlamentar sentado entre o PS e o PSD, mas os social-democratas rejeitam essa hipótese. "Anda próximo de ser uma brincadeira de mau gosto", disse Rio.
O presidente do PSD avisou esta quarta-feira que não aceitará “de forma alguma” que o grupo parlamentar da Iniciativa Liberal (IL) se sente entre o PS e o partido laranja, no hemiciclo da Assembleia da República. “Julgamos que isto anda próximo de ser uma brincadeira de mau gosto“, atirou Rui Rio, em declarações aos jornalistas transmitidas pela SIC Notícias.
Nas eleições de 30 de janeiro, a Iniciativa Liberal conseguiu oito mandatos, passando assim ser representada por um grupo parlamentar, que quer ver sentado no centro do hemiciclo. Essa pretensão não está a ser vista, contudo, com “bons olhos” por parte do PSD.
“Não aceitaremos isso de forma alguma e julgamos que isto anda próximo de ser uma brincadeira de mau gosto”, sublinhou Rui Rio esta quinta-feira, frisando que está em causa um partido que defende a “privatização forte da economia”, nomeadamente da Caixa Geral de Depósitos, do Serviço Nacional de Saúde e da Segurança Social.
“Com isto, nem estou a dizer bem ou mal, estou a constatar. [A IL] defende exatamente o contrário que defende o PCP, que defende a nacionalização disso tudo”, observou o líder dos social-democratas.
Para Rui Rio, do ponto de vista ideológico, é, assim, “absolutamente indiscutível“, que a IL se situe à direita do PSD e não ao centro.
Já quanto ao próprio grupo parlamentar do partido laranja (que conseguiu 73 mandatos, na ida às urnas), Rio adiantou que ainda não foi decidido quem será o líder, mas frisou que não admite assumir esse papel. “O PSD vai decidir tudo na altura própria, que são os próximos dias”, indicou.
Por outro lado, quanto à polémica anulação de votos de emigrantes que foram entregues sem uma cópia do documento de identificação, Rui Rio fez questão de notar que tal não seria “muito grave” se esses votos tivessem sido colocado à parte, “à espera da deliberação final de um juiz”. Foram, no entanto, colocados nas urnas, tendo sido misturados com os demais, levando à anulação de todos. É uma “situação desagradável“, reconheceu o líder do PSD.
Aos jornalistas, o social-democrata admitiu que um representante do PSD aceitou, numa reunião recente com a secretaria-geral do Ministério da Administração Interna, validar os votos dos emigrantes sem identificação, mas atirou: “A lei é taxativa“. “Entendo que se deve olhar para a lei e procurar uma solução que evite isto. Revisitar a lei a ver se encontramos uma solução, sim. Que solução? Temos que ver. É preciso ter muita atenção que os votos chegam à pessoa em concreto”, disse o presidente do partido laranja esta quinta-feira.
O ECO questionou tanto o PS como o PSD sobre a razão pela qual não apresentaram iniciativas para alterarem a lei, apesar da situação agora em causa ter sido colocada também nas eleições legislativas de 2019, mas ainda não obteve resposta.
(Notícia atualizada às 16h38)
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