Super Bowl está de volta à boleia do universo cripto

Num evento que gerou 434,5 milhões de dólares de receitas publicitárias em 2021, a Super Bowl vê pela primeira vez o mercado das criptomoedas a investir em slots publicitários.

O mercado das criptomoedas decidiu fazer um touchdown nesta edição da Super Bowl — num duelo que colocará frente-a-frente os Cincinnati Bengals e os Los Angeles Rams, em Los Angeles –, naquele que é o maior evento desportivo em termos de audiências e publicidade nos Estados Unidos. Para os fãs da NFL esta edição será verdadeiramente uma “Crypto Bowl”.

Este ano algumas das maiores plataformas de negociação de criptomoedas marcam presença nos slots publicitários de 30 segundos no intervalo da partida, tradicionalmente preenchido por marcas de automóveis ou de bebidas.

O evento que, segundo a Kantar, gerou 434,5 milhões de dólares de receitas publicitárias em 2021, valores superiores às finais do World Series (basebol) e da NBA, vê pela primeira vez este tipo de empresas a entrar na rota dos anunciantes interessados em abrir os cordões à bolsa, fazendo relembrar a febre das “dot com” no início do século XXI — em que 14 empresas online apostaram em campanhas de publicidade no intervalo da prova.

De “Super” a “Crypto Bowl”

A FTX, Crypto.com, Bitbuy e Coinbase Global são algumas das maiores empresas do universo da Cripto que investiram em campanhas de publicidade na mais importante prova de futebol americano este ano, de acordo com a CNN Business. Os valores pagos por estas plataformas foram de tal forma elevados que poderão ter influenciado o custo médio dos anúncios desta edição da Super Bowl.

O custo médio de um anúncio de 30 segundos para o jogo de domingo terá sido de 6,5 milhões de dólares, sendo que os anúncios mais caros bateram o recorde sete milhões de dólares, segundo dados publicados pela transmissora NBC. No ano passado, a CBS cobrou uma média de 5,5 milhões de dólares por meio minuto de tempo de antena.

Custo médio de um anúncio de 30 segundos.Statista

Com o aumento do preço de um anúncio, surgiram também mais de 30 novos anunciantes no Super Bowl deste ano em relação ao jogo do ano passado, representando cerca de 40% do total de anunciantes.

Contudo, esta aposta não foi inesperada por parte deste setor de atividade, que tem vindo a jogar forte na associação aos eventos desportivos. De acordo com as informações disponibilizadas pela IEG, uma empresa de consultoria de patrocínios, os gastos de empresas de criptomoedas em patrocínios desportivos na América do Norte deverá atingir mais de 160 milhões de dólares em 2022.

Um valor que não surpreende olhando para os acontecimentos dos últimos meses, pois têm-se assistido a inúmeros casos de plataformas de negociação de criptomoedas a colocarem o seu dinheiro em várias modalidades desportivas, desde o futebol ao basquetebol. A título de exemplo, um dos casos mais badalados do ano anterior, foi a parceria assinada entre a Crypto.com e o Paris Saint-Germain de Lionel Messi.

O encontro deste domingo será, aliás, disputado num estádio do sul da Califórnia, propriedade da SoFi, uma empresa de serviços financeiros que oferece trading de criptomoedas.

Tornou-se notório que o mercado das criptomoedas deseja utilizar o desporto para entrar na casa das pessoas que ainda não estão a par deste conceito ou que ainda olha para as criptomoedas com elevada desconfiança.

Audiências da Super Bowl podem bater recordes

Não é só os valores pagos pelos anunciantes que podem bater recordes este ano. A queda de audiências, registada nos últimos anos, poderá inverter-se.

A mais recente projeção da PredictHQ refere que a final do campeonato da NFL deverá atrair 117 milhões pessoas, representando um aumento de 21% em comparação com a Super Bowl de 2021, que atraiu 96,4 milhões de espetadores, a audiência mais baixa da NFL desde 2007.

A confirmar-se este valor irá ultrapassar o atual recorde da edição de 2015, ano em que o evento foi acompanhado por 114 milhões de espetadores, posicionando o jogo entre os New England Patriots e Seattle Seahawks como o programa mais visto na história da televisão norte-americana.

Onde se pode ver a final em território nacional?

Os principais canais norte-americanos fizeram um acordo com a NFL, em 2011, para alternarem entre si a transmissão do principal evento desportivo do país. Em 2021, as transmissões ficaram a cargo da CBS e este ano o pelouro pertence à NBC.

Por cá, a partida entre os Los Angeles Rams e Cincinnati Bengals está a cargo da Eleven Sports e será transmitida em sinal aberto. O evento arranca às 23h30 de Portugal Continental.

A Elevens Sports posiciona-se no canal 31 na MEO, no canal 30 na NOS, no canal 35 na Vodafone e no canal 65 na NOWO.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Super Bowl está de volta à boleia do universo cripto

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião