UE e EUA preparam pacote de sanções “sólido e abrangente” contra Rússia
UE e EUA estão a preparar sanções contra a Rússia por causa da escalada da tensão na Ucrânia. Biden vai falar este sábado por telefone com o seu homólogo russo, Vladimir Putin.
A União Europeia (UE) e os Estados Unidos estão a coordenar os preparativos para um pacote de sanções “sólido e abrangente” que será aplicado rapidamente se a Rússia atacar a Ucrânia, anunciou este sábado a Comissão Europeia.
A questão foi discutida na sexta-feira à noite, numa conversa entre o chefe de gabinete da presidente da Comissão Europeia, Bjoern Seibert, e a secretária de Estado Adjunta norte-americana, Wendy Sherman. Os dois debateram a situação na Ucrânia e a presença militar russa, segundo uma declaração da Comissão Europeia, citada pela agência espanhola EFE.
Seibert e Sherman “reafirmaram a importância da soberania territorial, a preservação das fronteiras existentes e a independência política da Ucrânia”, disse a Comissão Europeia. Discutiram em particular “as medidas tomadas pela UE e pelos EUA para encorajar a Rússia a dar prioridade à desescalada, escolher a via da diplomacia e abster-se de todas as hostilidades”.
Seibert e Sherman reiteraram que “qualquer nova agressão russa contra a Ucrânia” terá consequências e custos pesados para a Rússia, segundo a declaração divulgada em Bruxelas. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reafirmou na sexta-feira que todas as opções estão em cima da mesa no caso de a Rússia atacar militarmente a Ucrânia.
Von der Leyen informou os líderes e aliados europeus sobre as sanções que o bloco da UE está a preparar para tal cenário durante uma videoconferência organizada pelo Presidente norte-americano, Joe Biden.
A Ucrânia e os seus aliados ocidentais acusam a Rússia de ter concentrado dezenas de milhares de tropas na fronteira ucraniana para invadir novamente o país, depois de lhe ter anexado a península da Crimeia em 2014.
A Rússia nega qualquer intenção bélica, mas condiciona o desanuviamento da crise a exigências que diz serem necessárias para garantir a sua segurança, incluindo garantias de que a Ucrânia nunca fará parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês).
Na sexta-feira, os Estados Unidos pediram aos norte-americanos que se encontram na Ucrânia para abandonarem o país por acreditarem que uma invasão russa poderá acontecer a qualquer momento. Biden vai falar este sábado por telefone com o seu homólogo russo, Vladimir Putin, em mais um esforço para tentar evitar um conflito armado.
Também o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, anunciou este sábado que conversará sobre a crise com o seu homólogo russo, Sergei Lavrov, nas próximas horas.
Kiev pede calma e que se evitem situações de pânico
O Governo ucraniano pediu este sábado calma e que sejam evitados atos que possam desestabilizar a situação e criar pânico, depois de os Estados Unidos terem alertado que a Rússia pode invadir o país “a qualquer momento”.
“Neste momento, é extremamente importante manter a calma, consolidar [a situação] no interior do país, e evitar atos que desestabilizem a situação e semear o pânico”, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano num comunicado, citado pela agência France-Presse (AFP).
Os Estados Unidos alertaram, na sexta-feira, que a Rússia pode invadir a Ucrânia “a qualquer momento” nos próximos dias, elevando o espetro da guerra na Europa mais do que nunca, numa dramática aceleração dos acontecimentos após uma fase de diplomacia intensa. Na sequência dessa declaração, o Governo de Washington pediu aos norte-americanos que se encontram na Ucrânia para abandonarem o país imediatamente.
“As Forças Armadas ucranianas estão a acompanhar a situação e estão prontas a responder a qualquer ataque à integridade territorial da Ucrânia”, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano.
Kiev disse que está em contacto “24 horas por dia com todos os parceiros-chave” e que recebe rapidamente informações sobre a segurança do país. “Continuamos a trabalhar para diminuir a tensão e mobilizar o apoio dos nossos parceiros internacionais para manter a Rússia no quadro diplomático”, acrescentou o ministério ucraniano.
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