PEV culpa bipolarização política e sondagens pelos resultados da CDU
"São várias as causas, a começar pela bipolarização em relação aos dois grandes partidos que foi feita pela comunicação social", disse Mariana Silva, referindo-se aos resultados da CDU nas eleições.
A dirigente do PEV Mariana Silva considerou este sábado que os resultados “menos positivos” da CDU (Coligação Democrática Unitária) nas recentes eleições legislativas deveu-se ao fator da bipolarização política e à divulgação de sondagens.
Nas eleições legislativas de 30 de janeiro passado, a CDU baixou de 12 para seis deputados e o Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) perdeu a sua representação na Assembleia da República.
Em conferência de imprensa, no final de uma reunião do Conselho Nacional do PEV, que se realizou em Lisboa, Mariana Silva recusou que a quebra eleitoral da CDU se possa explicar como uma consequência do chumbo da proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2022, que motivou a crise política e a convocação de eleições legislativas antecipadas.
“São várias as causas, a começar pela bipolarização em relação aos dois grandes partidos que foi feita pela comunicação social e que esteve na origem da maioria absoluta do PS. Essas maiorias absolutas recordam-nos maus tempos”, apontou Mariana Silva.
Além do fator relacionado com a bipolarização política, a ex-deputada e membro da Comissão Executiva do PEV referiu a influência das sondagens, “que exerceram pressão sobre uma população que temeu que a direita tivesse mais votos, ou até o alargamento da extrema-direita” em Portugal.
“Houve algum silenciamento daquilo que é o projeto da CDU e daquilo que são as nossas lutas”, criticou, antes de reivindicar como conquistas alcançadas pelo PEV e pelo PCP, desde novembro de 2015, medidas de melhoria da economia familiar, como a evolução no valor das pensões, o passe social nos transportes públicos ou os manuais escolares gratuitos.
Já sobre o voto contra o Orçamento do Estado para 2022, Mariana Silva rejeitou que haja qualquer arrependimento político em relação a essa decisão do PEV. “Essa proposta de Orçamento era de um partido, do PS, que tudo deveria ter feito para que as negociações com os partidos tivessem mais sucesso, mas essa não foi a vontade do PS, nem do Presidente da República. A opção que tomaram foi a marcação de eleições – e não era necessariamente essa que poderia ter ocorrido”, alegou. Mariana Silva assinalou depois que a proposta de Orçamento que foi chumbada em outubro, mas, “pelo vistos, agora, agrada aos patrões e à banca”.
Face à nova conjuntura política do país, com o PEV fora do parlamento, a dirigente ecologista disse que o seu partido irá “continuar nas ruas, junto das populações, a proteger a natureza e a biodiversidade”. “Vamos fazê-lo com os nossos eleitos locais, com os nossos dirigentes e membros. O trabalho dos PEV em defesa da natureza vai continuar”, prometeu.
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