Procura de carros elétricos sobe 30% em janeiro no mercado de usados

Os veículos elétricos registaram um aumento de procura de 30% em janeiro de 2022 no mercado de usados, embora a sua oferta tenha diminuído 2%, avançou esta terça-feira a plataforma Standvirtual no seu Panorama Mensal do Mercado Automóvel.

Para Nuno Castel-Branco, diretor-geral do Standvirtual, a procura por elétricos está “em linha” com as tendências atuais e futuras do setor automóvel.

Segundo os dados da plataforma, o conjunto de carros elétricos, híbridos a gasolina e híbridos a diesel representa cerca de 8% da procura total no mês de janeiro. Por sua vez, os veículos a diesel são os mais procurados, com a oferta e a procura igualadas nos 60% dos anúncios, mas com uma quebra de 18% em ambas as categorias. Já a procura por veículos a gasolina está em segundo lugar nos 32%, com uma redução de 3% na oferta.

Os pequenos citadinos foram o único segmento automóvel a revelar um aumento da procura, situado nos 11%, embora a sua oferta tenha diminuído 17%. Todas as restantes categorias registaram quebras de procura, em especial os cabrio, com menos 19%. Já na oferta, os coupés foram a única categoria a crescer (9%) em janeiro.

Carrinhas (19%), SUV (18%), utilitários (15%) e citadinos (14%) foram os veículos mais procurados de janeiro, sendo que a procura superou a oferta nos citadinos, coupés e SUV. O top 3 dos carros mais procurados é composto pelo Renault Clio (2020), o Mercedes-Benz Classe A (2020) e o Mercedes-Benz Classe C (2016), um reflexo da BMW e a Mercedes-Benz enquanto as marcas mais procuradas de janeiro, com 12,8% e 12,7% respetivamente.

Renault Zoe, Nissan Leaf e BMW Série i foram os elétricos e híbridos mais procurados.

Respetivamente ao ano de matrícula, houve uma diminuição da procura em todas as faixas, especialmente nos carros entre 1 a 3 anos (-28%), sendo os carros entre 5 a 10 anos os únicos com um aumento ligeiro da oferta nos 2%.

Os anúncios de veículos dos 10.000 euros aos 25.000 euros registaram o maior número visualizações (38%), com a categoria +40.000 euros em segundo lugar nos 19%, e entre 25.000 euros a 40.000 euros com 17%. De forma geral, houve um decréscimo de 7% na procura e de 14% na oferta de veículos, sendo que as marcas premium sofreram uma quebra acentuada de -19%.

Preço médio de venda de usados aumenta 20% em dois anos

O preço médio de venda no mercado de usados aumentou cerca de 20% nos últimos dois anos, sendo que a subida mais acentuada aconteceu a partir de maio de 2021, avançou a plataforma Standvirtual.

O segmento dos citadinos foi o que registou a subida mais acentuada do preço médio, aumentando 17%, passando dos 11.500 euros para os 13.500 euros entre janeiro de 2020 e o seu homólogo de 2022. Em segundo lugar encontram-se os SUV com uma subida de 16%, dos 24.100 euros para os 28.000. O preço médio de venda dos pequenos citadinos aumentou de forma semelhante, subindo 16% e passando dos 9.500 euros para os 11.000.

Nuno Castel-Branco, diretor-geral do Standvirtual, acredita que é expectável que os preços se mantenham elevados nesta fase, admitindo contar com a sua descida com a recuperação do mercado. “Prevê-se que continue a existir escassez de produto e de veículos a entrar no mercado ainda durante os dois primeiros trimestres de 2022, com a recuperação a começar a partir do terceiro trimestre e a consolidar-se já no final do ano”, refere.

Os restantes segmentos registaram, também, um aumento do preço médio de venda, embora menos acentuado. As carrinhas verificaram um aumento de 12%, de 17.000 euros para os 19.000, enquanto os monovolumes subiram 9%, de 16.000 euros para 17.400.

O Mercedes-Benz A180 com cerca de 50 mil quilómetros e a diesel, um dos modelos representativos da procura no Standvirtual, teve um aumento do preço médio de 24%, passando de 24.500 euros para os 30.500. De igual modo o Renault Clio, subiu de valor em 19%, tendo agora um preço médio de 16.000 euros, de 13.500.