Efeito Covid: 40% das compras com cartão já são contactless

A pandemia alterou os hábitos de pagamento em Portugal, tornando-se cada vez mais eletrónicos. A tecnologia contactless, que representava menos de 10% antes da Covid-19, passou para 40%.

Os portugueses estão cada vez mais a utilizar a tecnologia contactless que permite pagar compras até 50 euros com o simples aproximar do cartão ao terminal de pagamento. Em dezembro de 2021, quatro em cada dez pagamentos com cartões nacionais e estrangeiros eram feitos com contactless, de acordo com os dados revelados esta quarta-feira pelo Banco de Portugal.

Estes 40% contrastam com os menos de 10% registados no final de 2019, antes da pandemia, altura em que a tecnologia contactless pouco era utilizada nas operações em terminais de pagamentos. “Em abril de 2020, logo no início da pandemia, a tecnologia contactless passou a ser utilizada em cerca de 20% das compras, mantendo uma tendência de utilização crescente desde então”, descreve o banco central, apontando para a maior “familiarização com esta tecnologia” e progressiva “maior disponibilização”.

Esta evolução dos pagamentos contactless segue de mão dada com o aumento significativo da preferência por pagamentos com cartão, presenciais ou online, os quais ultrapassaram o nível pré-pandemia ao registar um crescimento de 8% (mais 4,1 mil milhões de euros) no ano passado.

As marcas mais evidentes da alteração dos hábitos de pagamento dos portugueses são a escolha de instrumentos de pagamento eletrónicos, em detrimento dos que são baseados em papel, uma maior preferência por compras presenciais e online com cartão e o maior recurso à tecnologia contactless“, detalha o Banco de Portugal.

Em contrapartida, os levantamentos em numerário diminuíram 20,2% em 2021. Porém, “o valor médio dos levantamentos de numerário cresceu entre 2019 e 2021, passando de 69,2 euros para 78,8 euros (+13,9%), o que evidencia que houve menos levantamentos de numerário, mas de valor unitário superior”, nota o banco central.

As operações de pagamentos com cheques encolheram 10,5 milhões para um total de 24,2 mil milhões de euros, com reduções de 41,1% e de 28,7%, respetivamente, face a 2019.

Incluindo o total dos cartões de pagamento, dos débitos diretos e das transferências (incluindo imediatas), houve uma subida de 3,7% (+108 milhões de operações) face ao último ano pré-pandemia. “O montante das operações com instrumentos de pagamento eletrónicos aumentou de forma ainda mais expressiva, 14,9% ou 65,4 mil milhões de euros“, assinala o Banco de Portugal.

As transferências cresceram 19% em quantidade e valor relativamente a 2019, tendo sido o único instrumento de pagamento com uma evolução positiva em plena pandemia. Ainda assim, os cartões de pagamento continuam a dominar, representando 86,5% do número de pagamentos realizados.

No total, em 2021, os portugueses efetuaram 3,1 mil milhões de pagamentos de retalho no valor de 564,3 mil milhões de euros, atingindo novos máximos históricos.

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