Rui Costa critica “devassa pública” e pede “tempo para reorganizar” o Benfica
Presidente do Benfica admite desafios de liderança numa fase em que a sociedade desportiva atravessa “profundas mudanças internas”, queixando-se ainda de ser “alvo de grandes interferências externas".
O presidente do Benfica reconheceu este sábado que a situação não está fácil para o clube da Luz e que precisa de “tempo para reorganizar o clube à imagem da nova liderança, tempo para implementar ideias diferentes, tempo para alcançar a estabilidade que ambicionamos”.
“Aquilo por que passámos e continuamos a passar não antecipava tempos fáceis e a realidade veio a prová-lo. Passados 20 anos, o Benfica mudou de liderança. E, naturalmente, essa mudança traz consigo a necessidade de algo que num clube como o nosso nem sempre é fácil de se pedir e de se ter: tempo”, disse o líder dos encarnados.
Falando na cerimónia de entrega dos Anéis de Platina e Emblemas de Ouro e de Prata aos associados, em Lisboa, Rui Costa olhou depois para fora e teceu críticas à forma como considera que o Benfica tem sido tratado em diversos processos e reafirmou o mérito que o clube teve em todas as suas conquistas.
“Este foi um ano atípico. Um ano em que atravessámos profundas mudanças internas, mas, também, fomos alvo de grandes interferências externas. Caros consócios, temos assistido ao longo das últimas semanas a uma erosão sem precedentes da reputação e da honra do Sport Lisboa e Benfica”, acusou.
Estamos há seis anos a ser enredados numa devassa pública do Sport Lisboa e Benfica, seja por emails que nos foram roubados, seja por escutas telefónicas, onde, em muitos casos, não se afigura qualquer relevância criminal.
Rui Costa reclamou ainda que as conquistas do Benfica foram conseguidas por “mérito próprio”, sem ajudas externas. “Quero deixar aqui muito claro perante todos: o que o Benfica conquistou, conquistou por mérito próprio. O Benfica quando ganhou, ganhou sempre porque foi melhor, que não reste qualquer dúvida. É com estranheza e sentida revolta que assistimos a uma asfixia mediática do Sport Lisboa e Benfica, numa depreciação sem paralelo da reputação do maior clube e da maior instituição desportiva em Portugal”, frisou.
“Estamos há seis anos a ser enredados numa devassa pública do Sport Lisboa e Benfica, seja por emails que nos foram roubados, seja por escutas telefónicas, onde, em muitos casos, não se afigura qualquer relevância criminal. Deparamos, com justificada indignação, com uma sistemática violação do segredo de justiça, com prejuízo grave para a imagem e a credibilidade do Sport Lisboa e Benfica. Os tempos que atravessamos, mais do que nunca, são por isso de união e confiança”, rematou.
Resultados “aquém” do ambicionado
No mesmo discurso, Rui Costa assumiu “a responsabilidade de não [estar] onde [gostaria] de estar”. “Porque a exigência mínima no Benfica é vencer, gostaria que hoje pudéssemos viver este momento em circunstâncias desportivas diferentes. Mas sou também o primeiro a reconhecer que esta época está aquém daquilo que ambicionámos,” admitiu o presidente benfiquista.
“Percebo a vossa frustração porque ela não é diferente da minha. Antes de ser presidente, diretor ou jogador profissional, já vivia o nosso clube da mesma forma que vocês vivem: com intensidade, amor e uma vontade enorme de vencer sempre, porque são esses os sentimentos que o Benfica desperta em nós. Estive desde o início consciente de que esta temporada representaria um desafio enorme. Tudo apontava para aí”, declarou o presidente.
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