Marcelo compara processo do Novobanco a “obra de Santa Engrácia”

Questionado sobre o pedido do Novobanco de cerca de 200 milhões de euros ao Fundo de Resolução (FdR), noticiado pelo ECO esta terça-feira, o Presidente da República disse querer aguardar para perceber qual seria a “atitude do Governo e a posição do FdR” para comentar. Ainda assim, sublinhou que nestes tempos, não quer acrescentar à discussão um “problema que dê a sensação de ser uma espécie de obra de Santa Engrácia”.

“Não gosto de falar de questões específicas, mas esta é questão específica que já dura há muito tempo e estando nós com tantas questões e problemas a enfrentar, às vezes não vale a pena juntar a essas questões mais um problema que dê a sensação de ser uma espécie de obra de Santa Engrácia”, disse Marcelo aos jornalistas, em declarações transmitidas pela RTP3.

“Nestes tempos de transição para endemia e de guerra, dispensamos obras de Santa Engrácia”, acrescenta o Presidente da República, numa aparente referência ao dossier do Novobanco.

Noutros momentos, Marcelo já se pronunciou sobre o banco, por exemplo em 2020 quando criticou a injeção de capital de 850 milhões de euros antes de ser conhecido o resultado de uma auditoria ao período entre 2000 e 2018.

Segundo as informações recolhidas pelo ECO, o Novobanco vai pedir cerca de 200 milhões de euros de compensação ao Fundo de Resolução ao abrigo do mecanismo de capital contingente. O banco liderado por António Ramalho apresenta as contas de 2021 esta quarta-feira e os lucros serão da mesma ordem: 200 milhões.

(Notícia atualizada às 18h30)