Quase metade dos desempregados arranjou emprego em 2021

Os dados do INE revelam ainda que 35,6% dos trabalhadores com contratos precários em 2020 passaram a ter um contrato sem termo em 2021.

Do total de 350,8 mil desempregados que existia em 2020, a maioria (48,8%) conseguiu arranjar em emprego em 2021, um sinal da recuperação da economia e do mercado de trabalho em Portugal no ano passado. Ao todo foram 171,3 mil pessoas que transitaram para o emprego, após o choque económico da pandemia ter aumentado o desemprego.

Os números constam das Estatísticas de Fluxos entre Estados do Mercado de Trabalho divulgadas esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). O gabinete de estatísticas decidiu passar a autonomizar estes dados num destaque próprio, divulgando também os valores anuais.

Do total de desempregados ao longo de 2020, 31,3% (109,6 mil) permaneceram nesse estado um ano após (em 2021), enquanto 48,8% (171,3 mil) transitaram para o emprego e 19,9% (69,9 mil) transitaram para a inatividade“, escreve o INE, notando que os desempregados de curta duração foram os que conseguiram transitar mais facilmente (57,2%) para o emprego. Já entre os desempregados há mais de um ano foram menos (32,1%) os que conseguiram dar esse passo em 2021.

O gabinete de estatísticas detalha ainda que “de 2020 para 2021, a percentagem de pessoas que tinham um trabalho por conta própria e que transitaram para um trabalho por conta de outrem foi 10,5% (69,4 mil)“. Entre os que trabalhavam a tempo parcial em 2020, 27,6% (103,8 mil) passaram a trabalhar a tempo completo em 2021.

Também houve uma melhoria no tipo de contrato: “35,6% (253,8 mil) dos trabalhadores por conta de outrem que tinham um contrato de trabalho com termo ou outro tipo de contrato transitaram para um contrato sem termo“.

Focando nos dados trimestrais, das 318,7 mil pessoas que estavam desempregadas no terceiro trimestre do ano passado em Portugal, 86,5 mil (27,1% do total) conseguiram arranjar emprego no quarto trimestre. A maioria (52,8%) permaneceu no desemprego durante esse período e os restantes 20,1% transitaram para a inatividade.

Nesse trimestre, “aproximadamente um em cada três desempregados de curta duração (32,7%; 54,0 mil) e uma em cada seis pessoas pertencentes à ‘força de trabalho potencial’ (17,4%; 31,2 mil) no terceiro trimestre de 2021 transitaram para o emprego no quarto trimestre de 2021”, acrescenta o INE.

Quanto ao tipo de trabalho, 20% dos trabalhadores por conta de outrem que tinham um contrato de trabalho com termo ou outro tipo de contrato no terceiro trimestre passaram a ter um contrato sem termos no quarto trimestre.

O gabinete de estatísticas revela ainda que, entre as pessoas que permaneceram empregadas nesses dois trimestres, 3,6% (168,4 mil) mudaram de emprego, “valor superior em 1,0 pontos percentuais (p.p.) ao do período anterior e ao do período homólogo”.

Regressando à ótica anual, os dados do INE permitem concluir que a crise pandémica criou constrangimentos, por diversas razões, à mobilidade dos trabalhadores. Após ter atingido um pico em 2019, a proporção de pessoas que, estando empregadas, mudaram de emprego no espaço de um ano baixou para 8,7% em 2020 e 7,7% em 2021, o valor mais baixo desde 2012/2013/2014, período marcada pela elevada taxa de desemprego fruto da crise das dívidas soberanas.

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