Itália espera primeiro reator de fusão nuclear na União Europeia em 2028
O consórcio EUROfusion, com fundos de 500 milhões de euros, prevê a "entrada em operação do primeiro protótipo de reator de fusão entre 2025 e 2028”, disse Mario Draghi.
O primeiro-ministro italiano disse esta quarta-feira que o país está a estudar formas de reduzir a dependência energética da Rússia, com o aumento da produção de gás e espera o primeiro reator de fusão nuclear na UE em 2028.
O primeiro-ministro optou pela estratégia europeia para a energia de fusão, desenvolvida pelo Consórcio EUROfusion, com fundos de 500 milhões de euros para o período 2021-2025. “Este consórcio prevê a entrada em operação do primeiro protótipo de reator de fusão entre 2025 e 2028”, explicou Mario Draghi.
Itália é um dos países mais dependentes do gás russo, por isso está altamente exposta a tensões com o regime de Vladimir Putin, e também mantém as suas centrais nucleares fechadas desde 1990. Por isso, Draghi, que apoiou inequivocamente a Ucrânia, está a considerar medidas para não depender, ou diminuir, a dependência do gás russo com uma estratégia baseada, entre outros fatores, no compromisso com as energias renováveis e na reforma das políticas industriais.
Roma considera que “a única estratégia fundamental a longo prazo” passa pelas energias renováveis, mas sinaliza que atualmente é necessária uma forma de abastecimento. “Tudo o que estamos a viver agora é uma transição”, sublinhou.
Itália tentará aumentar a própria produção de gás, com o objetivo de atingir a meta de 5.000 milhões de metros cúbicos, graças aos concursos que estão a decorrer para o período 2022-2023. Esses novos volumes de gás serão fornecidos prioritariamente à indústria, embora uma reserva de “pelo menos” um terço do total seja destinado a pequenas e médias empresas, porque não querem atrapalhar a recuperação da pandemia.
Os armazéns também serão abastecidos para garantir o abastecimento de gás natural para o próximo outono, “diversificando”, ou seja, recorrendo a outros mercados através de linhas de abastecimento como as que vêm do Mar Cáspio ou de África.
Itália, de qualquer forma, pretende atingir a meta de atingir 70 gigawatts de energias renováveis antes de 2026 incluídas no Plano de Recuperação e obter mais parques eólicos, simplificando a burocracia.
De qualquer forma, Draghi optou pela investigação de fórmulas de obtenção de energia para um futuro mais limpo e destacou alguns estudos de reatores nos Estados Unidos e no Reino Unido que trabalham com campos magnéticos muito altos.
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