Governo conta com subida de 13 cêntimos no gasóleo e 9 cêntimos na gasolina na segunda-feira

Esta segunda-feira, quando for abastecer o seu carro, vai pagar em média 2,010 por litro de gasolina simples 95 e 1,948 por litro de gasóleo simples, tendo em conta os novos descontos anunciados.

Os preços dos combustíveis vão voltar a disparar na próxima semana. A partir da próxima segunda-feira, no momento de abastecer o carro o gasóleo estará 16 cêntimos mais caro e a gasolina 11 cêntimos, avançou esta sexta-feira o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais. Mas estes aumentos serão ligeiramente atenuados com a redução temporária do Impostos Sobre os Produtos Petrolíferos (ISP) à boleia da devolução da receita adicional do IVA decorrente da escala dos preços dos combustíveis, assim, os aumentos serão, na realidade de 13 e nove cêntimos, respetivamente.

Os aumentos de 11 cêntimos para a gasolina e de 16 cêntimos para gasóleo significa que o preço por litro de gasolina simples 95 passará a ser de 2,027 euros e o de gasóleo simples será de 1,972 euros no início da próxima semana, de acordo com os dados da Direção-Geral de Energia e Geologia. Estes valores podem, no entanto, ainda sofrer um ligeiro ajustamento para incorporar o fecho das cotações do brent desta sexta-feira. O barril tem sofrido uma grande volatilidade estando agora a subir 2,45% para os 112,01 dólares.

Estes aumentos poderão ser parcialmente compensados com algumas das medidas que o Executivo já introduziu como o Autovoucher que foi aumentado para 20 euros este mês e estará em vigor pelo menos até abril, como avançou o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, em entrevista à RTP. Assim, este mês, qualquer contribuinte que tenha registado o seu NIF na plataforma do Autovoucher e faça um consumo numa bomba de gasolina aderente vai receber na conta bancária 20 euros. A medida vai manter-se enquanto for necessária e poderá mesmo ser alterada, admitiu o primeiro-ministro na terça-feira.

Por outro lado, a partir de segunda-feira, o Governo vai reduzir temporariamente o Impostos Sobre os Produtos Petrolíferos (ISP) ao devolver a receita adicional do IVA decorrente da escala dos preços dos combustíveis. Esta redução vai permitir descer em 1,7 cêntimos o preço por litro da gasolina e em 2,4 cêntimos o preço por litro de gasóleo. Assim, os valores finais a pagar na bomba serão, em média 2,010 por litro de gasolina simples 95 e de 1,948 por litro de gasóleo simples.

A evolução dos preços dos combustíveis tem em conta o comportamento da cotação do petróleo e derivados nos mercados internacionais e outros fatores, como a cotação do euro face ao dólar na última semana. O euro está neste momento a descer 0,33% face ao dólar, estando a cotar nos 1,094 dólares.

Além disso, os preços ao consumidor final podem diferir entre os vários postos de abastecimento.

Esta escala dos preços do ouro negro que reflete os receios do Ocidente de que as sanções económicas e financeiras à Rússia vão causar disrupção nas exportações de petróleo, reduzindo a oferta num mercado já desequilibrado pela forte procura pós-pandémica. Mas o mercado está dominado por uma alta volatilidade porque os investidores avaliam a possibilidade de os maiores produtores de petróleo reforçarem a produção para ajudar a compensar a falha provocada pelas sanções à Rússia.

São cada vez mais as petrolíferas que rejeitam fazer negócios com o segundo maior exportador mundial isto depois de os EUA terem proibido a importação de crude, gás natural e carvão da Rússia. O embaixador dos Emirados Árabes Unidos (EAU) nos EUA admitiu que a OPEP poderá aumentar a produção para responder ao desequilíbrio provocado pela ofensiva militar que a Rússia lançou sobre a Ucrânia a 24 de fevereiro. Mas poucas horas depois, o ministro da Energia dos EAU adiantou que o seu país estava comprometido com o atual acordo no seio da OPEP+ (que junta a Rússia) para aumentar a produção em 400 mil barris diários a cada mês. Sinais contraditórios que baralham os investidores e explicam a volatilidade dos preços.

Por outro lado, António Costa esta quinta-feira voltou a mostrar disponibilidade para avançar com uma descida temporária do IVA, mas esta é uma medida que exige uma “decisão comum a nível europeu”. “O preço do petróleo é fixado no mercado internacional, para isso é necessário outro tipo de medidas que exigem ação coordenada, quer ao nível europeu quer do G7, que estão a ser trabalhadas”, disse o primeiro-ministro, acrescentando, contudo, que “há um limite da capacidade de intervenção política” sobre os preços.

(Notícia atualizada às 16h58 com os valores dos descontos)

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