Bilhetes na TAP vão aumentar entre 3 e 25 euros devido ao combustível
A companhia justifica a subida da taxa com o elevado aumento do preço do jet fuel, um dos principais fatores de custo na aviação. Se o bilhete for de ida e volta o aumento será entre 6 e 50 euros.
A TAP vai aumentar a taxa de combustível cobrada nas passagens (taxa YQ) entre três e 25 euros devido ao aumento do preço do jet fuel nos mercados internacionais e que é um dos principais custos da aviação, informa a companhia aérea. Se o bilhete for de ida e volta o aumento será entre 6 e 50 euros. Companhia já começou a proteger-se contra possível subida dos combustíveis no segundo semestre.
“Vivemos uma situação desafiante com a guerra. Não sabemos exatamente qual será o impacto, mas os preços do combustível estão a aumentar e os analistas esperam um impacto extremo. Temos de estar preparados e por isso os preços das passagens têm de subir“, justificou a CEO da companhia aérea, Christine Ourmières-Widener, durante uma visita ao stand da TAP na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL). Uma decisão semelhante há já tomada pela British Airways ou a Latam, exemplificou.
A responsável afirmou que a transportadora aérea irá estar atenta ao impacto na receita: “Queremos ser um motor para o turismo em Portugal e por isso vamos monitorizar a procura”.
Os aumentos vão variar em função das regiões, das rotas e da classe do bilhete. Será mais elevados nos voos de longo curso, onde há maior consumo de combustível. No comunicado divulgado ao início da tarde a companhia diz que “quer manter a sua competitividade e continuará a acompanhar a evolução da situação em permanência, tomando as medidas mais adequadas em matéria de preços para cada momento e em cada rota específica”.
TAP já está fazer “hedging” para a segunda metade do ano
A cotação do jet fuel disparou nos mercados, acompanhando a escalada do preço do petróleo. Segundo os dados da Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA), o valor médio do combustível usado nos aviões está este ano nos 112,5 dólares por barril, mais 45% do que em 2021. O que representa um sobrecusto para a indústria de 82,1 mil milhões de dólares.
Para se defenderem de uma subida das cotações do jet fuel, as companhias aéreas fazem contratos financeiros de cobertura, que na prática lhes permitem fixar o preço que pagam pelo combustível num determinado período. Como o ECO noticiou, a TAP fez contratos de hedging para metade do jet fuel que previa consumir na primeira metade do ano.
A CEO da transportadora revelou hoje que a companhia já está a fazer o mesmo para o segundo semestre. “Estamos a começar a fazer o hedging para o terceiro e quarto trimestres. Queremos chegar a uma cobertura de 50%, semelhante à do primeiro semestre, mas vai depender do preço do jet fuel”, afirmou Christine Ourmières-Widener.
A TAP vai repor cerca de 90% da capacidade que oferecia antes da pandemia no verão IATA, que começa a 27 de Março, “com a expectativa de que a procura acompanhe este aumento da oferta”. Este reforço levou já a companhia a suspender a redução de horário dos tripulantes e a anunciar a reintegração de trabalhadores que foram abrangidos pelo programa de saídas em 2020.
(Notícia atualizada às 17H00 com mais informação e declarações da CEO da TAP)
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