Fitch alerta que governos da zona euro terão de fazer “escolhas orçamentais difíceis para manter rácios da dívida”
A agência de notação financeira sinaliza que o conflito na Ucrânia "torna mais provável uma maior flexibilidade nas regras orçamentais da União Europeia a partir de 2023".
Após uma pandemia que já colocou pressão sobre a dívida de vários países, a guerra na Ucrânia traz “escolhas orçamentais difíceis” para os governos da Zona Euro, alerta a Fitch. A agência de notação financeira sinaliza ainda que o conflito “torna mais provável uma maior flexibilidade nas regras orçamentais da União Europeia a partir de 2023”.
“A invasão da Ucrânia pela Rússia e as sanções resultantes apresentam desafios orçamentais e de crescimento para os países da Zona Euro”, diz a Fitch numa nota publicada na página, pelo que o “impacto combinado e o desenho das respostas políticas serão importantes na avaliação do impacto do crédito soberano”.
Os efeitos vão variar, por exemplo, consoante a “dependência do gás russo ou ligações comerciais”, enquanto o impacto orçamental “refletirá as respostas políticas e até que ponto os custos podem ser mutualizados a nível europeu”. Isto num contexto em que a despesa dos Governos no final de 2021 continuava acima dos níveis de 2019, devido à pandemia.
“As pressões de gastos adicionais da guerra implicam que os governos podem enfrentar escolhas orçamentais difíceis para manter os rácios dívida/PIB em queda“, alerta assim a Fitch. Os governos vão continuar a usar políticas para mitigar o impacto da inflação nas famílias e empresas, sendo que o conflito terá também custos orçamentais devido à crise dos refugiados e aumento dos gastos com defesa.
Assim, os custos orçamentais devem “desacelerar a redução do défice em comparação com as expectativas no início de 2022, com o impacto total parcialmente dependente dos preços da energia”, salienta a agência de notação financeira, apontando que os governos “podem estar mais cautelosos com estímulos em larga escala devido à alta inflação”.
Tendo em conta estes novos desafios e a resposta europeia que está a avançar, a Fitch acredita que o conflito “torna mais provável uma maior flexibilidade nas regras orçamentais da UE a partir de 2023”. As regras estiveram suspensas devido à pandemia, continuando no próximo ano, e deverão ser revistas.
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