Nissan é a marca que mais ganhou com cheque para elétricos do Estado em 2021
Através do apoio do Fundo Ambiental destinado à compra de viaturas elétricas, foram adquiridos à fabricante japonesa 158 ligeiros de passageiros e 23 ligeiros de mercadorias.
No ano de 2021, a Nissan foi a marca que mais ganhou com o cheque do Estado para a compra de veículos 100% elétricos. Das 849 candidaturas de pessoas singulares que receberam o incentivo de três mil euros, 158 adquiriram automóveis da fabricante japonesa. Mas a Nissan, com carros elétricos a partir dos 29.400 euros, foi líder também na compra de veículos ligeiros de mercadorias 100% elétricos, totalizando 23 aquisições em 77 candidaturas apoiadas pelo Fundo Ambiental.
De acordo com os números revelados pelo Ministério do Ambiente e da Ação Climática ao ECO, nenhuma outra marca ultrapassou sequer os 100 veículos elétricos de passageiros comprados com o cheque para pessoas singulares. A Smart (99), a Peugeot (98) e a Renault (97) foram as fabricantes que mais se aproximaram, destacando-se ainda a Volkswagen e a Hyundai, às quais os “cheques” adquiriram, respetivamente, 87 e 84 viaturas elétricas. À Tesla, fabricante norte-americana que produz somente veículos elétricos, foram comprados 48 carros através deste apoio, sendo que os valores dos modelos superam os 50 mil euros.
Na mobilidade elétrica dos ligeiros de mercadorias, cujo apoio foi de seis mil euros por viatura, o maior destaque depois da Nissan vai para a Renault. A fabricante francesa somou 18 veículos comprados nesta categoria com o incentivo estatal, enquanto a Peugeot — a marca de automóveis mais vendida em Portugal em 2021, destronando precisamente a Renault — teve apenas seis viaturas vendidas. Do total de 77 veículos elétricos ligeiros de mercadorias, 10 foram adquiridos por pessoas singulares e 67 por pessoas coletivas.
Ao todo, o “cheque” do Estado ajudou a comprar veículos ligeiros elétricos a 21 marcas no ano passado, o que comprova, tal como o secretário-geral da ACAP – Associação Automóvel de Portugal reconheceu ao ECO, que “todas as marcas, genericamente, têm oferta nesta área”. “Cada vez há mais marcas com carros elétricos a serem vendidos e isso é importante”, sublinha Hélder Pedro.
É ainda de notar que, em 2021, ano em que o plafond global do Fundo Ambiental ascendeu aos quatro milhões de euros, os apoios para a compra de ligeiros de passageiros foram apenas para os particulares ou pessoas singulares com atividade empresarial, sendo que as empresas só puderam aceder aos modelos comerciais.
Quase 84% dos cheques atribuídos à compra de bicicletas
As categorias que incluem bicicletas, motociclos e ciclomotores receberam o maior número de candidaturas. Num total de 6.205 pedidos, 4.712 conseguiram o apoio do Estado à aquisição de veículos elétricos, o que corresponde a cerca de 83,6% da totalidade de candidaturas com incentivo.
Para as bicicletas de carga, 196 das 338 candidaturas receberam o “cheque”. Às “duas rodas” convencionais, isto é, bicicletas de carga sem assistência elétrica, foram concedidos seis apoios de até 500 euros, todos para pessoas coletivas. No caso de bicicletas de carga com assistência elétrica, cujo “cheque” era no máximo de 1.000 euros, foram elegíveis 66 pessoas coletivas e 124 singulares.
Com a maior dotação do Fundo Ambiental na categoria das “duas rodas”, designadamente de 1,1 milhões de euros, as bicicletas citadinas, os motociclos e os ciclomotores elétricos tiveram direito a 3.221 apoios estatais, de até 350 euros cada. Enquanto os motociclos conseguiram 48 candidaturas com incentivo e os ciclomotores elétricos outras 83, as bicicletas citadinas foram, de longe, o veículo que mais “cheques” arrecadou nesta categoria, num total de 3.090 (569 para pessoas coletivas e 2.521 para singulares).
Já as bicicletas citadinas convencionais tiveram 1.295 candidaturas aprovadas, pelo que 1.237 pessoas singulares e 58 coletivas receberam um incentivo de até 100 euros.
Perto de 3/4 das candidaturas receberam apoio do Estado
Os números revelados pelo Ministério do Ambiente e da Ação Climática ao ECO mostram ainda que o Incentivo pela Introdução no Consumo de Veículos de Baixas Emissões recebeu 7.618 candidaturas no ano passado, mas apenas 5.638 arrecadaram efetivamente o “cheque”, o equivalente a 74% do total de pedidos.
Este apoio, que existe desde 2017, tem vindo a ser reforçado ao longo dos anos. Para 2022, o Ministério do Ambiente e da Ação Climática mais do que duplicou o incentivo à aquisição de veículos elétricos e de “mobilidade suave”: de quatro milhões de euros em 2021, sobe agora para dez milhões de euros.
A ACAP vê este aumento como “positivo” e conta ao ECO que já tinha manifestado a necessidade de o Governo aumentar o valor do incentivo, pelo que, numa reunião em fevereiro, apresentou a proposta ao Executivo, acompanhada de um estudo sobre mobilidade elétrica. “Estava nos 3.000 euros já há bastante tempo. Por causa da pandemia, vários países, como a França, a Espanha, a Itália, para estimular os setores tinham aumentado os valores do incentivo para acima desse montante”, explicou Hélder Pedro.
A aquisição de veículos de passageiros elétricos por pessoas singulares passa então de um apoio de 3.000 para 4.000 euros, mantendo-se o limite de um incentivo por candidato e exclusivo para pessoas singulares, enquanto a verba de apoio à aquisição de veículos ligeiros de mercadorias 100% elétricos continua nos 6.000 euros por viatura.
Na categoria de bicicletas de carga, com ou sem assistência elétrica, o apoio sobe para 50% do valor de aquisição do veículo, até ao máximo de 1.500 euros, no caso de bicicletas de carga com assistência elétrica, ou de mil euros, no caso de bicicletas de carga sem assistência elétrica. As bicicletas elétricas de uso citadino passam a contar com um apoio de 500 euros, mais 150 euros face a 2021.
Para além destes aumentos, foram criadas duas novas categorias, destinadas aos dispositivos elétricos de mobilidade pessoal (DEMOP) e aos carregadores para condomínios.
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