“A minha vida não é a política.” Siza faz o balanço da governação no último dia

Num vídeo em que faz um balanço do seu mandato, o ministro da Economia cessante diz que a sua vida "não é a política" e que tem "enorme confiança no futuro de Portugal".

“Foram quatro anos e meio muito intensos”. É assim que Pedro Siza Vieira descreve o seu tempo nos governos de António Costa no dia em que abandona o seu cargo para dar lugar a António Costa Silva. Num vídeo publicado esta quarta-feira na sua página no LinkedIn, o advogado e amigo do primeiro-ministro diz que a sua vida “não é a política”, mas assinala que este cargo foi a “honra mais elevada” da sua carreira.

A minha vida não é a política. Passei por estes anos no Governo de Portugal. Foi decisivamente um privilégio grande servir o meu país e os portugueses. Desejo muitos sucessos a todos e muitas felicidades“. É esta a mensagem final do vídeo de Siza Vieira que, segundo o Público, não quis sair, pelo que o seu afastamento se deve à escolha de António Costa. Para o seu lugar, ainda que não com as mesmas pastas, irá António Costa Silva: perde a transição digital, ganha o mar e funde-se o turismo com comércio e serviços.

Estes anos “representaram para mim a honra mais elevada que podia aspirar na minha vida como cidadão deste país”, diz Siza Vieira no vídeo, notando a “performance muito significativa da economia com um crescimento das exportações, do emprego e uma muito maior exposição internacional“. “Temos hoje as melhores condições para valorizarmos a nossa localização geográfica, a nossa abertura ao mundo, todo o potencial que o país tem”, afirma.

Nesta declaração, o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital refere ainda o papel que teve na transição digital e nos apoios dados durante a pandemia. “Foi muito difícil, mas extremamente motivador ajudar as nossas empresas e o nosso país a atravessar a pandemia, procurando preservar a competitividade e o potencial produtivo das empresas num momento de paragem e imobilização da atividade“, assinala.

“Levo daqui um muito melhor conhecimento do nosso país, de todas as regiões, na multiplicidade de setores de atividade económica, dos atores no setor empresarial, associativo e autárquico”, acrescenta Siza Vieira, argumentando que este percurso lhe dá uma “enorme confiança no futuro de Portugal”.

Siza Vieira começou a contribuir para o Governo de Costa com a participação na estrutura de missão para a capitalização das empresas. Mas foi em outubro de 2017 que chegou ao Executivo pela mão do amigo, sendo nomeado para ministro-Adjunto, em substituição de Eduardo Cabrita (que passaria para a Administração Interna). Um ano depois, acumulou esse cargo com o de ministro da Economia, substituindo Manuel Caldeira Cabral.

Em 2019, após as eleições, Costa elevou-o a ministro de Estado e a número dois na hierarquia do Governo, acima de Augusto Santos Silva, o ministro dos Negócios Estrangeiros que era o número dois do primeiro Governo de Costa, de Mário Centeno, então a estrela do PS nas Finanças, e de Mariana Vieira da Silva, ministra da Presidência que passa agora a ser o número dois de Costa. Neste terceiro Governo, António Costa decidiu excluir Siza Vieira.

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