França tem reservas de gás em “bom nível” mas regulador apela à poupança
"Existe o risco de que a procura de consumo no próximo inverno seja superior à nossa capacidade para atender a essa procura", alertou o responsável da Comissão Reguladora de Energia.
O regulador de energia francês pediu “alguns esforços” para que os consumidores economizem energia, apesar das reservas de gás estarem “em bom nível” no país que durante o pico do inverno tem de importar eletricidade.
O responsável da Comissão Reguladora de Energia assegurou que as instalações de armazenamento de gás em França estão num bom nível, mas apelou para a necessidade de economizar energia face à invasão russa da Ucrânia e à vontade dos países membros da União Europeia (UE) em diminuir a dependência energética com a Rússia.
“Se não fizermos isso, existe o risco de que a procura de consumo no próximo inverno seja superior à nossa capacidade para atender a essa procura“, destacou Jean-François Carenco à emissora de notícias BFM.
A França obtém cerca de 70% da sua eletricidade através de centrais nucleares, mas durante o pico de procura do inverno, o país importa eletricidade, parte da qual é produzida através de centrais a gás. Já a Itália, país fortemente dependente da Rússia para o fornecimento de gás natural, emitiu logo após os primeiros dias de guerra na Ucrânia um pré-alerta sobre os riscos para problemas no fornecimento.
No entanto, o ministro da Transição Energética, Roberto Cingolani, explicou que o alerta visa informar os consumidores sobre as “incertezas ligadas ao conflito”. O governante indicou que a oferta continua adequada para cobrir a procura e não pediu à população para poupar.
Berlim declarou esta quarta-feira a fase de alerta precoce do plano de emergência de gás como uma medida preventiva, apelou para que as empresas e famílias reduzam o consumo de energia, assegurando ao mesmo tempo que o fornecimento está garantido.
Falando à imprensa, o ministro da Economia e do Clima, Robert Habeck, sublinhou que a Alemanha se encontra numa situação em que “cada ‘quilowatt’ hora de energia poupada é uma contribuição” e afirmou que a fase de alerta precoce do plano de emergência de gás foi declarada devido a uma possível escalada e paragem do fornecimento de gás pela Rússia, assegurando ao mesmo tempo que o fornecimento está garantido.
O primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, anunciou um plano para reduzir as importações de energia da Rússia e apelou aos parceiros europeus para que fizessem o mesmo. A principal medida, cancelando as importações de carvão russo, será adotada, segundo o primeiro-ministro polaco, “em abril, o mais tardar em maio”, mesmo que não haja consentimento por parte da União Europeia (UE).
Declarou também que o seu Governo pretende abandonar as importações de petróleo da Rússia “até ao final do ano” e substituí-las por petróleo bruto comprado aos Estados Unidos, Arábia Saudita e Nigéria, entre outros países. Quanto ao gás, Morawiecki assegurou que a Polónia também deixará de receber fornecimentos russos no final de 2022, quando o contrato que Varsóvia tem atualmente com a empresa estatal russa Gazprom expirar e não for renovado.
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