UE vai comprar mais gás aos EUA para deixar de depender da Rússia

As exportações dos EUA para a Europa aumentarão cerca de 15 mil milhões de metros cúbicos de gás por ano, que atravessarão o Atlântico em navios metaneiros. 

Os Estados Unidos e a União Europeia anunciaram um plano para reduzir a dependência da Europa dos combustíveis fósseis russos — petróleo e gás — na sequência da invasão da Ucrânia, informou esta sexta-feira a Casa Branca.

O acordo prevê o aumento do fornecimento por parte dos EUA de uma maior quantidade de Gás Natural Liquefeito (GNL) aos países europeus até ao fim de 2022. As exportações aumentarão em cerca de 15 mil milhões de metros cúbicos de gás por ano que atravessarão o Atlântico em navios metaneiros.

No entanto, a parceria inclui a exigência de os 27 manterem uma procura mínima de pelo menos 50 mil milhões de metros cúbicos de GNL americano.

Neste momento, a Rússia exporta para a Europa 150 mil milhões de metros cúbicos de gás natural via gasodutos e mais 14 a 18 mil milhões de metros cúbicos de GNL.

Ou seja, o pacto agora estabelecido diz respeito a apenas 10% do gás que a Europa recebe por gasoduto. No entanto, permitirá eliminar as importações de gás da Rússia por via marítima.

“Vamos juntar-nos para reduzir a dependência da Europa da energia Russa. Este é um grande passo nessa direção”, disse o Presidente dos EUA, Joe Biden numa conferência de imprensa conjunta com Ursula von der Leyen.

O Presidente dos EUA, Joe Biden, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciaram também a criação de uma task force conjunta que será liderada por representantes da Casa Branca e da Comissão Europeia e terá como missão fazer a ponte entre os produtores de gás americanos, os transportadores marítimos e as empresas europeias, para acertar todos os detalhes, a começar pelo preço de compra e venda.

Já na próxima semana será realizada uma primeira reunião com empresas alemãs, as mais dependentes do gás russo.

O objetivo deste grupo de trabalho será “garantir a segurança energética da Ucrânia e da UE, em preparação para o próximo inverno e também o seguinte, tentando pôr fim à dependência dos combustíveis fósseis russos”, refere um comunicado da Casa Branca.

Berlim anuncia forte redução das importações de energia russa

A Alemanha anunciou esta sexta-feira que vai reduzir de forma rápida e significativa a dependência em relação à energia da Rússia e prevendo para já uma grande diminuição na importação de petróleo e carvão até ao próximo outono.

“Até o meio do ano, as importações russas de petróleo para a Alemanha devem baixar para metade e queremos uma quase independência” até ao final do ano”, indica um comunicado do Ministério da Economia divulgado hoje.

“Até ao outono podemos tornar-nos totalmente independentes do carvão russo” indica o mesmo documento, acrescentando que em relação ao gás, a Alemanha pode ficar independente em meados de 2024″.

A medida é uma consequência da última invasão da Ucrânia iniciada no dia 24 de fevereiro.

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