Municípios alentejanos pedem 11 milhões para terminal ferroviário no Alandroal
Sete municípios alentejanos e a Infraestruturas de Portugal vão pedir ao Governo 11 milhões de euros para construir terminal ferroviário de mercadorias no Alandroal, anunciou o autarca da localidade.
“Vamos pedir 11 milhões de euros ao Governo para a construção do terminal ferroviário de mercadorias, no Alandroal/Vila Viçosa, que não estava previsto no projeto do corredor internacional sul que corresponde a mais de 90 quilómetros da nova linha que liga Évora a Caia, na fronteira com Espanha”, revela em entrevista ao ECO, João Grilo, presidente da Agência de Desenvolvimento Regional do Alentejo (ADRAL) e da Câmara Municipal de Alandroal. “O que, no prazo de cinco anos, poderá traduzir-se num investimento estruturante em toda a região”, considera.
Este pedido ao Governo surge na sequência dos mais recentes resultados preliminares do estudo que a Infraestruturas de Portugal (IP) e sete municípios da Zona dos Mármores e Alqueva – Sousel, Estremoz, Borba, Vila Viçosa, Alandroal, Redondo e Reguengos de Monsaraz – encomendaram a uma empresa, contando com o apoio da ADRAL. “Este estudo, que custou cerca de 40 mil euros, demonstrou a viabilidade técnica e económica de se investir numa estação técnica de carga e descarga no troço Alandroal/Vila Viçosa”, anunciou João Grilo, acrescentando que o Governo não fechou a porta à construção deste tipo de estações.
O primeiro passo será dado dentro de dois meses com a apresentação de um dossier ao Ministério das Infraestruturas com todos os dados que estão a ser recolhidos e que vão sustentar a necessidade da futura construção dessa estação de cargas e descargas, no troço de Alandroal/Vila Viçosa. Também estão em estudo mais locais da região com o mesmo objetivo de terem um ponto de cargas e descargas, assim como de entrada e saída de passageiros, avançou o autarca de Alandroal, sublinhando a importante parceria com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Alentejo nestes projetos.
“Esperamos que o Ministério das Infraestruturas arranje uma forma de comparticipar. A expectativa é que entre os fundos do próximo Quadro Comunitário (Portugal 2030) e a comparticipação da IP e dos sete municípios, seja possível montar esta operação”, afirma.
Numa outra etapa, conclui, “será preciso ter investidores para construir e ainda privados interessados em explorar o terminal do ponto de vista da logística e da carga”. Depois, será a vez de reivindicar um ponto de paragem para entrada e saída de passageiros para servir a região.
"É importante a ligação à ferrovia na zona dos mármores para que a extração e transformação da pedra continue um eixo fundamental do desenvolvimento desta região.”
Para o autarca, “a ligação à ferrovia na zona dos mármores é importante para que a extração e transformação de pedra continue um eixo fundamental do desenvolvimento desta região”. Aliás, a possibilidade de ter um terminal de carga e descarga, e uma estação de passageiros, na zona dos mármores, traduz-se em mais turistas, na captação e fixação de empresas de outros setores, e na criação de mais postos laborais. Outro dos trunfos será atrair novos investidores e negócios, por exemplo de vinhos, além de potenciar os que já existem, atraindo e fixando a população. “Agora, estamos a falar de 30 mil pessoas, distribuídas pelos sete municípios, mas serão muitas mais com este projeto”, acredita.
A infraestrutura também vai contribuir para a diminuição do impacto ambiental do transporte rodoviário com menos camiões a circular e logo menos poluição. Além de ser “uma revolução no transporte de mercadorias, pois vai encurtar em muito as distâncias que são percorridas pelas mercadorias que chegam ao porto de Sines para entrarem no circuito da Europa”, conclui.
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