IRC ajuda a encher cofres públicos e a conquistar excedente no primeiro semestre

Contas públicas registaram excedente orçamental de 1,2% do PIB na primeira metade do ano, impulsionadas pela evolução no segundo trimestre. Comportamento da economia foi revisto em alta.

A receita arrecadada pelo Estado com o Imposto de Rendimento de Pessoas Coletivas (IRC) deu um impulso extra ao Estado para alcançar um excedente orçamental de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) na primeira metade do ano. Após um défice nos primeiros três meses do ano, entre abril e junho as contas públicas, em contabilidade nacional, inverteram a tendência e superaram mesmo o saldo positivo alcançado no período homólogo de 2023, ano em que registaram o maior excedente da história económica portuguesa.

Os dados divulgados na segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) revelaram um excedente orçamental de 2,5% no segundo trimestre do ano, correspondente a 1.754 milhões de euros, contribuindo para o saldo positivo nos primeiros seis meses do ano e que compara com os 1,1% registados em igual período de 2023.

No mesmo dia em que o INE avançou com números que dão força à expetativa do Governo de um saldo positivo de 761 milhões de euros na totalidade de 2024, correspondente a 0,3% do PIB, reviu também em alta de uma décima a previsão de crescimento da economia no segundo trimestre, para 1,6% em termos homólogos e 0,2% em cadeia.

A influenciar a evolução do saldo orçamental esteve o crescimento da receita com rendimentos e património, que cresceu 16,2% no segundo trimestre, correspondendo a 6.598,8 milhões de euros, ou 9,3% do PIB. O INE destaca que no primeiro semestre de 2024 foi efetuado um ajustamento relativo à prorrogação de prazo, até 15 de julho, para entrega e respetivo pagamento da declaração modelo 22 do IRC relativa ao exercício de 2023, com “um impacto positivo de 3.199 milhões de euros no saldo do segundo trimestre de 2024”, mas alerta que “terá o efeito contrário no trimestre seguinte“.

Os dados, em contabilidade pública, apontam também para um crescimento de 12% da receita corrente, com os impostos sobre a produção e importação, as contribuições sociais, as vendas e a outra receita corrente a subirem 8%, 10,0%, 8,2% e 39,4%, respetivamente.

Já a despesa cresceu 7,5%, devido ao aumento dos encargos com prestações sociais (9,5%), das despesas com pessoal (7,6%), dos encargos com juros (3,0%), do consumo intermédio (3,8%) e da outra despesa corrente (29,4%). Por outro lado, os subsídios pagos diminuíram 22,8% depois de terem aumentado “significativamente no trimestre anterior”.

Paralelamente, devido à incorporação de nova informação na base das contas nacionais, o INE reviu em alta o crescimento do PIB de 6,8% para 7% em 2022 e de 2,3% para 2,5% em 2023. A melhoria do comportamento da economia fez-se sentir também na evolução do rácio da dívida pública. A revisão em baixa pelo Banco de Portugal de 1,2 pontos percentuais face à anterior estimativa, leva a dívida para 97,9% do PIB em 2023, o que significa uma redução de 13,3 pontos percentuais face a 2022.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Montenegro e Pedro Nuno extremam posições sobre Orçamento do Estado para segurar eleitorado

Tanto no cenário de acordo para viabilizar o OE como noutro em que Governo e PS não se entendem, havendo o risco de crise política, analistas veem os líderes a tentar justificar-se perante eleitores.

Trincheiras cavadas, muros desfeitos. E, agora, o “nervosismo” no âmbito das negociações para o Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) volta a forçar o braço de ferro entre o primeiro-ministro e o secretário-geral do PS num atirar de culpas para ver quem se livra da responsabilidade de um chumbo da proposta orçamental e de uma crise política, segurando assim o seu eleitorado em caso de eleições antecipadas. A análise é dos politólogos consultados pelo ECO.

Por outro lado, se houver um acordo para a viabilização do OE, Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos têm de se justificar perante os seus eleitores. Mostrando-se sempre combativos, ainda que, no final, acabem por firmar um pacto, consideram os especialistas Marina Costa Lobo, Paula Espírito Santo e José Adelino Maltez.

Mas o que perturbou a espuma dos dias nestes últimos dois dias? Timings para a marcação de reuniões; a condição imposta por Pedro Nuno Santos de tornar previamente público esse encontro, o que Luís Montenegro rejeitou; e ainda os encontros “discretos” desta segunda-feira com André Ventura e Rui Rocha. Resultado: em vez de ter recebido o líder do PS a 18 de setembro, o chefe do Governo só irá reunir-se com Pedro Nuno Santos na próxima sexta-feira, dia 27. Quatro dias depois de Montenegro já ter recebido, em S. Bento, os presidentes do Chega e da Iniciativa Liberal.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, em Lisboa, 11 de setembro de 2024. ANTÓNIO COTRIM/LUSAANTÓNIO COTRIM/LUSA

A troca de comunicados iniciada no domingo à noite e que se prolongou esta segunda-feira escancarou o “nervosismo” dos dois lados, nota Marina Costa Lobo, doutorada em Ciência Política e investigadora principal do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa (ICS-UL). “Há uma sucessão de casos e episódios que demonstram algum nervosismo de parte a parte. Nenhum quer o namoro, mas precisam dele porque nenhum quer eleições”, conclui a politóloga.

Depois de uma primeira nota do PS a informar que estava disponível para reunir no passado dia 18, o gabinete do primeiro-ministro reagiu: “A reunião chegou a estar agendada para o passado dia 18, tendo o primeiro-ministro reiterado disponibilidade para manter a reunião, não obstante ter cancelado todos os outros compromissos na agenda durante esta semana, devido ao foco necessário para acompanhar a situação dos incêndios. No entanto, o Secretário-Geral do Partido Socialista desmarcou essa reunião”, segundo o comunicado do gabinete do primeiro-ministro, emitido no domingo à noite.

Na mesma missiva, o Governo criticou a “indisponibilidade recorrente do secretário-geral do PS” para reunir, revelando que está desde 4 de setembro a tentar agendar um encontro.

Esta explicação visa terminar com especulações e esclarecer devidamente os portugueses que se interrogam acerca do impasse em que se encontra o diálogo entre o Governo e o principal partido da oposição.

Luís Montenegro

Primeiro-ministro

No final da mesma nota, Luís Montenegro fez questão ainda de sublinhar que “esta explicação visa terminar com especulações e esclarecer devidamente os portugueses que se interrogam acerca do impasse em que se encontra o diálogo entre o Governo e o principal partido da oposição, esperando que ele se ultrapasse o mais cedo que for possível.

No contra-ataque, o gabinete do PS desmentiu o primeiro-ministro, revelando que foi “o Governo que recuou na marcação da reunião quando o PS exigiu que da mesma fosse dada conhecimento público prévio”. “O PS não está disponível para continuar a alimentar estas discussões infantis e estéreis de gestão de agendas na praça pública, quando os portugueses se debatem diariamente com problemas graves que continuam por resolver. Era nisso que um Governo adulto e responsável deveria estar concentrado neste momento”, rematou.

Para Marina Costa Lobo, “a pressão do Presidente para forçar a um acordo entre os líderes” também tem sido determinante para este “nervosismo”. “Marcelo Rebelo de Sousa convocou eleições em 2022, aquando da não aprovação de um orçamento do Governo do PS. O resultado foi que os portugueses castigaram” sobretudo quem ficou com o ónus de “ter contribuído mais para a instabilidade, nomeadamente o BE e o PCP”, aponta. A investigadora considera que “esse castigo eleitoral está presente na cabeça dos líderes que tentam “ficar bem na fotografia” e eximir-se de responsabilidades, seja numa eventual eleição, seja num acordo à direita, que é preciso legitimar, culpando o PS por falta de vontade negocial”.

O PS não está disponível para continuar a alimentar estas discussões infantis e estéreis de gestão de agendas na praça pública, quando os portugueses se debatem diariamente com problemas graves que continuam por resolver.

Pedro Nuno Santos

Secretário-geral do PS

Mais do que “um choque de personalidades”, Paula Espírito Santo considera que as “posições muito reativas de um lado e do outro” são demonstrativas de “um difícil equilíbrio de forças na Assembleia da República”. “Trata-se, sobretudo, de uma estratégia para dar a ideia de força aos seus eleitores. O PS precisa dessa prova de vida e o primeiro-ministro, com as rédeas do Executivo, não pode deixar de ter uma posição de preponderância”, analisa a investigadora do Instituto de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa (ISCSP).

Por esse motivo, Luís Montenegro “não está disposto a ceder a argumentos como o do PS, que queria que a reunião fosse previamente anunciada”, sublinha. Por outro lado, “o Governo tem tido, desde o início, uma posição de pouca humildade, embora tenha sempre defendido a abertura para o diálogo, mas depois não há concretização”, ressalva.

Para José Adelino Maltez, trata-se de “um jogo quase infantil”. “Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos sabem o que querem, mas não dizem e depois fazem estas demonstrações de picardia para despertar a atenção do seu eleitorado”, sustenta o especialista doutorado em Ciência Política.

Maltez olha para “este jogo ou esta estratégia” como um teste ao seu eleitorado. “Governo e PS fazem sondagens internas e sabem para que lado pendem os eleitores e, com base nessa informação, vão desenhando táticas diferentes”, salienta.

Apesar do braço de ferro entre Montenegro e Pedro Nuno Santos, ambos continuam a reiterar total disponibilidade para negociar o OE2025. O primeiro-ministro e líder do PSD reiterou esta segunda-feira à noite, no conselho nacional social-democrata, que “o PSD e Governo estarão sempre de portas abertas” para negociar.

Já no final do discurso deu respaldo às pressões do Presidente da República: “Parece-me absolutamente incontornável que a interpretação do interesse nacional e do interesse coletivo deve conduzir mesmo à aprovação do OE para 2025. E, exprimo, em jeito de conclusão, um pensamento que o Presidente tem deixado muito claro à sociedade portuguesa. Estamos confiantes na aprovação do OE porque estamos conscientes que os duodécimos não são solução”.

O filme dos últimos dois dias

  • Domingo, dia 22, 19h43: O gabinete do PS emite uma nota repudiando as declarações do ministro da Presidência e argumentando que o partido e o Governo ainda não se reuniram, no âmbito das negociações para o Orçamento do Estado, porque “as agendas de ambos não permitiram ainda esse agendamento”. “Uma reunião marcada para a semana passada foi cancelada pelo Governo, depois do PS ter exigido que da mesma fosse dado conhecimento público prévio. O PS aguarda a disponibilidade para reunir com o Governo e, nesse quadro, apresentar as suas propostas e leitura do quadro orçamental partilhado pelo Governo, tal como combinado na última reunião entre as delegações do PS e do Governo”, lê-se na mesma missiva.
  • Domingo, dia 22, 19h55: O gabinete do primeiro-ministro envia um comunicado de imprensa, informando que o Governo está a ter dificuldades em marcar uma reunião com Pedro Nuno Santos, desde 4 de setembro. “Até agora isso não aconteceu devido à indisponibilidade recorrente do secretário-geral do PS”, de acordo com a mesma nota. Na mesma missiva, é revelado que “a reunião chegou a estar agendada para o passado dia 18 […]. No entanto, o secretário-geral do PS desmarcou essa reunião”. O gabinete de Luís Montenegro indicou ainda que Pedro Nuno Santos mostrou apenas disponibilidade para reunir a partir do dia 27, 23 dias depois do pedido de reunião da iniciativa do primeiro-ministro”.
  • Domingo, dia 22, 21h04: Em reação, o secretário-geral do PS torna pública uma nova nota, lamentado “o comunicado incompreensível e inaceitável enviado pelo primeiro-ministro relativamente ao processo negocial do Orçamento do Estado para 2025”. “Trata-se de uma provocação e é uma atitude difícil de entender no quadro de boa-fé negocial e do sentido de Estado que se exige de todos os intervenientes”, lê-se na mesma missiva. O PS desmente o Executivo e insiste que foi o Governo que recuou na marcação da reunião” de 18 de setembro, “quando o PS exigiu que da mesma fosse dada conhecimento público prévio”. Entretanto, “o PS propôs a data de 27 de setembro na passada sexta-feira, tendo o Governo aceitado a data e proposto o horário das 15 horas, que o PS aceitou”, segundo a nota.
  • Segunda-feira, dia 23, 9h-10h: O primeiro-ministro recebe os líderes da IL, Rui Rocha, e do Chega, na residência oficial, em S. Bento, no âmbito das negociações para o Orçamento do Estado para 2025. Estes encontros “discretos” não foram previamente anunciados pelo Executivo.
  • Segunda-feira, dia 23, 12h35: O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, avisa que se não houver Orçamento do Estado “há uma crise política e económica”, mas não desfaz o tabu sobre se dissolve o Parlamento e convoca eleições antecipadas caso a proposta orçamental seja rejeitada. O Chefe de Estado destacou que “qualquer solução que não seja passar o Orçamento é má” e que, ao contrário de Espanha, o Executivo não é maioritário, o que dificulta governar com duodécimos. Ainda assim, disse que continua “fisgado” que vai haver Orçamento.
  • Segunda-feira, dia 23, 15h06: Depois de terem sido noticiadas as reuniões de Luís Montenegro com os líderes do Chega e da IL, o gabinete do primeiro-ministro emite um comunicado, esclarecendo que “não há reuniões secretas na Residência Oficial do primeiro-ministro”. “Há encontros com entidades e personalidades de várias áreas, incluindo líderes políticos, sobre temas de interesse nacional, que ocorrem muitas vezes com discrição e sem a presença da comunicação social”, lê-se na mesma nota.
  • Segunda-feira, dia 23, 17h: Assim que tomou conhecimento das reuniões “discretas” que o primeiro-ministro teve com os presidentes do Chega e da IL, Pedro Nuno Santos acusou o Governo de não ter “uma vontade séria” para negociar o OE, apesar de manter que o partido continua a ter “a mesma disponibilidade” para viabilizar o Orçamento do Estado. Para o líder dos socialistas, “a conclusão que se pode retirar de um conjunto de declarações e ações do Governo é que o Governo não está interessado em negociar nem em criar um bom ambiente negocial”. “Toda a ação do Governo parece indiciar a vontade de provocar umas eleições antecipadas”, atirou.
  • Segunda-feira, dia 23, 17h36: À margem de uma conferência de imprensa sobre incêndios, Luís Montenegro desvalorizou a polémica em torno de tais encontros, referindo que as reuniões em S. Bento, sem conhecimento prévios dos jornalistas, “é um traço de normalidade e de maturidade democrática que tem tradição na democracia portuguesa há varias décadas e que se deve manter”. E voltou a garantir que “o Governo vai esgotar de forma paciente, de forma empenhada, de forma aberta, de forma dialogante todas as possibilidades para que, na Assembleia da República, a proposta não seja inviabilizada”. “Tudo o que pudermos fazer para dialogar com os partidos políticos, fá-lo-emos, nos formatos que forem mais adequados em cada ocasião”, acrescentou.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo e enfermeiros chegam a acordo sobre “valorização” da carreira. Inclui mexidas nas tabelas salariais

  • Lusa
  • 23 Setembro 2024

Na prática, esta valorização representa um aumento remuneratório de cerca de 300 euros (24%) em 1 de janeiro de 2027, sem prejuízo dos aumentos anuais aplicáveis à Função Pública, calcula o Governo.

O Ministério da Saúde e a plataforma de cinco sindicatos de enfermeiros chegaram esta segunda-feira a acordo nas negociações sobre várias matérias relativas à valorização da carreira, incluindo as tabelas salariais.

“É um acordo negocial muito mais robusto do que propriamente o índice remuneratório. Não estamos só a falar de salários, mas também da valorização ao nível da profissão” de enfermagem, adiantou à Lusa o presidente do Sindicato dos Enfermeiros (SE).

O acordo alcançado na reunião que decorreu com o SE, o Sindicato Independente de Todos os Enfermeiros Unidos (SITEU), o Sindicato Nacional dos Enfermeiros (SNE), o Sindicato Independente Profissionais Enfermagem (SIPENF) e o Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (SINDEPOR) foi também confirmado pelo Ministério da Saúde.

Segundo Pedro Costa, na sequência desse acordo de compromisso entre as duas partes, o Governo vai avançar agora com um decreto-lei “em que um conjunto de reivindicações que já tinham sido entregues ao Ministério no dia 20 vai ser aprovado”.

O dirigente sindical adiantou que, ao nível salarial, fica consagrada uma valorização de seis posições na Tabela Remuneratória Única (TRU) para enfermeiros e sete posições na TRU para enfermeiros especialistas e gestores. Na prática, dois níveis remuneratórios, que eram a exigência dos sindicatos à entrada para as negociações, equivalem a oito posições na TRU.

Além disso, segundo Pedro Costa, ficaram acordadas outras matérias, entre as quais o risco e o desgaste rápido da profissão e dias de férias iguais para enfermeiros com contratos individuais de trabalho e com contratos em funções públicas.

“Assinámos um protocolo para no dia 15 de janeiro [de 2025] voltarmos a sentar-nos para negociar estas matérias, mas vai sair agora um decreto-lei onde tudo isso vai ser vertido“, avançou o presidente do SE.

Primeira tranche com efeitos a 1 de novembro

Entretanto, o Governo já veio confirmar que o acordo consiste num acréscimo equivalente a seis níveis remuneratórios até 2027. “Na prática, esta valorização representa um aumento remuneratório de cerca de 300 euros (cerca de 24%) em 1 de janeiro de 2027, sem prejuízo dos aumentos remuneratórios anuais aplicáveis à Administração Pública”, resume.

O aumento será faseado e a primeira tranche equivale a cerca de 50% do total, tendo efeitos já a 1 de novembro de 2024, acrescenta a nota conjunta dos Ministérios da Saúde e das Finanças.

No mesmo comunicado, o Executivo reclama que “a tabela remuneratória dos enfermeiros não era objeto de valorização desde 2009, tendo o atual Governo conseguido uma solução em menos de seis meses”

(Notícia atualizada às 21h25 com comunicado do Governo)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Proteção Civil avisa população para risco de cheias, derrocadas e queda de árvores

  • Lusa
  • 23 Setembro 2024

Nas zonas recentemente atingidas por incêndios, que queimaram vegetação e cobriram o solo de cinzas, a ANEPC salienta o risco de deslizamentos, derrocadas e contaminação de fontes de água potável.

A Proteção Civil avisou esta segunda-feira a população para o risco de cheias, derrocadas, deslizamentos e queda de estruturas e árvores devido à previsão para quarta e quinta-feira de chuva e vento fortes nas regiões do Norte e Centro.

No aviso à população, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) recomenda a “adoção de comportamentos adequados”, como a desobstrução de sistemas de escoamento das águas pluviais, a correta fixação de estruturas soltas, como andaimes e painéis, e a condução defensiva nas estradas, reduzindo a velocidade e tendo “especial cuidado na circulação e permanência junto de áreas arborizadas”.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) colocou os distritos de Viseu, Porto, Vila Real, Viana do Castelo, Aveiro, Coimbra e Braga sob aviso amarelo entre as 09:00 de quarta-feira e as 00:00 de quinta-feira devido à previsão de chuva por vezes forte, com o vento a soprar igualmente forte, com rajadas até 70 a 90 quilómetros por hora nas regiões Norte e Centro.

O aviso amarelo é emitido pelo IPMA sempre que existe uma situação de risco para determinadas atividades dependentes da situação meteorológica.

Face às previsões, a ANEPC alerta para a possibilidade de inundações em zonas urbanas devido à acumulação da água da chuva por obstrução dos sistemas de escoamento e de cheias “potenciadas pelo transbordo do leito de alguns cursos de água, rios e ribeiras”, bem como para o desprendimento de estruturas móveis ou mal fixadas e para o arrastamento de objetos soltos para as estradas.

Em particular nas zonas recentemente atingidas por incêndios florestais, que queimaram vegetação e cobriram o solo de cinzas, a ANEPC salienta o risco de deslizamentos, derrocadas e contaminação de fontes de água potável.

Nas suas recomendações, a Proteção Civil lista também a “retirada de inertes e objetos que possam ser arrastados ou criem obstáculos ao livre escoamento das águas” e o “não atravessar zonas inundadas” para “precaver o arrastamento de pessoas ou viaturas para buracos no pavimento ou caixas de esgoto abertas”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Desempregados inscritos nos centros de emprego subiram 6,1% em agosto

  • Lusa
  • 23 Setembro 2024

No fim de agosto havia um total de 313.421 pessoas registadas nos serviços de emprego em Portugal. IEFP contabiliza quase 5 mil casais com ambos os elementos no desemprego.

O número de desempregados inscritos nos centros de emprego subiu 6,1% em agosto face a igual mês de 2023 e 2,7% face a julho, para 313.421 pessoas, segundo os dados divulgados hoje pelo IEFP.

“No fim do mês de agosto de 2024, estavam registados, nos Serviços de Emprego do Continente e Regiões Autónomas, 313.421 indivíduos desempregados, número que representa 69,5% de um total de 450.656 pedidos de emprego”, lê-se se na nota divulgada pelo IEFP.

São mais 18.060 pessoas inscritas nos centros de desemprego face a agosto de 2023. Para este aumento, “contribuíram os inscritos há menos de 12 meses (+16.335), os que procuram um novo emprego (+17.063) e os adultos (+15.245)”, explica o instituto. Já na comparação em cadeia, trata-se de mais 8.282 pessoas.

No que toca aos grupos profissionais com maior expressão, face ao período homólogo, observou-se um acréscimo em todos, com destaque para os “Operadores de instalações e máquinas e trabalhadores da montagem” (+11,1%) e “Trabalhadores qualificados da indústria, construção e artífices” (+9,1%) e “Trabalhadores não qualificados” (+8,6%).

À semelhança do mês anterior, a nível regional, o desemprego registado aumentou em todas as regiões em agosto, face ao período homólogo, com exceção dos Açores e da Madeira, que recuou 11,9% e 10,1%, respetivamente. O valor mais acentuado de aumento do desemprego foi registado na região de Lisboa e Vale do Tejo (+8,2%).

Por outro lado, na comparação em cadeia, manteve-se a tendência de crescimento, “à exceção da região do Algarve onde se registou uma diminuição do desemprego (-4%)”, indica o IEFP.

No final de agosto, as ofertas de emprego por satisfazer atingiram os 12.190 nos Serviços de Emprego de todo o país, o que corresponde a uma diminuição das ofertas em ficheiro na análise anual (-3.844; -24%), mas a um ligeiro aumento face ao mês anterior (+12; +0,1%).

Casais com ambos desempregados aumentam 5,5% em agosto

Por outro lado, o número de casais com ambos os elementos desempregados aumentou 5,5% em agosto face ao período homólogo e 4% face a julho, para os 4.919 segundo os dados do IEFP.

“Do total de desempregados casados ou em união de facto, 9.838 (7,9%) têm também registo de que o seu cônjuge está igualmente inscrito como desempregado no Serviço de Emprego, totalizando 4.919 casais desempregados, em agosto de 2024, o que representa +5,5%, quando comparado com o período homólogo do ano anterior”, adianta o relatório do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) divulgado hoje.

Este valor está a subir desde junho, ou seja, há três meses consecutivos.

Já na comparação em cadeia, o número de casais em que ambos os cônjuges estão desempregados subiu 4%, depois de estar a cair desde maio.

Há vários anos que os casais nesta situação de duplo desemprego têm direito a uma majoração de 10% do valor da prestação de subsídio de desemprego, quando tenham dependentes a cargo.

O IEFP divulgou também que o número de desempregados registados nos Serviços de Emprego do Continente no final de agosto foi de 302.487, o que representa uma subida de 6,8% face a agosto de 2023 e um aumento de 2,9% face julho.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

João Epifânio de saída da Altice

O gestor histórico da PT e Altice cessou funções na comissão executiva da Altice Portugal, e vai ser substituído Luís Mestre, um quadro superior da companhia.

João Epifânio, gestor histórico da PT e em funções na comissão executiva da Altice há cerca de sete anos, cessou funções e vai ser substituído por Luís Mestre, um quadro superior da companhia, apurou o ECO. A decisão já foi comunicada internamente.

A saída de João Epifânio já era dada como provável há meses, mas não são conhecidas oficialmente as razões que levaram à demissão. Sabe-se, sim, que Luís Mestre estava na equipa de Epifânio. Com mais 20 de experiência no setor das telecomunicações, está na empresa desde 2002, onde foi responsável pela Direção de Gestão de Produtos e Serviços B2C e mais recentemente Diretor do Segmento B2C.

Ana Figueiredo, a CEO da Altice Portugal que sucedeu a Alexandre Fonseca, fez as primeiras mudanças na equipa executiva precisamente há um ano. Em setembro de 2023, saiu Alexandre Matos, que era administrador financeiro da Altice Portugal desde o final de 2017 e, para o lugar foi Gonçalo Camolino, que fica responsável pelas áreas financeira, de planeamento estratégico e controlo de gestão, compras e património. Além disso, João Teixeira, administrador tecnológico, também foi substituído por José Pedro Nascimento, que passou a ter sob responsabilidade as áreas de engenharia e operações de rede, tecnologias da informação, cibersegurança e privacidade e transformação digital. Nesse momento, a CEO criou o cargo de Chief Legal Officer, ocupado por Sofia Aguiar. Já este ano, em janeiro, entrou Madalena Albuquerque para liderar os recursos humanos.

Assim, neste momento, a comissão executiva da Altice Portugal é liderada por Ana Figueiredo, e tem mais sete gestores, quase todos quadros da própria Altice. Gonçalo Camolino, José Pedro Nascimento, Sofia Aguiar, Nuno Nunes, Alexander Freese, Madalena Albuquerque e Luís Mestre.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Greenvolt agrava prejuízos em 143% no primeiro semestre, para 19 milhões de euros

Empresa liderada por João Manso Neto justifica o resultado com os baixos preços da pool de eletricidade no Reino Unido e com o investimento em curso no segmento de projetos de larga escala.

O grupo Greenvolt registou um resultado líquido negativo em 19 milhões de euros de janeiro a junho, divulgou a empresa em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

“Os resultados deste período estão em linha com as expectativas, uma vez que refletem a fase de investimento do grupo”, lê-se no comunicado. A Greenvolt indica que o resultado foi influenciado pelos baixos preços da pool de eletricidade no Reino Unido, onde a energética portuguesa tem vários ativos de biomassa, e pelo investimento em curso no segmento de projetos de larga escala, no qual não ocorreram novas transações de rotação de ativos durante o semestre.

No trimestre anterior, a Greenvolt apresentou um prejuízo de 2,7 milhões de euros, abaixo dos 300 mil euros de lucro obtidos no mesmo período do ano transato. No período homólogo, o resultado líquido foi revisto para 7,8 milhões de euros, pelo que os prejuízos se agravaram em 143,4% neste período.

O segmento de biomassa registou um EBITDA de 20,7 milhões de euros, refletindo um decréscimo de 15% em relação ao ano anterior, devido aos preços mais baixos da eletricidade no Reino Unido, parcialmente compensados por uma maior injeção de energia na rede.

Na biomassa, a central de Tilbury apresenta, aliás, ” bons resultados operacionais”, considera a empresa, apontando um aumento “contínuo” da produção de energia. Apesar de “desafios decorrentes de algumas paragens nas centrais portuguesas”, a operação manteve-se com parâmetros estáveis, indica a Greenvolt.

No segmento de projetos de larga escala, o EBITDA caiu 48,5% para 10,6 milhões de euros, embora os rendimentos operacionais tenham disparado 169,9% para os 60,5 milhões de euros. Neste segmento, o último trimestre ficou marcado pela venda de 19 projetos solares em Itália à Nuveen Infrastructure.

Em paralelo, os rendimentos operacionais da geração distribuída subiram 39,8% para 46,5 milhões de euros, enquanto o EBITDA baixou para -5,7 milhões de euros. “O grupo está confiante de que todo o segmento terá um EBITDA positivo em 2024”, sublinha o comunicado.

Melhores resultados e mais aquisições em 2024

Recentemente, em entrevista ao ECO, o CEO do grupo, João Manso Neto, reiterou o objetivo de obter, até ao final de 2024, “uma melhoria substancial dos resultados“. No entanto, ressalvou que essa subida significativa não teria lugar já neste trimestre. Isto porque, de acordo com o modelo de negócio, o segundo trimestre não é forte em vendas de ativos, explicou.

A Greenvolt está confiante na sua direção estratégica e prevê melhores resultados em 2024 em comparação com 2023. O Grupo continua concentrado na expansão do seu portfólio de projetos de energias renováveis, no reforço da sua posição no mercado e na criação de valor a longo prazo para os seus stakeholders“, reafirma a empresa no comunicado desta segunda-feira.

Na folha de resultados, a Greenvolt afirma que a intenção de adquirir a totalidade do capital social da Kent Renewable Energy, que explora uma central de biomassa no Reino Unido, deverá ficar concluída no quarto trimestre de 2024, dependendo das condições habituais e das aprovações regulamentares. No segmento de grande escala, estão atualmente em curso cinco outras iniciativas de venda, três das quais deverão ser assinadas durante o ano.

KKR mantém a participação

No comunicado enviado à CMVM, a Greenvolt dá também uma atualização em relação à participação detida pelo fundo americano KKR, que avançou com uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a empresa de energia. Esta posição mantém-se nos 83,62%, a mesma fatia que foi divulgada na última apresentação de resultados.

“Esta alteração da estrutura de capital reforçou a situação financeira do Grupo e robustecerá as suas capacidades estratégicas, oferecendo um forte apoio e novas oportunidades de investimento”, lê-se no documento.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Orçamento negociado à vez entre extrema-direita e PS é “aberração”, diz Mariana Mortágua

  • Lusa
  • 23 Setembro 2024

"Quando a política começa a ser regida por chantagens, sejam elas do Presidente da República ou de qualquer outra força ou instituição, o que está em causa é a própria democracia", refere líder do BE.

A coordenadora do BE defendeu esta segunda-feira que uma proposta orçamental negociada à vez entre a extrema-direita e PS “é uma aberração” e rejeitou uma política feita “sob chantagem, seja do Presidente da República, outra força ou instituição”.

“A ideia de um orçamento que é negociado à vez entre a extrema-direita e o Partido Socialista é uma aberração, uma aberração política”, defendeu Mariana Mortágua, questionada sobre as reuniões que o primeiro-ministro Luís Montenegro manteve esta manhã com os líderes do Chega e da IL, encontros não divulgados à comunicação social.

A bloquista falava aos jornalistas à margem da entrega no edifício do Conselho de Ministros, em Lisboa, das assinaturas de uma petição pública que pede a retirada do pavilhão português de um navio que transporta material para fabricar armas em Israel.

“Quem viabilizar este orçamento é cúmplice da política do Governo, que é uma política de direita liberal. Quem viabilizar este orçamento não é uma alternativa a este Governo e o Bloco quer ser uma alternativa a este Governo, é importante na política essa clareza”, argumentou.

Mortágua salientou que “essa clareza hoje é mais importante que nunca”. “Porque quando olhamos para os hospitais sabemos que há duas soluções: entregar ao privado ou apostar, contratar médicos, dar condições aos profissionais de saúde. Quando olhamos para a habitação sabemos que há dois caminhos: apostar na habitação pública, nos direitos das pessoas que procuram uma casa e não têm, contra a especulação, ou promover mais alojamento local, mais hotéis, mais especulação”, sustentou.

Na área da imigração, a bloquista argumentou que também “há dois caminhos: fechar fronteiras, deixar as pessoas clandestinas, sem direitos, sem quaisquer condições de inclusão em Portugal, ou dar direitos, permitir legalização”.

Mariana Mortágua foi ainda questionada sobre as declarações do Presidente da República, que afirmou hoje que “se não houver orçamento” do Estado para 2025 “há crise política e económica”, embora escusando-se a dizer se convocará eleições antecipadas nesse cenário.

“Acho que a política séria e de valores não se faz sob chantagem. Nem hoje, nem nunca. Os partidos e as forças políticas devem estar na política, pelos seus valores, com o seu programa, a partir do compromisso que assumiram com os seus eleitores”, começou por responder.

A dirigente bloquista realçou que os deputados eleitos têm um mandato que tem que ser levado “muito a sério”. “Quando a política começa a ser regida por chantagens, sejam elas do Presidente da República ou de qualquer outra força ou instituição, o que está em causa é a própria democracia, a alternativa em democracia e a diversidade e a pluralidade de opiniões políticas”, alertou.

Interrogada sobre se é a favor de eleições caso a proposta orçamental apresentada pelo executivo minoritário PSD/CDS-PP seja chumbada, Mortágua voltou a remeter essa decisão para o Presidente da República e Governo. “Não será certamente com o voto do BE que este orçamento verá a luz do dia”, afirmou a coordenadora, que já anunciou que o partido vai votar contra a proposta.

No domingo, foi marcada a primeira reunião entre o primeiro-ministro e o secretário-geral do PS para debater o OE 2025, que se realizará na sexta-feira, às 15:00, depois de uma troca de acusações entre as duas partes, via comunicado, sobre a dificuldade de acertar a data do encontro, que os socialistas exigiam que fosse divulgado publicamente.

Depois de a reunião com o presidente do Chega ter sido noticiada pela CNN, o gabinete do primeiro-ministro emitiu um comunicado em que refere que “não há reuniões secretas na residência oficial do primeiro-ministro”.

Questionado pelos jornalistas, Montenegro defendeu que estas reuniões entre primeiro-ministro e líderes partidários sem o conhecimento da comunicação social têm “tradição democrática” e justificou-os com o empenho na viabilização do OE2025.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

APS lança formação sobre transformação digital em seguros

  • ECO Seguros
  • 23 Setembro 2024

O curso quer que os formandos compreendam o que leva à transformação digital no setor e identificar áreas passíveis de mudança, e também que saibam agir perante as mudanças. 

A Associação Portuguesa de Seguradores (APS) lançou um curso sobre a transformação digital em seguros. De acordo com a instituição, a formação fornece uma visão geral e atualizada das forças e métodos para a digitalização do negócio segurador.

O curso tem como objetivo que os formandos entendam as forças que levam à transformação digital nos seguros e como estas estão a mudar o setor segurador, assim como ter capacidade de identificar áreas e processos passíveis de transformação digital nos seguros.

Além da compreensão, pretende-se que os formandos saibam como agir na transformação digital em seguros. No final, devem saber criar uma estratégia de mudança aplicada ao seu caso e saber gerir as dificuldades da mudança.

A formação está dividida em seis partes. O plano indica que o primeiro módulo foca-se nos drivers da mudança e estratégia digital, dividido entre inteligência artificial e veículos autónomos e impactos no seguro automóvel. Seguindo-lhe as alavancas da transformação em seguros, abordando temas como a blockchain, inteligência artificial, Big Data e SAAS.

Em métodos de transformação “design thinking” e “agile” estarão sob análise e na “gestão da transformação” os formandos ficarão a par das barreiras internas e externas e os métodos da gestão da mudança”.

Os últimos módulos são “caso de transformação” e “apresentação e discussão do caso de transformação”.

O curso tem duração de 40 horas e é presencial. Decorre durante todo o dia 9, 10, 16, 17, 23 e 24 de outubro.

Para mais informações aqui.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Novas regras aprovadas para serviço postal mostram “evolução muito positiva”, avaliam os CTT

O novo diploma prevê que, a partir do próximo ano, passem a existir sete indicadores de qualidade, em vez dos anteriores 24.

Já se conhecem as novas regras para o serviço postal universal, prestado pelos CTT, que serão aplicadas a partir de 1 de janeiro de 2025. Numa reação ao diploma publicado esta segunda-feira em Diário da República, a empresa liderada por João Bento destaca a “evolução muito positiva” face ao quadro anterior.

“Sem prejuízo de uma análise mais aprofundada, os CTT entendem que os indicadores agora publicados constituem uma evolução muito positiva quando comparados com o quadro anterior, apesar de se poder ter ido mais longe na redução do desfasamento em relação à referência europeia relativamente à existência neles prevista”, comenta a empresa de correios, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

“Por decisão de 24 de outubro de 2023, a ANACOM aprovou o projeto de proposta de parâmetros de qualidade de serviço e objetivos de desempenho associados à prestação do serviço postal universal, tendo-o submetido a audição dos CTT, enquanto prestador do SU, e das organizações representativas dos consumidores, bem como a consulta do mercado”, pode ler-se no diploma publicado esta manhã.

Por deliberação de 21 de novembro de 2023, decidiu prorrogar o prazo inicial de 20 dias úteis por mais 20 dias úteis (na sequência de solicitação dos CTT para prorrogação do prazo para a sua pronúncia), tendo, em consequência, apresentado a respetiva proposta ao Governo.

O documento adianta ainda que os “PQS [parâmetros de qualidade de serviço] e objetivos de desempenho devem, nos termos do n.º 2 do artigo 13.º da Lei Postal, ser compatíveis com os níveis de qualidade de serviço fixados para os serviços intracomunitários e para os restantes serviços internacionais e garantir elevados níveis de qualidade de serviço alinhados com as melhores práticas vigentes na União Europeia”.

“Por forma a contribuir para uma melhor avaliação da qualidade dos serviços prestados, bem como para incentivar a melhoria da sua concretização, na presente definição de PQS efetiva-se uma redução do número de indicadores, que passam de 24 para 7; procede-se, igualmente, a uma simplificação na sua definição”, acrescenta o decreto-lei.

Os indicadores de qualidade incluem a demora de encaminhamento da correspondência prioritária; tempo em fila de espera; ou demora de encaminhamento da correspondência registada.

A Anacom remeteu ao Governo, no dia 2 de maio, uma proposta para obrigar os CTT a realizarem investimentos na melhoria do serviço postal, por terem violado os parâmetros de qualidade do correio em 2022, segundo avançou ao ECO fonte oficial do regulador.

Os CTT falharam todas as metas que tinham de cumprir nesse ano e, por esse motivo, outrora, teriam de compensar os utilizadores com uma descida dos preços do correio. Mas, em 2021, nas negociações do novo contrato de concessão com Pedro Nuno Santos, na altura ministro das Infraestruturas, o anterior Governo aceitou que, até à publicação de novos indicadores de qualidade, a penalização a aplicar aos CTT será sempre por via de “obrigações de investimento”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Zurich Portugal organiza atividades para reforçar parcerias com distribuidores

  • ECO Seguros
  • 23 Setembro 2024

No âmbito do projeto, o clube de voluntariado da Zurich em Portugal estabeleceu parcerias com oito instituições de solidariedade social. Através destas, os parceiros podem contribuir para três ODS.

A Zurich Portugal preparou um conjunto de ações presenciais em todo o território continental, incluindo na Madeira e nos Açores, dedicadas aos agentes e corretores. Segundo comunicado pela seguradora, os distribuidores serão convidados a contribuir para três dos 18 objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).

Jorge Duarte Pinto, diretor de Vendas e Distribuição da Zurich Portugal, em entrevista ao ECO Seguros - 24ABR24
Jorge Duarte Pinto, diretor de Vendas e Distribuição da Zurich Portugal: “Nesta rentrée vamos criar experiências de proximidade, relação e união para reforçar as nossas parcerias estratégicas e celebrar, no terreno, os valores organizacionais que nos guiam”.Hugo Amaral/ECO

As iniciativas vão decorrer ao longo desta semana sob a alçada do projeto anual “Semana ADN Zurich”. No âmbito do projeto, o clube de voluntariado da Zurich em Portugal, Missão Azul, estabeleceu parcerias com oito instituições de solidariedade social: Associação de Paralisia Cerebral de São Miguel, Banco Alimentar da Madeira, Cruz Vermelha de Braga, Cruz Vermelha de Viseu, Fundação Laura Santos, Fundação Manuel Francisco Clérigo, Refood Évora e Refood Lisboa.

Através destas instituições, os parceiros da seguradora podem contribuir para o ODS 2 – Erradicar a fome; ODS 3 – saúde de qualidade e ODS 10 – reduzir as desigualdades.

O objetivo da “Semana ADN Zurich” é reforçar parcerias e celebrar o foco no cliente convidando os seus parceiros de negócio a viver os valor organizacionais do cico 2023-2025, nomeadamente, “foco no cliente”, “excelência”, “cuidas”, “colaboração”, “inovação” e “celebrar sucessos”.

“Na Zurich, acreditamos que o sucesso dos nossos parceiros é também o nosso sucesso. Nesta rentrée vamos criar experiências de proximidade, relação e união para reforçar as nossas parcerias estratégicas e celebrar, no terreno, os valores organizacionais que nos guiam”, afirma Jorge Duarte Pinto, Head of Sales and Distribution da Zurich Portugal.

Nota que a Zurich Portugal conta com mais de 500 colaboradores e uma rede de distribuição com mais de 1.800 agentes de seguros, corretores, bancos e parcerias

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Fundo de Garantia Automóvel paga menos indemnizações mas regista mais sinistros

Simultaneamente, aumentou as receitas com 1.643.482 euros reembolsados pelos responsáveis civis dos acidentes e 15.252.083 euros pelas taxas sobre os prémios do SORCA.

O Fundo de Garantia Automóvel (FGA) pagou 6.343.087 euros em indemnizações às vítimas de automobilistas sem seguros ou desconhecidos no primeiro semestre deste ano, menos 6% que no período homólogo, mesmo com aumento de 18% na abertura de processos para 2.129.

Segundo o relatório da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), os sinistros participados de danos materiais e lesões corporais aumentaram 20% e 6%, respetivamente. Sendo que o total indemnizado pelo primeiro foi de 2,03 milhões de euros e 2,2 milhões pelos segundos, mais 5% e menos 31% face ao mesmo semestre de 2023. Ainda que os sinistros reportados com morte tenha reduzido de sete para quatro casos, o montante indemnizatório cresceu 37% para 1,98 milhões de euros.

O fundo incorreu também em despesas com a regularização de sinistros e reembolsos que cresceram 36% para 717.999 euros.

As principais fontes de receita do fundo público foram as contribuições dos tomadores de seguro obrigatório de responsabilidade civil automóvel (SORCA) e os reembolsos pelos incumpridores da obrigação do seguro que provocaram acidentes rodoviários. Nesse âmbito foram reembolsados 1.643.482 euros, mais 8% que no período homologo. Pelas taxas incidentes sobre os prémios comerciais obrigatórios do SORCA foram angariados 15.252.083 euros, mais de 7% que nos primeiros seis meses de 2023.

Aumento da circulação rodoviária no pós-pandemia empurra custos com sinistros e abertura de processos

Os novos processos e os custos com a regularização de sinistros e reembolsos têm aumentado progressivamente desde 2022, contrariando a tendência de redução verificada em 2020 e 2021 (sempre relativo ao primeiro semestre de cada ano). O FGA aponta a responsabilidade para a evolução da conjuntura económica e o aumento da circulação rodoviária, após o período da Pandemia Covid-19.

Verifica-se uma tendência de crescimento nos últimos três anos das contribuições dos tomadores de seguros obrigatórios de responsabilidade civil automóvel. Principalmente devido à inflação, que aumentou os prémios de seguros, aliada aos incentivos do governo para promover a venda de veículos elétricos. “No futuro, espera-se mesmo que o seguro Automóvel cresça a uma taxa de crescimento anual composta de 4,7% durante 2023-28”.

Cerca de 9 em cada dez sinistros participados resultam de colisão e choque entre veículos

A colisão e o choque entre veículos representam a grande maioria dos acidentes participados (87,7% do total). Verificaram-se 185 despistes (9,3%), mais 27 que igual período de 2023, 46 atropelamentos (2,3%) e ainda 15 situações de danos causados por incêndio de veículos (0,7%).

A norma de estrada mais infringida foi o incumprimento da distância de segurança entre veículos com 532 ocorrências (26,6% do total). Além disso, as manobras irregulares de marcha causaram 319 acidentes (15,9%) e a velocidade excessiva 313 acidentes (15,6%). “Outras infrações, por exemplo, desrespeito pelas regras de prioridade, início e inversão do sentido de marcha, iluminação irregular, cruzamento de veículos e estacionamento defeituoso, originaram 838 ocorrências (41,9%)”, lê-se no relatório.

No período de análise, registaram-se mais aberturas de processos no segundo trimestre, sendo que maio e junho foram os que registaram mais sinistros (336 cada).

Nota que o tempo médio de regularização dos processos a pessoas indemnizadas por danos materiais foi de 18 dias úteis, já para os danos corporais o tempo sobe para 24 dias.

O Fundo de Garantia Automóvel (FGA) é um fundo público, gerido pela Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), “responsável pelo cumprimento de obrigações indemnizatórias decorrentes de acidentes rodoviários”, quando o responsável não tem seguro de responsabilidade civil automóvel obrigatório ou quando é desconhecido.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.