Luz Saúde pretende construir hospital de 50 milhões de euros no Seixal

Dona da rede Hospital da Luz apresentou projeto para construção e um novo hospital em Corroios com 42 camas, promovendo cerca de 400 postos de trabalho.

A Luz Saúde pretende construir um Hospital da Luz na freguesia de Corroios, no concelho do Seixal. Detentora de uma rede com 28 hospitais e clínicas, a empresa já submeteu o pedido de licenciamento para construção, segundo informação prestada em comunicado.

Com um investimento de 50 milhões de euros, o projeto, a ser construído num terreno de quatro hectares, tem prevista a expansão do edifício, que, na fase inicial, terá 12 mil metros quadrados.

As valências desta nova unidade incluem internamento, bloco operatório, exames de imagem e diagnóstico, análises clínicas, urgência e consultas.

A capacidade instalada é de 42 camas, estimando-se a criação de cerca de 400 postos de trabalho. Metade da energia ali consumida deverá ser gerada por painéis fotovoltaicos incorporados no edifício, um dos aspetos da sustentabilidade ambiental.

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IL quer liberalizar mercado de carregamento de carros elétricos e simplificar pagamentos

  • Lusa
  • 22 Janeiro 2025

A IL refere que a empresa pública Mobi.e detém atualmente o monopólio do mercado de carregamentos elétricos e defende que é preciso liberalizá-lo.

A IL apresentou esta quarta-feira um projeto de lei para liberalizar o mercado de carregamento de carros elétricos, com vista a multiplicar os postos, e tornar o pagamento mais simples, sem ser necessário aplicações digitais ou acesso à internet.

Numa nota explicativa deste projeto de lei, que deu entrada no parlamento, a IL refere que a empresa pública Mobi.e detém atualmente o monopólio do mercado de carregamentos elétricos e defende que é preciso liberalizá-lo.

“O objetivo final desta proposta é fazer com que carregar um automóvel elétrico seja tão fácil como carregar um carro a combustível, impulsionando a criação de muitos mais postos de carregamento e possibilitando ao consumidor final o pagamento através de qualquer meio eletrónico, como cartões bancários normais”, lê-se.

A IL propõe assim que se liberalize o regime jurídico da mobilidade elétrica em Portugal, “fomentando uma maior concorrência no setor, simplificação de processos e um mercado mais eficiente para os consumidores que impulsione o mercado da mobilidade elétrica e da transição energética”.

“Caso a proposta passe na Assembleia da República, a IL acredita que o mercado será mais dinâmico, com melhores condições para operadores e utilizadores”, refere-se.

Entre as medidas que constam neste diploma, a IL propõe que seja eliminada a obrigatoriedade de os operadores celebrarem um contrato prévio com um Comercializador de Energia para a Mobilidade Elétrica (CEME), de forma a garantir “a liberdade de instalação de postos de carregamento”.

O partido defende também a “revogação da possibilidade de alargamento de concessões sem concurso público, especialmente nas autoestradas” e propõe que se criem mecanismos para garantir que esses concursos são transparentes na atribuição de direitos de exploração de pontos de carregamento.

Para o utilizador final, a IL propõe que se simplifiquem os pagamentos, permitindo “carregamentos ‘ad hoc‘, ou seja, sem necessidade de contratos prévios ou aplicações digitais, não discriminando utilizadores”.

Em concreto, a IL quer que passe a estar estipulado no regime jurídico da mobilidade elétrica que os operadores de pontos de carregamento têm o dever de “disponibilizar forma de pagamento ‘ad hoc‘ em todos os pontos de carregamento por si operados, nomeadamente mas não limitado à afixação de códigos QR”.

O partido sugere ainda que seja proibido descriminar entre “os preços ‘ad hoc’ cobrados aos utilizadores e os preços cobrados aos prestadores de serviços de mobilidade, nem entre os preços cobrados a diferentes prestadores de serviços de mobilidade”.

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Ex-bastonária dos enfermeiros garante em tribunal que viagens foram reais e atribui erros a descuido

  • Lusa
  • 22 Janeiro 2025

A ex-bastonária da Ordem dos Enfermeiros garantiu em tribunal ter realizado todas as viagens cujo reembolso solicitou em 2016, atribuindo ao descuido no preenchimento das declarações falsas.

A ex-bastonária da Ordem dos Enfermeiros (OE) garantiu em tribunal ter realizado todas as viagens cujo reembolso solicitou em 2016, atribuindo ao descuido no preenchimento das declarações a aparente falsidade dos percursos.

Ana Rita Cavaco, 48 anos, é um dos 13 arguidos ligados ao seu primeiro mandato à frente da OE (2016-2019) que estão a ser julgados no Tribunal Central Criminal de Lisboa, por peculato e falsificação de documento. Terão alegadamente recebido mais de 63 mil euros em ajudas de custo por viagens que não terão sido feitas.

Na acusação, o Ministério Público invoca a existência de despesas de refeição em Lisboa incompatíveis com percursos descritos pelos arguidos, entre outros aspetos.

Confrontada pelo tribunal com algumas dessas situações, Ana Rita Cavaco alegou, por um lado, que há viagens que, ao contrário do indicado, não ocorreram no mesmo dia, e, por outro, que a data das faturas de refeição pode não corresponder à do almoço ou jantar.

A ex-bastonária explicou ainda que a informação inserida numa coluna dos boletins intitulada “duração” se refere à duração do percurso em si e não das ações, muitas vezes breves, realizadas fora de Lisboa, onde se localiza a sede da OE.

A presidente do coletivo de juízes, Armandina Silva Lopes, expressou estranheza face ao esclarecimento, por, a corresponder à verdade, implicar que uma viagem de ida e volta entre Lisboa e Beja, a cerca de 175 quilómetros de distância, tenha durado quase cinco horas, e uma outra entre Lisboa e Chaves, que distam em mais de 400 quilómetros, tenha durado uma hora e 50 minutos.

“Ninguém tinha cuidado com isso”, desvalorizou Ana Rita Cavaco, acrescentando que, para efeitos de pagamento, a duração se trata de “um elemento absolutamente irrelevante”.

No caso da então líder da OE, as declarações eram preenchidas pela secretária, com base na informação prestada pela ex-bastonária.

A bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, presta declarações perante a Comissão de Saúde, requerida pelo Partido Socialista (PS), no sentido de prestar esclarecimentos sobre a afirmação de alegada prática de eutanásia no Serviço Nacional de Saúde (SNS), na Assembleia da República em Lisboa, 30 de março de 2016. TIAGO PETINGA/LUSA

Questionada sobre a eventual existência de uma agenda com as atividades da associação profissional, Ana Rita Cavaco assegurou que esta tem formato eletrónico e que, no “fim de cada mandato”, é reiniciada. “Portanto, já não tenho esse registo”, acrescentou. “Nenhum de nós fez quilómetros fictícios”, insistiu.

A ex-bastonária corroborou também a versão do seu sucessor – Luís Filipe Barreira, 50 anos, atual líder da OE e igualmente arguido no processo – que as despesas de deslocação são distintas das ajudas de custo que, como seria prática na associação profissional, constituiriam um suplemento remuneratório.

Os arguidos asseguram que se recusaram a receber os montantes depois de se terem apercebido de que não seriam tributados, enquanto o Ministério Público defende que foi precisamente para auferirem essas quantias que, entre fevereiro e novembro de 2016, forjaram os boletins de deslocação.

A partir de dezembro do mesmo ano, passou a existir um subsídio de função, tributado. O julgamento começou a 20 de janeiro.

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Pinto Luz reitera “total abertura” para “melhorar” lei dos solos

Miguel Pinto Luz afirmou, numa audição no Parlamento, “total abertura” para discutir a posição socialista sobre lei dos solos. Linha vermelha do PS acabaria por reduzir espírito de concórdia.

O Governo tem “total abertura para fazer uma discussão séria”, “adaptar e melhorar” a “lei dos solos”, de modo a incorporar as sugestões do Partido Socialista e assim assegurar o apoio necessário para assegurar a vigência da lei que vai ser alvo de uma apreciação parlamentar na sexta-feira. O ministro das Infraestruturas e Habitação reiterou que o Executivo está “disponível para discutir” com a Assembleia da República, “como estivemos sempre”, frisou Miguel Pinto Luz esta quarta-feira no Parlamento.

O Partido Socialista critica o facto de nas alterações introduzidas pelo Governo ao Regime Jurídico dos Instrumentos de Gestão Territorial ter desaparecido o conceito de “arrendamento acessível” tendo sido substituído por “preço moderado”. Numa audição, no Parlamento, a pedido do Bloco de Esquerda, que antecede a votação da lei dos solos marcada para sexta-feira, o ministro assegurou “total abertura” do Governo “para fazer discussão séria, adaptar, melhorar”. “Não temos a soberba da verdade absoluta”, frisou. Numa posição defendida pela generalidade dos intervenientes na audição, Pinto Luz preconizou a necessidade de baixar o preço das casas, o que, defende, passa por “aumentar o stock de terrenos disponíveis”.

A deputada do PS, Maria Begonha, foi taxativa: “Com o conceito original de preço moderado, não é possível o apoio do PS a este diploma. É absolutamente inultrapassável”. O diploma do Governo baseia-se na premissa de atingir um máximo de 125% sobre a mediana nacional de preço de venda dos imóveis.

Mas o ministro frisou que a negociação com os socialistas será feita noutro momento. “Não vou fazer aqui processo negocial com PS no meio da comissão”, respondeu Pinto Luz. “Aguardemos [para saber] qual é a posição do PS”, reiterando: Estamos disponíveis para discutir com esta Assembleia, como estivemos sempre”.

“O que existe agora não funcionou. O ‘HCC’ [habitação a custos controlados] com privados é absolutamente marginal”, acentuou, defendendo que “o Estado pode sempre aparecer para cofinanciar estes projetos”. O Governo fez uma análise “ao país todo”, da qual saiu a convicção de que “os preços vão baixar 20%” com a nova lei dos solos, afiançou.

“Diz que está disponível para acolher contributos, mas logo de seguida diz que não possível tornar acessível a habitação a custos controlados”, apontou a socialista Maria Begonha, que, num momento inicial do debate – antes da sua menção à linha vermelha do termo “preços moderados” presente na lei – tinha assegurado que “o PS não se opõe a movimento geral de reclassificação” dos terrenos. “A nossa preocupação é de manter limites de custos controlados e não usar conceito de custos que usou”, afirmou.

“Estamos convictos de que a lei vai ter repercussão positiva sobre preços”, assegurou o ministro, ressalvando que “seria soberba inqualificável se dissesse que isto é bala de prata para resolver problema [da falta de habitação]. Não é”. Entre outras medidas, apontou a redução do IVA na construção destes imóveis para 6%.

A deputada do PS indicou que o partido “concorda com o aumento da construção” e não está contra a construção para segmentos mais elevados da sociedade, desde que haja resposta a famílias de baixo rendimento. Mas alerta que o conceito de preço moderado “não vai baixar preço das casas, mas, pelo contrário, terá o efeito pernicioso de aumento”.

Num exemplo que já dera na audição anterior, ao autarca Isaltino Morais, apontou um apartamento de 80 metros quadrados em Oeiras, que, se construído no modelo de custos controlados, terá um preço de 239 mil euros. Com preço moderado (anexado à mediana de preços nacional), e considerando o IVA a 23%, a diferença será superior em 115 mil euros.

Lei “pela calada de dezembro”

À crítica da oposição relativa ao momento da publicação da lei dos solos, Pinto Luz rechaçou, em específico, a crítica de Joana Mortágua, do Bloco de Esquerda, de que foi feita “pela calada de dezembro”.

“Ainda bem que a opinião está a ser feita no espaço público”, afirmou, em resposta à deputada do BE, partido que, recorde-se, chamou a lei para discussão no Parlamento, no mesmo dia em que a arquiteta Helena Roseta apelou aos deputados, num artigo de opinião, que chamassem a lei para discussão pelos deputados — precisamente o que está a acontecer nesta quarta-feira, numa audição conjunta da Comissão de Economia, Obras Públicas e Habitação e da Comissão de Poder Local e Coesão Territorial.

Podíamos ter feito outra abordagem e ter vindo ao parlamento. Tínhamos consciência de que viria a acontecer. Acharíamos estranho que não acontecesse.

Miguel Pinto Luz

Ministro das Infraestruturas e Habitação

Antes da redação da lei, o Governo ouviu a Associação Nacional de Municípios Portugueses, municípios, as ordens dos arquitetos e engenheiros, notários, banca e outros intervenientes, “para poder construir algo credível para o mercado”, disse Pinto Luz.

Em seguida, respondendo a Maria Begonha – “seria obrigação do ministro ter trazido [a lei] para discussão ao Parlamento. Só estamos a discutir por iniciativa de grupo parlamentares”, disse a socialista – o governante reforçou a nota: “Podíamos ter feito outra abordagem e ter vindo ao parlamento. Tínhamos consciência de que viria a acontecer. Acharíamos estranho que não acontecesse”.

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Scholz afirma que Trump será um desafio com que a Europa saberá lidar

  • Lusa
  • 22 Janeiro 2025

Os países europeus têm uma posição “muito clara” e vão analisar “as decisões anunciadas e já tomadas pelo Presidente Trump”, disse o chanceler alemão.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, avisou esta quarta-feira que o Presidente norte-americano, Donald Trump, “será um desafio” com o qual a Europa saberá lidar, antes de um almoço de trabalho em Paris com o Presidente francês, Emmanuel Macron.

“Nesta semana, nós estamos frente a uma nova administração americana e o Presidente Trump – empossado na segunda-feira – será um desafio, mas nós sabemos pelo menos o quanto”, disse Scholz em declarações aos jornalistas no Palácio do Eliseu, junto do chefe de Estado francês.

A Europa quer “continuar a construir” com os Estados Unidos da América (EUA), país com o qual tem uma amizade de longa data, mas segundo o líder alemão, os países europeus têm uma posição “muito clara” e vão analisar “as decisões anunciadas e já tomadas pelo Presidente Trump”.

O chefe de Estado francês pediu “maior unidade, audácia, ambição e independência para os europeus”, apelando aos dois países para desempenharem “plenamente o seu papel” na construção de uma Europa “forte” e “unida”, capaz de defender os seus “interesses”, nomeadamente face aos EUA de Donald Trump, com o qual a União Europeia (UE) “conhece os riscos”.

“Mais do que nunca, cabe aos europeus, e portanto aos nossos dois países, desempenhar plenamente o seu papel na consolidação de uma Europa unida, forte e soberana”, afirmou Macron, defendendo que a UE é capaz de “afirmar os seus próprios interesses e de os defender com os seus valores e instrumentos”.

Para o chanceler alemão, “as fronteiras não devem ser redesenhadas pela força” e a extrema-direita, que “se fortifica em todos os países ocidentais”, não se “concentra na cooperação, mas na confrontação” e divisão que afeta a Europa.

“A Europa deve tornar-se mais forte e mais resiliente num mundo em movimento”, referiu Scholz, sublinhando “os tempos difíceis” que se vivem, no terceiro ano da invasão russa pela Ucrânia, que “quebrou o ordem de paz europeia” e que mostra a necessidade de união entre o “casal franco-alemão”, que celebra hoje 62.º anos do Tratado do Eliseu, de amizade e de “reconciliação entre a França e a Alemanha”.

A prioridade da UE deve ser a competitividade das suas empresas, através de “uma agenda de simplificação” da burocracia, com destaque para os setores-chave da indústria automóvel, química e siderúrgica, bem como a inteligência artificial e o espaço, mas também garantir a sua própria segurança, “reduzindo a dependência” estratégica e a concorrência desleal, segundo Scholz.

Nos dias 10 e 11 de fevereiro, Paris acolherá uma cimeira sobre a Inteligência Artificial para reforçar a capacidade de atração da Europa.

Este encontro ocorre a um mês das eleições legislativas alemãs, em 23 de fevereiro, nas quais o democrata-cristão Friedrich Merz é favorito e em que a França espera “voltar a unir-se verdadeiramente” à Alemanha e “dar um impulso à Europa”, anunciou de manhã a porta-voz do Governo francês, Sophie Primas, no Conselho de Ministros.

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Inapa Portugal falha plano de revitalização e deve seguir para insolvência

O administrador do processo informou que não é possível um programa de revitalização da empresa em Portugal, que emprega cerca de 200 pessoas.

Falharam as tentativas da Inapa Portugal para tentar recuperar a empresa. A distribuidora de papel em Portugal, que tinha apresentado um pedido para entrar em processo de revitalização especial (PER), numa tentativa de salvar a empresa na sequência da insolvência do grupo, não conseguiu viabilizar um plano de revitalização e deverá avançar para a insolvência.

O administrador judicial Bruno Costa Pereira, que também tinha ficado com o processo de insolvência do grupo, emitiu um requerimento onde vem “esclarecer que a devedora informou da impossibilidade de viabilização de um plano de revitalização, pelo que deve ser dado por encerrado o período de negociações”.

Falhado o PER, a Inapa Portugal, que emprega cerca de 200 trabalhadores, deverá ter a mesma sorte da holding, a Inapa IPG, e seguir para insolvência.

“Em face do exposto, o signatário protesta juntar aos autos parecer sobre se a devedora se encontra em situação de insolvência, nos termos do disposto no art. 17º-G, n.º 3 do CIRE, no prazo de 10 dias após auscultação da devedora e dos credores, tendo, para o efeito concedido prazo de cinco dias”, escreve o administrador judicial Bruno Costa Pereira.

Na sequência do pedido de insolvência entregue pela Inapa IPG, após uma falha de liquidez de 12 milhões de euros na Alemanha que forçou a empresa a entregar o pedido de insolvência no país, com repercussão em todo o grupo, a Inapa Portugal entrou com um pedido de PER no início de setembro.

Apesar da “situação de rotura iminente de tesouraria” da casa-mãe (Inapa – Investimentos, Participações e Gestão, S.A), a administração da empresa em Portugal considerava que era “possível recuperar a Inapa Portugal e mantê-la em atividade como uma sociedade economicamente rentável”, defendiam então os administradores.

Além disso, justificavam o pedido de PER com o “facto da situação financeira da Inapa Portugal, em particular a sua tesouraria, ter sido negativamente impactada pela declaração de insolvência da Inapa IPG, a sua acionista única, o que causou a antecipação do vencimento dos financiamentos da Inapa Portugal garantidos pela Inapa IPG, assim como uma maior dificuldade da Inapa Portugal em garantir abastecimento de papel junto dos seus fornecedores”, de acordo com o comunicado enviado à CMVM em setembro.

A decisão do administrador judicial surge um dia depois do caso Inapa ter levado ao parlamento o ex-CEO Frederico Lupi e o ex-presidente da Parpública, a maior acionista da empresa, com cerca de 45% do capital.

Lupi voltou a defender a sua gestão, atirando culpas à Parpública, acusando-a de não ter viabilizado nenhum dos planos de reforço de financiamento apresentados desde 2020, para fortalecer os capitais da Inapa.

Já Realinho Matos argumentou que os problemas da empresa eram muito maiores do que os “famosos” 12 milhões de que a empresa precisava para evitar a falência na Alemanha e disse que a onda de aquisições realizada pela companhia criou uma “situação impossível”.

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Católica estima crescimento de 2,1% no quarto trimestre e 1,7% no conjunto de 2024

  • Lusa
  • 22 Janeiro 2025

NECEP estima que a economia portuguesa cresceu 1,7% no conjunto do ano de 2024, o que fica abaixo da previsão do Governo, que apontava para 1,8% no Orçamento do Estado para 2025.

A economia portuguesa terá crescido 2,1% no quarto trimestre de 2024, em termos homólogos, e 1% em cadeia, segundo as previsões divulgadas esta quarta-feira pelo Católica-Lisbon Forecasting Lab (NECEP).

Tendo em conta esta projeção para o último trimestre, o NECEP estima que a economia portuguesa cresceu 1,7% no conjunto do ano de 2024, o que fica abaixo da previsão do Governo, que apontava para 1,8% no Orçamento do Estado para 2025.

Na Síntese da Folha Trimestral de Conjuntura, o NECEP tem também previsões para este ano, sendo que o “ponto central da estimativa de crescimento da economia portuguesa foi revisto em alta em 0,4 pontos percentuais para 2,2% em 2025, na sequência do crescimento elevado do final do ano passado e do associado efeito de arrastamento (‘carry-over’) para este ano“. Esta estimativa fica acima das previsões do Ministério das Finanças, que são de um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,1% este ano.

para 2026, “a perspetiva é agora no sentido da manutenção deste ritmo de crescimento de 2,2%, ou seja, 0,2 pontos percentuais acima do crescimento tendencial que é estimado em 2,0%”, lê-se na nota do NECEP.

Quanto à economia da Zona Euro, esta deverá registar um crescimento do PIB de 1% em 2025 e 1,3% em 2026, segundo as estimativas da Católica.

“Mantém-se, assim, o risco de uma recessão suave, particularmente na Alemanha”, alertam os economistas, sendo que “os excessos de compromissos financeiros e da política monetária dos anos da pandemia subsistem nas economias europeia e norte-americana“.

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Mota-Engil contesta vencedor ‘chinês’ no concurso da STCP para oito autocarros elétricos

  • Lusa
  • 22 Janeiro 2025

Em causa está a adjudicação à Green Urban Mobility, representante da chinesa Zhongtong, de oito autocarros elétricos 'midi' e estações de carregamento, no valor de 2,9 milhões de euros.

A Mota-Engil Renewing impugnou o fornecimento de oito autocarros elétricos ‘midi’ à Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP), considerando que a sua proposta não devia ter sido excluída e que a adjudicação a uma concorrente é ilegal.

De acordo com um processo que deu entrada o Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) do Porto no final do ano passado, a que a Lusa teve acesso, a Mota-Engil Renewing “impugna o ato de exclusão da proposta por si apresentada ao concurso público” do fornecimento dos autocarros, bem como do ato de adjudicação à Green Urban Mobility Solutions (GUMS), cuja proposta não tinha sido admitida no primeiro relatório preliminar, mas cuja decisão foi revertida e classificada em primeiro lugar.

Em causa está a adjudicação à Green Urban Mobility, representante da chinesa Zhongtong, de oito autocarros elétricos ‘midi’ (nove metros de comprimento) e estações de carregamento, no valor de 2,9 milhões de euros.

Em outubro, a Lusa tinha noticiado que a Mota-Engil Renewing foi a empresa mais bem classificada no relatório preliminar do concurso público, a um preço de 2,75 milhões de euros, mas a STCP salientou, à data, que não tinha sido feita qualquer adjudicação, faltando a audiência prévia e o relatório final.

À data do relatório preliminar tinham sido admitidas propostas da Mota-Engil, CaetanoBus, Nam Kwong Portugal e Splendid Eagle, e excluídas a da UIC – Unidade de Indústria Auto Mecânica do Centro e a da GUMS. Mas em fases posteriores do procedimento a proposta da Green Urban Mobility foi readmitida. Já as propostas da Mota Engil, Caetano Bus, Nam Kwong e Splendid Eagle foram excluídas, ficando a da GUMS como a única válida.

De acordo com a defesa da Mota-Engil no processo que deu entrada no TAF, a sua proposta “não padece de vícios que possam determinar a sua exclusão”. E mesmo que se entendesse que a sua proposta deveria ser excluída, “não poderia igualmente deixar de se excluir a proposta” da GUMS, acusando ainda o júri do concurso de adotar “dois pesos e duas medidas”.

Estamos convictos de que todas as fases do concurso foram conduzidas de forma rigorosa e em plena conformidade com os requisitos legais.

Fonte oficial da STCP

Contactada pela Lusa, fonte oficial da STCP refere que a empresa “está totalmente confiante e tranquila quanto à legalidade e transparência de todo o processo relacionado com o concurso para a aquisição dos oito autocarros elétricos ‘midi’”.

“Estamos convictos de que todas as fases do concurso foram conduzidas de forma rigorosa e em plena conformidade com os requisitos legais. Aguardamos, com serenidade, a decisão do tribunal, certos de que a nossa posição será devidamente reconhecida”, apontou.

Quais os argumentos da Mota-Engil?

Os argumentos para exclusão da proposta da Mota-Engil abrangem critérios técnicos como o tipo de pavimento dos autocarros, o prazo mínimo de garantia das baterias elétricas dos autocarros, o sistema de som, tomadas de ar comprimido e os vidros para-brisas.

Quanto ao tipo de pavimento, a Mota-Engil argumenta que a sua proposta não viola o caderno de encargos e que o argumento para a sua exclusão reside num critério opcional. Relativamente ao prazo das baterias, refere que a sua proposta “não indica um prazo mínimo de garantia inferior ao limite mínimo de oito anos previsto” no caderno de encargos do concurso, e que além disso os packs de baterias da concorrente GUMS “são iguais aos identificados”, mas não foram excluídos.

Relativamente ao sistema de som, a Mota-Engil refere que a sua proposta não pretende impor à STCP “o fornecimento de coluna de som”, como argumentado para a exclusão, referindo ainda relativamente às duas tomadas de ar comprimido exigidas não existir “nenhum local da proposta […] em que se indique que o autocarro terá apenas uma tomada de emergência de ar comprimido”. Já quanto ao para-brisas, segundo a Mota-Engil, “refere-se claramente que (…) é constituído por duas peças”, conforme exigido, e não por um, como argumentado para a exclusão.

A Mota-Engil considera ainda que a proposta vencedora da Green Urban Mobility apresenta uma lotação do veículo inferior ao pedido no concurso, falta de documentação técnica relativamente à largura dos autocarros e falta de prova de existência de duas tomadas de emergência de ar comprimido.

A Mota-Engil Renewing acusa ainda o júri de, nuns casos, “atender à informação constante do mapa de quantidades e características, e, noutros casos, ignorar completamente a informação constante desse mesmo documento”, acusando o júri de uma “manifesta duplicidade de critérios”.

 

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PS questiona Governo sobre encerramento da fábrica Cablerías em Valença

  • Lusa
  • 22 Janeiro 2025

Deputados socialistas querem explicações sobre "o acompanhamento feito pelo Ministério da Economia sobre a situação da empresa, antes e depois do pedido de insolvência".

O grupo parlamentar do PS pediu esclarecimentos ao ministro da Economia sobre as medidas que podem ainda ser tomadas com vista à salvaguarda da empresa Cablerías, em Valença, e dos trabalhadores, foi divulgado esta quarta-feira.

A Cablerías de Valença, no distrito de Viana do Castelo, que fabrica componentes para o setor automóvel, tem cerca de 250 trabalhadores, sobretudo mulheres.

Na terça-feira, a assembleia de credores da fábrica, declarada insolvente e com uma dívida de cerca de sete milhões de euros, aprovou por unanimidade a liquidação da empresa.

Na ocasião, em declarações à agência Lusa, Ana Filipe, advogada de 49 trabalhadores, disse que “a empresa já não é viável e que, na assembleia de credores, não foi apresentado qualquer plano de recuperação”.

No requerimento entregue, na terça-feira, na Assembleia da República e que a Lusa teve acesso esta quarta-feira, os deputados socialistas Marina Gonçalves, José Costa, Hugo Costa, João Torres, José Carlos Barbosa e Ricardo Costa querem ainda explicações sobre “o acompanhamento feito pelo Ministério da Economia, direta ou indiretamente, nomeadamente através da IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação, da situação desta empresa, antes e depois do pedido de insolvência”.

“Que soluções existiriam para garantir empresas estratégicas como a Cablerías, tendo em consideração que os problemas da empresa não se prendem com a falta de encomendas”, questionam os deputados socialistas.

No documento, o PS refere que o grupo espanhol “sempre foi considerado um pilar fundamental, na esfera nacional e internacional, para o setor automóvel, com a produção de sistemas de cablagem de distribuição elétrica e eletrónica”.

“Sediada em Espanha, trata-se de uma empresa com décadas de história, presente em Portugal desde 2009, alicerçada na competência técnica de tantos e tantos trabalhadores de excelência técnica e de características difíceis de substituir”, adiantam os socialistas.

Acrescentam que, “apesar do trabalho consistente junto de muitas empresas, e apesar de continuar com níveis de encomenda em linha com o passado, nos últimos tempos a empresa viu-se confrontada com dívidas avultadas, sem que fossem encontrados instrumentos capazes de responder atempadamente à situação da empresa”.

“Isto levou a empresa a avançar com um pedido de insolvência, deixando mais de 250 trabalhadores sem emprego, e deixando um setor estratégico do cluster automóvel desprovido de uma das suas componentes com concretização em Portugal”, frisam.

As dificuldades da empresa prendem-se, não tanto com a falta de trabalho, mas com a liquidez a curto e médio prazo que poderia ter outros soluções ou instrumentos de salvaguarda do que as que existiriam, ou não existiram.

PS

Segundo o PS, “as dificuldades da empresa prendem-se, não tanto com a falta de trabalho, mas com a liquidez a curto e médio prazo que poderia ter outros soluções ou instrumentos de salvaguarda do que as que existiriam, ou não existiram”.

Os deputados dizem ter reunido “com os representantes dos trabalhadores para fazer um ponto de situação e conhecer o acompanhamento que as entidades públicas e os responsáveis políticos estavam a fazer, nomeadamente na componente social que envolve dezenas de trabalhadores e na componente económica decorrente do encerramento de uma empresa central para o setor automóvel”.

Segundo a advogada Ana Filipe, a empresa tem uma dívida de cerca de cinco milhões de euros “especialmente a empresas de trabalho temporário” e cerca de dois milhões de euros de dívida a trabalhadores, o que totaliza sete milhões de euros.

“A empresa não tem ativo para fazer face às dívidas”, resumiu.

Ana Filipe explicou que a empresa de Valença também é “credora da empresa mãe em Espanha, que era o principal cliente”.

“A divida deles para a Cablerías portuguesa é à volta de 1,5 milhões de euros”, indicou.

A fábrica de Valença “não encerra este mês”, mas a advogada disse acreditar pouco no aparecimento de algum interessado em comprar a empresa.

“A empresa continua a trabalhar, não encerrou definitivamente. No próximo mês far-se-á a avaliação de encomendas. À partida este mês não encerra. Em fevereiro logo se verá”, afirmou.

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Açores agilizam pedidos de pagamento do PRR

  • Lusa
  • 22 Janeiro 2025

Análise dos pedidos de pagamento, verificações de documentação e verificações no local passam a ser feitas pela Direção Regional do Desenvolvimento Rural e não pelo Instituto de Alimentação.

O Governo Regional dos Açores alterou um decreto regulamentar regional para agilizar os pedidos de pagamento dos apoios à transformação e comercialização de produtos agrícolas, criados em 2022, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

“A prossecução do interesse público exige uma gestão orientada por critérios de eficácia, eficiência e de qualidade, pelo que se concluiu pela necessidade de agilizar os pedidos de pagamento aos apoios em causa, através da clarificação do respetivo procedimento, a adotar pela Direção Regional do Desenvolvimento Rural”, lê-se na segunda alteração ao decreto regulamentar regional 23/2022/A, de 15 de novembro, publicada esta quarta-feira em Diário da República.

O decreto de 2022 regulamenta os “regimes de apoio à inovação de produtos e processos de produção e organização, à transição verde e à transição digital, destinados à reestruturação de empresas regionais do setor de transformação e comercialização de produtos agrícolas”.

A medida foi criada no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), integrando os “apoios diretos à recuperação e resiliência das empresas” do investimento “Relançamento Económico da Agricultura Açoriana”.

A alteração prevê que a análise dos pedidos de pagamento e as verificações de documentação e verificações no local passem a ser feitas pela Direção Regional do Desenvolvimento Rural, quando na anterior versão essas competências eram atribuídas ao Instituto de Alimentação e Mercados Agrícolas (IAMA).

A partir de agora, a Direção Regional do Desenvolvimento Rural “analisa os pedidos e emite parecer, do qual resultam o apuramento da despesa elegível e do montante a pagar ao beneficiário, bem como a validação da despesa, o qual é enviado ao IAMA, a quem compete a decisão dos mesmos”.

As verificações no local, que antes eram feitas “antes da realização do pagamento final”, passam a ser “realizadas aquando da apresentação do último pedido de pagamento”, mantendo-se a hipótese de ocorrerem outras verificações se o IAMA “entender necessário”.

Os pedidos de pagamento que se encontrem em análise à data da entrada em vigor do diploma (na quinta-feira) serão “analisados pela Direção Regional do Desenvolvimento Rural”.

O diploma prevê a atribuição de apoios para “a realização de investimentos em setores de atividade relacionados com a transformação e, ou, comercialização de produtos agrícolas”, que podem ser comparticipados em 75%, nas pequenas e médias empresas, ou em 50% noutras empresas.

Em novembro de 2022, o presidente do Governo Regional dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM), José Manuel Bolieiro, disse que estava orçamentado para esta medida um valor de 9 milhões de euros.

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Tribunal de Coimbra pede perícia e adia julgamento da Brisa por colapso na A14

  • Lusa
  • 22 Janeiro 2025

Duas empresas do grupo Brisa, assim como quatro responsáveis dessas entidades à altura dos factos, respondem por um crime de infração de regras de construção. O caso remonta a 2016.

O Tribunal de Coimbra pediu uma perícia sobre o colapso de um troço da A14, na Figueira da Foz, em 2016, e adiou o arranque do julgamento de duas empresas do grupo Brisa suspeitas de responsabilidades no caso.

Duas empresas do grupo Brisa (Brisa Concessão Rodoviária e Brisa Gestão de Infraestruturas – BGI), assim como quatro responsáveis dessas entidades à altura dos factos, respondem por um crime de infração de regras de construção, com o Ministério Público a acusar os arguidos de ignorarem os avisos sobre o risco de colapso do troço da A14, autoestrada que liga Coimbra à Figueira da Foz, em 02 de abril de 2016.

O julgamento estava marcado para começar esta quarta-feira, mas a juíza que preside ao coletivo considerou que, ao se tratar de uma questão “muito técnica, que exige conhecimentos específicos”, seria importante pedir uma perícia sobre o colapso daquele troço a uma entidade isenta e independente.

A magistrada afirmou que, ainda em sede de pronúncia, foram apresentadas opiniões diferentes em torno de questões de natureza técnica sobre aquele caso, tendo até sido apresentado um parecer técnico que foi junto aos autos, em sede de contestação por parte da defesa.

Nesse sentido, o coletivo de juízes entendeu que antes de se avançar para julgamento deveria haver um relatório por uma entidade independente, tendo sido sugerido que a perícia fosse feita pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC).

A juíza disse ainda que não há risco de prescrição do crime, sugerindo um prazo máximo de dois meses para que a perícia esteja concluída.

Segundo a acusação a que a agência Lusa teve acesso, o colapso do troço deveu-se às estruturas tubulares de aço utilizadas para passagens inferiores agrícolas ou hidráulicas, que precisam regularmente de reforço estrutural, face à oxidação do aço.

Uma inspeção daquela obra foi feita em fevereiro de 2012 e foi percetível a existência de corrosão e escorrências de água, mas os problemas registados foram-se agravando com o tempo, tendo sido detetada, em maio de 2015, uma depressão no pavimento com cerca de três centímetros.

Ainda nesse mês, dois engenheiros da BGI deslocaram-se ao local e identificaram “anomalias significativas” em todos os tubos, tendo elaborado um documento técnico em que recomendavam o corte imediato da via da direita no sentido Figueira da Foz – Coimbra, monitorização constante da plataforma e implementação com caráter de urgência do escoramento (reforço) em todos os tubos.

Porém, segundo o Ministério Público, quer os responsáveis da BGI quer os administradores da Brisa, após terem tido conhecimento do documento técnico, ignoraram as recomendações, à exceção do corte da via da direita, que foi feito à revelia da entidade fiscalizadora.

Os responsáveis acabaram por decidir fazer o reforço apenas da estrutura mais afetada e apenas de forma parcial, numa intervenção sem projeto ou caderno de encargos, notou o MP.

A 2 de abril de 2016, o pavimento cedeu inicialmente com uma depressão de cerca de 40 centímetros de profundidade, por onde ainda passaram cinco carros e cujos condutores perderam momentaneamente o controlo das suas viaturas, afirmou o MP. O aluimento terá causado danos na A14 de cerca de um milhão de euros.

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Atenção colecionadores: acaba de sair a quarta garrafa histórica Taylor’s

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 22 Janeiro 2025

Chama-se The Globe e é a nova garrafa da Historical Collection, a coleção de edições limitadas de garrafas históricas, que a Taylor’s iniciou em 2017, aquando da celebração do seu 325º Aniversário.

Desde 1692 que a Taylor’s – uma das primeiras e históricas casas de vinho do Porto – se dedica exclusivamente à produção de vinhos do Porto de grande qualidade, desde o plantio da vinha e cultivo das uvas à elaboração, envelhecimento e engarrafamento dos vinhos. A empresa, que mantém a gestão familiar desde a fundação, é considerada, por muitos apreciadores, como a casa do vinho do Porto por excelência, conhecida pelos seus elegantes Porto vintage (foi a criadora do LBV, Late Bottled Vintage), que estão entre os mais procurados e colecionáveis.

E, precisamente a pensar nos colecionadores, a Taylor’s acaba de lançar a sua quarta garrafa histórica. O The Globe, a mais recente novidade em edição limitada da Historical Collection, oferece aos entusiastas do vinho do Porto a oportunidade de adquirir uma peça histórica, elegantemente encapsulada numa garrafa que combina tradição e elegância.

A garrafa, inspira-se no design de “caule e globo”, prevalente nas garrafas de vinho inglesas do século XVII, na época em que as garrafas eram moldadas através de técnicas de sopro à boca, numa Inglaterra em transição entre fornos alimentados a madeira para fornos movidos a carvão. Estes vasos de forma esférica, com paredes mais espessas, eram ideais para armazenamento e serviço, refletindo o trabalho artesanal meticuloso da época. Como precursora da icónica garrafa “cebola”, que viria a tornar-se sinónimo da Taylor’s em 1692, a The Globe presta homenagem a este desenvolvimento crucial na história da produção do Vinho do Porto.

Esta garrafa, agora lançada, apresenta gravado o símbolo ‘4XX’, uma referência à primeira marca registada conhecida da empresa, que data da sua fundação. Uma marca distintiva que faz uma alusão ao legado da Taylor’s como um dos nomes mais respeitados do setor do Vinho do Porto.

E o vinho? Elaborado a partir de componentes cuidadosamente selecionados de vinhos do Porto escolhidos das extensas reservas de tawnies da Taylor’s, o The Globe consubstancia a riqueza e a complexidade pelas quais a Taylor’s é reconhecida. O lote foi meticulosamente construído para oferecer um perfil equilibrado e harmonioso, com um final distinto e robusto, fruto do lento e longo envelhecimento dos vinhos nas pipas das caves da casa em Vila Nova de Gaia.

David Guimaraens, diretor-técnico e de enologia da Taylor’s, enalteceu o lote, afirmando: “A excecional riqueza e a profundidade de sabor que definem o estilo da Taylor’s estão vividamente expressas neste vinho. O final culmina de forma notavelmente longa e distinta, evidenciando a arte de fazer e envelhecer vinho que foi aperfeiçoada ao longo de gerações”.

Adrian Bridge, diretor-geral da Taylor’s, sublinhou o empenho da empresa em celebrar a rica herança do Vinho do Porto, ao mesmo tempo que abraça a inovação. “Apresentadas em garrafas personalizadas e colecionáveis, e em embalagens elegantes, estas edições limitadas têm tudo para cativar tanto os conhecedores dedicados do Vinho do Porto como os novos apreciadores”. Bridge destacou também o apelo universal do The Globe: “o seu design atemporal e a sua importância histórica fazem desta garrafa o presente ideal para qualquer ocasião, personificando a essência da arte de fazer vinho e da tradição”. The Globe estará disponível nas garrafeiras da especialidade no final deste mês.

The Globe
Historical Collection
Taylor’s
Preço: 40 euros

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