Von der Leyen pede a Pequim para evitar “nova escalada” na questão das tarifas

  • Lusa
  • 8 Abril 2025

Numa conversa telefónica com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, a presidente da Comissão Europeia destacou ainda o acesso das empresas, produtos e serviços europeus ao mercado da China.

A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, pediu que se “evite uma escalada” na sequência das tarifas aduaneiras impostas pelos Estados Unidos, durante uma conversa telefónica com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang.

Segundo um comunicado do executivo comunitário, durante o telefonema, “a presidente apelou a uma solução negociada para a situação atual, sublinhando a necessidade de evitar uma nova escalada”.

Von der Leyen apontou também a importância vital da estabilidade e da previsibilidade para a economia mundial.

Em resposta à perturbação generalizada causada pelos direitos aduaneiros dos Estados Unidos, a líder do executivo comunitário sublinhou a responsabilidade da Europa e da China, “enquanto dois dos maiores mercados mundiais”, de apoiar um sistema comercial sólido e reformado, livre, justo e assente em condições de concorrência equitativas.

Recordou igualmente a urgência de soluções estruturais para reequilibrar as relações comerciais bilaterais e garantir um melhor acesso das empresas, produtos e serviços europeus ao mercado chinês.

Por último, Ursula von der Leyen reafirmou junto do primeiro-ministro chinês o apoio firme da UE a uma paz justa e duradoura na Ucrânia, salientando que as condições de paz devem ser determinadas pela Ucrânia. Convidou a China a intensificar os seus esforços para contribuir de forma significativa para o processo de paz.

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Portugal Ventures investe 5,5 milhões de euros em startups de Leiria

A terceira edição da Call Leiria Crescimento decorre até 18 de maio. As duas edições anteriores receberam 89 candidaturas, tendo sido investidas quatro.

Bhout, Glartek, Leadzai e a Mantis AI são as quatro startups investidas pela Portugal Ventures no âmbito das duas edições da Call Leiria Crescimento, num total de 5,5 milhões de euros. As candidaturas para a terceira edição arrancam esta terça e decorrem até 18 de maio.

“A conclusão destas quatro operações de investimento representa uma forte aposta no potencial empreendedor da Região de Leiria, que queremos continuar a promover e apoiar nesta nova edição da Call Leiria Crescimento. Reforçamos o nosso portefólio, temos mais investimentos na região em pipeline e queremos que o Fundo Regional de Leiria seja um exemplo a replicar em outras regiões do país. Vamos continuar a explorar o potencial de inovação de Leiria, investindo em empresas inovadoras, que tragam valor acrescentado para a região”, diz Pedro de Mello Breyner, vogal do executivo da Portugal Ventures, citado em comunicado.

As duas primeiras edições desta iniciativa, que decorreram entre junho e janeiro, receberam 89 candidaturas, com um montante de investimento solicitado de 64,1 milhões de euros. Os projetos submetidos foram maioritariamente dos setores de digital & tecnologia e indústria & tecnologia.

As startups Bhout (onde a Portugal Ventures já tinha investido em 2022 no âmbito da Call INNOV-ID), Glartek, Leadzai e a Mantis AI foram as investidas através destas duas calls, num total de 5,5 milhões de euros.

A Portugal Ventures não revela qual o montante atribuído a cada uma das startups. “Os contratos de investimento estão protegidos por cláusulas de confidencialidade, pelo que não poderemos divulgar o montante por startup”, diz fonte oficial da sociedade de capital de risco do Banco Português de Fomento (BPF).

Mas as regras da call preveem um investimento entre 250 mil euros a 1,5 milhões de euros por empresa, nas fases seed, startup, later stage venture (séries A, B e C), com sede na Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL) ou que aí pretendam estabelecer-se com presença e operações significativas.

Nova call até 18 de maio

Os investimentos foram realizados pela Portugal Ventures através do Fundo de Capital de Risco “Região de Leiria Crescimento”, uma parceria entre o BPF, no âmbito do Programa de Venture Capital apoiado pelo PRR, a NERLEI CCI e empresas da Região de Leiria, e a partir de hoje, 8 de abril, arrancam as candidaturas para uma terceira edição, a decorrer até 18 de maio.

“As empresas candidatas deverão enquadrar-se no verticais de investimento da Portugal Ventures: Digital & Tecnologia, Indústria & Tecnologia, Tecnologias da Saúde e Turismo; bem como atuar nas seguintes áreas: Economia verde e eficiência energética; TIC e Smart mobility; Ciências da Vida e Biotecnologia; Outros projetos de impacto“, refere a Portugal Ventures, em comunicado.

O objetivo é permitir acesso a financiamento a capital de risco a “projetos empresariais para a criação de empresas em fase de arranque”, a projetos de “crescimento, expansão e internacionalização”, para desenvolvimento de novos produtos ou “promoção do investimento de empresas maduras em projetos de inovação e investigação, desenvolvimento de ligações e sinergias entre empresas, centros de I&D e o ensino superior.

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Euribor desce a 3, 6 e 12 meses para novos mínimos de mais de dois anos

  • Lusa
  • 8 Abril 2025

Esta terça-feira, a taxa Euribor desceu em todos os prazos: a três meses para 2,293%, a seis meses para 2,193% e a 12 meses para 2,107%.

A taxa Euribor desceu esta terça-feira a três, a seis e a 12 meses para mínimos desde janeiro de 2023 e novembro e setembro de 2022. Com estas alterações, a taxa a três meses, que baixou para 2,293%, ficou acima da taxa a seis meses (2,193%) e da taxa a 12 meses (2,107%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, recuou, ao ser fixada em 2,193%, menos 0,082 pontos e um novo mínimo desde 01 de novembro de 2022.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor também recuou, para 2,107%, menos 0,103 pontos e um novo mínimo desde 13 de setembro de 2022.
  • No mesmo sentido, a Euribor a três meses, que está abaixo de 2,5% desde 14 de março, desceu, ao ser fixada em 2,293%, menos 0,069 pontos.

Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a fevereiro indicam que a Euribor a seis meses representava 37,52% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,50% e 25,72%, respetivamente.

Em termos mensais, a média da Euribor em março voltou a descer a três, a seis e a 12 meses, mas menos intensamente que nos meses anteriores. A média da Euribor a três, a seis e a 12 meses em março desceu 0,083 pontos para 2,442% a três meses, 0,075 pontos para 2,385% a seis meses e 0,009 pontos para 2,398% a 12 meses.

Como antecipado pelos mercados, o Banco Central Europeu (BCE) decidiu em março reduzir, pela quinta vez consecutiva em seis meses, as taxas de juro diretoras em um quarto de ponto, para 2,5%. A presidente do BCE, Christine Lagarde, deu a entender que a instituição está preparada para interromper os cortes das taxas de juro em abril. A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 16 e 17 de abril em Frankfurt.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Governo dá prémio de 65 milhões aos funcionários do Fisco pela cobrança coerciva de impostos

Trabalhadores da Autoridade Tributária voltam a receber 5% da receita das cobranças coercivas, a percentagem máxima prevista na lei, segundo a portaria assinada pelo Ministério das Finanças.

Os trabalhadores da Autoridade Tributária (AT) vão receber um bónus de 5% da cobrança coerciva de impostos realizada em 2023, a percentagem máxima prevista na lei, segundo uma portaria do Ministério das Finanças publicada esta terça-feira em Diário da República. Como nesse ano, o Estado teve um encaixe de 1.294,9 milhões de euros, os funcionários do Fisco terão direito a um prémio de 64,7 milhões de euros, uma subida de 21% face aos 53,6 milhões de euros que tinham ganho no ano anterior.

“A atribuição de tal receita resulta da avaliação do desempenho e produtividade dos serviços da AT, em função do grau de execução dos planos de atividades, bem como do cumprimento dos objetivos globais definidos”, justifica o diploma, assinado pela secretária de Estado dos Assuntos Fiscais, Cláudia Reis Duarte.

Assim, “atendendo à importância e inadiabilidade da determinação da percentagem a afetar ao Fundo de Estabilização Tributário (FET)”, o Governo, pela secretária de Estado dos Assuntos Fiscais, decidiu tranferir a percentagem máxima prevista na lei, “fixada em 5% do montante constante da declaração anual do diretor-geral da Autoridade Tributária e Aduaneira de 31 de janeiro de 2024, relativamente ao ano de 2023″, estabelece a mesma portaria.

O valor da cobrança coerciva de dívidas fiscais ascendeu a 1.294,9 milhões de euros em 2023, mais 20,9% face ao ano anterior, segundo a Conta Geral do Estado (CGE) relativa a esse ano.

Para este acréscimo contribuíram, essencialmente, o imposto sobre o rendimento das pessoas singulares (IRS), com um acréscimo de 24,3%, o imposto sobre o valor acrescentado (IVA), com um aumento de 15,2%, e nos juros de mora, de 34,8%. Apenas se observou um decréscimo pouco significativo na recuperação de dívidas relativas ao Imposto do Selo (IS) e nas reposições não abatidas nos pagamentos, de 23,1% e 37,8%, respetivamente, o correspondente a cerca de 3,4 e 0,4 milhões de euros.

O IRS é o imposto com o maior peso das dívidas fiscais recuperadas (29,7%), totalizando 384,8 milhões de euros, seguido pelo IRC (14,8%), com um total de 191,2 milhões de euros, e pelo IVA (23,3%), que ascendeu a 301,3 milhões de euros. Por outro lado, as reposições não abatidas nos pagamentos têm o menor peso das dívidas fiscais recuperadas (0,1%), seguida pelo imposto do selo (1%).

De acordo com a CGE, a receita por cobrar pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) – passado o prazo de cobrança voluntária – ascendeu a 26.757,7 milhões de euros no final de 2023, representando um aumento de 10,2% face ao valor de 2022. O documento indica que “para esta evolução contribuiu o aumento de 721,4 milhões de euros (+10,1%) da dívida ativa e de 1726,6 milhões de euros (+19,9%) da dívida incobrável”.

No final de 2023, 29,9% da carteira correspondia a dívida ativa, 31,6% a suspensa e 38,9% classificada como incobrável.

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Fábrica Siemens de Corroios ‘carrega’ autocarros elétricos em Itália

  • Joana Abrantes Gomes
  • 8 Abril 2025

Unidade portuguesa da multinacional alemã, que exporta 95% da produção e emprega 4.000 pessoas, selecionada para fornecer pontos de carregamento a operadora de transportes públicos na Toscânia.

A unidade da alemã Siemens em Corroios foi selecionada como parceira tecnológica de dois projetos de mobilidade elétrica em Itália, designadamente o fornecimento de pontos de carregamento à Autolinee Toscane, um operador de transportes públicos nas cidades de Florença, Prato e Lucca, e a implementação de infraestrutura de carregamento avançada para mais de 120 localizações da IPLANET.

No caso da parceria com a Autolinee Toscane, o projeto inclui um total de 73 pontos de carregamento SICHARGE UC, produzidos na fábrica de Corroios da Siemens e capazes de fornecer 100 e 150 kW de potência. O suficiente para carregar, se necessário, um autocarro em apenas duas ou três horas, diz a empresa.

Adicionalmente, a Siemens é responsável pelo fornecimento dos sistemas de distribuição elétrica em média e baixa tensão, com interruptores com módulos IoT. A empresa forneceu ainda o DepotFinity, uma plataforma de software para monitorizar, reportar, programar e gerir as operações de carregamento nos entrepostos.

No que toca ao projeto com a IPLANET, uma fornecedora de soluções para a transição energética, a Siemens foi encarregada de equipar mais de 120 locais de logística com infraestruturas avançadas de carregamento, sistemas integrados de ponto de venda (POS) em conformidade com o Regulamento de Infraestruturas de Combustíveis Alternativos (AFIR), ativação através de aplicação ou código QR e ecrãs interativos que asseguram a acessibilidade, inclusive para utilizadores com incapacidades.

A rede, segundo a empresa, inclui centenas de pontos de carregamento de potência entre 300 e 450 kW, monitorizados à distância através de canais de conectividade independentes.

Os locais também incorporam sistemas da Siemens de distribuição elétrica em média e baixa tensão, subestações e capacidade de telecontrolo, permitindo, deste modo, a integração de fontes de energia renováveis. Além disso, algumas das áreas de serviço chave-na-mão — que incluem instalações fotovoltaicas, sistemas de armazenamento de energia por baterias e instalações para carregamento de veículos elétricos pesados — já estão operacionais.

Em comunicado, a multinacional germânica indica que a fábrica de Corroios exporta cerca de 95% da sua produção de carregadores para veículos elétricos para diversos países, da Áustria à Austrália, passando pela Grã-Bretanha e Grécia. Em setembro, a unidade portuguesa da Siemens empregava 4.003 pessoas.

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Fundos britânico e alemão vão investir 100 milhões em Portugal. Aquisições começam em Vila Franca de Xira

O objetivo da Patron Capital Partners e da Inbright é construir uma carteira de parques de negócios e logísticos. Alto Business Park na Póvoa de Santa Iria, que era da ECS, foi o primeiro escolhido.

Os fundos imobiliários britânico Patron Capital Partners e alemão Inbright anunciaram esta terça-feira que lançaram um novo programa de investimento de 100 milhões de euros para Portugal. O objetivo é construir uma carteira de ativos ligada a parques de negócios (“light industrial”) e logísticos.

A verba será destinada à aquisição de imóveis com potencial de valorização e estrategicamente localizados em Portugal, especialmente nas regiões da Grande Lisboa e Grande Porto, que sejam sustentáveis ou possam ser renovados com os novos padrões de eficiência energética.

A primeira compra já foi concluída: o Alto Business Park, um parque industrial/logístico com 16.259 metros quadrados de área bruta locável, situado na Póvoa de Santa Iria, em Vila Franca de Xira, na Área Metropolitana de Lisboa.

Anteriormente detido pelos fundos geridos pela private equity ECS, encontra-se atualmente 90% ocupado. O principal arrendatário é uma entidade pública (Turismo de Portugal), mas entre os inquilinos estão também empresas como a a Global Póvoa (serviços para condomínios), a Pinto & Cruz (manutenção de elevadores) e o ginásio Petit Gym.

“O setor light industrial e logístico em Portugal representa uma oportunidade de investimento atrativa, impulsionada por um conjunto de fatores positivos, incluindo uma oferta limitada de espaços modernos e eficientes. Com uma taxa de desocupação inferior a 5% e um pipeline restrito de novos projetos, além de um stock envelhecido e não alinhado com os padrões ESG, o mercado apresenta um contexto favorável para investidores com experiência em gestão de ativos”, consideram os investidores internacionais.

O programa de 100 milhões de euros é a segunda parceria entre a Patron Capital e a Inbright, promotora e gestora especializado em parques industriais e logísticos, após a anterior – de 250 milhões de euros – na Alemanha (Colónia, Hamburgo e Mainz). Neste caso, ainda decorre há novas aquisições em curso na maior economia da Europa.

Apesar de o foco em Portugal serem as grandes metrópoles, os investidores preveem “aquisições seletivas” noutras regiões dinâmicas a nível económico, embora não adiantem detalhes.

“Identificamos um potencial significativo no mercado industrial ligeiro e logístico em Portugal, impulsionado por uma procura robusta de ocupantes que buscam espaços modernos, eficientes e de alta qualidade”, garante Jonatas Szkurnik, sócio sénior e diretor de Investimento na Patron Capital, acrescentando que existe “uma crescente procura” por parte de empresas que pretendem soluções de sale & leaseback, permitindo-lhes libertar capital para reinvestir nos seus principais negócios.

O CEO da ECS, que vendeu o ativo, afirmou que, durante todo o processo, a sociedade trabalhou “de forma construtiva e orientada para resultados”. “A abordagem sólida e a elevada especialização destes investidores dão-nos confiança de que o ativo vendido continuará a prosperar e a contribuir positivamente para o mercado industrial ligeiro e logístico em Portugal”, referiu Manuel Noronha Andrade.

A venda realizou-se através de um veículo de propósito específico (SPV) gerido pela ECS Capital. A consultora NewCycle e a sociedade de advogados TFRA assessoraram o comprador, enquanto a promotora CBRE e o escritório CVG Lawyers representaram o vendedor nesta transação.

“Esta primeira aquisição em Portugal reflete o foco do programa em ativos localizados em zonas estratégicas, com elevado potencial de valorização através de uma gestão de ativos ativa e reabilitação sustentável”, concluiu o managing partner na Inbright Portugal, Christoph

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“Sobretaxação” das renováveis está a inviabilizar projetos, alerta APREN. Novo IMI é “absurdo”

Sobre se a nova taxa de IMI sobre renováveis está a ser acelerada no sentido de estar pronta a tempo das eleições autárquicas, Amaral Jorge é perentório: "Parece-me óbvio que sim".

O presidente da APREN, Pedro Amaral Jorge, afirma que “o setor está a começar a ter dificuldade em financiar os projetos”. Alerta também que o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) que o PS propõe aplicar sobre as renováveis é “absurdo” e uma medida feita a pensar nas autárquicas.

Perante o atual quadro fiscal, os projetos que ainda não se financiaram “têm muita dificuldade em que isso aconteça”, indica o líder da APREN. Em relação ao IMI sobre as renováveis, “não parece uma medida anti-investimento; é-o, claramente”, critica Pedro Amaral Jorge, assumindo que esta iniciativa pode não só afugentar investidores como pô-los a aguardar” até terem visibilidade sobre este novo risco.

Já alguns dos que estão em operação, e que estão comprometidos com reembolsos periódicos, não estão a conseguir dar resposta às respetivas obrigações. Amaral Jorge aponta que, no início de 2024, existiram casos em que os promotores tiveram de renegociar maturidades para não entrarem em default — isto é, para manterem a viabilidade económica.

A APREN aponta que a Contribuição Extraordinária do Setor Energético (CESE) exige cerca de 35 milhões a 40 milhões de euros anuais ao setor, que a E-Redes entrega aos municípios 303 milhões de euros a cada ano, que os promotores com tarifas feed-in ou regime cap and floor pagam 2,5% sobre as receitas aos municípios e o clawback exige cerca de 30 milhões.

“Não sei a que propósito há uma leitura de que o setor elétrico renovável é um setor de taxas de retorno de investimento mirabolantes. Não é”, argumenta.

Nova taxa é “absurda” e feita à medida das autárquicas

“Há a sensação que o setor elétrico tem sempre mais uma fatia para poder colocar. Isso está exaurido há algum tempo”, considera Amaral Jorge. E mostra-se avesso à taxa de IMI que está em cima da mesa, por proposta do PS, que pretende taxar ativos renováveis.

É um total absurdo taxar com IMI os centros eletroprodutores renováveis“, defende Pedro Amaral Jorge. A associação defende que estes centros “nunca” deveriam ser taxados em sede de património, mas sim de rendimento. De acordo com o mesmo, houve algumas empresas associadas que fizeram cálculos e o IMI, tal como está no projeto de lei, pode representar mais 2,5% sobre as receitas brutas.

Sobre se a nova taxa está a ser acelerada no sentido de estar pronta a tempo das eleições autárquicas, Amaral Jorge é perentório: “Parece-me óbvio que sim.” A APREN diz-se “completamente disponível” para negociar com os municípios, e afirma que já expôs a sua posição ao Governo e aos grupos parlamentares do PSD e PS, mas ainda não obteve resposta.

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AllianzGI desafia remuneração milionária de Carlos Tavares na Stellantis

  • ECO
  • 8 Abril 2025

Apesar de já não liderar a empresa, Carlos Tavares e os rendimentos que auferiu em 2024 serão os temas centrais na assembleia-geral de acionistas agendada para a próxima semana.

A Allianz Global Investors (AllianzGI) anunciou a sua intenção de votar contra o relatório de remuneração do antigo CEO da Stellantis, Carlos Tavares, na assembleia-geral da empresa marcada para 15 de abril, referente às contas de 2024.

O pacote salarial proposto para Tavares em 2024, que ascendeu a 23,1 milhões de euros sem direito a bónus de desempenho, gerou forte controvérsia entre os acionistas e especialistas em governança. Recorde-se que Carlos Tavares deixou a liderança da empresa em dezembro e recebeu uma indemnização que deverá ascender a 60 milhões de euros.

Matt Christensen, responsável global pela área de investimento sustentável e de impacto na AllianzGI, justifica a decisão com base nos princípios de governança e sustentabilidade que a gestora defende. “Estamos comprometidos em impulsionar mudanças positivas através do voto por procuração e práticas de investimento responsável”, refere Christensen em comunicado, acrescentando ainda que “os padrões elevados de governança devem refletir-se na remuneração dos executivos, especialmente em tempos de desafios económicos e sociais”.

A oposição da AllianzGI ao pacote salarial de Tavares não é isolada. A gestora tem historicamente demonstrado resistência a remunerações executivas que considera desproporcionais. Em 2024 votou contra ou absteve-se em 41% das propostas relacionadas com remuneração em assembleias gerais globais

No caso da Stellantis, a remuneração do CEO (que mesmo assim teve uma correção de 37% face aos valores de 2023) ocorre num contexto marcado por cortes laborais e transição para veículos elétricos, o que levanta questões sobre o alinhamento entre os interesses dos executivos e dos restantes stakeholders.

Os padrões elevados de governança devem refletir-se na remuneração dos executivos, especialmente em tempos de desafios económicos e sociais.

Matt Christensen

Responsável global pela área de investimento sustentável e de impacto na AllianzGI

Embora a AllianzGI não figure entre os 20 maiores acionistas da Stellantis — detendo menos de 0,6% do capital — a sua posição é simbólica e reflete uma crescente pressão sobre empresas para justificar remunerações elevadas.

Paralelamente à polémica na Stellantis, Carlos Tavares está envolvido na privatização da AzoresAirlines. O ex-CEO juntou-se ao consórcio Newtour/MS Aviation como acionista minoritário numa proposta que prevê adquirir 76% da companhia aérea açoriana por 15,2 milhões de euros. A entrada de Tavares foi vista como um reforço estratégico para desbloquear um processo atribulado e garantir um futuro sustentável para a empresa.

A ligação ao setor aéreo pode ser interpretada como uma tentativa de diversificação por parte do gestor português. Contudo, esta nova etapa levanta questões sobre como equilibrará as suas responsabilidades enquanto figura pública num momento em que enfrenta críticas sobre a sua liderança anterior na Stellantis.

A controvérsia em torno da remuneração de Carlos Tavares evidencia um dilema recorrente nas grandes empresas: como justificar pacotes salariais milionários num cenário económico onde trabalhadores enfrentam cortes e desafios operacionais? A decisão da AllianzGI é um lembrete poderoso sobre o papel dos acionistas na promoção de práticas empresariais mais justas e sustentáveis.

Com a Assembleia Geral da Stellantis à porta e negociações cruciais na Azores Airlines em curso, Carlos Tavares encontra-se no centro das atenções — dividido entre críticas ao seu passado recente e expectativas para o futuro.

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Indústria automóvel europeia pede redução mútua das tarifas nas negociações com EUA

Setor está apreensivo sobre o risco de desvio de comércio, destacando a incerteza que as medidas tarifárias criam para as cadeias de abastecimento integradas.

A indústria automóvel europeia está apreensiva sobre o impacto das tarifas no setor e defendeu, num encontro com a presidente da Comissão Europeia, a redução mútua de taxas alfandegárias como parte de uma solução de negociação com os Estados Unidos.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e representantes da indústria automóvel, como a Stellantis, o BMW, o Volkswagen Group, a Bosch ou a Volvo, entre outros, reuniram-se para debater os efeitos das tarifas dos EUA sobre os carros, peças e veículos comerciais no âmbito do desenho de propostas para uma resposta “mais eficaz” da União Europeia (UE) à política comercial da Administração Trump.

A indústria automóvel manifestou particular apreensão sobre o risco de desvio de comércio, destacando a incerteza que as medidas tarifárias criam para as cadeias de abastecimento integradas – especialmente no setor automóvel – que abrangem ambos os lados do Atlântico.

Os participantes expressaram “apoio à redução de tarifas em ambos os lados como parte de uma solução negociada, um caminho com o qual a Comissão Europeia continua comprometida“, refere o executivo comunitário em comunicado.

De acordo com a Comissão, a indústria automóvel partilhou também “perspetivas sobre o potencial da UE e dos EUA para reduzir barreiras não tarifárias de forma mutuamente benéfica“. E encorajou Bruxelas a avançar na agenda de competitividade, em particular através da aceleração de ações incluídas no Plano de Ação Automotivo.

Em resposta às tarifas de aço e alumínio, após ouvir os Estados-Membros e “660 partes interessadas”, a Comissão Europeia enviou na segunda-feira aos Estados-Membros uma lista com os produtos norte-americanos aos quais irá avançar com taxas aduaneiras adicionais. Esta resposta não é ainda uma retaliação às tarifas adicionais de 20% às importações europeias anunciadas por Donald Trump na semana passada, mas sim às tarifas em vigor desde março.

A votação está marcada para esta quarta-feira. O comissário europeu do Comércio tinha sinalizado que as medidas entrariam em vigor a 15 de abril e as restantes a partir de 15 de maio, mas de acordo com a Reuters, Bruxelas propõe que um conjunto de produtos importados dos EUA tenha taxas alfandegárias de 25% a partir de 16 de maio. Para outros produtos, a Comissão atira as contra tarifas para o final do ano, a partir de 1 de dezembro.

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Portugal foi o 3.º país da União Europeia onde o preço das casas mais subiu no fecho de 2024

  • Joana Abrantes Gomes
  • 8 Abril 2025

No último trimestre do ano passado, o preço das casas em Portugal aumentou 3% face aos três meses anteriores. Foi o terceiro crescimento mais acentuado no conjunto dos países da União Europeia.

Portugal foi o terceiro país da União Europeia (UE) onde os preços das casas mais subiram nos últimos três meses do ano passado. Entre outubro e dezembro, face ao trimestre anterior, o aumento foi de 3%. Menos sete décimas do que nos três meses anteriores, mas acima do crescimento médio registado no bloco comunitário (+0,8%) e na Zona Euro (+0,6%).

Segundo os dados publicados esta terça-feira pelo Eurostat, também na comparação homóloga, ou seja, face ao quarto trimestre de 2023, Portugal registou o terceiro maior aumento dos preços da habitação (+11,6%), apenas atrás da Bulgária (+18,3%) e da Hungria (+13,0%), sendo que na área do euro e na UE cresceram 2,7% e 3,9%, respetivamente.

Fonte: Eurostat

Entre os Estados-membros para os quais existem dados disponíveis, apenas a França e a Finlândia registaram uma descida anual dos preços da habitação no quarto trimestre de 2024, de 1,9% cada, e outros 24 registaram um aumento homólogo.

Na comparação com o trimestre anterior, os preços diminuíram em seis países da UE — Estónia (-0,7%), França (-1,0%), Chipre (-1,0%), Letónia (-0,2%), Áustria (-0,6%) e Suécia (-0,3%) –, mantiveram-se estáveis em dois (Malta e Finlândia) e aumentaram em 18. Com os maiores aumentos, ficando à frente de Portugal, verificaram-se na Eslováquia (+3,6%) e na Eslovénia (+3,1%).

Preços dispararam 120% em Portugal desde 2010

Os preços das casas em Portugal registaram um aumento de 120% entre 2010 e 2024, enquanto as rendas tiveram uma subida de 45% no mesmo período, de acordo com o Eurostat. Estes valores ficam acima da média do crescimento no bloco comunitário, que foi de 55,4% no caso dos preços da habitação e de 26,7% nas rendas.

“Enquanto as rendas aumentaram de forma constante, os preços das casas seguiram um padrão mais variável, apresentando um aumento impressionante entre o 1.º trimestre de 2015 e o 3.º trimestre de 2022, seguido de uma pequena queda e estabilização, antes de aumentar novamente em 2024”, indica o gabinete estatístico.

Fonte: Eurostat

Em 14 anos, os preços das casas aumentaram mais do que as rendas em 21 dos países da UE, tendo mais do que triplicado na Hungria (+234%) e na Estónia (+228%) e mais do que duplicado na Lituânia (+187%), Letónia (+153%), República Checa (+142%), Bulgária (+115%), Áustria (+112%) e Luxemburgo (+105%). A Itália foi o único país onde os preços das casas diminuíram durante este período (-4%).

Por sua vez, as rendas aumentaram em 26 Estados-membros da União Europeia desde 2010, verificando-se as maiores subidas na Estónia (+212%), Lituânia (+175%) e Hungria (+114%). A Grécia foi o único país onde os preços das rendas diminuíram (-13%).

(Notícia atualizada às 10h49)

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Portugueses contra ataques ao numerário

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  • 8 Abril 2025

Na era do digital, o numerário continua a ser um meio de pagamento preferencial para os portugueses. Talk organizada pela Denária debate causas e a importância deste método de pagamento.

A Denária realizou mais uma talk, desta vez focada nos hábitos e opiniões dos portugueses relativamente ao acesso e utilização do numerário. Freguesias e empresários defendem que o numerário é inclusivo e tem uma dimensão social.

No evento, participaram Nuno Gaudêncio, vice-presidente da ANAFRE e Paulo Duarte, membro da Comissão Executiva da Feerica e o foco foram os resultados de um inquérito realizado recentemente pela Pitagórica que tem como principal conclusão que o numerário continua a ser um meio de pagamento preferencial para os portugueses.

De acordo com os resultados desse inquérito, para 68% dos inquiridos, o dinheiro em espécie é importante no dia-a-dia e para 81% da população representada pelos inquiridos, é um meio de pagamento frequente e necessário. As características únicas do numerário no que diz respeito a privacidade e segurança, foram outros dos aspetos debatidos, bem como a crescente dificuldade de acesso e de pagamento em cash.

Assista ao vídeo aqui:

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Cadeia hoteleira sem funcionários entra em Portugal com primeiro ativo no Porto

  • Joana Abrantes Gomes
  • 8 Abril 2025

A espanhola Gaiarooms, que explora mais de 800 unidades em seis cidades do país vizinho, assume a gestão do Blissful Suites, uma propriedade com 28 apartamentos no Porto.

A cadeia hoteleira digital Gaiarooms vai estrear-se em Portugal com a gestão do hotel Blissful Suites, no Porto. Marca o início da sua expansão internacional, tendo por objetivo atingir 4.000 quartos geridos até 2028.

Situado na cidade Invicta, o novo estabelecimento do portefólio da Gaiarooms tem 28 apartamentos e funcionará segundo o seu modelo característico, baseado na transformação de infraestruturas existentes em alojamentos modernos e eficientes.

A empresa aposta numa experiência totalmente digital, através de fechaduras inteligentes, check-in e check-out automáticos, bem como acesso sem chaves físicas, entre outras soluções tecnológicas.

“O Porto é uma das cidades com maior projeção turística da Europa e é lógico que iniciemos aqui a nossa expansão internacional. O nosso modelo não só se adapta perfeitamente, como vai transformar o alojamento na cidade portuguesa”, disse Enrique Domínguez, representante da Gaiarooms.

A médio prazo, a empresa detida pelo grupo Gaia Capital Invest planeia abrir novos alojamentos noutras cidades portuguesas. Atualmente, explora mais de 800 unidades em seis cidades espanholas através das suas marcas Gaiarooms e Gaiastays.

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