Fisco alerta para mails fraudulentos através do WeTransfer

  • Lusa
  • 29 Janeiro 2025

"Mensagens são falsas e devem ser ignoradas. O seu objetivo é convencer o destinatário a aceder a páginas maliciosas", indica a Autoridade Tributária.

A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) alertou esta quarta-feira para um novo email fraudulento que está a ser enviado a alguns contribuintes, através do site de envio de ficheiros WeTransfer, avisando que o mesmo deve ser apagado.

No alerta publicado no Portal das Finanças, a AT partilha um desses emails que está a ser enviado em seu nome e no qual o destinatário é convidado a descarregar os supostos ficheiros usando um link fraudulento.

“Estas mensagens são falsas e devem ser ignoradas. O seu objetivo é convencer o destinatário a aceder a páginas maliciosas carregando nos links sugeridos”, pelo que “em caso algum” o contribuinte deverá efetuar a operação pedida, salienta a AT.

No prospeto sobre segurança de informação que tem disponível no seu site, a AT reforça que, por vezes, são enviadas ao contribuinte mensagens fraudulentas – por correio eletrónico (phishing) ou SMS (smishing) – em seu nome com o objetivo de o convencer a descarregar software malicioso.

“Noutras situações, são reproduzidas janelas de autenticação falsas, geradas por software malicioso que foi instalado nos computadores dos utilizadores. Estas janelas são falsas e devem ser ignoradas”, sublinha a mesma informação.

A AT lembra ainda que pela sua natureza sigilosa, o acesso a serviços e informações individualizados no Portal das Finanças necessita de autenticação prévia efetuada através da inserção do seu NIF e senha de acesso, do Cartão do Cidadão ou da Chave Móvel Digital, sendo este processo de autenticação efetuado quando acede ao site: https://www.portaldasfinancas.gov.pt.

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Expansão do metro da Costa da Caparica envolve comunidade

Fase de participação pública surge depois de concluídos os primeiros estudos do plano de expansão da linha 3 do Metro Sul do Tejo. Comunidade terá oportunidade de conhecer e contribuir para o projeto.

A primeira fase de participação pública do projeto de expansão do Metro Sul do Tejo (MST) à Costa da Caparica e à Trafaria começa já nas próximas semanas.

Esta fase de participação pública surge depois de concluídos os primeiros estudos do plano de expansão da linha 3 do Metro Sul do Tejo, desenhados pelo grupo de trabalho constituído pela Transportes Metropolitanos de Lisboa, pelo Município de Almada e pelo Metropolitano de Lisboa.

O processo será mediado pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (Nova FCT), que irá organizar, mediar e produzir um relatório independente sobre os contributos dos cidadãos, detalha em comunicado os Transportes Metropolitanos de Lisboa, o Município de Almada e o Metropolitano de Lisboa.

O traçado em estudo para a extensão da linha 3 do MST terá uma extensão de 7,16 km, incluindo dez estações: Pêra, Várzea de Pêra (com ligação ao Funchalinho), Centro da Costa da Caparica, Parque Urbano da Costa da Caparica, Santo António, São João, São Pedro, Madame Faber/Matas Nacionais, Bombeiros Voluntários da Trafaria e Estação Fluvial da Trafaria.

O percurso ligará o Campus da Nova FCT à Estação Fluvial da Trafaria em apenas 19 minutos e incluirá duas novas interfaces de transportes: uma no Centro da Costa da Caparica e outra junto à Estação Fluvial da Trafaria.

Além disso, o projeto prevê a requalificação de espaços públicos ao longo do canal, bem como a criação de um percurso dedicado à mobilidade ativa (pedonal e ciclável), articulado com as ligações previstas ao nível da Rede Ciclável Concelhia.

Em julho do ano passado, o ministro das Infraestruturas disse que as obras para a extensão do Metro Sul do Tejo à Costa de Caparica e à Trafaria deveriam arrancar dentro de cinco a sete anos. “Eu diria que dentro de cinco, seis, sete anos podemos estar a pensar em obras no terreno e material circulante adquirido”, disse Miguel Pinto Luz à margem da cerimónia da assinatura do protocolo de cooperação para a expansão do metro até à Costa da Caparica e Trafaria.

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IA chinesa em alta. Alibaba lança tecnologia mais rápida que DeepSeek e concorrentes dos EUA

No feriado de Ano Novo Lunar e apresentação de resultados da Meta, o grupo chinês lançou um novo modelo de linguagem para rivalizar com o GPT, o Llama ou o Deepseek.

A corrida pelo melhor sistema de Inteligência Artificial (IA) do mundo está a intensificar-se. O grupo chinês Alibaba apresentou esta quarta-feira o seu mais recente modelo de linguagem – designado Qwen 2.5 – para concorrer com o conterrâneo DeepSeek e os norte-americanos GPT da OpenAI e Llama da Meta.

“O Qwen 2.5-Max supera, quase em todos os aspetos, o GPT-4o [OpenAI], o DeepSeek-V3 e o Llama-3.1-405B [Meta]”, alegou a empresa da Alibaba ligada ao negócio de armazenamento na nuvem (cloud) na rede social local WeChat, numa publicação consultada pelas agências Reuters e Bloomberg.

A data de lançamento do novo Qwen (“Pergunta”) da Alibaba foi pensada ao detalhe: além de responder à agitação mediática e bolsista causada pela DeepSeek, detida pela chinesa Hangzhou DeepSeek Artificial Intelligence, marca o feriado mais importante da China, o do Ano Novo Lunar, e deixa que os consumidores tenham tempo para se informar e explorarem a tecnologia. Ademais, é dia de apresentação de resultados financeiros da Meta.

A entrada da DeepSeek no mercado levou a um sell-off das tecnológicas em Wall Street, que se alastrou para as cotadas do setor na Europa. Em causa esteve o facto de os analistas financeiros acreditarem que o produto da empresa chinesa irá chegar à rentabilidade de forma mais rápida do que a joia da coroa da OpenAI ou de outras empresas de IA ocidentais com menos recursos quer de computação quer de energia. Logo, ficará menos dependente de financiamento externo.

A penalizar as ações esteve também o custo de desenvolvimento do sistema, menos de seis milhões de dólares (5,7 milhões de euros), e o tempo que demorou a construir, cerca de dois meses. Segundo o relatório técnico, a empresa utilizou chips de uma das maiores empresas do mundo – a Nvidia – mas de uma geração mais antiga (H800) e conseguiu manter a tecnologia low cost, comparativamente aos rivais. Os títulos da Nvidia continuam a desvalorizar mais de 2%, devido à DeepSeek, na abertura das negociações do outro lado do Atlântico.

A startup por detrás do DeepSeek foi fundada em 2023 pelo empreendedor de 40 anos Liang Wenfeng, mas só no início deste mês de janeiro o chatbot chegou ao público através de um modelo de código aberto (open source) que pode ser utilizado pela web ou aplicação.

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EDP vai fornecer energia por 20 anos à Amazon no Japão

Este é o segundo contrato de energia de longo prazo firmado entre a EDP e a Amazon na região da Ásia-Pacífico, depois de ter sido assinado o primeiro em 2021, em Singapura.

A EDP assinou um contrato de venda de energia (Power Purchase Agreement ou PPA, em inglês) de 20 anos com a Amazon no Japão, comunicou a empresa, esta quarta-feira.

O contrato de longo prazo está vinculado ao projeto solar de grande escala da empresa, em Fukushima, com 44 megawatts-pico (MWp) de capacidade instalada.

A central solar de Fukushima terá 63 mil painéis solares e deverá gerar mais de 48 gigawatts-hora (GWh) de energia renovável por ano, evitando mais de 20.500 toneladas de emissões de carbono anuais que seriam emitidas na região para produzir a mesma energia com fontes poluentes. A previsão é de que a central fotovoltaica esteja em operação até ao final deste ano.

“Este contrato estratégico com a Amazon não só reforça o nosso compromisso em fornecer soluções de energia renovável, mas também impulsiona a inovação e promove a resiliência local”, afirma Vera Pinto Pereira, administradora executiva da EDP, citada no comunicado enviado às redações.

Este é o segundo contrato de energia de longo prazo firmado entre a EDP e a Amazon na região da Ásia-Pacífico, depois de ter sido assinado o primeiro em 2021, em Singapura. Este segundo contrato está também alinhado com os objetivos estratégicos da EDP no Japão, reforçando o compromisso da EDP em impulsionar a transição energética e apoiar o crescimento sustentável da região.

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Governo britânico apoia construção da terceira pista no aeroporto de Heathrow

  • Lusa e ECO
  • 29 Janeiro 2025

O aeroporto de Heathrow, no qual a espanhola Ferrovial detém uma participação de 5,25%, é essencial para a atividade empresarial e turística do país. Na oposição, Starmer votou contra a expansão.

O Governo trabalhista britânico deu esta quarta-feira o apoio político à construção de uma terceira pista no aeroporto londrino de Heathrow, o maior da Europa em termos de tráfego de passageiros, para impulsionar o crescimento económico do Reino Unido.

A ministra das Finanças, Rachel Reeves, defendeu num discurso que Heathrow, no qual o grupo espanhol Ferrovial detém uma participação de 5,25%, é essencial para a atividade empresarial e turística do país.

O apoio do executivo abre a porta para que a Heathrow Airport Holdings Limited apresente formalmente os planos de expansão revistos, depois de os projetos anteriores terem sido rejeitados pela oposição da vizinhança ou por processos judiciais, apesar do apoio do Governo.

A ministra convidou as partes interessadas a apresentarem a sua proposta antes do verão, após o que será avaliada para garantir a sua rentabilidade e o cumprimento dos objetivos climáticos. Reeves sublinhou que Heathrow é fundamental para a “abertura e conectividade” do Reino Unido e recordou que não foi construída qualquer nova pista num aeroporto britânico desde a década de 1940.

Os analistas alertaram para o facto de que, mesmo que o projeto consiga ultrapassar os prováveis desafios legais de grupos ambientalistas e outros, a sua construção poderá ser adiada por vários anos. Além de Heathrow, o Governo deve anunciar, até 27 de fevereiro e 3 de abril, respetivamente, se dará luz verde às propostas de expansão dos aeroportos de Gatwick e Luton, que também servem a capital.

No seu discurso em Oxfordshire (sudeste de Inglaterra), Reeves enumerou outras medidas para promover o crescimento, a prioridade do executivo, que continua estagnado em cerca de 0,1%, num contexto de receio de estagflação. Entre outras medidas, serão melhoradas as ligações e as infraestruturas em torno das cidades universitárias de Oxford e Cambridge para criar um polo científico e tecnológico semelhante ao Silicon Valley nos Estados Unidos.

Em 2020, quando estava na oposição, o atual primeiro-ministro votou contra o alargamento do aeroporto. “Não há desafio mais importante que a emergência climática. Por isso votei contra a expansão de Heathrow”, escrevia Keir Starmer, na rede social X, então como deputado trabalhista.

O “Corredor de Crescimento Oxford-Cambridge”, originalmente concebido em 2003 e abandonado por anteriores governos, contribuirá com cerca de 78.000 milhões de libras (cerca de 92.900 milhões de euros) para a economia até 2035, afirmou.

O projeto inclui a construção de cerca de 4.500 casas nos arredores de Cambridge e um investimento de 7.900 milhões de libras (9.420 milhões de euros) em cinco anos para melhorar as infraestruturas de água, com nove novos reservatórios.

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Ministério Público acusa de homicídio PSP envolvido na morte de Odair Moniz

  • Lusa
  • 29 Janeiro 2025

Ricardo Serrano Vieira disse que “foi deduzida acusação por um crime de homicídio” contra o seu cliente, acrescentando que vai consultar o processo e ponderar se vai ou não requerer instrução.

O Ministério Público (MP) acusou de homicídio o agente da PSP envolvido na morte de Odair Moniz no bairro da Cova da Moura (Amadora), distrito de Lisboa, confirmou à agência Lusa o advogado do arguido.

Ricardo Serrano Vieira disse que “foi deduzida acusação por um crime de homicídio” contra o seu cliente, acrescentando que vai consultar o processo e ponderar se vai ou não requerer a abertura de instrução, fase facultativa que visa decidir por um juiz de instrução criminal se o processo segue e em que moldes para julgamento.

Odair Moniz, cidadão cabo-verdiano de 43 anos e morador no Bairro do Zambujal, na Amadora, foi baleado por um agente da PSP na madrugada de 21 de outubro, no bairro da Cova da Moura, no mesmo concelho, distrito de Lisboa, e morreu pouco depois, no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa.

De acordo com a versão oficial da PSP, o homem pôs-se “em fuga” de carro depois de ver uma viatura policial e despistou-se na Cova da Moura, onde, ao ser abordado pelos agentes, “terá resistido à detenção e tentado agredi-los com recurso a arma branca”.

A associação SOS Racismo e o movimento Vida Justa contestaram a versão policial e exigiram uma investigação “séria e isenta” para apurar responsabilidades, considerando que está em causa “uma cultura de impunidade” nas polícias.

Nessa semana registaram-se tumultos no Zambujal e noutros bairros da Área Metropolitana de Lisboa, onde foram queimados e vandalizados autocarros, automóveis e caixotes do lixo, somando-se cerca de duas dezenas de detidos e outros tantos suspeitos identificados.

Além do processo judicial, estão a decorrer na Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) e na PSP processos de âmbito disciplinares.

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Ministra do Trabalho chamada ao Parlamento sobre sustentabilidade da Segurança Social

  • Lusa
  • 29 Janeiro 2025

Maria do Rosário Ramalho vai ser ouvida na comissão parlamentar do Trabalho, Segurança Social e Inclusão após a aprovação de requerimentos da IL e do BE.

A ministra do Trabalho vai ser ouvida no Parlamento a propósito do relatório do Tribunal de Contas sobre a sustentabilidade da Segurança Social e a constituição de um grupo de trabalho para aprofundar este tema. A ida de Maria do Rosário Ramalho à Comissão do Trabalho, Segurança Social e Inclusão surge na sequência de requerimentos da Iniciativa Liberal (IL) e do Bloco de Esquerda (BE), que foram aprovados esta quarta-feira por unanimidade.

No caso do requerimento apresentado pela IL, o objetivo é ouvir a atual titular da pasta da Segurança Social, bem como os dois anteriores governantes que ocuparam o cargo, após o Tribunal de Contas ter alertado que os relatórios sobre a sustentabilidade da Segurança Social têm falhas.

“De entre as conclusões do relatório do Tribunal de Contas, estão refletidas um conjunto de considerações para as quais a IL tem vindo a alertar sistematicamente, muitas vezes de forma isolada, sobre a escassez de informações e avaliação do nosso sistema de Segurança Social, bem como a sua (in)sustentabilidade“, lê-se no texto do requerimento.

A IL destaca em particular o facto de, no relatório sobre a auditoria, o Tribunal de Contas apontar “o agravamento do peso do saldo global dos sistemas de proteção social no PIB que se deverá registar até 2042” como um “risco acrescido para as finanças públicas e para o atual nível de benefícios garantido pelo sistema”.

Para os liberais, isto expõe “as fragilidades e a necessidade de reforma do sistema atual de Segurança Social, o que tem gerado algum alarme na sociedade civil”.

A IL requer assim a audição da atual ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Palma Ramalho, e dos dois anteriores titulares da pasta: Ana Mendes Godinho (entre 2022 e 2024) e José Vieira da Silva (de 2015 a 2022).

Além destes antigos governantes, vão também ser chamados à comissão a presidente do Tribunal de Contas, Filipa Urbano Calvão, e a equipa de coordenação e supervisão do relatório relativo à auditoria.

Já o requerimento do Bloco de Esquerda quer ouvir Maria do Rosário Ramalho para que a ministra esclareça os objetivos e a agenda política do grupo de trabalho constituído para aprofundar a análise da sustentabilidade do sistema de Segurança Social.

Este grupo de trabalho, que entra em funções formalmente esta quinta-feira, é liderado pelo economista e professor da Universidade Nova Jorge Bravo, que também vai ser ouvido no Parlamento no âmbito deste requerimento do BE.

Para os bloquistas este grupo de trabalho “suscita as maiores preocupações” quer pelo seu enquadramento, quer pelo seu mandato, quer pela sua composição.

“A retórica do Governo, seguindo aliás os métodos do professor Jorge Bravo, pretende criar uma falsa ideia de que haveria um problema de sustentabilidade no sistema previdencial da segurança social, misturando para isso as contas da Segurança Social com a Caixa Geral de Aposentações”, indica o requerimento, acrescentando que esta ideia “não tem qualquer sustentação na realidade: o sistema previdencial público tem tido saldos positivos superiores a 4 mil milhões de euros anuais”.

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Tribunal permite a 12 operadores turísticos circular no centro do Porto sem restrições

  • Lusa
  • 29 Janeiro 2025

O tribunal deu razão a 12 operadores turísticos contra o município do Porto e determinou a suspensão das restrições no centro histórico para estas empresas.

O Tribunal Administrativo e Fiscal (TAF) do Porto aceitou a providência cautelar interposta por 12 operadores turísticos contra o município do Porto e determinou a suspensão das restrições no centro histórico para estas empresas, foi esta quarta-feira revelado.

Na decisão, datada de terça-feira e a que a Lusa teve acesso, a juíza do TAF afirma não ser possível “concluir pela existência de um dano preponderante para o interesse público que implique a recusa da providência“.

“Julgo totalmente procedente o presente processo cautelar e, em consequência, determino a suspensão, com efeitos circunscritos ao caso dos requerentes [12 operadores turísticos], da decisão normativa resultante do despacho de 15.07.2024, que estabelece uma zona de restrição determinando a proibição da circulação e o desenvolvimento da atividade de animação turística através de veículos com lotação igual ou inferior a nove lugares em tal zona a operadores não licenciados”, lê-se.

Em causa está o projeto-piloto de restrição ao trânsito de veículos turísticos que arrancou a 1 de outubro de 2024 e durará um ano, estando os operadores sujeitos a um regime de autorização prévia por parte do município.

As 12 empresas apresentaram uma providência cautelar contra o município para suspender a eficácia do concurso para a atribuição de cinco licenças de exploração de circuitos turísticos e para assegurar a livre circulação dos veículos turísticos na zona de restrição.

Em declarações à Lusa, o administrador da WildBloom, uma das 12 operadoras com veículos até nove lugares — tuk-tuks, ‘buggies’, carrinhas ‘transfer’ — que intentou a ação, afirmou que, com esta decisão, o tribunal “dá razão” às empresas.

“Os prejuízos que já foram causados e que seriam causados se não houvesse esta decisão seriam irreparáveis”, assinalou Alex Dominguez Ramos, acrescentando que as restrições deixarão de ser aplicáveis às empresas que apresentaram a ação.

Continuamos disponíveis para encontrar uma solução, porque sabemos que há problemas no trânsito, mas acho que não ficaria mal um pedido de desculpas [da câmara]”, acrescentou.

Os prejuízos que já foram causados e que seriam causados se não houvesse esta decisão seriam irreparáveis.

Alex Dominguez Ramos

Administrador da WildBloom

O presidente da câmara do Porto, Rui Moreira, vai esta quarta-feira prestar declarações sobre esta decisão do tribunal.

O município do Porto alargou, a 10 de janeiro, o período de circulação de veículos turísticos na baixa e centro histórico, que passou a ser permitido entre as 08h00 e 18h00, “mediante autorização expressa dos pedidos”. Inicialmente, os veículos turísticos apenas podiam circular nestas zonas da cidade entre as 10h00 e as 17h00.

Entre as 18h00 e as 20h00 os operadores estão proibidos de entrar na zona de restrição, sendo que o acesso “poderá ser efetuado mediante comunicação prévia entre as 20h00 e as 8h00 de segunda a sexta-feira, assim como aos sábados e domingos, não carecendo de decisão dos serviços”.

O tempo de permanência nos pontos de paragem também sofreu alterações, tendo sido alargado de seis para 10 minutos.

O parque de estacionamento da Alfândega e os terminais das Camélias e Asprela servem como locais de estacionamento para os veículos pesados de passageiros não autorizados.

Os pedidos de autorização deverão ser feitos através do portal do munícipe ou no gabinete do munícipe “com, pelo menos, 20 dias de antecedência”.

Atualmente, apenas um comboio turístico e autocarros de dois andares ‘hop-on, hop-off’ podem circular numa zona delimitada no centro do Porto, ao abrigo de licenças municipais. ‘Tuk-tuks’ e autocarros turísticos de serviço ocasional estão impedidos de circular.

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Pignus Crédito Económico Popular contrata João Monge de Gouveia como Head of Legal and Compliance

João Monge de Gouveia é o novo Head of Legal, Regulatory Compliance and Corporate Affairs da Pignus – Crédito Económico Popular S.A., tendo sido também nomeado DPO and AML officer.

João Monge de Gouveia é o novo Head of Legal, Regulatory Compliance and Corporate Affairs da Pignus – Crédito Económico Popular S.A., tendo sido também nomeado DPO and AML officer.

Esta empresa recentemente criada, formou-se a partir da cisão do negócio de penhores do Banco Invest e da aquisição deste ramo de negócio por parte da Kruso Kapital SpA, uma empresa que pertence ao Grupo Italiano Banca Sistema.

João Monge de Gouveia, tem mais de 20 anos de experiência tanto como advogado em sociedades de advogados como em posições internas em empresas, tendo sido membro de várias equipas jurídicas multidisciplinares e participado em vários processos judiciais, arbitragens, bem como em fusões, cisões, reestruturações e integrações nacionais e internacionais de várias empresas e respetivas áreas de negócio.

Iniciou a sua carreira como advogado no escritório de Celeste Cardona e de Luís Queiró tendo passado posteriormente pela sociedade de Advogados Abreu & Marques, onde trabalhou em diversas áreas do Direito e com várias empresas, em diferentes áreas de negócio, e pela Andrade de Matos e Associados onde foi responsável pelo departamento de corporate e co-manager do escritório.

No âmbito interno de empresas foi Head of Legal & Compliance, do Grupo Renault em Portugal, tanto na parte comercial como na parte industrial, tendo sido também Real Estate Manager da parte comercial, Data Proteccion Officer da Fábrica e o responsável de Ética de todo o grupo em Portugal. Desde 2022 era Head of Legal do Grupo Dovalue em Portugal.

João Monge de Gouveia licenciou-se em Direito no ano de 2000, é pós-graduado em Sociedades Comerciais e em Propriedade Industrial, Direitos de Autor e Sociedade da Informação pela Faculdade de Direito da Universidade de Direito de Lisboa, sendo também pós-graduado em Corporate Finance pela mesma Faculdade. Frequentou também um curso de proteção de Dados ministrado pela Faculdade de Direito da Universidade Nova.

A PIGNUS – Crédito Económico Popular S.A., antiga marca do Banco Invest denominada Crédito Económico Popular, é detida a 100% pela empresa Kruso Kapital S p A que pertencendo ao Grupo Italiano Banca Sistema é o primeiro player dentro de um grupo bancário a operar tanto no negócio de penhores como no mercado de leilões de objectos preciosos e de arte e que é cotada na Bolsa de Milão.

Através das suas marcas, produtos e serviços, a Kruso Kapital opera na valorização e no investimento de bens valiosos e obras de arte; em particular, no negócio de penhores. E, através da sua casa de leilões – Art-Rite – desempenha um papel no mercado da arte moderna, contemporânea e antiga, bem como em alguns segmentos de colecionadores, como o dos automóveis.

O Grupo Banca sistema, que através da Kruso Kapital S.pA., já tem agências em Itália e Grécia, passa, assim, a estar representado em Portugal através da PIGNUS – Crédito Económico Popular S.A., que acrescenta a este grupo uma rede de 16 agências espalhadas por todo o País e um valor de créditos sobre penhor aproximado de 16 milhões de Euros.

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Fundo da Noruega reduz exposição a ações portuguesas. EDP é a maior aposta

Maior fundo do mundo, com 1,7 biliões de euros sob gestão, detinha participações em dez cotadas nacionais no final de 2024, menos três que no ano anterior. Já exposição à dívida pública disparou.

O fundo soberano da Noruega, que é o maior investidor do mundo com 1,7 biliões de euros sob gestão, detinha, no final de 2024, 1,74 mil milhões de dólares (1,64 mil milhões de euros) investidos em ações e dívida nacionais. Trata-se de uma descida de cerca de 13% face aos cerca de dois mil milhões investidos em Portugal no final de 2023, justificada pelo desinvestimento em ações da bolsa nacional e pela evolução negativa dos títulos da EDP, apesar de o Norges Bank até ter reforçado a participação na elétrica.

As ações continuam a ser o maior investimento do Norges Bank em Portugal, segundo mostram os dados anuais divulgados esta manhã pelo fundo soberano da Noruega, que fechou o ano passado com um lucro de 213 mil milhões à boleia das tecnológicas. O fundo detinha, a 31 de dezembro de 2024, 1.185,1 milhões de dólares (1.135,8 milhões de euros) em títulos cotados na bolsa lisboeta, um número que compara com 1.738,5 milhões de dólares no final do ano anterior.

O Norges Bank era acionista, no final de 2024, de dez empresas portuguesas: BCP, Corticeira Amorim, CTT, EDP e EDP Renováveis, Galp Energia, Jerónimo Martins, Nos, REN e Sonae. Da carteira de ações detidas em Portugal saíram, no último ano, Altri, Ibersol e Mota-Engil.

A EDP continua a ser a principal aposta do fundo na bolsa lisboeta. O Norges Bank reforçou a sua posição na elétrica, passando a controlar 5,62% do capital da empresa, acima dos 4,67% detidos um ano antes. A participação avaliada no final do ano em 752,3 milhões de dólares é, ainda assim, inferior à posição de 983,5 milhões no final de 2023, fruto da forte desvalorização (32,14%) registada pela empresa ao longo do último ano.

Já a EDP Renováveis, a subsidiária da elétrica, recolheu menos investimento do Norges Bank, com o fundo a diminuir a sua participação no capital da empresa para 0,37%, abaixo dos anteriores 0,66%.

À exceção da EDP, o título onde mais reforçou a posição, o Norges Bank apenas aumentou a sua participação no capital da Nos, de 1,08% para 1,25%, e na Corticeira Amorim, de 0,67% para 0,72%. Em todas as outras empresas onde investe, as participações reduziram-se, com especial enfoque no BCP e na Jerónimo Martins.

No caso do BCP, o fundo da Noruega aproveitou a escalada das ações do banco no último ano para arrecadar algumas mais-valias, diminuindo a sua participação de 2,43% para 1,13%. Já a posição na Jerónimo Martins caiu de 1,36% para apenas 0,48% do capital da retalhista e a posição nos CTT caiu de 1,5% para 0,66% (5,1 milhões).

A Galp Energia é o segundo maior investimento em Portugal. A participação de 1,39% vale 172,7 milhões de dólares (164,86 milhões de euros), um valor em linha com o registado no ano anterior, apesar da posição inferior, face aos 1,44% detidos no final de 2023.

Os investimentos na REN e Sonae também desceram, com as participações a recuarem de 1,53% e 1,33% para 1,38% e 1,2%, respetivamente.

Investimento em dívida pública dispara

Ao contrário das ações nacionais, que captaram menos interesse por parte do Norges Bank, a exposição às Obrigações do Tesouro disparou. O fundo detinha 224,6 milhões de dólares (215,3 milhões de euros) investidos em dívida pública portuguesa, um valor que compara com pouco mais de 8,4 milhões no final de 2023.

Mas os investimentos do Norges Bank em dívida nacional não se fica pela exposição às obrigações soberanas. O fundo detém ainda uma posição de 133 milhões de euros aplicados em títulos de dívida do Novobanco, até 77,3 milhões do Santander ou 14,5 milhões em obrigações da Região Autónoma dos Açores. Na carteira de dívida constam ainda investimentos em títulos da EDP e BPI.

No total, o fundo soberano da Noruega detinha, no final de 2024, 583,3 milhões de dólares (559 milhões de euros) em obrigações emitidas por entidades nacionais. Trata-se de mais do dobro dos cerca de 235 milhões de euros no ano anterior.

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Credores querem que plano de Delgado para a dona da Visão vá a votos. Liquidação fica suspensa

A Autoridade Tributária e a Segurança Social votaram a favor da apresentação do plano, enquanto a Impresa se absteve e o Novobanco votou contra. O plano tem agora de ser apresentado dentro de 30 dias.

A assembleia de credores da Trust in News (TiN), dona da Visão de outros títulos, decidiu esta quarta-feira que quer que o plano de reestruturação Luís Delgado, acionista único da empresa, seja apresentado e votado, apurou o +M. Fica assim suspensa a liquidação da empresa.

A Autoridade Tributária e a Segurança Social (os principais credores) votaram a favor da apresentação do plano, enquanto a Impresa se absteve e o Novobanco votou contra. O plano de insolvência com recuperação tem agora ser apresentado dentro de 30 dias.

A assembleia de credores rejeitou no entanto o regresso à administração de Luís Delgado, ficando a gestão da empresa a cargo do atual administrador de insolvência, André Correia Pais.

Em análise, esta quarta-feira, esteve o parecer do administrador de insolvência da TiN, que propôs a continuidade da empresa e suspensão da liquidação da massa insolvente sendo que, caso os credores chumbassem a proposta, o caminho passaria pela liquidação do património da insolvente e o seu encerramento.

No que respeita à solução proposta para deliberação dos credores, o administrador de insolvência apresentou dois pontos, sendo que o primeiro respeitava à “continuidade da empresa e a suspensão da liquidação da massa insolvente, mediante a aprovação de um Plano de Insolvência a votar em assembleia a convocar para esse efeito“.

Até à votação do Plano de Insolvência (segundo ponto), “a administração da insolvente deve ser atribuída à anterior gerência, ainda que sujeita a fiscalização pelo aqui administrador de insolvência, nos moldes previstos no artigo 226.º do CIRE, ou como entendam melhor os senhores credores”, lia-se no relatório do administrador de insolvência da dona da Visão e de outros títulos, André Pais.

Caso este segundo ponto não tivesse concordância, era proposto, “em último recurso, e caso seja essa a vontade dos senhores credores, a continuação da administração do estabelecimento pelo aqui administrador da insolvência até à data de apreciação e votação de um Plano de Insolvência, sendo que nesse sentido o aqui signatário propõe uma remuneração mensal de oito mil euros a que deverá acrescer um montante de 500 euros para deslocações e outras despesas”.

Caso os credores entendam que a proposta não devesse ser acolhida e em caso de não aprovação do ponto um, o administrador de insolvência propunha o “prosseguimento dos autos para a liquidação do património da insolvente e, consequentemente o encerramento do estabelecimento da mesma, ainda que tal encerramento possa ocorrer em data posterior à do início da liquidação, permitindo assim, eventualmente, a manutenção de forma temporária, e se for o caso, de algumas atividades e operações que sejam indispensáveis à não deterioração do valor dos ativos apreendidos”.

Adicionalmente, o administrador de insolvência propôs “a votação de toda e qualquer proposta ou moção que possa ser colocada à consideração da assembleia por credor ou conjunto de credores que representem pelo menos 10% do total dos créditos constantes na lista provisória” que está no relatório.

A Comissão de Credores tem como membros efetivos o Instituto da Segurança Social, a Autoridade Tributária, a Impresa Publishing, o Novo Banco e o representante dos trabalhadores a indicar pela Comissão de Credores. Os CTT e o BCP são membros suplementes da Comissão.

O plano apresentado por Luís Delgado, recorde-se, prevê como principais medidas a suspensão ou venda de oito títulos e o ajuste da periodicidade de mais quatro, a redução em cerca de 50 pessoas do quadro de funcionários e o pagamento de 40% da dívida aos credores comuns em 15 anos, com bullet (amortização única) de 60% na 150.ª prestação.

O representante da Comissão de Trabalhadores Rui Ferreira, que falava na assembleia de credores da Trust in News (TiN), que decorreu no Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste, em Sintra (Lisboa), afirmou que “66 trabalhadores pediram a liquidação da empresa”, acrescentando que “os trabalhadores não têm confiança na administração”.

Rui Ferreira descreveu ainda a vida na empresa como um “inferno”, e acrescentou que “não é concebível que se aprovem coisas com base em promessas”, tendo em conta que os trabalhadores continuam em atividade com o “equivalente a seis salários em falta”.

 

 

(Notícia atualizada pela última vez às 13h52)

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Venda de casas aumentou 13% em 2024 e preços subiram 12%, segundo a APEMIP

  • Lusa
  • 29 Janeiro 2025

Os compradores estrangeiros representaram em 2024 cerca de 12% do volume de vendas, registando uma taxa de crescimento média anual de 8% entre 2019 e 2024.

O número de casas vendidas registou uma subida homóloga de 13,1% e um acréscimo de 12% nos preços em 2024, segundo dados da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal, divulgados esta quarta-feira.

Num retrato sobre o setor imobiliário em 2024, a associação liderada por Paulo Caiado diz que “não é verdade” que exista uma crise generalizada na habitação, tendo em conta a valorização do mercado imobiliário que se tem registado, o facto de 73% dos agregados familiares em Portugal terem imóveis e 65% terem a casa paga.

Além disto, assinalam os dados revelados num encontro com jornalistas, muitas das soluções que têm sido apontadas ou adotadas têm um reduzido impacto na baixa do preço das casas, o que faz com que estas continuem a não ser acessíveis para a generalidade das pessoas.

Ou seja, fazer com que as casas fiquem 10% mais baratas não faz com que estas se tornem acessíveis para ninguém porque, referem os dados da APEMIP, “os preços distanciaram-se muito dos rendimentos das famílias”.

De acordo com a informação disponibilizada, os compradores estrangeiros representaram em 2024 cerca de 12% do volume de vendas, registando uma taxa de crescimento média anual de 8% entre 2019 e 2024, o que faz com que tenham um “papel crucial no mercado”.

A associação sublinha ainda as alterações observadas na estrutura demográfica e socioeconómica da população ao longo das últimas décadas, notando que, entre 1981 e 2021, a população de Portugal aumentou 5% para 10,3 milhões. Por outro lado, neste período de tempo, a dimensão média das famílias recuou de 3,3 para 2,5 membros.

a população estrangeira entre 2011 e 2021 aumentou 37%, situação que, indica a APEMIP, contribuiu “para a diversificação do mercado habitacional e para a procura residencial” em Portugal.

O desequilíbrio entre a oferta e a procura é um dos fatores que tem pressionado os preços. Segundo refere, entre 2011 e 2021 registou-se um crescimento residual do stock habitacional equivalente a 11 mil fogos anuais.

Em paralelo, as vendas de fogos residenciais têm registado um crescimento “consistente” desde 2015, com a trajetória positiva do volume de procura a ser impulsionada pelo mercado nacional e atratividade do mercado internacional.

“Os valores de venda continuam a subir devido ao desequilíbrio entre oferta e procura”, salienta a APEMIP acrescentando que o preço médio por metro quadrado em Lisboa e no Porto está próximos dos cinco mil e os 3.300 euros, respetivamente — sendo que os valores prime alcançaram já os 10 mil e 7.500 euros por metro quadrado, pela mesma ordem.

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