Marcelo realça que Portugal é confiável e não abandona alianças

  • Lusa
  • 21 Dezembro 2024

"Outros podem entrar e sair. Não. Quando estamos dentro de um projeto coletivo global, estamos para o resto dos nossos dias, o tempo que for necessário", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.

O chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, realçou este sábado a importância de os países membros da NATO mostrarem que estão unidos e afirmou que Portugal é um país confiável e não abandona alianças.

Nós, portugueses, somos, em todo o mundo, conhecidos como sendo muito confiáveis. Quando temos um compromisso, uma missão, uma tarefa, nós cumprimos, nós entregamos. Outros podem entrar e sair. Não. Quando estamos dentro de um projeto coletivo global, estamos para o resto dos nossos dias, o tempo que for necessário“, enalteceu Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente da República falava na área militar de treino de Lest, na Eslováquia, onde almoçou com os 26 militares portugueses integram uma brigada multinacional da NATO, na qual participam Portugal, Eslováquia, Espanha, Roménia, República Checa e Eslovénia.

A acompanhar Marcelo Rebelo de Sousa estiveram também o ministro da Defesa Nacional, Nuno Melo, o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, general Nunes da Fonseca, o Chefe do Estado-Maior do Exército, general Mendes Ferrão, e a Embaixadora de Portugal na capital da Eslováquia, Maria João Lopes Cardoso.

No final da refeição natalícia, Marcelo Rebelo de Sousa dirigiu algumas palavras aos militares portugueses, estando a ouvi-lo também participantes de outras nacionalidades da brigada multinacional da NATO e ainda um militar representante dos Estados Unidos da América, que não integra esta brigada mas está em serviço naquele local.

Marcelo Rebelo de Sousa, que é também Comandante Supremo das Forças Armadas, continuou, afirmando que é pelo facto de Portugal integrar alianças globais, como a NATO, que desde que é chefe de Estado foi encontrando tropas portuguesas em vários pontos do globo, desde África, aos Bálticos, na Roménia ou na Eslováquia.

Em todos os lugares, quando era necessário, nós estávamos lá. Nós estamos lá. Neste caso, nós estamos aqui [na Eslováquia] para fortalecer a posição da NATO, porque todos sabemos o quão importante é mostrar que estamos juntos. Estamos unidos. Hoje, amanhã, para sempre“, afirmou.

No início do mês, o Presidente eleito dos Estados Unidos da América, Donald Trump, assegurou que o seu país deixará a NATO a menos que os restantes membros aumentem o seu contributo financeiro para a Aliança Atlântica.

Em 04 de abril de 1949 foi assinado, em Washington, o Tratado do Atlântico Norte. Portugal é um dos 12 membros fundadores da Aliança Atlântica, a par dos Estados Unidos da América, Bélgica, Canadá, Dinamarca, França, Países Baixos, Islândia, Itália, Luxemburgo, Noruega e Reino Unido.

São também membros a Grécia, Turquia, Alemanha, Espanha, República Checa, Hungria, Polónia, Bulgária, Eslováquia, Eslovénia, Estónia, Letónia, Lituânia, Roménia, Albânia, Croácia, Montenegro, a Macedónia do Norte, a Finlândia e a Suécia.

Esta missão da Aliança Atlântica na Eslováquia – país fronteiriço com a Ucrânia – tem como objetivo reforçar a presença de forças militares na fronteira leste da NATO, “contribuindo para a dissuasão e defesa”, à semelhança das missões na Roménia.

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📹 Figueira dos Amores é eleita “Árvore do Ano” em Portugal. Conheça as 10 finalistas

  • ECO
  • 21 Dezembro 2024

A “Figueira dos Amores”, em Coimbra, ganhou a edição nacional do concurso de Árvore do Ano e vai representar Portugal no evento das finalistas europeias. Conheça as 10 mais votadas no país.

Uma Figueira da Austrália, plantada no século XIX por um aristocrata colecionador de árvores e que pode encontrar nos jardins da Quinta das Lágrimas, em Coimbra, venceu o concurso de Árvore do Ano e vai representar Portugal no concurso europeu Tree of the Year, no início de 2025. De uma oliveira de Abrantes a um sobreiro de Estarreja, confira a dez mais votadas.

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Reator nuclear mais potente de França ligado este sábado

  • Lusa
  • 21 Dezembro 2024

"A reindustrialização para produzir energia de baixo carbono, é a ecologia à francesa. Fortalece a nossa competitividade e protege o clima", afirma Emmanuel Macron.

O reator nuclear EPR de Flamanville, o reator mais potente de França, foi ligado este sábado à rede elétrica francesa, após 17 anos de construção e 12 anos de atraso, anunciou a empresa pública francesa EDF.

A EDF anunciou que pelas 11:48 (hora local) o reator foi conectado à rede elétrica francesa e começou a produzir os primeiros elétrons.

Apesar das polémicas que rodearam este novo reator, que está com 12 anos de atraso e, segundo a EDF, tem um custo estimado em 13,2 mil milhões de euros (quatro vezes a previsão inicial de 3,3 mil milhões), o Presidente francês considerou que se trata de “um grande momento para o país”.

“Um dos reatores nucleares mais poderosos do mundo (…) acaba de ser conectado à rede elétrica. A reindustrialização para produzir energia de baixo carbono, é a ecologia à francesa. Fortalece a nossa competitividade e protege o clima”, disse Emmanuel Macron através da rede social LinkedIn.

O presidente executivo da EDF, Luc Rémont, também na rede social Linkedin, considerou que este “é um evento histórico para toda a indústria nuclear francesa”.

Esta é primeira ligação de um novo reator em França desde 1999 e estava inicialmente prevista para sexta-feira de manhã, mas foi adiada por várias horas.

Este reator é um EPR (sigla de European Pressurized Reactor) e é o quarto reator deste tipo instalado no mundo (dois na China, um na Finlândia e há um em construção no Reino Unido) e o 57º reator (e o mais pontente) do parque nuclear francês.

A previsão é que este reator, quando estiver em plena capacidade, produza 2% a 3% da eletricidade francesa de origem nuclear, capaz de abastecer dois milhões de habitações, segundo a EDP.

Macron, que antes de chegar ao Eliseu apostava na redução do peso da energia nuclear em França, onde mais de 70% da electricidade provém de fontes nucleares, mudou de ideias ao longo do seu mandato e relançou a energia nuclear civil em França com a construção de vários reactores.

Já estão em curso os procedimentos para outros seis reactores do tipo EPR, nos quais a empresa pública de electricidade EDF espera poder aplicar as lições de Flamanville para aumentar a eficiência e reduzir os custos.

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Oficiais de Justiça dizem que proposta para carreira é “gozar com quem trabalha” e voltam à luta

  • Lusa
  • 21 Dezembro 2024

Numa mensagem em vídeo divulgada no site do sindicato, o presidente afirma que a proposta enviada pelo Ministério da Justiça "é gozar com quem trabalha"

A proposta para revisão da carreira de oficial de justiça é “gozar com quem trabalha”, defende o Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ), que põe fim ao “benefício da dúvida” a este Governo e anuncia o regresso à luta.

Numa mensagem em vídeo divulgada no site do sindicato, o presidente do SFJ, António Marçal, afirma que a proposta enviada pelo Ministério da Justiça (MJ) de revisão da carreira no âmbito das negociações do novo estatuto “não tem qualificação que não seja: é gozar com quem trabalha”.

Esta proposta é inaceitável, quer porque divide a carreira em duas e transforma-a em duas carreiras, ainda por cima unicategoriais, o que quer dizer que impõe as comissões de serviço, e depois porque nem sequer existe uma verdadeira revalorização salarial“, criticou António Marçal, anunciando que o secretariado nacional do sindicato vai reunir “de imediato” para elaborar uma contraproposta, mas também para deixar uma garantia ao Governo.

Caso não haja efetivamente uma verdadeira negociação, uma verdadeira melhoria negocial então não nos resta outra solução que não partir para a luta. E é isso que iremos fazer. Na próxima semana iremos divulgar já o nosso calendário de luta que poderá também passar por uma concentração nacional em Lisboa de todos os oficiais de justiça para, todos juntos, demonstrarmos ao Governo que não temos medo de ir à luta“, disse.

Segundo adiantou no início da semana o Sindicato dos Oficiais de Justiça (SOJ), o Governo, na primeira reunião de revisão do Estatuto dos Funcionários Judiciais, exigiu paz social para arrancar com as negociações, mas o SFJ, perante a concretização da proposta da tutela, vem agora admitir exatamente o contrário e anunciar o regresso à luta sindical.

Demos o benefício da dúvida a este Governo, à equipa desta ministra, mas perante este desrespeito, que foi a proposta agora enviada, não nos resta outra solução que não partir para a luta“, garantiu o presidente do SFJ.

A proposta do Governo divide a carreira em duas, diferenciando licenciados dos não licenciados, colocando-os em carreiras com níveis de complexidade funcional diferentes.

Para a carreira de nível funcional 3, corresponde à carreira de técnico superior na administração pública, e para a qual é exigida, no mínimo, uma licenciatura, o MJ propõe que transitem “o secretário de tribunal superior, secretário de justiça, escrivão de direito e técnico de justiça principal (cargos chefia), bem como todos aqueles que estão atualmente a exercer estas funções de chefia em regime de substituição”.

Transitam ainda “o escrivão adjunto e o técnico de justiça adjunto com grau de licenciatura ou com 15 ou mais anos de experiência na categoria de adjunto”.

Já para a carreira de categoria 2, corresponde ao nível de assistente técnico, para a qual apenas é exigido o 12.º ano, transitam “o escrivão adjunto e o técnico de justiça adjunto, sem grau de licenciatura, com menos de 15 anos de experiência na categoria de adjunto; escrivão auxiliar definitivo e o técnico de justiça auxiliar definitivo”, segundo a proposta remetida aos sindicatos pelo gabinete da secretária de Estado Adjunta e da Justiça, Maria Clara Figueiredo.

Quanto aos níveis salariais, a proposta define que na transição de carreiras, em ambos os níveis funcionais os funcionários devem ser colocados “no nível remuneratório superior mais próximo do detido atualmente”.

“Todos os que transitaram para o nível 2 e que, nos quatro anos seguintes, através de procedimento concursal/movimento excecional e mediante a realização de uma prova de conhecimentos especifica sejam admitidos à carreira de nível 3, são posicionados no nível remuneratório superior mais próximo do detido atualmente”, refere ainda a proposta.

Na mensagem vídeo divulgada, António Marçal rejeitou que o sindicato esteja disponível para aceitar estas condições. A primeira reunião ficou agendada para 16 de janeiro, num processo que tem data de conclusão prevista para 26 de fevereiro.

 

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EUA evitam paralisação orçamental ao último minuto

  • Lusa
  • 21 Dezembro 2024

Uma paralisação orçamental significava o desemprego técnico de centenas de milhares de funcionários públicos, o congelamento das prestações sociais e o encerramento de algumas creches.

O Congresso adotou a lei que garante o financiamento do Estado federal, aos níveis atuais, até meados de março. O texto inclui mais de 100 mil milhões de dólares (96 mil milhões de euros) de ajuda às regiões norte-americanas recentemente devastadas por catástrofes naturais.

Este é um bom resultado para os Estados Unidos e para o povo norte-americano“, congratulou-se o líder da maioria democrata no Senado, Chuck Schumer. A votação teve lugar pouco depois da meia-noite (06:00 em Lisboa).

Uma paralisação orçamental significava o desemprego técnico de centenas de milhares de funcionários públicos, o congelamento das prestações sociais e o encerramento de algumas creches.

A Câmara dos Representantes, liderada pelo partido republicano, tinha aprovado sexta-feira um novo plano orçamental para evitar a paralisação do governo dos Estados Unidos, a apenas poucas horas do prazo limite para um acordo no Congresso.

A votação foi bem-sucedida após negociações intensas na conferência republicana, no Capitólio, sobre como garantir o financiamento temporário do governo sem ceder às exigências do presidente eleito Donald Trump, que queria uma suspensão do teto da dívida.

O plano concebido pelo líder da maioria na câmara baixa, Mike Johnson, garante o financiamento do governo durante três meses aos mesmos níveis de hoje, incluindo 100 mil milhões de dólares em ajuda a desastres naturais e 10 mil milhões para assistência a agricultores.

O pacote segue agora para o Senado, que ainda é controlado pelos democratas até 03 de janeiro e onde é necessária aprovação para evitar o ‘shutdown’.

O líder da maioria democrata no Senado, Chuck Schumer, tinha pedido à bancada republicana que retomasse o acordo inicial, alcançado na quarta-feira, e que foi posto de parte devido à pressão de Donald Trump e do seu principal conselheiro, o milionário Elon Musk.

Dos atuais 430 membros da Câmara dos Representantes, 366 votaram “sim”, 34 votaram contra e 1 votou presente, enquanto 29 não votaram.

Se o Senado aprovar este pacote renovado até à meia-noite de Washington, será evitada a paralisação do governo. Se o rejeitar, o ‘shutdown’ afetará milhões de funcionários públicos, que passarão o Natal e Ano Novo sem receber salário.

Entre os departamentos afetados estão a Segurança Interna, Justiça, Comércio e Transportes, o que inclui agências como a FEMA, que fornece assistência federal em desastres e emergências, a TSA, que faz a segurança nos aeroportos, e a NASA.

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Relação dá razão ao Governo: tribunais têm de ter serviços mínimos durante as greves

O Tribunal da Relação deu razão ao Ministério da Justiça relativamente aos serviços mínimos na greve parcial convocada pelo sindicato dos oficiais de justiça, em junho.

O Tribunal da Relação deu razão ao Ministério da Justiça relativamente aos serviços mínimos na greve parcial convocada pelo sindicato dos oficiais de justiça, em junho. No acórdão de 19 de dezembro – quase seis meses depois do início da greve – os juízes desembargadores assumem que “não colhe o argumento da decisão arbitral de que não se justifica a fixação dos serviços mínimos para estas situações posto que, nos dias da greve em apreciação sempre estarão ao serviço, pelo menos, os funcionários judiciais filiados no SFJ dado que, como já vimos, também podem aderir aquela greve”, diz a decisão, a que o ECO/Advocatus teve acesso.

Em causa a greve para as manhãs de quartas e sextas-feiras lançada pelo Sindicato dos Oficiais de Justiça (SOJ) que foi questionada pela Direção-Geral da Administração da Justiça (DGAJ) que apresentou lista dos feriados municipais coincidentes com as quintas-feiras, para justificar a necessidade da imposição dos serviços mínimos.

Perante isto, os oficiais de justiça levaram a questão ao tribunal arbitral que deu razão ao alegado pelo SOJ. E a DGAJ interpôs recurso para o Tribunal dessa decisão do colégio arbitral, cuja acórdão foi agora conhecido. Durante esses seis meses em que o Tribunal da Relação não se pronunciou, não foram registados serviços mínimos.

No final de Junho, o Colégio Arbitral decidiu, por unanimidade, “relativamente à greve decretada pelo Sindicato dos Oficiais de Justiça (SOJ), para todas as manhãs de quartas-feiras e sextas-feiras, a partir do dia 28 de junho de 2024, e por tempo indeterminado, entre as 09h00 e as 12h30, não fixar quaisquer serviços mínimos”.

No início deste mês, ficou concluída a contratação dos 570 Oficiais de Justiça que vão reforçar as secretarias judiciais de todo o país. A entrada em funções está prevista para 13 de janeiro de 2025. Os Oficiais de Justiça foram colocados nas vagas disponíveis combinando dois critérios: a classificação obtida no concurso e a preferência indicada sobre as vagas disponíveis, fixadas de acordo com as necessidades prioritárias de cada comarca.

As 507 vagas vão distribuídas pelas diversas comarcas do país: 302 para a região norte e centro, 204 para a região da grande Lisboa, 51 para o sul e 13 para as ilhas.

Oficiais de Justiça no Orçamento do Estado

Os gastos com a Justiça previstos no Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) são de quase dois mil milhões de euros, dos quais 63% em despesas com pessoal, que sobem 51,4 milhões de euros face a 2024.

Os acordos assinados com guardas prisionais e oficiais de justiça terão um impacto de 17,5 e 7,7 milhões de euros, além dos custos despendidos em 2024, respetivamente. Quanto aos oficiais de justiça, o OE refere que o Governo assinou um acordo com o Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ), representativo de 87% dos profissionais das Secretarias Judiciais e do Ministério Público, após 18 meses de conflito social nos tribunais, e que a proposta inclui alterações no Suplemento de Recuperação Processual.

Neste suplemento foi acordado o aumento de 10% para 13,5% da retribuição base, a não suspensão de pagamento em caso de falta justificada por motivo de doença e a extensão do pagamento de 11 para 12 meses. O pagamento do suplemento passou a incluir trabalhadores no início de carreira, bem como todos aqueles que sejam avaliados com nota mínima suficiente, com efeitos a partir de junho e julho de 2024.

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André Pestana, coordenador do Stop, vai candidatar-se a Presidente da República

  • Lusa
  • 21 Dezembro 2024

O sindicalista deixou críticas ao almirante Gouveia e Melo, que tem sido apontado como um possível candidato a Belém, indicando que a sua candidatura constitui "uma alternativa".

O coordenador nacional do Sindicato para Todos os Profissionais da Educação (Stop), André Pestana, anunciou este sábado a intenção de se candidatar a Presidente da República em janeiro de 2026, assumindo uma candidatura independente e “a favor dos trabalhadores”.

Dentro, simbolicamente, de uma carruagem, ao lado do oceano que liga todos os continentes do nosso planeta pretendo iniciar esta viagem de aceitar ser candidato às eleições presidenciais de 2026“, anunciou o dirigente sindical na apresentação da sua candidatura, que decorreu numa carruagem de comboio transformada em bar, no concelho de Oeiras (distrito de Lisboa).

André Pestana disse que se candidata “a favor dos trabalhadores, para os trabalhadores”, recusa rótulos de esquerda ou direita, e quer declarar “guerra à precariedade, à destruição dos serviços públicos, as listas de espera que continuam a existir, à escola depósito em que está a ser transformada a escola pública“.

De acordo com o manifesto distribuído antes da apresentação, André Pestana está a responder a um desafio que lhe foi lançado por “50 ativistas sociais”, sem concretizar quem são. Esta candidatura com o mote “é hora de abrir a pestana”, quer que o próximo chefe de Estado seja alguém “diferente, que efetivamente esteja ao lado de quem defende o bem comum”.

“No que eu puder, tentarei ser a vossa voz, tentarei ser uma referência para todos os trabalhadores portugueses que continuam a dar o seu melhor e que mesmo assim não têm dignidade. Há dinheiro em Portugal para que todos possamos viver em dignidade, ter direito a habitação digna, a um trabalho digno, sem expulsar e sem dizer que a culpa é dos outros, como a extrema-direita tenta fazer e incutir esses valores em Portugal, que nós não queremos”, sustentou oi coordenador do Stop, destacando ainda o combate às alterações climáticas e contra a pobreza.

O professor disse que quer “ouvir e construir” com base “em discussões, sessões, para ser a voz dos sem voz” e que, apesar de ser uma candidatura independente, conta com o apoio de “muitos ativistas do Stop que se identificam com a candidatura, mas a título pessoal”.

A candidatura não tem apoio formal de nenhum sindicato, de nenhum partido, de nenhuma estrutura, há apoio individual das pessoas que individualmente acham que esta candidatura poderá ser uma pedrada no charco, como o Stop foi a nível sindical“, indicou, defendendo que “há uma grande maioria dos trabalhadores que está à espera de uma coisa diferente”.

O sindicalista deixou também críticas ao almirante Gouveia e Melo, que tem sido apontado como um possível candidato a Belém, indicando que a sua candidatura constitui “uma alternativa”.

“Ao contrário de alguns candidatos que dizem que tempos de estar preparados para morrer onde a NATO disser que temos de morrer, acho que a maioria da população portuguesa não quer que os nossos filhos, netos, sobrinhos morram para fazer as guerras dos interesses de outros”, afirmou.

André Pestana, 47 anos, é professor e doutorado em biologia. Natural de Coimbra, foi dirigente do partido Movimento Alternativa Socialista (MAS) e é coordenador nacional do Stop, sindicato que fundou em 2018.

As candidaturas presidenciais são apresentadas ao Tribunal Constitucional (TC) até 30 dias antes da data da eleição, e têm de ser subscritas por um mínimo de 7.500 e um máximo de 15.000 cidadãos eleitores. Só depois de validadas pelo TC as candidaturas são oficiais.

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Morreu Pedro Sobral, presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros

  • ECO
  • 21 Dezembro 2024

Presidente da APEL e administrador das edições gerais do grupo Leya, Pedro Sobral tinha 51 anos.

Morreu Pedro Sobral, presidente da Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL), vítima de atropelamento, enquanto seguia de bicicleta. Tinha 51 anos. O acidente aconteceu por volta das 7h25 da manhã deste sábado, na Avenida da Índia, em Belém, no sentido Alcântara-Algés, junto à Cordoaria Nacional.

A Leya, na qual era administrador das edições gerais do grupo Leya, já reagiu no LinkedIn. “Foi com profunda e pesada tristeza que a Leya recebeu, esta manhã, a notícia da trágica morte de Pedro Sobral, Administrador das Edições Gerais, na sequência de um atropelamento. Uma perda com danos inultrapassáveis, não apenas para todos os que na LeYa trabalharam de perto com Pedro Sobral, mas também para aqueles que, de uma forma ou outra, estão ligados ao sector do livro – editores, escritores, livreiros e tantos leitores com quem Pedro Sobral sempre estabeleceu laços de forte ligação”.

Pedro Sobral tinha 51 anos e era licenciado em Economia e em Ciência Política, pela Universidade Católica de Lisboa, tendo frequentado o Programa de Gestão Geral na Harvard Business School. Com um percurso inicial na área financeira e de consultoria, foi nomeado, em 2004, diretor de marketing e Vendas no Grupo Almedina, recorda a editora.

Em 2008, entrou no Grupo Leya, como diretor de marketing e conteúdo digital, mais tarde passou a como coordenador da divisão editorial e, por fim, a administrador das edições gerais do grupo Leya.

Após três anos como vice-presidente da APEL, em 2021, Pedro Sobral foi nomeado presidente da APEL, cargo que ocupou até agora.

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Sindicato atribui falta de formação na emergência pré-hospitalar a “deficiente gestão” do INEM

  • Lusa
  • 21 Dezembro 2024

O INEM "está longe ainda de aplicar todos os protocolos e todos os quadros de competências que os técnicos de emergência hospitalar deviam ter", acusa o sindicato.

O Sindicato dos Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (STEPH) atribuiu este sábado as carências na formação dos técnicos de emergência pré-hospitalar identificadas pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) a uma “deficiente gestão do anterior Conselho Diretivo” do INEM.

“Tem sido uma das nossas denúncias ao longo dos últimos anos. Todos os técnicos contratados a partir da publicação da carreira, em 2016, no novo quadro de competências, começaram a exercer funções sem que fosse concluída a formação que o INEM devia ter ministrado“, afirmou o presidente do sindicato em declarações à Lusa sobre o projeto de relatório da auditoria à legalidade e eficiência da gestão do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).

Segundo Rui Lázaro, “esta formação devia ter sido dada durante os primeiros seis meses, que coincide com o período experimental, em que, por exemplo, se o técnico não tiver sucesso na conclusão da formação, o INEM pode, sem constrangimento, rescindir contrato”.

O INEM dava-lhes o mínimo de formação, colocava-os a trabalhar, por exemplo, nas centrais de emergência, e depois, à melhor oportunidade, ia dando [a formação], coisa que acabou por não vir a acontecer“, afirmou o dirigente sindical.

Conhecido na sexta-feira à noite, o projeto de relatório da auditoria pedida pela ministra da Saúde concluiu que há técnicos de emergência pré-hospitalar no INEM que ingressam na carreira sem ter os requisitos necessários.

De acordo com a IGAS, o instituto não conseguiu assegurar a realização dos cursos de formação para os Técnicos de Emergência Pré-Hospitalar (TEPH) nos termos em que foram aprovados.

Adicionalmente, Rui Lázaro realça que o INEM “está longe ainda de aplicar todos os protocolos e todos os quadros de competências que os técnicos de emergência hospitalar deviam ter”: “Portanto, mesmo que tivessem feito a formação, estando ainda os protocolos por aplicar, é uma formação praticamente sem sucesso”, sustenta.

De acordo com o presidente do STEPH, mesmo os técnicos que já concluíram formação, alguns deles já há mais de três e quatro anos, “vão necessitar de fazer o devido ‘refresh’ da formação para que possam estar devidamente operacionais para aplicar os procedimentos”.

Para Rui Lázaro, “isto acontece sobretudo por uma deficiente gestão do anterior Conselho Diretivo do INEM, que pouco ou nada fez para que este processo formativo fosse concluído com sucesso“.

“Há mais protocolos que já podiam estar implementados e no terreno, há mais cuidados de emergência médica que podiam estar a ser prestados aos cidadãos e que não estão, simplesmente porque o Conselho Diretivo do INEM não teve essa vontade”, afirmou.

Segundo sustenta, “os últimos [protocolos] que entraram em funcionamento foi por uma imposição do anterior ministro da Saúde, que obrigou o presidente do INEM a avançar com os referidos protocolos”, sendo que “desde a queda do Governo que o processo se encontra praticamente suspenso”.

Assim, refere, se é um facto que, “para todos os procedimentos e cuidados que estão a ser prestados, os técnicos estão devidamente formados, a questão é que o rol de procedimentos e de cuidados que os técnicos devem prestar vai muito além daquilo que prestam no momento e para estes, sim, ainda falta adquirirem a devida formação”.

Entre as conclusões do relatório da IGAS, Rui Lázaro destaca ainda as que apontam para eventuais “ilegalidades na nomeação para cargos dirigentes ou chefias intermédias”.

“Era importante que o Ministério Público investigasse as nomeações que ocorreram no INEM ao longo dos últimos tempos, até porque uma boa parte delas se mantiveram meses e anos em substituição. Porque é que não abriram os referidos concursos para a contratação destes dirigentes ou destes cargos de chefia? Fica a dúvida”, afirma.

O dirigente sindical diz que o STEPH vai ser ouvido nos próximos dias pela IGAS na sequência do inquérito às mortes eventualmente associadas a atrasos no atendimento de emergência médica e que, depois de conhecido o respetivo relatório, irá analisar “se avança ou não para uma denúncia ao Ministério Público”.

O projeto de relatório da auditoria pedida pela ministra da Saúde, Ana Paula Martins, avaliou quatro grandes áreas: meios de emergência médica, compras públicas, formação profissional e atração e retenção de trabalhadores em áreas críticas.

O projeto de relatório, que ficou concluído na sexta-feira, vai ser remetido ao INEM, para o exercício do contraditório, tendo a IGAS emitido 44 recomendações.

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ECO Quiz. Novo aeroporto, carne e empresas

  • Tiago Lopes
  • 21 Dezembro 2024

Agora que termina mais uma semana, chegou a altura de testar o seu conhecimento. Está a par de tudo o que se passou?

Uma das notícias que marcou a semana que agora termina foi a divulgação do Relatório Inicial do novo aeroporto de Lisboa pela ANA, onde apresenta uma estimativa de custos para a construção da infraestrutura. A obra será financiada através da alteração das taxas aeroportuárias e da extensão do prazo de concessão, sem aporte de verbas do Orçamento do Estado.

As várias associações ligadas ao setor da carne anunciaram que os preços vão sofrer alterações em 2025. Fonte oficial da APIC disse ao ECO que “os preços no mercado são o resultado da lei da procura e oferta, e também dos aumentos sofridos na produção”.

O ECO publica todas as semanas um quiz que desafia a sua atenção. Tem a certeza que está a par de tudo o que se passou durante a semana? Teste o seu conhecimento.

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Resgate antecipado de PPR para pagar crédito volta a ser penalizado em 2025

  • Lusa
  • 21 Dezembro 2024

Uma vez que esta legislação não foi prorrogada, em 2025 volta a haver penalização quando um cliente quer resgatar antecipadamente um PPR mesmo que para pagar prestações da casa ao banco.

O resgate antecipado de planos poupança reforma (PPR) para pagar crédito à habitação volta a ter penalização em 2025, uma vez que a lei que suspendia essa penalidade financeira não foi prorrogada.

A possibilidade do resgate antecipado de planos poupança-reforma (mas também de planos poupança-educação e de planos poupança-reforma/educação) para pagar as prestações do empréstimo da casa sem as penalizações que habitualmente lhe estão associadas – como a devolução do benefício fiscal em sede de IRS — foi criada em 2022, num pacote que contemplou várias medidas para mitigar o impacto da subida da inflação no rendimento das famílias.

No final de 2023, no âmbito do Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), os deputados aprovaram a proposta do PS que prolongou essa norma transitória para 2024.

Assim, até final deste ano, as famílias podem fazer o resgate parcial ou total dos planos de poupança (reforma e/ou educação) sem qualquer penalização ou limite de montante para pagamento de prestações de contratos de crédito ou entregas a cooperativas de habitação.

Agora, uma vez que esta legislação não foi prorrogada, em 2025 volta a haver penalização quando um cliente quer resgatar antecipadamente um PPR mesmo que para pagar prestações da casa ao banco.

Em entrevista à Lusa, a coordenadora do gabinete de proteção financeira da associação de defesa do consumidor Deco, Natália Nunes, considerou que “em momentos de dificuldade e perante a iminência de [o cliente] não conseguir pagar a prestação do crédito à habitação deveria ser dada a possibilidade de utilizar o PPR”.

Contudo, também recordou que não se pode “esquecer que o objetivo do PRR é poupar para a reforma” e que essa almofada financeira deve ser preservada para essa etapa da vida.

Não nos podemos esquecer que, este ano, a Comissão Europeia veio dizer que, possivelmente, quem se reforme em 2050 poderá ter uma reforma de 38,5% daquilo que é o seu último rendimento. (..) Portanto, tudo aquilo que conseguirmos amealhar para a idade da reforma é bastante positivo e devia ser um objetivo de todos nós. O PPR é um produto que é vocacionado para a poupança a longo prazo, para a poupança para a reforma, e deve ser essa a utilização que deve ser dada ao PPR”, afirmou.

Já sobre o prolongamento para 2025 da manutenção de isenção da cobrança de comissões por parte dos bancos em caso de amortização (total ou parcial) do crédito à habitação a taxa variável, Natália Nunes considerou a medida positiva, lamentando contudo que seja temporária.

Em bom rigor aquilo que entendemos que se justifica é que no crédito à habitação com taxa variável não houvesse qualquer comissão pela amortização antecipada, dando a possibilidade ao consumidor de, a qualquer momento, poder fazer amortizações totais ou parciais“, disse, rematando que, de qualquer forma, perante o cenário de a medida terminar no final deste mês, o facto de se poder prolongar mais um ano, “é positivo”.

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Ameaças de Trump preocupam jornalistas e correspondentes nos EUA

  • Lusa
  • 21 Dezembro 2024

"Tenho de o fazer", disse Trump numa conferência de imprensa, na Florida. "Temos de endireitar a imprensa". Antes, o presidente eleito classificou os jornalistas de "inimigos do povo". 

As ameaças do Presidente eleito norte-americano Donald Trump de processar jornalistas e revogar licenças de órgãos de comunicação social, preocupam jornalistas e correspondentes nos Estados Unidos, a um mês da tomada de posse.

O que eu acho mais preocupante é que os apoiantes também são coniventes com essa atitude de ameaça constante à imprensa e entram no ataque constante aos jornalistas, colocando a profissão num mar de descrédito“, disse à Lusa a jornalista brasileira-americana Cleide Klock, correspondente da SBT na Califórnia. “Até acharam graça quando, num comício, Trump disse que não se importaria se os jornalistas fossem atingidos por tiros”, continuou.

A retórica usada por Donald Trump durante a campanha escalou na última semana, quando o Presidente eleito entrou com um processo contra o jornal Des Moines Register e a especialista em sondagens J. Ann Selzer. O motivo é uma sondagem referente ao estado do Iowa, publicada antes da eleição, cujas previsões estavam completamente erradas.

“Tenho de o fazer”, disse Trump numa conferência de imprensa, na Florida. “Temos de endireitar a imprensa”. Anteriormente, o presidente eleito classificou os jornalistas de “inimigos do povo”.

Este caso difere de outros processos interpostos por Trump porque acusa o jornal de interferência eleitoral, mas é similar ao que apresentou no Texas contra a CBS News, acusando a cadeia noticiosa de “práticas enganosas” por causa de uma entrevista a Kamala Harris.

O nomeado para diretor do FBI, Kash Patel, disse que a agência federal “irá atrás das pessoas nos meios de comunicação que mentiram sobre cidadãos americanos e ajudaram Joe Biden a defraudar as eleições presidenciais”.

Cleide Klock lembrou que este é um tema que vem desde o primeiro mandato de Donald Trump, altura em que se começou a referir à imprensa como ‘fake news’.

Com o aval do segundo mandato, Trump fortalece-se nesse discurso e acredito que teremos longos anos de batalha pela frente“, considerou. “Anos de medo sem uma total liberdade de imprensa, pilar necessário para uma democracia”.

A jornalista contou que no dia em que Trump ganhou a primeira eleição em 2016, estava a gravar uma peça na rua e os ocupantes de um carro gritaram ‘fake news’ quando viram a câmara e o microfone. “Essa foi a primeira vez que ouvi esse tipo de ataque na rua enquanto trabalhava nos EUA”, disse. “Naquele momento, eu soube que fazer jornalismo aqui já havia mudado“.

Em 2020, a administração Trump propôs restrições inéditas ao trabalho de jornalistas estrangeiros nos Estados Unidos, com a intenção de limitar a um máximo de 16 meses a presença dos correspondentes.

Alguns jornalistas que trabalham em Washington, D.C. que a Lusa contactou não quiseram prestar declarações porque querem perceber até que ponto a administração vai cumprir as ameaças.

A liberdade de imprensa é um direito fundamental na democracia norte-americana e a fasquia legal para provar dolo em tribunal é muito elevada, o que tem levado especialistas a antecipar que os processos não sairão vencedores.

No entanto, sugerem que a estratégia é empurrar órgãos de comunicação e jornalistas para batalhas legais morosas e dispendiosas, o que pode levar a uma situação de autocensura prévia.

Na semana passada, a Disney resolveu um processo de difamação interposto por Trump à ABC News, acordando o pagamento de 15 milhões de dólares antes do julgamento.

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