Prémios de produtividade isentos de IRS, mas fazem retenção na fonte. Veja as simulações

Empregadores passam a poder pagar prémios de produtividade aos seus trabalhadores, que ficam isentos de IRS. Contudo, fazem retenção na fonte, ainda que a uma taxa menos pesada do que até aqui.

Foi uma das medidas do acordo assinado na Concertação Social que o Governo fez refletir na proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano: os prémios de produtividade até 6% da remuneração base anual dos trabalhadores passam a estar isentos de IRS, ainda que fiquem sujeitos a retenção na fonte. De acordo com as simulações feitas pela EY para o ECO, a nova medida dá 439 euros de rendimento líquido extra, no mês do pagamento, a quem receba um prémio de dois mil euros e tenha um salário com esse mesmo valor.

A história começa em setembro do ano passado. A Confederação Empresarial de Portugal (CIP) propôs ao Governo (então liderado por António Costa) a possibilidade de as empresas pagarem um 15.º mês aos trabalhadores, isento de impostos e contribuições sociais.

A proposta não foi acolhida pelo Executivo da altura, mas, entretanto, o país foi a eleições e o novo Governo fez questão de incluir no seu programa a intenção de avançar com a isenção dos prémios de produtividade, “correspondendo a um 15.º mês.

Essa foi mesmo uma das medidas que ficaram no acordo tripartido sobre valorização salarial e crescimento económico, que foi assinado no início de outubro na Concertação Social. E uma das medidas que o Governo incluiu na proposta de Orçamento do Estado para 2025.

O Executivo acrescentou-lhe, contudo, uma regra que não constava nem do que tinha sido defendido pela CIP nem do entendimento assinado na Concertação Social: esses prémios serão sujeitos a retenção na fonte de IRS, sendo que a taxa será a que “corresponder à remuneração mensal do trabalhador”.

Ou seja, no momento em que o prémio é pago pelo empregador ao trabalho, será sujeito a descontos de IRS. Depois, no acerto de contas anual com o Fisco, se a empresa tiver cumprido todos os requisitos para ter acesso à isenção fiscal, o trabalhador receberá o reembolso desse imposto. “Somente com a entrega da declaração de IRS o trabalhador receberá o reembolso desse imposto que tinha sido retido”, confirma a tax manager Mariana Andrade Cotrim, da EY.

Vamos a casos práticos. Se um empregador quisesse atribuir, neste momento, um 15.º mês (isto é, um prémio de valor igual ao seu salário) a um trabalhador (solteiro, sem filhos) com um salário bruto de mil euros, esse prémio seria somado ao vencimento regular, agravando a taxa de retenção na fonte.

Resultado: dos dois mil euros pagos pelo empregador nesse mês (mil euros de salário e mil euros de prémio), o trabalhador receberia, em termos líquidos, 1.560 euros, calcula a EY.

Já com a nova medida, passará a receber 1.737 euros líquidos, desses dois mil euros, como mostra a tabela abaixo. São mais 177 euros.

É que, com a medida prevista na proposta de Orçamento do Estado, o 15.º mês deixa de ser somado ao vencimento regular e passa a estar sujeito à mesma taxa de retenção da remuneração mensal.

A EY também simulou o impacto da nova medida no imposto anual. Sem o que está previsto no Orçamento do Estado, um trabalhador com um salário mensal de mil euros e um prémio de mil euros teria, no total do ano, 1.475,34 euros de IRS anual a pagar. Feitas as contas, o seu vencimento anual líquido seria de 11.984,66 euros.

Já com a nova medida medida, tem menos 138,6 euros de IRS a pagar. Isto porque o prémio até 840 euros (6% do ordenado anual) está totalmente isento de imposto.

A tax manager da EY alerta, porém, que essa isenção só se aplica se o empregador cumprir certas condições. “Se o empregador aumentar o seu salário médio em, pelo menos, 4,7%, e se for essa também a subida média dos ordenados que estão, neste momento, abaixo da média da empresa. Deste modo, nem todas as entidades empregadoras e prémios serão elegíveis para efeitos desta isenção“, sublinha Mariana Andrade Cotrim.

A CIP considera que esses requisitos são amarras, que ameaçam a viabilidade desta medida. Mas o Governo defende-os, sublinhando que, deste modo, fica claro que estes prémios não são aumentos salariais e que os empregadores não devem aproveitar a isenção fiscal agora prevista para canalizar para aí os eventuais reforços remuneratórios.

Nova medida “liberta” 439 euros de prémio para salário de 2.000 euros

Vamos a outro caso. Se um trabalhador (solteiro e sem filhos) com um salário de dois mil euros brutos mensais receber hoje um prémio com o mesmo valor, vai ver a sua taxa de retenção na fonte agravada, e acabará por receber, do total de quatro mil euros, 2.680 euros.

Já com a nova medida, desses meses quatro mil euros entregues pelo empregador (dois mil de salários e dois mil de prémio), receberá 3.119 euros, de acordo com as contas da EY. São mais 439 euros do que no cenário anterior.

Vejamos agora o impacto anual. Sem a medida prevista no Orçamento do Estado para 2025, este trabalhador teria a pagar, no total, 5.179,02 euros de IRS num ano, o que significa que o seu rendimento líquido global seria de 21.740,98 euros.

A nova medida traz uma poupança de de 537,60 euros, uma vez que 1.680 euros dos dois mil euros de prémio estão totalmente isentos de IRS (6% da retribuição anual desse trabalhador), indica a EY.

“Impacto cada vez maior quanto maior o salário bruto”

O único limite previsto na proposta de Orçamento do Estado para 2025 é que os prémios de produtividade estão isentos até 6% da retribuição base anual do trabalhador, não estando estipulado qualquer teto quanto aos ordenados considerados.

Assim, Mariana Andrade Cotrim frisa que esta medida “traduz-se num aumento do rendimento líquido anual para todos os trabalhadores, sendo que o impacto torna-se cada vez maior quanto maior o salário bruto“.

Basta ver o exemplo de um trabalhador (solteiro, sem filhos) com cinco mil euros de salário e um prémio do mesmo valor. Neste caso, a variação do rendimento líquido mensal é de 722 euros e, em termos anuais, a poupança quase atinge 1.900 euros, de acordo com as simulações da EY.

Hoje, dos dez mil euros entregues pelo empregador entre salário e prémio, 5.726 euros chegariam à carteira nesse mês. Já em 2025, chegarão 6.448 euros.

Já no acerto de contas anual, 4.200 euros desses cinco mil euros de prémio ficarão isentos de imposto (6% da retribuição anual), o que significa que haverá uma poupança anual de 1.890 euros para esse contribuinte.

E quem ganha (solteiro, sem filhos) um vencimento de dez mil euros e receba um prémio do mesmo valor vai poupar mais de quatro mil euros em imposto anual, com esta nova medida.

Até agora, teria a pagar, no conjunto do ano, 55.433,72 euros de IRS. Passa a ter de entregar 51.191,72 euros, porque 8.400 euros do prémio ficam isentos de imposto.

Estas simulações já têm em conta os escalões e taxas de IRS previstas na proposta de Orçamento do Estado para 2025. Quanto à retenção na fonte, são utilizadas as tabelas que vigorarão no final deste ano, e que ainda poderão sofrer alterações em janeiro.

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Moçambique. Chapo promete “dialogar com todos”, incluindo os que se manifestam nas ruas

  • Lusa
  • 24 Outubro 2024

Daniel Chapo repudiou "as manifestações", afirmou que a Frelimo é "um partido de paz" e prometeu "dialogar com todos".

Daniel Chapo, candidato da Frelimo que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) anunciou ter vencido as presidenciais de 9 de outubro, disse que vai ser o “Presidente de todos os moçambicanos”, mesmo dos que estão a manifestar-se nas ruas. Os protestos não se fizeram esperar nas ruas de Maputo, com corte de avenidas, e a polícia a disparar gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes,

“A partir deste momento em que temos resultados que vão ser validados pelo Conselho Constitucional, vamos passar a ser Presidente de todos os moçambicanos, incluindo aqueles que se estão a manifestar”, afirmou Chapo, num encontro com dirigentes do partido, em que tinha ao seu lado o Presidente e líder da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), Filipe Nyusi.

“Vamos conversar com eles. Nós repudiamos as manifestações porque somos um partido de paz e vamos dialogar com todos esses nossos irmãos. Queremos ser Presidente de todos os moçambicanos”, reiterou. Antes de Daniel Chapo, interveio Filipe Nyusi, que cantou “Chapo Presidente, doa a quem doer”.

Já o candidato presidencial Lutero Simango, apoiado pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM), disse que os resultados eleitorais foram “forjados na secretaria”, prometendo “ação política e jurídica” para repor a “vontade popular”.

“São resultados administrativos, forjados na secretaria, não refletem a vontade popular e a verdadeira expressão dos eleitores nas urnas (…) Por isso faremos a combinação da ação política e jurídica para que os resultados possam refletir a vontade dos eleitores”, declarou Lutero Simango, após a divulgação dos resultados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), que ainda têm de ser validados pelo Conselho Constitucional.

O candidato presidencial acusou a Frelimo de “manipular os resultados, apontando que o partido no poder indicou ilegalmente presidentes de mesas de votação em seu benefício. “Face a esta manipulação, não se pode aceitar estes resultados, por isso dissemos que há ausência da justiça eleitoral e restam-nos duas alternativas: a reposição da legalidade ou a mobilização generalizada da revolta como se está assistir na cidade de Maputo”, disse Simango.

Na mesma declaração pública, afirmou que é da responsabilidade do Conselho Constitucional “repor a legalidade”, apontando como solução alternativa a realização do que chamou de “auditoria forense”.

“Que haja a verificação dos boletins de todas as mesas de votação com as respetivas atas e editais e em função disso se pode comparar com o que está nas urnas ou o mais sensato é a repetição de eleições”, adiantou, acrescentando que o “uso da força” para se impor contra a “vontade popular” gera violência.

Por seu turno, o mandatário da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Geraldo Carvalho, disse que nenhum moçambicano “lúcido” é capaz de aceitar os resultados anunciados, acusando a Frelimo de cometer fraude. “Quem é que aceitaria uma coisa dessas? Isto é brincar com o povo, é puxar o povo para o monopartidarismo. Depois de tudo o que assistimos, as urnas a serem violentadas, há vários vídeos, imagens que confirmam que houve enchimento para determinado candidato e partido”, apontou o mandatário da Renamo.

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Segurança Social Direta indisponível sete horas na noite de sábado para domingo

  • Lusa
  • 24 Outubro 2024

A intervenção técnica deixará o portal indisponível entre as 20:00 de sábado, dia 26 de outubro, e as 03:00 de domingo.

O portal da Segurança Social Direta vai estar temporariamente indisponível durante algumas horas na noite de sábado para domingo, devido a uma intervenção técnica, anunciou esta quinta-feira o Instituto da Segurança Social (ISS).

A Segurança Social informa que, por motivos de intervenção técnica programada no seu Sistema de Informação, o portal da Segurança Social Direta (SSD) ficará indisponível, previsivelmente, no período entre as 20:00 de sábado, dia 26 de outubro, e as 03:00 de domingo, dia 27 de outubro”, adianta o instituto liderado por Octávio de Oliveira, numa nota publicada no site.

Esta intervenção tem como intuito “melhorar a qualidade dos serviços digitais disponibilizados, procurando uma maior aproximação aos cidadãos e empresas e proporcionar uma maior comodidade e eficácia na sua relação com a Segurança Social”, acrescenta. Na segunda-feira, o instituto informou que “reativou a funcionalidade de registo e alteração de IBAN na Segurança Social Direta”, após o serviço ter estado suspenso durante cerca de duas semanas.

Nesse contexto, a Segurança Social implementou “novas soluções que reforçam a segurança no processo de inserção ou alteração de IBAN”, de modo a “garantir maior proteção e segurança aos beneficiários”.

Deste modo, quem quiser voltar a registar ou alterar o IBAN na Segurança Social Direta no menu tem de aceder ao seu perfil, depois ir a conta bancária e aí registar o IBAN. Tem ainda que inserir o comprovativo de titularidade da conta bancária e aguardar pela validação do IBAN pelos serviços competentes, dado que o “IBAN não ficará imediatamente válido”.

“O titular será notificado na área ‘Mensagens’ da Segurança Social Direta após validação do processo por parte dos serviços da Segurança Social”, explicou ainda o instituto. Segundo a Segurança Social, esta é ainda uma “solução provisória, enquanto não está disponível solução de conferência da titularidade da conta”.

À Lusa, o Instituto da Segurança Social tinha confirmado, no início de outubro, a existência de cerca de 90 situações de burla relacionadas com a alteração de IBAN na Segurança Social Direta sem intervenção dos beneficiários, estimando um impacto de 60 mil euros.

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OE2025. PS vai votar contra a descida do IRC na especialidade

  • ECO
  • 24 Outubro 2024

Socialistas vão dar aval à proposta de Orçamento do Estado abstendo-se na votação final, mas irão chumbar na especialidade a proposta de descida de IRC em um ponto percentual.

O PS vai votar contra a descida do IRC na discussão na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2025 apresentada pelo Governo há duas semanas, segundo avança o Observador (acesso pago) e confirmou o ECO junto de fontes socialistas.

Pedro Nuno Santos já prometeu viabilizar o Orçamento do Estado para o próximo ano através da abstenção da bancada socialista. Porém, os socialistas irão votar contra a descida do IRC em um ponto percentual para 20% – foi uma das razões para não ter chegado a um acordo com o Governo – quando o Parlamento discutir o documento na especialidade.

Do lado do PS, ainda assim, acredita-se que a descida do IRC acabará por passar com os votos do Chega, que sempre se mostrou favorável a esta medida.

A votação do Orçamento do Estado na generalidade está marcada para dia 31 de outubro. Uma vez que o PS já sinalizou a abstenção ao documento, a fase de especialidade vai decorrer entre 22 e 29 de novembro, data em que irá a votação final global.

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Daniel Chapo venceu eleição presidencial de Moçambique com 70,67%

  • Lusa
  • 24 Outubro 2024

A Frelimo obteve, para o parlamento, 195 mandatos. Já a Renamo foi destronada pelo Podemos, que passa a ser o maior partido a oposição.

 

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) moçambicana anunciou esta quinta-feira a vitória de Daniel Chapo (Frelimo) na eleição a Presidente da República de 9 de outubro, com 70,67% dos votos, resultados que ainda carecem da validação do Conselho Constitucional.

Segundo os resultados do apuramento geral das eleições, anunciados pelo presidente da CNE, Carlos Matsinhe, em Maputo, Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), venceu com mais de 50% dos votos em todos os círculos eleitorais do país, somando no total 4.912.762 votos.

Venâncio Mondlane, apoiado pelo Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos, extraparlamentar), ficou em segundo lugar, com 20,32%, totalizando 1.412.517 votos.

Na terceira posição da eleição presidencial ficou Ossufo Momade, presidente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), até agora maior partido da oposição, com 403.591 votos (5,81%), seguido de Lutero Simango, presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM, terceiro partido parlamentar), com 223.066 votos (3,21%).

Votaram nesta eleição 43,48% dos mais de 17,1 milhões de eleitores inscritos. Segundo Carlos Matsinhe, o apuramento eleitoral foi feito por consenso em 87% dos 154 distritos.

A Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder) garantiu mais 11 deputados, e o até agora extraparlamentar Podemos destronou a Renamo na liderança da oposição, segundo dados da CNE. A Frelimo obteve, para o parlamento, 195 mandatos.

Além de reforçar a maioria no parlamento, que conta com um total de 250 deputados, a Frelimo também viu o seu candidato presidencial ser eleito com 70,67% dos votos.

O Podemos, pequeno partido até agora extraparlamentar e que apoiou a candidatura presidencial de Venâncio Mondlane, ficou em segundo lugar, elegendo 31 deputados. De acordo com os resultados anunciados pela CNE, a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), até agora maior partido da oposição, caiu de 60 para 20 deputados.

O Movimento Democrático de Moçambique (MDM) mantém a representação parlamentar, mas viu o total de deputados cair de seis para quatro. O partido Frelimo conquistou em 2019 um total de 184 mandatos à Assembleia da República, correspondente a 71,28%. A Renamo elegeu então 60 deputados (22,28%), seguida do MDM, com seis deputados (4,19%).

Em 2019 registou-se uma afluência às urnas, segundo os dados oficiais, de 52% dos mais de 13,1 milhões de eleitores inscritos para votar. Votaram nesta eleição 43,48% dos mais de 17,1 milhões de eleitores inscritos. Segundo Carlos Matsinhe, o apuramento eleitoral foi feito por consenso em 87% dos 154 distritos, enquanto a ata do resultado geral do apuramento, na CNE, foi aprovada com nove votos a favor e sete contra.

Antes de anunciar os resultados centralizados do apuramento geral, que se prolongou por mais de três horas, o presidente da CNE explicou que “ao longo do dia da votação e do processo de contagem de votos foram instaurados vários processos contenciosos junto dos tribunais judiciais”, bem como “alguns canalizados ao Conselho Constitucional”.

“Processos esses que se espera a tomada das decisões competentes. Entretanto, a CNE é obrigada pela lei a anunciar o resultado da votação até 15 dias após a votação (…), não podíamos esperar as decisões desses contenciosos”, disse, admitindo que essas decisões “podem ter impacto nos resultados”.

“O anúncio dos resultados não fecha todo o processo, até que tenha havido a validação dos resultados e a proclamação dos vencedores”, acrescentou. Após o apuramento intermédio, ao nível dos 154 distritos e depois nas províncias, a CNE tinha 15 dias para anunciar os resultados oficiais, cabendo agora ao Conselho Constitucional a proclamação dos resultados, após concluir a análise, também, dos recursos dos candidatos e partidos da oposição, neste caso sem prazo definido para esse efeito.

O anúncio dos resultados acontece no primeiro de dois dias de greve geral e manifestações em todo o país convocadas pelo candidato Venâncio Mondlane contra o processo eleitoral deste ano.

O processo eleitoral de 2024 tem sido criticado por observadores internacionais, que apontam várias irregularidades, e marcado pela violência, com protestos na rua que levaram à intervenção da polícia com lançamento de gás lacrimogéneo e tiros para o ar, e o duplo homicídio de dois apoiantes do candidato presidencial Venâncio Mondlane, o advogado Elvino Dias e o docente Paulo Guambe, mortos a tiro numa emboscada em Maputo na noite de 18 de outubro.

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Espelho partido pelo ‘good-zila’? “Simples. Nós resolvemos”, diz Seguro Directo em campanha

  • + M
  • 24 Outubro 2024

A campanha - que explora um "universo fantástico e exagerado, com recurso a um tom humorístico" - marca presença em televisão, digital, rádio, outdoor, display e redes sociais.

“Simples. Nós resolvemos” – mesmo nas situações mais improváveis, como ter um espelho partido pelo good-zila -, diz a Seguro Directo, marca do Grupo Ageas Portugal, na sua nova campanha assinada pela Gravity Creative Dynamics e produzida pela Show Off | Mola.

“Os desafios de comunicação de uma marca de seguros, no mundo das seguradoras diretas, são vários, nomeadamente quando os objetivos são eficácia e a memorização. Na Seguro Directo sentimos que era o momento de recuperar o lado mais humano e próximo, num tom fun que a marca já teve no passado. Por isso, surge esta campanha, com uma assinatura que reflete a promessa que a marca tem – o cliente no centro da sua estratégia”, diz Hugo Julião, diretor de marketing canal e digital do Grupo Ageas Portugal, citado em comunicado.

A campanha explora um “universo fantástico e exagerado, com recurso a um tom humorístico”, sendo que “através de situações inusitadas, cria empatia e evidencia a importância da proteção do seguro”, refere-se em nota de imprensa. “A presença da personagem ‘improvável’, good-zila, inicia uma nova vertente da comunicação da marca que irá incluir várias personagens a partir de agora”, acrescenta-se.

O objetivo passa por “reforçar a importância dos seguros e destacar a Seguro Directo como a solução ideal para enfrentar os imprevistos do dia-a-dia de forma fácil e rápida, diferenciando-se da concorrência pela sua simplicidade e conveniência”.

Por parte da agência Gravity Creative Dynamics, o diretor criativo Ricardo Agostinho refere que o desafio recebido “permitia sonhar, viajar, gravitar pelo mundo das ideias e das possibilidades de contar uma história”. “Foi do briefing que se libertou a coragem e criámos uma linha de personagens, gigantes e fantásticas, uma metáfora das nossas vidas, uma ideia para viver até nos meios mais improváveis“, acrescenta.

Já Luciano Ottani, realizador da Show Off | Mola, diz que “este projeto permitiu explorar técnicas de filmagem e pós-produção únicas”. “Em parceria com a agência Gravity Creative Dynamics e com o apoio da Seguro Directo, garantimos que cada detalhe desta personagem – Good-zila -, fosse tão amigável e marcante quanto o idealizado. A mesma confiança que os clientes depositam na Seguro Directo foi também colocada em nós. Encarámos um desafio complexo, ao qual respondemos com muito entusiasmo””, refere.

A campanha marca presença em televisão, digital, rádio, outdoor, display e redes sociais, tendo o planeamento de meios ficado a cargo da Arena Media. Os spots contam com a participação de Cláudia Gomes e António Rocha nos papéis principais de condutores de carro e moto, respetivamente, e de Nuno Pinheiro enquanto interveniente. As vozes dos spots de rádio ficaram a cargo dos atores Nuno Lopes e Sara Prata.

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Tribunal de Contas aponta infração financeira à Universidade Coimbra

  • Lusa
  • 24 Outubro 2024

A Universidade de Coimbra procedeu ao pagamento de 722 faturas, antes da submissão do contrato e pronúncia do Tribunal de Contas

O Tribunal de Contas considerou que a Universidade de Coimbra terá praticado uma infração financeira, no âmbito de uma modificação de contrato de aquisição de serviços de transportes aéreo e ferroviário, aluguer de viaturas, alojamentos e inscrição em eventos.

“O instrumento contratual outorgado em 20 de maio de 2022, com o valor de 618 mil euros (isento de IVA), encontrava-se sujeito a fiscalização prévia do Tribunal de Contas [TdC](…). Como tal, não podia produzir efeitos financeiros (pagamentos) antes da pronúncia do TdC”, refere.

Num relatório de apuramento de responsabilidade financeira sancionatória, publicado este mês, o Tribunal de Contas alega que a Universidade de Coimbra (UC) procedeu ao pagamento de faturas, antes da submissão e pronúncia do TdC. Ao todo, a UC procedeu ao pagamento de 722 faturas, entre 28 de junho de 2022 e 06 de junho de 2023, no montante de 584.649,59 euros. Segundo o TdC, os pagamentos desrespeitaram a Lei de Organização e Processo do Tribunal de Contas (LOPTC) e são suscetíveis de “consubstanciar a prática da infração financeira”.

“Esta ilegalidade foi reconhecida pela UC e justificada como tendo sido um lapso dos serviços, que decorreu de um erro de interpretação da alteração da disciplina legal das modificações aos contratos e que os pagamentos foram feitos na convicção de serem legais ou estarem perante uma situação de urgência imperiosa”, lê-se no documento.

Quanto aos responsáveis pela prática desta infração, o TdC identifica o reitor da UC, bem como o diretor de Serviços de Gestão Financeira e os chefes da divisão de Contabilidade Financeira e de Orçamento e Conta. O Relatório do TdC indica ainda que a eventual condenação em responsabilidade financeira sancionatória, a efetivar em processo de julgamento, é sancionável com multa entre os 2.550 e os 18.360 euros.

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Governo alinha condições do PPR europeu ao PPR nacional

Depois de equiparar o tratamento fiscal do PEPP aos PPR nacionais, o Governo harmoniza agora as condições regulatórias do produto europeu, nomeadamente ao nível das condições de resgate.

O Governo aprovou esta quinta-feira, em Conselho de Ministros, um projeto de diploma que visa regular produtos financeiros, com especial enfoque no Produto Europeu de Poupança para a Reforma (PEPP), conhecido também como PPR europeu.

Segundo António Leitão Amaro, ministro da Presidência, este diploma introduz ajustes à legislação nacional para alinhar as condições do PEPP com as condições aplicadas aos Planos de Poupança Reforma (PPR) nacionais, não em termos fiscais, mas em matéria regulatória. “O objetivo é proporcionar aos portugueses uma gama mais ampla de opções de poupança e incentivar o aumento da taxa de poupança no país”, destacou o ministro, em conferência de imprensa.

Este alinhamento regulatório abrange a aplicação de condições muito semelhantes às estabelecidas por lei no reembolso dos PPR nacionais aos PEPP. “O alinhamento, ou aproximação, entre o PEPP e os PPR é visível nas condições de reembolso (ou acesso aos benefícios), embora no PEPP as condições sejam apesar de tudo um pouco mais restritas, dado que os PPR já têm outras utilizações para além de produto de poupança para a reforma”, refere ao ECO fonte oficial do Ministério das Finanças.

Esta medida segue uma outra iniciativa aprovada anteriormente pelo Parlamento que já tinha equiparado o tratamento fiscal do PEPP ao dos PPR nacionais. De acordo com essa legislação, os PEPP passarão a beneficiar dos mesmos incentivos fiscais que os PPR – e agora também em matéria regulatória.

Com estas medidas, o Governo pretende não apenas harmonizar as condições regulatórias entre o PEPP e os PPR, mas também reforçar a competitividade do mercado de produtos de poupança em Portugal.

A expectativa é que estas iniciativas contribuam para um aumento significativo na adesão dos consumidores a este tipo de produtos financeiros assim que eles foram disponibilizados aos investidores, promovendo assim uma cultura de poupança mais robusta entre os portugueses.

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“O futuro da economia está construído no capital humano”, diz professor da Universidade de Nova Iorque

  • ECO
  • 24 Outubro 2024

Professor Robert Seamans, da Universidade de Nova Iorque, acredita que o futuro da economia está na inteligência artificial, mas também no capital humano.

O professor Robert Seamans afirmou esta quinta-feira que “o futuro da economia será construído no capital humano“, mas também depende da inteligência artificial. O diretor do Centro para o Futuro da Gestão da Universidade de Nova Iorque participou nas Conferências do Estoril, na Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa (Nova SBE).

Robert Seamans, professor da Universidade de Nova Iorque, nas Conferências do Estoril, na Nova SBE.Hugo Amaral/ECO

Na visão do académico, o conhecimento técnico desta nova tecnologia é importante, mas também é crucial para o sucesso dos negócios a experiência que os humanos têm acumulado ao longo das suas carreiras.

Por outro lado, apesar do futuro da economia estar ligado à inteligência artificial, este impacto económico demorará algum tempo a ser notado, refere o especialista. “As novas tecnologias não são plug and play“, disse.

Além disso, a ferramenta precisa de investimentos complementares, que em média são mais do dobro do investimento na tecnologia em si. Um braço de robô que custe 30 mil dólares, por exemplo, implica um investimento complementar (para executar essa tecnologia numa área específica) de 60 mil dólares, indicou o especialista em gestão.

Já em termos de profissões e salários, o professor afirmou que as pessoas em cargos mais elevados e com salários superiores são as que estão mais expostas à inteligência artificial.

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Lucros da Navigator crescem 20% para 241,4 milhões até setembro

Papeleira lançou apoios para os produtores afetados pelos incêndios. Vai continuar a pagar madeira a preço de mercado e a usar como fonte de biomassa triturada a que não possa ser usada na indústria.

A Navigator fechou os primeiros nove meses com um resultado líquido de 241,4 milhões de euros, o que representa uma subida de 20,3% face aos lucros obtidos em igual período do ano passado. A empresa lançou ainda um conjunto de apoios aos produtores florestais afetados pelos incêndios, garantindo que vai dar apoios para selecionar e segregar a madeira sem quaisquer vestígios de carvão, continuando a pagar a madeira destas regiões a preços de mercado e “combaterá assim qualquer eventual tentativa de aproveitamento especulativo.”

O EBITDA atingiu os 431,3 milhões de euros, nos primeiros nove meses do ano, um aumento de 14,5% face ao período homólogo de 2023, enquanto a margem EBITDA subiu 1,7 pontos percentuais para 27,5%, adianta a empresa em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

O volume de negócios subiu 7,4% para 1.569 milhões de euros, face aos primeiros nove meses de 2023. Olhando para os vários segmentos de negócio, as vendas de papel de impressão e embalagem da Navigator cresceram 17% nos primeiros nove meses do ano face ao período homólogo, com o valor das vendas a crescer 7%. No tissue, o volume de vendas registou um aumento de 53% para 155 mil toneladas, com um crescimento do valor de vendas de cerca de 48%, face ao período homólogo.

“Estes resultados são fruto da resiliência da Navigator perante a volatilidade do mercado, da sua eficiência na gestão do mix de negócios, da estratégia comercial e do controlo de custos”, refere a empresa em comunicado, acrescentando que, “em termos comerciais, a robustez dos preços de papel de impressão, de embalagem e de tissue e o maior peso dos novos segmentos de negócio, tissue e packaging, garantiram os bons resultados registados.

A papeleira, que esta semana anunciou que já arrancou a produção na nova fábrica de embalagens de celulose moldada em Aveiro, destaca ainda o foco”na eficiência e gestão de custos, permitiu nova redução significativa de cash costs entre 4% e 12%, face ao período homólogo, em todos os segmentos de pasta e papel (impressão e escrita, tissue e packaging)” e uma redução de custos entre 20 e 30%, desde o valor máximo atingido em finais de 2022.

Apoio a fornecedores afetados pelos incêndios

A companhia adiantou ainda que lançou ações para apoiar fornecedores e produtores florestais afetados pelos incêndios de setembro.

A empresa compromete-se a implementar meios de apoio para que seja possível selecionar e segregar a madeira sem quaisquer vestígios de carvão, assim como continuar a pagar a madeira das regiões afetadas pelos incêndios a preço de mercado, “assumindo ainda um premium de preço para apoiar o seu descasque que elimine qualquer eventual vestígio de carvão, de forma a cumprir os exigentes critérios de qualidade definidos nas condições de receção das nossas fábricas e permitir o seu aproveitamento para produção de celulose – o uso industrial que mais a valoriza”.

Entre as medidas anunciadas inclui-se ainda um reforço das ajudas à aquisição de equipamentos florestais e disponibilizados adiantamentos de tesouraria aos nossos fornecedores e parceiros atingidos por este flagelo e, “para a madeira queimada ou com vestígios de carvão que não venha a ser possível valorizar para fins industriais, será aceite a sua utilização como fonte de biomassa triturada para produção de energia renovável, sendo igualmente paga a preços de mercado.”

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Preço das casas vai continuar a subir em 2025, prevê Paulo Macedo

  • Lusa
  • 24 Outubro 2024

Aumento dos preços na habitação deve-se a uma “oferta insuficiente”, ao “aumento da procura”, sem que haja uma “reposição da capacidade produtiva de empresas com oferta de casas a preços acessíveis”.

A CGD prevê que em 2025 o preço da habitação continue a aumentar, porque a procura de casas vai continuar a ser muito superior à oferta, afirmou esta quinta-feira o presidente executivo, Paulo Macedo. “Nós vemos um continuar do aumento dos preços [em 2025], porque não vemos que vá haver oferta” suficiente para a procura, disse Paulo Macedo na sessão de abertura da conferência “Encontro Fora da Caixa” que se realizou em Faro, com o tema “A importância da gestão dos recursos naturais para o futuro do país”.

O CEO referiu que o aumento dos preços na habitação, que a CGD espera para o próximo ano, deve-se a uma “oferta insuficiente”, ao “aumento da procura”, sem que haja uma “reposição da capacidade produtiva de empresas com oferta de casas a preços acessíveis”.

Esta posição foi assumida numa parte da sua intervenção em que Paulo Macedo traçou o contexto macroeconómico que o banco que dirige espera em 2025, com a economia crescer, nomeadamente por via da subida do consumo, a influência do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) com uma “execução significativa”, uma baixa inflação e uma redução das taxas de juro.

“Vemos a economia a crescer, mas não tanto como gostaríamos, a uma taxa de 3%, uma meta dos economistas”, disse o banqueiro que avisou que estas perspetivas de curto prazo têm “algum risco”.

No que diz respeito aos particulares, Paulo Macedo refere que estão criadas as condições para haver uma melhor taxa de esforço, uma maior capacidade de endividamento, um aumento do investimento, do crédito ao consumo, e do crédito à habitação, mantendo-se o nível do emprego.

A CGD espera que o rendimento disponível aumente, com uma subida do rendimento real dos trabalhadores e dos pensionistas, uma baixa dos impostos, uma redução de taxas de juro e duma diminuição da inflação.

Quanto ao setor bancário, Paulo Macedo voltou a indicar que o setor terá “lucros máximos” em 2024, mas “menor margem” em 2025, o que trará uma redução dos lucros no ano que vem. “A banca este ano terá um bom ano, mas com a queda das margens os resultados da banca vão baixar em 2025”, disse o presidente executivo da CGD.

Paulo Macedo assegurou que “hoje a Caixa está bem, está num bom caminho” e traçou um futuro em que a empresa tomará cada vez mais atenção aos investimentos sustentáveis em setores como o do Mar, “geradores de benefícios económicos, sociais e ambientais”.

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António Horta Osório deixa vice-presidência do grupo Impresa. É substituído por Pedro Barreto

Pedro Barreto será administrador não-executivo da Impresa, em substituição de António Horta Osório, que deixa de desempenhar estas funções no grupo ao fim de dois anos.

António Horta Osório deixa no próximo dia 31 a vice-presidência do grupo Impresa. “Aceitei, com muito gosto, o convite que me foi lançado por Francisco Pinto Balsemão, uma pessoa por quem nutro uma grande estima, numa empresa tão relevante em Portugal. Ao longo deste período, tive a oportunidade de partilhar a minha visão sobre os desafios e oportunidades do setor dos media. No entanto, a minha atividade internacional impede-me de continuar a acompanhar com a mesma regularidade dos últimos anos a Impresa“, justifica António Horta Osório, citado em comunicado. O profissional continua a colaborar com o grupo, “como senior advisor sempre que necessário”, avança.

Francisco Pedro Balsemão explica que António Horta Osório transmitiu “a sua impossibilidade em desempenhar, com a regularidade e presença desejadas, as suas funções de vice-presidente”. “Percebemos a sua situação e tomámos esta decisão em conjunto, em benefício de ambas as partes“, conclui o CEO do grupo.

O também senior advisor da Cerberus, da Mediobanca, administrador da INPAR e senior advisor da Precision Capital (holding pessoal do Sheik Al- Thani) no Quatar e membro do conselho de administração da Teya será substituído por Pedro Barreto, que será administrador não-executivo e vice-presidente do grupo dono da SIC e do Expresso.

“Agradeço, em meu nome e em nome da Impresa, o apoio pessoal e profissional que António Horta Osório nos deu nestes dois anos e fico contente por poder continuar a beneficiar das suas opiniões enquanto senior advisor. Contamos agora com Pedro Barreto para trazer formalmente a sua visão e experiência para a área dos media”, sublinha Francisco Pedro Balsemão.

O novo vice-presidente do grupo conta com 36 anos de experiência no banco BPI, 20 dos quais como membro executivo do conselho de administração. Foi vice-presidente do BCI Moçambique durante mais de 10 anos e membro do conselho de administração da SIBS, Unicre e Allianz entre 2014 e 2017. É licenciado em Administração e Gestão de Empresas pela Universidade Católica Portuguesa, descreve a Impresa no mesmo comunicado.

“Foi um desafio que aceitei, naturalmente, com muito gosto. O setor dos media passa por um período de desafios relevantes, mas também há oportunidades a explorar. O papel da comunicação social, e em particular do Grupo Impresa, na sociedade portuguesa, é um fator determinante para encarar esta nova etapa com entusiasmo”, acrescenta o Pedro Barreto.

António Horta Osório integrou a administração da Impresa em julho de 2022, assumindo a função de vice-presidente. “António Horta Osório participará ativamente na definição da estratégia para o futuro da Impresa, em tempos de profundas mudanças para os meios de comunicação social. O Grupo beneficiará muito com a sua experiência internacional e com o seu conhecimento da realidade do nosso país”, sublinhava na altura Francisco Pedro Balsemão.

(atualizada às 19h10)

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