Estado relança obrigações para o retalho e desafia aforradores com alternativa aos Certificados de Aforro

Sete anos depois, Tesouro volta a emitir obrigações para retalho (OTRV) com emissão a 6 anos que paga taxa indexada à Euribor a 6 meses mais prémio de 0,25%, adensando concorrência aos Certificados.

O Estado regressa ao mercado de obrigações dirigidas ao retalho após um hiato de sete anos. A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) vai emitir uma nova série de Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV) – as “OTRV julho 2031” – numa operação que combina uma oferta pública de subscrição com uma operação de troca das OTRV que vencem já no próximo mês, com o intuito de o Tesouro se financiar em mil milhões de euros a seis anos.

Esta operação marca o retomar de um instrumento de financiamento que esteve ausente da oferta de poupança do Estado desde 2018, altura em que o Estado se financiou em mil milhões de euros por via da emissão das últimas OTRV, precisamente as que agora chegam ao vencimento em julho.

O regresso surge num contexto de normalização das taxas de juro, oferecendo aos aforradores uma alternativa aos Certificados de Aforro numa altura em que estes produtos têm registado menor procura.

A taxa de juro das “OTRV julho 2031” é variável e revista semestralmente com base na taxa Euribor a 6 meses. Com este indexante a situar-se atualmente em cerca de 2,036%, a remuneração bruta das OTRV julho 2031 andará pelos 2,286% no primeiro semestre.

As “OTRV julho 2031” oferecem uma taxa de juro variável de acordo com a Euribor a 6 meses acrescida de 0,25 pontos percentuais, com uma taxa mínima garantida de 0,25%, segundo o memorando de informação destes títulos publicado na sexta-feira. O valor nominal unitário é de 1.000 euros por obrigação, sendo este também o investimento mínimo exigido, podendo os investidores subscrever até um máximo de 1 milhão de euros (correspondente a mil obrigações).

A emissão tem um valor nominal global inicial de até mil milhões de euros, montante que poderá ser aumentado por opção do IGCP até 10 de julho, caso a procura assim o justifique, refere o documento. O prazo da emissão é de seis anos, com vencimento a 18 de julho de 2031, e os juros são pagos semestralmente a 18 de janeiro e 18 de julho de cada ano.

A operação que decorre entre as 8h30 de quarta-feira e as 15h00 de 15 de julho, tendo a decorrer em paralelo uma oferta pública de subscrição para novos investidores e uma operação de troca para quem detém as OTRV que vencem este mês.

  • Na operação de subscrição, qualquer investidor pode adquirir as novas obrigações pelo preço de 1.000 euros por unidade.
  • Já na operação de troca, os detentores das OTRV julho 2025 podem trocar diretamente as suas obrigações pelas novas, numa base de uma para uma, recebendo ainda os juros corridos no valor de 17,63 euros por cada obrigação trocada.

Alternativa aos Certificados de Aforro

As Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável são instrumentos de dívida pública que permitem ao Estado financiar-se junto dos particulares, oferecendo, em contrapartida, uma remuneração indexada às taxas de mercado.

Ao contrário dos Certificados de Aforro, as OTRV são transacionáveis em mercado secundário, o que significa que os investidores podem vendê-las antes do vencimento na Euronext Lisboa, onde estão previstas ser admitidas à negociação em 18 de julho.

Além disso, enquanto os Certificados de Aforro têm atualmente um prazo de 15 anos e podem ser resgatados a partir dos três meses sem penalizações, as OTRV que serão disponibilizadas aos investidores nos próximos dias têm um prazo fixo de seis anos, mas podem ser vendidas em mercado secundário.

Em termos de remuneração, os Certificados de Aforro da atual série (Série F) oferecem uma fórmula baseada na Euribor a 3 meses, acrescida de prémios de permanência a partir do segundo ano. Já as OTRV julho 2031 baseiam-se na Euribor a 6 meses com um prémio de apenas 0,25%, sem prémios de permanência.

A última emissão de OTRV ocorreu em julho de 2018, no valor de mil milhões de euros, com as obrigações a oferecerem então uma taxa de Euribor a 6 meses acrescida de 1%.

A principal vantagem das OTRV é a possibilidade de negociação em mercado secundário, o que oferece liquidez aos investidores que queiram desinvestir antes do vencimento. Por outro lado, os Certificados de Aforro garantem o resgate antecipado ao valor nominal, enquanto as OTRV estão sujeitas às flutuações do mercado secundário.

A taxa de juro das “OTRV julho 2031” é variável e revista semestralmente com base na taxa Euribor a 6 meses. Com este indexante a situar-se atualmente em cerca de 2,036%, a remuneração bruta das OTRV julho 2031 andará pelos 2,286% no primeiro semestre.

A última emissão de OTRV ocorreu em julho de 2018, no valor de mil milhões de euros, com as obrigações a oferecerem então uma taxa de Euribor a 6 meses acrescida de 1%. Essas obrigações, que vencem precisamente agora a 23 de julho, proporcionaram aos investidores uma remuneração que variou ao longo dos sete anos conforme a evolução das taxas de mercado.

O programa de financiamento do Estado para 2025 já previa o regresso das OTRV este ano, com o Governo a planear financiar-se em 1,5 mil milhões de euros através destes títulos dirigidos às famílias – algo que foi reforçado com o programa de financiamento do Estado para o terceiro trimestre, divulgado esta segunda-feira.

As OTRV posicionam-se assim como uma alternativa aos tradicionais Certificados de Aforro, mas apresentando algumas diferenças relevantes para os aforradores que devem ser consideradas antes da sua subscrição. Desde logo por exigirem comissões para a sua negociação, podendo “existir despesas de custódia e comissões sobre o pagamento de juros e de reembolso”, destaca o memorando de informação que acompanha esta emissão de OTRV.

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Abrantes foi Capital da Segurança Digital

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  • 30 Junho 2025

O Congresso Segurança & Integridade Digital marcou presença em Abrantes, onde estiveram reunidos vários especialistas para discutirem as vantagens e os desafios que a transição digital traz.

Abrantes foi o centro da tecnologia e da proteção digital no dia 26 de Junho. O lema foi o de como a tecnologia já deixou de ser uma opção e as dúvidas que agora surgem estão relacionadas com as vantagens que o digital pode trazer, mas também os cuidados a ter para que esta ferramenta seja apenas uma aliada e não um perigo.

Foi isso mesmo que afirmou Susana Silva, da organização do Congresso, destacando a presença no Congresso de especialistas de áreas diversificadas do mundo digital, para apresentarem os seus pontos de vistas sobre as novas tecnologias. O mesmo referiu Jorge Valamatos, Presidente do Município de Abrantes, assinalando que a realização deste evento de caráter nacional é a prova que os territórios do interior estão prontos para serem parte ativa na transformação digital.

Ao longo do dia houve espaço para vários painéis de debate. O primeiro, dedicado ao tema “O Futuro do Desenvolvimento do Território”, contou com a moderação de André Telheiro Santos (Empresário e Dirigente Associativo) e a participação de Pedro Costa (Comentador Televisivo da CNN Portugal e Diretor Geral da GCI Media Group), Rui Gomes da Silva (ex-Ministro dos Assuntos Parlamentares) e Nobre Francisco (Inspetor Chefe da Polícia Judiciária).

Seguiu-se a discussão sobre “A Transição Digital”, moderado por Susana Silva, coordenadora de Projetos da Telheiro e Gonçalves, com a participação de Fernando Santos Pereira, Vice-Presidente da ANAM (Associação Nacional das Assembleias Municipais), Miguel Borges, Presidente do Município de Sardoal, Margarida Lopes, Presidente do Município de Mação, Luís Filipe Dias, Vereador do Município de Abrantes e Pedro Clemente, Presidente da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária.

O painel final “Secure Regions e Inteligência Artificial – O futuro da segurança no território?” foi moderado por Bruno Batista (Chairman da GCI e comentador televisivo), Hernâni Borges (Coordenador de projetos CCTV SYTEMS IT), Ricardo Mendes (KEENFINITY GROUP) e Silvia Esteves (Inspetora da ASAE UOX Santarém).

O Congresso Segurança & Integridade Digital contou com o apoio institucional do jornal ECO, que esteve representado na sessão de encerramento, pelo seu COO, Diogo Agostinho, que ressalvou a importância de acesso a meios de comunicação fidedignos para refutar informações e como a tecnologia hoje é essencial no apuramento da informação real.

O orador final e organizador do Congresso, Miguel Silva (Presidente da ACE) afirmou: “Como representante do tecido empresarial da região, não posso deixar de sublinhar a importância estratégica que este congresso tem para as nossas empresas. A digitalização já não é um “extra” ou uma tendência do futuro – é uma necessidade do presente. E se queremos que as nossas PME resistam, inovem e cresçam, temos de as apoiar nesta transição, de forma prática, esclarecida e segura”.

O Congresso Segurança & Integridade Digital transformou Abrantes na Capital da Segurança Digital, demonstrando que a tecnologia, a segurança, o território e a comunidade têm de construir o futuro em conjunto.

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Preço da meia dúzia de ovos aumentou quase 28% desde janeiro

  • Lusa
  • 30 Junho 2025

O preço da meia dúzia de ovos estava em 1,61 euros no dia 1 de janeiro e atingiu os 2,06 euros em 25 de junho, segundo dados da Deco.

A meia dúzia de ovos ficou mais cara quase 28% desde janeiro, atingindo os 2,06 euros no final de junho, segundo dados da Deco enviados à Lusa.

O preço da meia dúzia de ovos estava em 1,61 euros no dia 01 de janeiro e atingiu os 2,06 euros em 25 de junho, verificando-se, assim, um aumento de 27,95% ou de mais 45 cêntimos, revelaram os dados compilados pela Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor.

O maior aumento verificou-se no primeiro trimestre, com o preço a agravar-se 27,3% desde janeiro e até 26 de março. Neste período, a meia dúzia de ovos encareceu 44 cêntimos. Ainda assim, desde o início do ano e até 12 de maço, este valor não passou dos 1,70 euros.

Entre 26 de março e 16 de abril, o valor manteve-se estável nos 2,05 euros. Já no dia 23 de abril atingiu um máximo de 2,07 euros, que se repetiu em 14 de maio, 11 e 18 de junho. No segundo trimestre, o preço de uma caixa com meia dúzia de ovos aumentou um cêntimo, passando de 2,05 para 2,06 euros.

A subida do preço dos ovos começou a sentir-se nos EUA, devido a escassez deste alimento, potenciada, desde logo pela gripe das aves, que originou o abate de milhões de galinhas.

No início de março, o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou o seu antecessor, Joe Biden, de deixar o país numa “catástrofe económica e um pesadelo de inflação”, incluindo com falta de ovos em muitos supermercados ou com preços muito elevados.

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A melhor publicidade do mundo, segundo o Cannes Lions

Conheça os grandes vencedores da edição de 2025 do Cannes Lions, o mais importante festival de criatividade da indústria.

Terminada a 72ª edição do Festival Internacional de Criatividade Cannes Lions, foram entregues, como habitualmente, vários prémios, tendo Portugal conseguido arrecadar este ano dois ouros, duas pratas e cinco bronzes. Mas as grandes estrelas do festival são as campanhas vencedoras dos Grand Prix.

Conheça os vencedores dos mais de 30 grandes prémios atribuídos este ano no mais importante festival de criatividade do mundo e as campanhas que lhes valeram a distinção.

Audio & Radio

“One Second Ads”, da Africa Creative para a Budweiser, foi a vencedora do Grand Prix na categoria de Audio & Radio. Na campanha, a marca de cerveja desafiava o público a reconhecer canções famosas através de vídeos de apenas um segundo. O conceito baseou-se na ideia de que verdadeiros amantes de música conseguem reconhecer as suas favoritas quase instantaneamente, transformando cada anúncio seu num desafio envolvente para os fãs. A marca recorreu ainda a influenciadores digitais para amplificar o engagement da ação.

Brand Experience & Activation e Digital Craft

“Caption For Intention”, projeto criado pela FCB Chicago, em colaboração com a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, a Chicago Hearing Society e a Rakish Entertainment, foi a campanha vencedora do Grande Prémio nas categorias de Brand Experience & Activation Lions e de Digital Craft. A campanha apresenta um sistema de legendas que ajuda o público com deficiência auditiva a vivenciar não apenas as palavras, mas também a emoção, o tom e o ritmo das cenas.

Creative B2B

Na categoria de Creative B2B (business to business) a grande vencedora foi a campanha “Act Like You Know”, da Quality Meats para a GoDaddy. A campanha transformou o ator Walton Goggins num empreendedor, para provar o poder da inteligência artificial do novo GoDaddy Airo, tendo sido construído um ecossistema completo, como um site funcional, e-commerce e conteúdos nas redes sociais. O objetivo era transmitir a ideia de que a plataforma de IA GoDaddy Airo permite que qualquer empresa, por mais pequena que seja, pareça grande, mesmo sem “saber o que está a fazer”.

Creative Business Transformation e Dan Wieden Titanium

A Publicis Conseil, com o trabalho “Three Words”, para a Axa, foi a grande vencedora de duas categorias do festival: Creative Business Transformation e Dan Wieden Titanium. Na campanha, a Axa transformou uma cláusula de seguro — que ninguém lê — numa arma concreta contra a violência doméstica, ao incluir a expressão “e violência doméstica” nas apólices de seguro obrigatórias para a habitação em França. A proteção entrou de forma obrigatória em 3,5 milhões de contratos em 2024.

Creative Commerce

A ideia vencedora do grande prémio em Creative Commerce passou por dar uma nova vida aos cupões já fora de validade, permitindo aos consumidores renovar os seus descontos, caso também comprassem produtos Ziploc. A criatividade de “Preserved Promos” foi da VML New York.

Creative Data

A categoria de Creative Data destaca-se desde logo pelo facto de a campanha vencedora do Grand Prix se encontrar sob investigação por suspeitas de manipulação de dados e uso indevido de partes de reportagens que colocam em causa a sua veracidade, refere a Ad Age. Trata-se da campanha “Efficient Way to Pay”, da DM9 para a Consul, que propõe um modelo inédito de aquisição de eletrodomésticos, que vincula o seu pagamento à poupança conseguida na conta da luz conseguida através da troca por aparelhos mais eficientes.

Creative Effectiveness

A campanha da TBWA\Media Arts Lab para a Apple foi a vencedora do grande prémio em Creative Effectiveness, que usa a ideia “ridiculamente simples” de posicionar o iPhone como a única ferramenta necessária para fotografar algo incrível.

Creative Strategy e Glass: The Lion for Change

A campanha “Real Beauty: How a Soap Brand Created a Global Self‑Esteem Movement”, da Ogilvy London para Dove, conseguiu uma distinção dupla em termos de grande prémio, ao conquistar o prémio principal tanto na categoria de Creative Strategy como de Glass: The Lion for Change. O trabalho destaca o impacto da marca na luta pela valorização da beleza real e inclusão social, ao mostrar como se tornou um ícone global no combate à baixa autoestima feminina.

Entertainment

Foi com a curta-metragem “Night Fishing” para a Hyundai que a Innocean Seoul conquistou a maior distinção do festival na categoria de Entertainment. A campanha, um thriller de curta duração filmado integralmente a partir de sete câmaras fixas instaladas num automóvel, foge aos formatos publicitários tradicionais, apresentando uma narrativa cinematográfica sem elementos promocionais diretos.

Entertainment for Gaming

Já na categoria Entertainment Lions for Gaming, foi o trabalho “Call of Discounts”, da GUT São Paulo para o Mercado Livre, a vencedora do Grand Prix. A campanha contou com Neymar, que entrou no jogo de Call of Duty com o objetivo de sobreviver o máximo de tempo possível disfarçado de objetos, enquanto os espectadores de uma live na Twitch podiam entrar e “caçar” o jogador, desbloqueando descontos reais no Mercado Livre.

Entertainment for Music

“Tracking Bad Bunny”, da DDB Latina Porto Rico para Rimas Music, foi a campanha vencedora na categoria de Entertainment for Music. O projeto conduziu os fãs de Bad Bunny a uma caça ao tesouro digital, ao substituir os títulos das suas músicas no Spotify por coordenadas. Ao inserirem essas coordenadas no Google Maps, os fãs descobriam locais icónicos de Porto Rico — país de origem do cantor — bem como a verdadeira lista de faixas do álbum “Debí Tirar Más Fotos”.

Entertainment for Sport

A David New York recebeu o Grand Prix pela campanha “Haaland Payback Time” para o jogo Clash of Clans da Supercell. Reconhecendo a popularidade e veia goleadora de Erling Haaland, a Supercell transformou Haaland na primeira pessoa real a ser retratada no Clash of Clans, oferecendo aos jogadores a oportunidade de poderem derrotar o jogador.

Film Craft

Criada pela agência Bear Meets Eagle On Fire (Sidney) para a Telstra, a campanha “Better on a Better Mobile Network”, vencedora do grande prémio em Film Craft, é composta por 26 filmes em stop-motion, onde cada um apresenta versões animadas de animais das diferentes regiões australianas que são servidas pela rede Telstra.

Film

O trabalho “The Final Copy of Ilon Specht”, da McCann Paris para a L’Oréal Paris, foi o vencedor do grande prémio na categoria de Filme. A campanha presta homenagem a Ilon Specht, responsável pelo icónico slogan da L’Oréal ‘Porque Eu Mereço’.

Grand Prix for Good e Lions Health and United Nations Grand Prix for Good

A campanha “The Best Place in the World to Have Herpes”, da Finch (Sidney) e Motion Sickness (Auckland) para a New Zealand Herpes Foundation conquistou o Grand Prix for Good e o Lions Health and United Nations Grand Prix for Good. A mesma tinha como objetivo desmistificar o estigma em relação ao herpes atarvés de um supsoto vídeo de publicidade turística.

Health & Wellness e Social & Creator

“Vaseline Verified”, da Ogilvy Singapore para a Vaseline, foi a grande vencedora das categorias de Health & Wellness e de Social & Creator, ao validar cientificamente dicas engenhosas dadas por consumidores que se tornaram virais e que demonstravam a versatilidade de Vaseline.

Industry Craft

A brasileira Artplan conseguiu arrecadar o Grand Prix em Industry Craft com a campanha “Corpo Preto”, criada para o IDOMED, e que acompanha a jornada de um homem negro que enfrenta a negligência e invisibilidade no atendimento médico brasileiro.

Innovation

Na categoria de Innovation, o grande prémio foi conquistado pela campanha “Sounds Right”, da AKQA Copenhagen para o Museu das Nações Unidas. A campanha apresentou a “Nature” (ou seja, a Natureza) como uma artista, passando a ser considerada como tal no Spotify, onde conta com mais de 1.705.000 ouvintes mensais, transformando as transmissões de música (sons da Natureza) em mecanismos de arrecadação de fundos destinados à conservação ambiental.

Luxury

A Havas Play Paris foi a agência vencedora do Grand Prix da categoria de Luxo. A distinção foi obtida com o trabalho ‘The Partnership That Changed Everything’, para a LVMH. No projeto, o grupo de luxo francês, em vez de patrocinar os Jogos Olímpicos de 2024, em Paris, optou por se tornar cocriadora do evento, tendo conseguido, com várias das suas marcas, “misturar artesanato, desporto e orgulho nacional numa história singular contada por cada uma de suas Maisons”.

Media

Já na categoria de Media, a distinção máxima foi atribuída à Mindshare New York e Droga5 São Paulo pelo trabalho “Dove Real Beauty Redefined for the AI Era”. No âmbito do projeto, a Dove, depois de identificar que uma em cada três mulheres se sentia pressionada em alterar a sua aparência por causa de imagens idealizadas por IA, decidiu hackear o algoritmo do Pinterest, para substituir os resultados de buscas por imagens editadas por fotos reais de mulheres.

Outdoor

O grande prémio da categoria de outdoor foi dividido entre dois trabalhos. “Phone Break”, da VML Praga para a KitKat mostrou cartazes sem logos que espelhavam o público viciado em telemóvel, convidando-o a fazer um “break”. Já no caso da cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, um consórcio de agências francesas (Paname 24, Auditoire, Double 2, Obo e Havas Paris-Havas Events) apostou em instalações ao ar livre na capital francesa, transformando os próprios monumentos da cidade em veículos de mensagem, a propósito do evento desportivo.

Pharma

“Make Love Last”, da Ogilvy Shanghai para a Viagra, arrecadou o grande prémio em Pharma. A campanha, que procurou humanizar o tema da disfunção erétil, misturando vídeo, fotografia time-lapse e depoimentos de casais reais que convivem com este problema, conseguiu escapar aos limites da regulação ao transformar o ato sexual em silhuetas desfocadas.

PR

Na categoria de PR, a grande vencedora foi campanha “Lucky Yatra”, desenvolvida pela FCB India para a Indian Railways. Para incentivar à compra de viagens de comboio, tendo em conta que 41% dos passageiros na Índia viajam sem pagar, cada bilhete de viagem ferroviária foi “transformado” num bilhete de lotaria.

Print & Publishing

Já em Print & Publishing, o galardão máximo foi entregue à campanha “Price Packs”, desenvolvida pela Serviceplan Germany para a Penny. Numa altura em que a inflação subiu de forma intensa, a loja de descontos alemã Penny concentrou-se em manter alguns produtos a preços estáveis. A forma de comunicar isso passou por alterar a identidade visual dos produtos, passando as próprias embalagens a mostrar os preços.

Sustainable Development Goals

“The Amazon Greenventory”, da Africa Creative para a Natura, conseguiu o grand prix em Sustainable Development Goals depois de, recorrendo a drones e inteligência artificial, ter mapeado cerca de 400 km² da Amazónia (área equivalente a 100 mil campos de futebol), contribuindo depois para práticas de extração sustentável.

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Ministério Público pede prisão efetiva superior a cinco anos para Madureira

  • Lusa
  • 30 Junho 2025

O Ministério Público pediu penas de prisão efetiva superiores a cinco anos para os arguidos Fernando e Sandra Madureira, Vítor 'Catão', Hugo Polaco, Vítor 'Aleixo', e o seu filho.

O Ministério Público (MP) pediu esta segunda-feira penas de prisão efetiva superiores a cinco anos para os arguidos Fernando e Sandra Madureira, Vítor ‘Catão’, Hugo Polaco, Vítor ‘Aleixo’, e o seu filho, que tem o mesmo nome, no âmbito da Operação Pretoriano.

A procuradora Susana Catarino defendeu ainda penas suspensas para os restantes seis arguidos e condenações mais gravosas para Fernando e Sandra Madureira, por liderarem a alegada planificação dos distúrbios da Assembleia Geral (AG) do FC Porto de novembro de 2023.

Nas alegações finais, no Tribunal de São João Novo, no Porto, a magistrada do MP começou por caracterizar um “interesse desmedido” do antigo líder da claque portista na aprovação dos estatutos em votação, motivado pelos rendimentos que auferia ao abrigo da então direção do clube.

Fernando Madureira explicou que tem rendimentos relativos à venda de merchandising do clube. Fernando e Sandra Madureira queriam garantir que continuavam a ter financiamento direto. A não aprovação da proposta de revisão dos estatutos era vista como uma derrota, tinham um interesse desmedido no apoio a Pinto da Costa”, alegou.

Apontou também que a provocação do clima intimidatório partiu de um conluio com a Mesa da AG e a segurança privada contratada pelo emblema ‘azul e branco’, que terão permanecido passivos e coniventes com os desacatos que se verificavam numa ação concertada.

Ademais, o MP enalteceu as testemunhas da acusação por terem “dado voz” às imagens de videovigilância, destacando a sua “coragem” para contrariar versões que classifica de incoerentes por parte dos arguidos.

A procuradora fez uma leitura extensiva de mensagens em grupos dos Super Dragões na rede social whatsapp, com incentivos à entrada ilícita por parte de não sócios na AG e à criação de um clima de coação para com os apoiantes da putativa candidatura de André Villas-Boas à presidência dos ‘dragões’.

Sustentou que Fernando Madureira distribuiu pulseiras de credenciação e coordenou as entradas no pavilhão Dragão Arena, enquanto Sandra Madureira se encarregou sobretudo de impedir adeptos de filmarem dentro do recinto, entre outras alegações.

É altura de fazer justiça perante os que nem os olhos podiam levantar, os que tiveram de ir para o hospital, os que vivem ainda hoje com medo dos arguidos. É importante passar a mensagem aos arguidos de que não podem fazer o que querem”, concluiu.

Durante a manhã, decorreram ainda as alegações do FC Porto, que se constituiu assistente no processo, com o clube a destacar que a prova testemunhal foi limitada por muitos dos presentes na AG se sentirem intimidados em depor.

“Se a acusação pecou, foi por defeito. A prova produzida é cabal, havia um plano traçado”, reiterou a advogada do FC Porto, concordando com as penas pedidas pelo MP.

Corroborando a tese da acusação, criticou a forma como as defesas operaram em todo o processo, desde a forma como se dirigiam às testemunhas ao pedido de sessões para visualização integral das 18 horas de imagens de videovigilância, durante a fase instrutória.

“Jamais se podem normalizar comportamentos violentos no desporto. A atuação dos arguidos é conhecida e publicitada. Em fase de inquérito, Fernando Madureira disse que era líder de claque e não dos escuteiros. A forma de atuação de Fernando Madureira terá ficado impune no passado e sido desvalorizada”, avaliou.

Os 12 arguidos da Operação Pretoriano, entre os quais o antigo líder dos Super Dragões Fernando Madureira, começaram em 17 de março a responder por 31 crimes no Tribunal de São João Novo, no Porto, sob forte aparato policial nas imediações.

Em causa estão 19 crimes de coação e ameaça agravada, sete de ofensa à integridade física no âmbito de espetáculo desportivo, um de instigação pública a um crime, outro de arremesso de objetos ou produtos líquidos e ainda três de atentado à liberdade de informação, em torno de uma AG do FC Porto, em novembro de 2023.

Entre a dúzia de arguidos, Fernando Madureira é o único em prisão preventiva, a medida de coação mais forte, enquanto os restantes foram sendo libertados em diferentes fases.

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Investigadores portugueses usam IA para prever risco de morte após AVC

Modelo de IA não só permite aos profissionais de saúde fazer uma melhor triagem, como pode ser adaptado a outro tipo de situações clínicas graves, dizem os investigadores da NOVA IMS e UAlg.

Investigadores da NOVA Information Management School (NOVA IMS) e da Universidade do Algarve (UAlg) criaram um modelo de Inteligência Artificial (IA) capaz de prever o risco de morte após um Acidente Vascular Cerebral (AVC), com um grau de probabilidade de 98,5%. O modelo não só permite aos profissionais de saúde fazer uma melhor triagem, como pode ser adaptado a outro tipo de situações clínicas graves.

“Este tipo de sistema permite aos profissionais de saúde agir mais cedo nos casos mais graves e adaptar os cuidados às necessidades reais de cada doente”, explicam os autores do estudo, citados em comunicado. “Este modelo pode ser adaptado a outras condições críticas, como infeções hospitalares ou risco de readmissão, contribuindo para uma gestão mais eficiente e uma medicina mais humana”, sublinha a equipa de investigação composta pelos investigadores David Castro (NOVA IMS), Nuno António (NOVA IMS), Ana Marreiros (UAlg) e Hipólito Nzwalo (UAlg).

Dados clínicos reais de mais de 330 doentes internados Centro Hospitalar Universitário do Algarve entre 2016 e 2018, recolhidos nas primeiras horas após o internamento, estão na base deste modelo, que analisou 24 fatores de risco, desde indicadores clínicos objetivos, até variáveis relacionadas com o historial de saúde dos pacientes, pode ler-se no comunicado.

Grau de gravidade do AVC à entrada (escala NIHSS); a frequência respiratória; a glicemia; os níveis de hemoglobina; a idade; e o estado de consciência do paciente estão entre os fatores com maior peso na previsão.

“O modelo utilizado recorre a uma técnica avançada de Inteligência Artificial que combina múltiplas árvores de decisão para identificar padrões difíceis de detetar apenas com análise humana. Além da elevada precisão, a ferramenta permite aos médicos perceber exatamente quais os fatores que estão a influenciar cada previsão, o que torna a decisão clínica mais rápida, fundamentada e transparente”, destaca comunicado.

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Costa alerta para necessidade de 3,4 biliões de euros anuais para desenvolvimento

  • Lusa
  • 30 Junho 2025

"Sem este dinheiro, não alcançaremos os objetivos desenvolvimento sustentável", os quais foram estabelecidos pelas Nações Unidas e deverão estar concluídos até 2030.

Um total de quatro biliões de dólares (3,4 biliões de euros) são necessários anualmente para colmatar o défice do financiamento e atingir os objetivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas, alertou esta segunda-feira o presidente do Conselho Europeu.

Sem este dinheiro, não alcançaremos os objetivos desenvolvimento sustentável [estabelecidos pela ONU para estarem concluídos até 2030]. Como se não bastasse, a dívida descontrolada coloca cada vez mais governos em dilemas impossíveis”, afirmou António Costa durante a sua intervenção em castelhano no lançamento da Plataforma de Ação de Sevilha, no âmbito da Conferência sobre Financiamento para o Desenvolvimento, em Sevilha.

Costa afirmou que cerca de “3,3 mil milhões de pessoas vivem em países que gastam mais ao serviço da dívida do que em educação ou saúde” e argumentou que “isto é inaceitável”. “Esta Plataforma de Ação de Sevilha é o ponto de partida. Com isto, devemos libertar todo o potencial dos compromissos assumidos e facilitar novas parcerias entre governos, instituições financeiras, setor privado e sociedade civil”, afirmou o político português

União Europeia fornece 42% da ajuda e vai continuar. Energias renováveis são um caminho

O mesmo sublinhou que “a União Europeia e os seus Estados-membros estarão à altura da ocasião”, já que “juntos, fornecemos 42% da ajuda global ao desenvolvimento, num total de 95,9 mil milhões de euros em 2023″. “Estima-se que mais de 300 mil milhões de dólares (255,8 mil milhões de euros) em dívidas tenham sido reestruturados ou cancelados pelos países da União Europeia no Clube de Paris”, acrescentou o presidente do Conselho Europeu.

“Além disso, mobilizaremos até 300 mil milhões de euros entre agora e 2027 através da nossa iniciativa Global Gateway para investimentos sustentáveis, inclusivos e com foco local. De facto, até 2023, já mobilizámos até 179 mil milhões de euros através do Global Gateway”, disse.

Neste contexto, segundo Costa, serão apoiadas “várias iniciativas da Plataforma de Ação de Sevilha: desde a Declaração sobre a Mobilização dos Recursos Nacionais até ao Ecossistema Global de Saúde Renovado”. Para o presidente do Conselho Europeu “ninguém consegue enfrentar este desafio sozinho”. “Não é tarefa para um, nem para poucos. Requer a força coletiva de alianças corajosas e comprometidas. A União Europeia está pronta para dar o seu melhor, ombro a ombro, com todos e cada um de vós. Vamos trabalhar!“, afirmou ainda António Costa.

Ursula von der Leyen, EPA/OLIVIER MATTHYSEPA/OLIVIER MATTHYS

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, garantiu hoje que a União Europeia e os Estados-membros vão continuar a lutar pelo desenvolvimento global, considerando que esta é uma “batalha pela dignidade humana”. Num discurso proferido na abertura da 4.ª Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento, a decorrer hoje em Sevilha, Espanha, a responsável pelo executivo comunitário admitiu que ainda se está longe de alcançar os objetivos de desenvolvimento sustentável assumidos há 10 anos.

Este atraso é justificado, “em grande parte, porque o financiamento para o desenvolvimento continua a ser claramente insuficiente”, disse Von der Leyen, assumido, no entanto, uma nova promessa. “Hoje, desta tribuna, quero enviar uma mensagem clara e contundente: A União Europeia continuará a lutar. Nunca desistiremos”, assegurou.

“Um caminho de desenvolvimento que não dependerá apenas da quantidade, mas também da qualidade dos mecanismos de ajuda. Um caminho que fortalece as estratégias e os recursos nacionais com uma maior e mais eficiente cobrança de impostos. Um caminho que envolve mais e melhor o setor privado, e que estabelece as bases para otimizar os mecanismos de abordagem do problema da dívida”, defendeu.

"Queremos triplicar a presença de energias renováveis nos próximos cinco anos e África é um continente privilegiado para isso devido às suas condições climáticas.”

Ursula von der Leyen

Presidente da Comissão Europeia

Ursula von der Leyen já tinha sublinhado, no domingo, que considera as energias renováveis muito importantes enquanto ferramenta para combater a desigualdade, especialmente em África. “Queremos triplicar a presença de energias renováveis nos próximos cinco anos e África é um continente privilegiado para isso devido às suas condições climáticas”, afirmou. A presidente da comissão reconheceu haver “falta de infraestruturas”, mas disse que os empresários estão a ser apoiados “para reduzir o risco” e estão a ser incentivados a investir. Segundo Von der Leyen, a transição energética e o crescimento das energias renováveis são uma oportunidade para gerar emprego e facilitar às comunidades excluídas o acesso à eletricidade.

Guterres apela a duplicação das ajudas

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) apelou aos países desenvolvidos para duplicarem os recursos destinados ao financiamento ao desenvolvimento, que tem um défice de quatro biliões de dólares e “está a afogar-se”.

O financiamento é o motor do desenvolvimento e, neste momento, esse motor está a afogar-se“, disse António Guterres, na abertura da IV Conferência Internacional para o Desenvolvimento da ONU. O secretário-geral da ONU realçou que a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, acordada pela comunidade internacional, “está em perigo” e dois terços das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estão atrasados.

António GuterresLusa

“Alcançá-los requer uma inversão de mais de quatro biliões de dólares por ano”, acrescentou, sublinhando que esta “não é só uma crise de números”, mas de pessoas “que passam fome” ou crianças sem acesso a vacinas ou a educação. “Hoje, o desenvolvimento e o seu grande impulsionador – a cooperação internacional – enfrentam fortíssimos ventos contra”, disse Guterres, que falou num “mundo sacudido por desigualdades, caos climático e conflitos devastadores”, com o “multilateralismo sob tensão” e com “a confiança a desmoronar-se”.

Estamos aqui em Sevilha para mudar o rumo“, disse Guterres, que considerou o documento “Compromisso de Sevilha”, negociado nas últimas semanas no seio da ONU e que pretende relançar o financiamento ao desenvolvimento e a cooperação internacional, “uma clara promessa global de reparar a forma como o mundo apoia os países que sobem a escada do desenvolvimento”.

Quanto aos países desenvolvidos e doadores de ajuda ao desenvolvimento, realçou o apelo do “Compromisso de Sevilha” para “duplicarem a ajuda dedicada à mobilização de recursos nacionais” e insistiu que os bancos de desenvolvimento têm de triplicar a capacidade de empréstimos. Guterres reiterou ainda a necessidade de atrair e envolver o setor privado para investimentos para o desenvolvimento, com novos quadros legais e mais transparentes. O secretário-geral da ONU considerou também essencial “reparar o sistema mundial da dívida” pública, que é insustentável, injusto e inacessível para os países em desenvolvimento, sendo considerado um bloqueio ao crescimento sustentável

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Meta AI vai poder aceder a fotografias guardadas no telemóvel

  • Lusa
  • 30 Junho 2025

Funcionalidade disponível para os utilizadores do Facebook vai oferecer sugestões criativas para histórias que os utilizadores queiram partilhar na rede social.

O assistente de inteligência artificial (IA) generativa Meta AI vai poder aceder a fotografias dos utilizadores guardados no telemóvel, para oferecer sugestões criativas de histórias com base nas imagens não partilhadas anteriormente, avança esta segunda-feira a agência Europa Press.

A nova funcionalidade disponível para os utilizadores do Facebook vai oferecer sugestões criativas para histórias que os utilizadores queiram partilhar na rede social, visando facilitar a criação de colagens e resumos, entre outros conteúdos.

Esta utilização do assistente requer o acesso aos conteúdos que os utilizadores têm guardados na galeria do telemóvel, ou seja, fotografias que não tenham partilhado nas redes sociais.

Para poder fazer sugestões, o modelo de IA vai selecionar os conteúdos e carregá-los na sua base de dados, tendo em conta informações como a hora, a localização ou os tópicos.

Trata-se de uma funcionalidade opcional, sobre a qual o Facebook informa o utilizador, embora implique a aceitação dos termos de utilização da Meta AI, que permite à tecnologia analisar as imagens e os rostos das pessoas que nelas aparecem.

A empresa garante ainda que as sugestões são apenas vistas pelo utilizador, e não por outras pessoas na rede social, e que o conteúdo multimédia do utilizador não é reutilizado para apresentar anúncios personalizados.

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BCE compromete-se a agir de forma “vigorosa” se inflação estiver demasiado alta ou muito baixa

Lagarde reafirma o compromisso com a estabilidade de preços. BCE tem objetivo simétrico de 2% para a inflação a médio prazo e promete agir perante desvios significativos em ambos os sentidos.

O Banco Central Europeu (BCE) comprometeu-se a responder de forma “vigorosa” a desvios da meta de inflação de médio prazo de 2%, quer quando a inflação está demasiado alta ou baixa. A decisão faz parte da revisão estratégica da instituição liderada por Christine Lagarde, apresentada esta segunda-feira, em Sintra, onde arranca o Fórum BCE, e na qual o Conselho decidiu manter inalterado o conjunto de instrumentos disponíveis, mas Christine Lagarde garante que o compromisso com a estabilidade de preços é total, sobretudo perante o desafiante contexto internacional.

O novo contexto dá-nos muitas razões para nos preocupar, mas com o que não temos de nos preocupar é com o nosso compromisso com a estabilidade de preços“, afirmou a presidente do BCE, Christine Lagarde, em conferência de imprensa.

O Conselho do BCE confirmou na revisão estratégica o objetivo simétrico de 2% para a inflação a médio prazo, mas destaca que a “simetria exige uma resposta adequadamente vigorosa ou persistente da política monetária a grandes desvios sustentados da inflação em relação ao objetivo, em ambos os sentidos“.

A revisão estabelece ainda que “o conjunto de instrumentos disponíveis permanece inalterado e a escolha, a conceção e a implementação dos mesmos possibilitarão uma resposta ágil a novos choques”.

Christine Lagarde recordou que o contexto internacional mudou desde a última revisão estratégica, em 2020-2021. “Algumas das questões com as quais mais nos preocupávamos em 2021 – incluindo a inflação muito baixa durante muito tempo – tomaram um rumo bastante diferente”, destacou.

Assistimos não apenas a um aumento da inflação, mas também a mudanças em algumas características estruturais fundamentais da nossa economia e do ambiente inflacionista: a geopolítica, a digitalização, o uso crescente da inteligência artificial, a demografia, a ameaça à sustentabilidade ambiental e a evolução do sistema financeiro internacional”, elencou.

Neste sentido, sublinhou que o ambiente em que o BCE opera irá continuar “altamente incerto e potencialmente mais volátil”. “Isto tornará mais desafiador conduzir nossa política monetária e cumprir nosso mandato de manter os preços estáveis”, admitiu. No entanto, reafirmou que a instituição está comprometida com o seu mandato.

Questionada sobre vozes criticas que defendiam uma alteração dos instrumentos disponíveis pelo BCE, Lagarde defendeu as alterações levadas a cabo desde a última revisão. “Aceitamos críticas e, na verdade, estamos bastante acostumados a elas. Mas prestamos atenção porque, obviamente, isso identifica a perceção dos outros e daqueles que estão nos bastidores e tomam as decisões. E se houver a perceção de que algo não funcionou então analisamos e levamos isso em consideração“, disse.

“Durante as várias crises e os grandes choques que foram, de certa forma, sucessivos respondemos e acho que demonstramos grande agilidade em responder a esses choques. Por exemplo, criamos novos instrumentos que simplesmente não existiam na altura, como o Instrumento de Proteção de Transmissão”, disse, acrescentando que a “beleza” do exercício levado a cabo pelo BCE “é fazer um balanço e manter o que deveria ser mantido, mas também analisar o que aprendemos com o último ano e que precisava ser aprimorado para refinar as projeções, chegar a propostas melhores e ter recomendações ainda mais robustas”.

(Notícia atualizada às 13h38)

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Taxas Euribor sobem. Média de junho cai a 3 e 6 meses e mantém-se a 12 meses

  • Lusa
  • 30 Junho 2025

As médias mensais da Euribor voltaram a cair em junho nos dois prazos mais curtos e a manter-se no mais longo.

A Euribor subiu esta segunda-feira a três, a seis e a 12 meses em relação a sexta-feira mas termina junho com a média mensal a cair nos dois prazos mais curtos e a manter-se no mais longo.

Com as alterações desta segunda-feira, a taxa a três meses, que avançou para 1,944%, manteve-se abaixo das taxas a seis (2,049%) e a 12 meses (2,072%).

As médias mensais da Euribor voltaram a cair em junho nos dois prazos mais curtos, menos intensamente do que nos meses anteriores e de forma mais acentuada no prazo mais curto (três meses).

Já a 12 meses, a média mensal da Euribor manteve-se em 2,081%.

A média da Euribor em junho desceu 0,103 pontos para 1,984% a três meses e 0,066 pontos para 2,050% a seis meses.

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, subiu esta segunda-feira, ao ser fixada em 2,049%, mais 0,013 pontos que na sexta-feira. Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a abril indicam que a Euribor a seis meses representava 37,61% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.

Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,46% e 25,60%, respetivamente.

  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor também avançou, ao ser fixada em 2,072%, mais 0,010 pontos do que na sexta-feira.
  • No mesmo sentido, a Euribor a três meses, que está abaixo de 2% desde 24 de junho, subiu esta segunda-feira, para 1,944%, mais 0,005 pontos que na sexta-feira.

Na última reunião de política monetária em 04 e 05 de junho, em Frankfurt, o Banco Central Europeu (BCE) desceu as taxas de juro em 0,25 pontos base, tendo a principal taxa diretora caído para 2%.

Esta descida foi a oitava desde que o BCE iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024 e, segundo os analistas, deverá ser a última deste ano.

A próxima reunião de política monetária do BCE está marcada para 23 e 24 de julho em Frankfurt.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Europeu EIT lança hub em Portugal para impulsionar inovação

O EIT Community Hub arranca oficialmente a 10 de julho, na Unicorn Factory Lisboa, parceiro do hub do Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia.

O Instituto Europeu de Inovação e Tecnologia (EIT), um organismo da União Europeia, acaba de lançar um novo hub em Portugal, o EIT Community Hub, para impulsionar ecossistema de inovação do país. Arranca oficialmente a 10 de julho, na Unicorn Factory Lisboa, parceiro do hub.

“Estamos a construir pontes entre os inovadores portugueses e a maior rede de inovação da Europa, porque grandes ideias merecem as ferramentas e o apoio para crescer, escalar e prosperar. Este centro irá capacitar empreendedores e investigadores a conectarem-se, colaborarem e liderarem nos desafios mais importantes”, diz Stefan Dobrev, presidente do Conselho de Administração do EIT, citado em comunicado.

O EIT Community Hub não será o primeiro hub do EIT em Portugal,mas será o primeiro a reunir toda a Comunidade EIT”, começa por explicar Carolina Sampaio Dinis, ao ECO. “Neste sentido, serve como um ponto de encontro único para talentos e empreendedores locais que pretendam beneficiar das oportunidades da Comunidade EIT nas áreas da educação empreendedora, criação de empresas e inovação“, diz a EIT Community Officer.

Objetivos do hub

“O objetivo central do hub é expandir as já sólidas atividades da Comunidade EIT em Portugal, contribuir para o reforço da cooperação entre as principais organizações empresariais, de ensino e investigação portuguesas, aumentando simultaneamente a competitividade do país e contribuindo para o crescimento económico sustentável”, detalha.

O novo centro faz parte do programa EIT Regional Innovation Scheme (EIT RIS), concebido para combater a persistente desigualdade na inovação na Europa. Cerca de 20 países na Europa estão a acolher EIT Community Hubs.

Carolina Sampaio Dinis, EIT Community Officer.

“Servirá como uma porta de entrada para as partes interessadas portuguesas em relação à Comunidade do EIT”, explica a responsável, funcionando como “uma fonte centralizada de informações sobre todos os diferentes serviços e oportunidades das Comunidades de Conhecimento e Inovação (KIC) do EIT“.

“Atrair e envolver um número crescente de participantes locais nas atividades da Comunidade do EIT é um objetivo fundamental”, portanto, “não apenas informações serão oferecidas, mas também apoio para aceder aos serviços e oportunidades”, refere.

O EIT Community Hub também servirá um propósito interno, servindo de “ponto de coordenação para a Comunidade do EIT em Portugal, inclusive liderando o envolvimento da Comunidade do EIT com as autoridades locais, incluindo o fornecimento de apoio político e expertise, conforme necessário”.

O hub arranca com uma parceria com a Unicorn Factory Lisboa, mas há planos para expandir as ligações com parceiros locais. “Estamos abertos a construir colaborações significativas com agentes de inovação locais. Qualquer pessoa disposta a contribuir para o trabalho do EIT Community Hub é calorosamente bem-vinda para se associar a nós em prol de um objetivo comum: impulsionar a capacidade de inovação de Portugal”, diz a responsável.

Localmente, o EIT Community Hub Portugal é representado por Carolina Sampaio Dinis, mas a estrutura poderá mais tarde ser reforçada. “A rede do EIT Community Hub ainda está em processo de consolidação. Com base nos resultados obtidos, o EIT está muito aberto a considerar a expansão da rede, inclusive em Portugal, através do recrutamento de pessoal adicional”, diz.

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Portugal atrai mais turistas norte-americanos

Dez principais mercados emissores, em maio, representaram 75,8% do total de dormidas de não residentes, com o mercado britânico a manter a liderança, seguido do alemão e norte-americano.

Há cada vez mais turistas norte-americanos a viajarem para Portugal. Segundo os dados revelados pelo INE esta segunda-feira, entre os dez principais mercados emissores em termos de dormidas, os Estados Unidos destacaram-se com um crescimento de 6% no quinto mês do ano.

Os dez principais mercados emissores, em maio, representaram 75,8% do total de dormidas de não residentes, com o mercado britânico a manter a liderança (19,4% do total das dormidas de não residentes no quinto mês do ano) e com um crescimento de 1,2% face ao mês homólogo.

As dormidas do mercado alemão, o segundo principal mercado emissor em maio (10,9% do total), registaram um decréscimo de 7,7%. Seguiu-se o mercado norte-americano, na terceira posição (quota de 10,8%), com um crescimento de 6%.

No grupo dos dez principais mercados emissores em maio, destacaram-se ainda os crescimentos do mercado italiano (+5,6%) e canadiano (+4,2%) em comparação com o período homólogo. Por outro lado, o mercado brasileiro registou em quebra de 11,6%.

Os dados, que fazem parte da estimativa rápida da atividade turística em maio, mostram que o setor do turismo registou 3,2 milhões de hóspedes e 7,8 milhões de dormidas, o que representa uma subida homóloga de 2,6% e 1,3%, respetivamente, numa altura em que Portugal é o sétimo país com mais reservas na Europa.

Neste contexto, as receitas totais cresceram 8,7% face a maio de 2024, para 717 milhões de euros, e os proveitos de aposento aumentaram 8,9%, atingindo os 550,6 milhões de euros.

A Grande Lisboa foi a região que mais contribuiu para a globalidade dos proveitos (31,9% dos proveitos totais e 34,0% dos proveitos de aposento), seguida do Algarve (22,5% e 20,7%, respetivamente) e do Norte (17,5% e 18,3%, pela mesma ordem).

Para o crescimento das dormidas contribuíram apenas os residentes, com um aumento de 5,9% para dois milhões de dormidas, quando comparado com o mesmo período do ano anterior. Por outro lado, as dormidas dos não residentes registaram uma ligeira diminuição (-0,2%) totalizando 5,8 milhões de dormidas.

Em maio, os maiores aumentos nas dormidas ocorreram no Norte (+6,6%) e no Centro (+5,6%). As regiões do Algarve e da Grande Lisboa apresentaram decréscimos (-3,1% e -0,7%, respetivamente). O Algarve concentrou 25,8% do total de dormidas, seguindo-se a Grande Lisboa (24,1%).

Na globalidade dos estabelecimentos de alojamento turístico, a estada média foi de 2,44 noites, o que equivale a um decréscimo de 1,3% face a maio de 2024. A Madeira e o Algarve foram as regiões do país que registaram os valores mais elevados deste indicador — de 4,35 e 3,68 noites, respetivamente, tendo as estadias mais curtas ocorrido no Centro (1,62 noites) e no Oeste e Vale do Tejo (1,69 noites)

Quanto à taxa líquida de ocupação-cama, verificou-se uma descida de 0,5 pontos percentuais, para 52,3%, em maio. Já a taxa líquida de ocupação-quarto (64,7%) cresceu 0,5 pontos percentuais.

Em maio, o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) situou-se em 83,4 euros (+6,7%) e o rendimento médio por quarto ocupado (ADR) atingiu 128,9 euros (+5,8%).

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