CDS-PP ameaça candidatura autárquica a solo em Lisboa
Líder centrista não quer perder a relevância no Executivo que lhe coube nas autárquicas de 2021 após a vitória da coligação Novos Tempos, liderada por Carlos Moedas.
O presidente do CDS-PP, Nuno Melo, colocou neste sábado, como condição para reeditar a coligação com o PSD em Lisboa nas próximas autárquicas, que o seu partido continue a exercer mandatos, como vinha acontecendo até aqui.
“Onde o CDS desempenha com relevância o poder autárquico, expressando os seus valores nesses mandatos, e para entrarem outros, o CDS tem que sair, ou tem que baixar, não tendo a expectativa de exercer esses mandatos (…) então naturalmente aí o CDS concorrerá sozinho”, afirmou.
O líder centrista falava aos jornalistas à margem da sessão de encerramento da convenção autárquica do CDS-PP, que decorreu este sábado em Albergaria-a-Velha, no distrito de Aveiro.
Questionado sobre um possível acordo de coligação entre o PSD e a IL em Lisboa, Nuno Melo disse que isso não levará à saída do CDS da coligação, desde que o partido continue a ser respeitado, no sentido de poder continuar a exercer mandatos, como vinha fazendo.
“Há coligações que neste momento estão vigentes e nós percebemos que os tempos mudam, e pode ser conveniente que, em alguns casos, outros parceiros entrem. Agora, quando entrando outros parceiros, o CDS continue a ser respeitado no sentido de poder continuar a exercer mandatos, como vinha fazendo (…) naturalmente que essas coligações poderão acontecer”, afirmou.
Nuno Melo referiu ainda que, no caso de Lisboa, há um processo negocial que está em curso, realçando que o acordo “tem que ser bom para todas as partes”.
“Se tudo ponderado, o CDS chegar à conclusão que, no que nos respeita, a coligação é também boa para o CDS, então a coligação celebra-se. Quando, onde seja, o CDS entenda que a coligação não é boa, então o CDS vai a votos por si. É isso que é normal”, afirmou.
No discurso de encerramento da convenção autárquicas, Nuno Melo afirmou ainda que a única coisa que não aceitará é que as coligações venham a ser feitas, “ou porque se tem medo de ir a votos, ou por alguma espécie de favor ou estado de necessidade”.
“Só pode haver um critério para celebrarmos coligações em Portugal e esse critério é, a começar, a noção ou a certeza de que juntos com mais alguém temos um projeto maior para as populações. Mas juntos com mais alguém, aquilo que o CDS fará será também com respeito pelo nosso próprio partido que precisamente porque quer e não porque precisa pode também por isso fazer alguma diferença”, concluiu.
Em 2021 a coligação PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança venceu as eleições autárquicas em Lisboa conquistando sete mandatos.
Atualmente, o CDS tem dois vereadores no executivo liderado pelo social-democrata Carlos Moedas, nomeadamente o vice-presidente Filipe Anacoreta Correia e Diogo Moura
As eleições autárquicas vão realizar-se a 12 de outubro.
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