“Protecionismo é lamentável”, diz Maria Luís Albuquerque

  • ECO
  • 3 Fevereiro 2025

A comissária europeia considera que as tarifas, como as defendidas por Donald Trump", "prejudica a todos".

Num momento em que os EUA iniciam uma guerra comercial, com a aprovação de novas tarifas a vários países, a comissária europeia para os Serviços Financeiros classifica de “lamentável” o protecionismo como o defendido por Donald Trump. “O protecionismo, do ponto de vista económico, é lamentável”, diz Maria Luís Albuquerque, em entrevista à RTP3, transmitida esta segunda-feira. “Prejudica todos”, acrescenta, incluindo quem pensa “que se está a proteger e o resto do mercado mundial”.

Mas perante o cenário no outro lado do Atlântico – com tarifas de 25% aprovadas pelos EUA ao Canadá e de 10% à China a avançar esta terça-feira –, a antiga ex-ministra das Finanças afirma que a Europa, agora, “tem de fazer a sua parte” para “resolver os seus próprios problemas”. Até porque a União Europeia também está na lista da Casa Branca para futuras taxas alfandegárias. Entre as prioridades, e que é uma das missões de Maria Luís Albuquerque em Bruxelas, está a União dos Mercado de Capitais.

“Eliminar as barreiras, que fazem com que existam 27 mercados distintos, cada um demasiado pequeno”, sublinha a comissária portuguesa, que defende que os mercados de capitais “precisam de escala, dimensão” para serem eficientes.

O problema da Europa “não é falta de dinheiro”, acredita Maria Luís, que volta a fazer o diagnóstico: “Nós temos um mercado que está muito fragmentado e, por essa razão, não é possível, de uma forma eficiente, canalizar os recursos existentes para aquelas que são as necessidades”, como a indústria da defesa ou a transição digital e energética.

Com um mercado unificado, a comissária crê que os investidores podem olhar para outros ativos para lá do imobiliário. “Se tivermos um mercado mais equilibrado, em que os investidores tenham oportunidade de investir nas empresas – com a vantagem que tem para empresas – também vai reduzir a pressão sobre o imobiliário”, rematou.

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Politécnico de Leiria investiga alegadas irregularidades na atribuição de bolsas Erasmus

  • Lusa
  • 3 Fevereiro 2025

O processo foi desencadeado depois de um pagamento que "não foi confirmado por uma estudante" do Erasmus. Todos os processos de mobilidade dos últimos 10 anos estão a ser auditados.

O Politécnico de Leiria está a investigar alegadas irregularidades na atribuição de bolsas do programa Erasmus na Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar (Peniche), disse esta segunda-feira à agência Lusa o presidente do instituto. “Confirmo que foi detetada uma irregularidade na atribuição de bolsas de mobilidade [programa Erasmus], no verão passado”, afirmou Carlos Rabadão.

Segundo Carlos Rabadão, a situação foi descoberta num “procedimento de rotina dos serviços financeiros”.

“Andamos numa fase de sistematização, alteração dos procedimentos e numa situação de rotina, de procedimento, detetou-se que havia qualquer coisa que não estava a bater certo e analisámos, nomeámos uma comissão de investigação interna, que está a fazer o trabalho”, explicou o presidente do Instituto Politécnico de Leiria.

Este responsável adiantou que as suspeitas foram comunicadas “ao Ministério Público na mesma altura”, sendo que a pessoa envolvida nesse procedimento que suscitou dúvidas “foi afastada de funções”. Questionado sobre o valor das alegadas irregularidades, o presidente do Politécnico de Leiria referiu que a comissão interna ainda não terminou o trabalho.

“A comissão começou a trabalhar em agosto, tem estado a ouvir muitas pessoas, a analisar vários processos de vários anos, para perceber se isto foi uma situação esporádica ou se tem impacto para trás”, declarou, esclarecendo que só quando a comissão fechar o processo – o que deve acontecer este mês – é que vai ser possível “quantificar, exatamente, qual foi – se é que foi – o valor dessas irregularidades, estes pagamentos indevidos”.

Ainda segundo Carlos Rabadão, o que desencadeou este processo “foi uma irregularidade relacionada com um pagamento que não foi confirmado por uma estudante na altura”, sendo que estão a ser auditados “todos os processos de mobilidade que se verificaram nos últimos 10 anos”.

“Mas este caso que espoletou a situação foi (…) de alguma inconformidade entre o que está registado no sistema e o que a estudante nos disse, mas temos de ouvir as duas partes e perceber o que é que, efetivamente, aconteceu”, o trabalho que está a ser feito pela comissão de investigação, declarou.

O presidente do Politécnico de Leiria adiantou que quando o processo estiver finalizado vai ter de tomar “uma decisão com base na proposta” apresentada pela instrutora, que está a ser assessorada pelos serviços jurídicos da instituição. “Darei conta do resultado ao Ministério Público e, obviamente, à Agência Erasmus, que também está a acompanhar”, referiu.

De acordo com Carlos Rabadão, “havendo agora esta fuga de informação para a comunicação social, também já meti a par o programa Erasmus, para não serem surpreendidos pela comunicação social”.

“Estamos, tranquilamente, a analisar e vamos ser, obviamente, rigorosos. Se, eventualmente, concluirmos que há aqui utilização indevida de fundos públicos, teremos de atuar em conformidade, e a nossa lei define muito bem o que é que se deve fazer e o que é que não se deve fazer”, acrescentou. A Lusa fez um pedido de informação à Procuradoria-Geral da República sobre esta situação, mas ainda não obteve resposta.

O Politécnico de Leiria tem cinco escolas superiores (três em Leiria, uma nas Caldas da Rainha e outra em Peniche), além de núcleos de formação e unidades de investigação. A sua comunidade académica é constituída por mais de 15.500 pessoas: 14.000 estudantes e cerca de 1.650 professores, investigadores, técnicos e administrativos. No total, está presente em oito cidades da região de Leiria e do Oeste.

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Advogados do Estado vão receber 22 euros por hora. Portaria entra em vigor a 2 de agosto

As novas regras para as tabela de honorários dos advogados oficiosos entram em vigor a 2 de agosto. Bastonária defende que "o Governo dá com uma mão e tira com a outra".

A intervenção presencial ou remota por parte dos advogados oficiosos, quando autorizada por juiz ou Ministério Público, em diligências ou audiências, é paga a 22 euros por cada hora, desde o seu início efetivo até à hora declarada de encerramento, suspensão, adiamento ou interrupção.

As novas regras para as tabela de honorários dos advogados oficiosos, bem como a regulamentação da lei do acesso ao direito, entram em vigor a 2 de agosto. A portaria aplica-se aos atos praticados no âmbito das nomeações aceites após 2 de agosto.

A portaria relativa às novas regras para os advogados oficiosos já está pronta e entra em vigor no segundo semestre do ano, “após período de adaptação do sistema”. O Governo atualiza honorários dos advogados oficiosos e revê regras do Sistema de Acesso ao Direito (SADT), aproveitando as conclusões do estudo do Grupo de Trabalho, criado para esse efeito.

Assim, a portaria que atualiza honorários dos advogados oficiosos e revê regras do Sistema de Acesso ao Direito (SADT) define que os advogados oficiosos vão passar a ser pagos em função da complexidade e do tempo que se gasta com cada processo, a poder fazer mais atos nos tribunais – incluindo em casos de mediação, arbitragem e em conservatórias – a consulta jurídica passa a ter o valor de 48 euros e estes advogados serão pagos, no imediato, em caso de substituição de mandatário, evitando atrasos e problemas de partilha de honorários entre os advogados nomeados. A unidade de referência que permite o cálculo desses honorários também muda: passa de 25,5 euros para 28 euros.

Tomada de posse do Procurador-Geral da República Amadeu Guerra - 12OUT24
Ministra da Justiça, Rita Alarcão JúdiceHugo Amaral/ECO

Uma das alterações tem a ver com o que é pago ou não pago nos casos em que os advogados interpõem recursos. Estes atos deixam de ser pagos nos casos em que os recursos não sejam aceites em tribunal. #O pagamento de honorários pelo recurso, ordinário, extraordinário, ou para o Tribunal Constitucional é devido ao profissional forense nas situações em que aquele recurso é admitido”, diz a portaria. “No caso de não admissão do recurso ordinário, extraordinário ou para o Tribunal Constitucional, a reclamação do respetivo despacho de não admissão é remunerada nos termos da tabela de honorários em anexo sempre que a reclamação seja procedente”.

Nos casos de especial complexidade – que serão os mais bem pagos pelo Estado – porém, serão apenas reconhecidos por despacho de um juiz, o que leva a que os advogados fiquem, de novo, nas mãos de um juiz para perceber quanto receberão por esses serviços. Quanto à confirmação dos honorários também pouco muda já que o pagamento é feito no mês seguinte à confirmação “pela secretaria do tribunal, ou serviço competente junto do qual corre o processo, até ao termo do mês seguinte”.

O defensor oficioso é o advogado pago pelo Estado para quem não tenha condições económicas para o fazer. Aquando do despacho de acusação, é obrigatoriamente nomeado um defensor, se o arguido não tiver constituído nenhum.

Novos valores para intervenção em ato judicial, diligência ou audiência

  • A intervenção presencial ou remota, quando autorizada pela autoridade judiciária, em ato, diligência ou audiência presidida por aquela, é remunerada pelo valor de 22 euros por cada hora, desde o seu início efetivo até à hora declarada de encerramento, suspensão, adiamento ou interrupção.
  • Quando, durante um mesmo dia, todas as intervenções se limitarem a processos sumários e sumaríssimos, os honorários são limitados ao montante da remuneração mais elevada prevista para estes processos, qualquer que tenha sido o número efetivo de intervenções, acrescido do valor apurado pela intervenção/hora.
  • O pagamento de honorários pelo recurso, ordinário, extraordinário, ou para o Tribunal Constitucional é devido ao profissional forense nas situações em que aquele recurso é admitido. Em caso de não admissão do recurso, a reclamação do respetivo despacho de não admissão é remunerada nos termos da tabela de honorários em anexo sempre que a reclamação seja procedente.
  • Nas ações de especial complexidade, reconhecida por despacho judicial, o pagamento de honorários é majorado no valor correspondente a um quarto do valor constante da tabela para o respetivo processo.

Nomeação para diligências com assistência obrigatória

  • A nomeação para assistência ao arguido realizada com base na designação feita pela Ordem dos Advogados, consta da lista de escala de prevenção de advogados e de advogados estagiários. Pode ser feita, respetivamente, pela secretaria do tribunal, pelo Ministério Público, através da secretaria ou dos seus serviços, e pelos órgãos de polícia criminal.
  • A nomeação é mantida para as restantes diligências do processo quando: não exista mandatário constituído ou defensor nomeado, salvo se o arguido afirmar pretender constituir mandatário para as restantes diligências do processo, exista defensor nomeado e este tenha faltado a diligência em que devesse estar presente.
  • A nomeação efetuada nestas situações implica a substituição do defensor anteriormente nomeado, aplicando-se o previsto para a constituição de mandatário. Ou seja, sempre que o beneficiário de apoio judiciário constitua mandatário após ter sido nomeado profissional forense, ou este seja substituído no processo, é-lhe devido uma unidade de referência caso não tenha tido qualquer intervenção processual; caso tenha tido intervenção processual, quatro unidades de referência ou, mediante requerimento, o montante previsto para os atos ou diligências em que comprovadamente participou até ao limite correspondente ao valor dos honorários aplicáveis ao processo em causa.

O que disse a bastonária dos advogados face as estas alterações?

Aquela que foi e é uma das bandeiras de campanha da atual bastonária – recandidata ao cargo – teve direito a não um, nem dois, mas três comunicados de Fernanda de Almeida Pinheiro (o último em formato vídeo). Mais um artigo de opinião publicado no Correio da Manhã. E se o primeiro comunicado – publicado horas depois do anúncio do Governo sobre as alterações – a mensagem era de que era um “avanço histórico”, como resultado do esforço e papel “fundamental” do atual Conselho Geral da OA, nos dias seguintes (no segundo e terceiro comunicado), o tom já não era tão elogioso.

Assim, a bastonária da Ordem dos Advogados (OA) – que também recandidata ao cargo nas eleições de março – considera que a revisão da tabela dos honorários dos advogados oficiosos “é um momento histórico e positivo para a advocacia, que, após mais de 20 anos de espera, consegue finalmente uma revisão daquela tabela, com um aumento global de cerca de 7 milhões de euros e aumento de vários processos superior a 20%, que representarão, necessariamente, um aumento do valor individualmente pago a cada profissional”. E disse ainda que “não é ainda a tabela que a advocacia queria e merecia (e a OA foi sempre bem clara nesse aspeto, junto do Ministério da Justiça), mas a presença da OA neste processo foi fundamental para garantir que se colocaria um fim à inação dos vários governos durante mais de 20 anos e se garantisse a introdução de vários pontos positivos, que irão certamente contribuir para uma maior dignificação”, diz ainda.

Abertura do ano judicial 2023 - 10JAN23
Abertura do ano judicialHugo Amaral/ECO

Mas, no artigo de opinião, publicado esta segunda-feira, quatro dias depois da portaria, o tom do discurso mudou e Fernanda de Almeida Pinheiro defende “se é verdade que a proposta prevê alguns aumentos, há também retrocessos inaceitáveis. O Governo dá com uma mão e tira com a outra”.

Avisando que “não é admissível que, após duas décadas, existam valores de processos que foram reduzidos (por exemplo, os processos de família e os de insolvência) e haja previsão de atos que deixam de ser pagos (como é o caso dos recursos não aceites – o que representa, desde logo, um ataque ao direito do cidadão a recorrer). Estas são linhas vermelhas que a Advocacia e a Ordem dos Advogados não podem permitir que sejam ultrapassadas, como de resto a OA sempre transmitiu ao Ministério da Justiça. Depois de 20 anos de espera, nenhuma profissão aceitaria a redução de valores no pagamento de serviços, e os Advogados também não vão aceitar. Espera-se que o Governo corrija esta portaria antes de avançar para a sua publicação, pois caso contrário a Advocacia irá fazer-se ouvir”, conclui a bastonária.

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Diretor do serviço de Urgência do Hospital Amadora-Sintra demitiu-se

  • Lusa
  • 3 Fevereiro 2025

Hugo Martins demitiu-se do cargo por motivos pessoais, com efeitos a 01 de fevereiro. "A ULS Amadora-Sintra está a procurar alternativas".

O diretor do serviço de Urgência da Unidade Local de Saúde Amadora-Sintra, Hugo Martins, demitiu-se do cargo, confirmou esta segunda-feira à agência Lusa fonte oficial do hospital.

Segundo a mesma fonte, Hugo Martins demitiu-se do cargo por motivos pessoais, com efeitos a 01 de fevereiro. “A ULS Amadora-Sintra está a procurar alternativas”, acrescentou.

A notícia da demissão do diretor do serviço de Urgência foi avançada pela RTP.

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Europa “tem de sair do lugar do passageiro e tomar o volante”, diz Centeno

  • Lusa
  • 3 Fevereiro 2025

O governador do Banco de Portugal defende que a Europa deveria tomar uma posição “de mais força” nos próximos meses e que as tarifas anunciadas por Trump "não são “boa notícia para ninguém”.

O governador do Banco de Portugal (BdP) disse esta segunda-feira que a Europa tem de “sair do lugar do passageiro e tomar o volante”, uma posição “de mais força”, numa altura em que está confrontada com as políticas de Donald Trump.

Em entrevista à americana CNBC, Mário Centeno reafirmou que as tarifas que o novo Presidente americano quer aplicar – em países como o México, Canadá e China, mas que podem chegar à União Europeia – não são “boa notícia para ninguém”.

“As tarifas definidas desta forma representam um choque negativo no fornecimento”, indicou, apontando, como consequência, “o aumento de preços”.

“Isto não são boas notícias para ninguém”, assegurou, indicando que a decisão sobre uma possível retaliação dos países visados é para “ser tomada”, mas recusando pronunciar-se mais sobre a matéria. Para Centeno, a Europa deveria tomar uma posição “de mais força” nos próximos meses.

“É verdade que estamos habituados a estar sentados no lugar do passageiro e acho que temos de tomar o volante”, realçou, salientando que a Europa tem os meios para o fazer. Ainda assim, o governador disse estar preocupado com o crescimento económico na Europa, apontando que a região tem desafios que não existem em outros lugares.

O Presidente dos EUA prometeu esta segunda à homóloga mexicana suspender por um mês a entrada em vigor das tarifas sobre o México, depois de Claudia Sheinbaum anunciar uma mobilização do Exército na fronteira comum. Donald Trump assinou no sábado a ordem executiva para a aplicação de taxas aduaneiras aos produtos provenientes do Canadá, do México e da China.

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Ministra da Saúde considera inaceitável tempo de espera nas urgências

  • Lusa
  • 3 Fevereiro 2025

"Quinze horas, 16 horas, 17 horas à espera de se ser assistido numa urgência hospitalar (...) é inaceitável. Tomaremos medidas muito em breve nesse sentido", sublinhou a ministra da Saúde.

A ministra da Saúde considerou esta segunda-feira que “é inaceitável” haver tempos de espera de cerca de 17 horas nos serviços de urgência e prometeu tomar medidas em breve, olhando com preocupação para o excesso de mortalidade em janeiro.

Nunca deixei de dizer que Lisboa e Vale do Tejo e a Península de Setúbal, sobretudo no que tem a ver com a obstetrícia, é um enorme problema. Não nasceu ontem, não nasceu há três meses, nem há quatro, nem há cinco, nem há 10. Já existia e, naturalmente, que tem de ser resolvido”, salientou Ana Paula Martins.

Falando aos jornalistas depois de ter acompanhado a ministra da Juventude e Modernização, Margarida Balseiro Lopes, na apresentação de projetos de Inteligência Artificial na Unidade Local de Saúde (ULS) Santa Maria, em Lisboa, a governante reconheceu que, apesar de estarem abertas 164 urgências, é “preciso fazer um caminho”.

“Quinze horas, 16 horas, 17 horas à espera de se ser assistido numa urgência hospitalar (…) é inaceitável. Tomaremos medidas muito em breve nesse sentido”, sublinhou. Ana Paula Martins garantiu que o balaço do plano de inverno “será feito quando o inverno terminar”, precisando que “prognósticos só no fim do jogo”.

“Também prometo que a Direção-Geral de Saúde (DGS), que é quem tem a responsabilidade dos relatórios na área materno-infantil dará mais detalhes com a sua comissão de peritos. Esta é uma matéria técnica, é uma matéria da área científica e clínica. As recomendações que saem dos peritos são as recomendações que o Governo tem que naturalmente olhar, seguir e implementar”, salientou.

A ministra prometeu ainda fazer em breve “um ponto da situação” sobre o Plano de Emergência e Transformação da Saúde, “para prestar contas aos portugueses”. Ana Paula Martins disse ainda que “é preocupante” o excesso de mortalidade registado no mês passado, durante o período de atividade gripal e de baixas temperaturas.

De acordo os dados do último boletim de vigilância epidemiológica da gripe e outros vírus respiratórios do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), em janeiro, morreram mais 1.191 pessoas do que o esperado. A maioria das quase 1.200 mortes tinha mais de 75 anos (88%) e 77% eram mulheres, tendo sido na segunda semana, entre os dias 6 e 12 de janeiro, que se registaram mais óbitos além do esperado.

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Montenegro defende “PRR para a área da defesa”

Luís Montenegro defende modelo semelhante ao que esteve em cima da mesa durante a pandemia e a capacidade da Europa ter um processo de financiamento comum.

O primeiro-ministro defendeu esta segunda-feira um financiamento comum para a defesa europeia, inspirado no modelo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). Luís Montenegro apontou a emissão de dívida comum como eventual solução.

Defendemos a capacidade da Europa ter um processo de financiamento comum, porque o projeto também é comum”, afirmou em declarações aos jornalistas, transmitidas pela RTP3, no fim do primeiro retiro informal de líderes da União Europeia, em Bruxelas.

O Chefe do Executivo português adiantou que transmitiu aos restantes Estados-Membros que “o Governo defende um PRR para a área da defesa“, que “possa evoluir num modelo semelhante ao que esteve em cima da mesa durante a pandemia” e que “pode passar, eventualmente, por dívida comum que possa servir como o alicerce” para ser “efetivamente consequentes, porque senão daqui a dois ou três anos” ainda se está “a discutir as mesmas coisas”.

Em entrevista ao ECO, o ministro da Agricultura, José Manuel Fernandes, já tinha defendido essa solução. “Não existindo novos recursos próprios, não ficarei muito surpreendido que a solução para a defesa pudesse vir a ser, por exemplo, um PRR. Uma dívida comum para financiar a defesa. Mas também para reconstruir a Ucrânia”, disse José Manuel Fernandes no ECO dos Fundos, o podcast quinzenal do ECO sobre fundos europeus.

Luís Montenegro explicou que todos os países avançaram a sua posição durante o encontro, embora ainda não haja consenso sobre o reforço da defesa. Porém, defende a urgência do tema.

“Temos de estar cientes que este [o reforço da defesa] é um objetivo que está nas prioridades de cada um de nós. Temos uma guerra em território europeu, temos a nossa segurança e defesa ameaçadas em vários domínios“, disse, acrescentando que na zona marítima portuguesa passam “vários dos cabos marinhos que ligam, do ponto de vista das comunicações, a Europa com o continente americano e não só”.

Para Luís Montenegro é essencial que a União Europeia aumente a capacidade de produção na defesa, para consumo próprio e para exportação. “Se tivermos necessidades para satisfazer amanhã, no próximo ano não temos a capacidade de produzir, temos de comprar no mercado. Se ficarmos sempre a olhar para esse figurino não vamos no médio prazo ter a nossa própria capacidade. Este é um projeto que integra este objetivo de defesa com objetivo económico, de relançamento da Europa, de capacitação do nosso tecido económico“, considerou.

“A Europa está a investir grande parte do seu capital noutras geografias, particularmente nos EUA. Isto é um absurdo: a Europa coloca o seu capital e dinheiro nos EUA, que por sua vez promovem a área de produção de muitos dos bens que depois vamos comprar, deixando toda a mais-valia do lado de lá“, argumentou.

Um dos pontos da agenda do retiro convocado pelo presidente do Conselho Europeu, António Costa, foi precisamente a defesa. O objetivo passou por ajudar a preparar os próximos passos e orientar a Comissão e o Alto Representante na preparação de propostas sobre o futuro da defesa europeia.

Por seu lado, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), Mark Rutte, apelou a uma maior aposta no setor. “Foi bom ter participado hoje no Conselho Europeu informal. À medida que trabalhamos para aumentar a nossa resiliência e reforçar a nossa defesa, temos de investir mais e produzir mais”, escreveu numa publicação no X, após o encontro.

Luís Montenegro indicou ainda aos jornalistas que as taxas alfandegárias anunciadas pelo presidente norte-americano também estiveram em cima da mesa, e insistiu na “capacidade de argumentação” para fazer face às ameaças de Donald Trump.

(Notícia atualizada às 19h38)

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Trump quer Kiev a pagar em minerais raros a ajuda militar dos EUA

  • Lusa
  • 3 Fevereiro 2025

"Estamos a dizer aos ucranianos que têm minerais raros muito valiosos. Queremos que o que estamos a oferecer seja retribuído de alguma forma. Queremos uma garantia", explicou Trump.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse esta segunda-feira que quer que a Ucrânia forneça minerais raros, que são essenciais para inovações tecnológicas, em troca da ajuda contra a invasão russa.

“Estamos a dizer aos ucranianos que têm minerais raros muito valiosos. Queremos que o que estamos a oferecer seja retribuído de alguma forma. Queremos uma garantia”, explicou Trump aos jornalistas na Sala Oval da Casa Branca.

Para o Presidente norte-americano, a Ucrânia deve dar alguma coisa a Washington em troca da ajuda financeira e militar que está a receber, referindo-se a minerais raros que podem vir a ser usado em inovações tecnológicas, como veículos elétricos ou turbinas eólicas.

De acordo com as contas do Comité de Orçamento Federal, no final do ano passado, o Congresso dos Estados Unidos já aprovou cerca de 175 mil milhões de dólares (cerca de 170 mil milhões de euros) em ajuda financeira e militar à Ucrânia, desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022.

Em dezembro de 2024, já depois da vitória presidencial de Trump, os Estados Unidos anunciaram mais um pacote de ajuda militar e financeira no valor de quase seis mil milhões de dólares (cerca de 5,8 mil milhões de euros).

Durante a recente campanha presidencial, Trump criticou a forma como o Governo do Presidente democrata Joe Biden estava a ajudar Kiev, ameaçando reverter as políticas de Washington para a Ucrânia logo que tomasse o poder, em janeiro.

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Comissões da COSEC correspondem a 297% dos custos de serviços prestados ao Estado

  • ECO Seguros
  • 3 Fevereiro 2025

Segundo relatório da IGF, as remunerações (comissões de gestão fixa e variável), ascenderam a cerca de 2 milhões de euros, "valor muito superior" aos seus gastos neste âmbito de 700 mil euros. 

A Inspeção-Geral de Finanças (IGF) concluiu que as comissões decorrentes da atividade de gestão dos riscos por conta do Estado atribuídas à COSEC, atual Allianz Trade, “correspondem a 297% do custo dos serviços” que presta no âmbito das operações de seguros de crédito garantidos pelo Estado.

Segundo relatório da IGF, as remunerações (comissões de gestão fixa e variável), ascenderam a cerca de 2 milhões de euros, “valor muito superior” aos seus gastos neste âmbito de 700 mil euros.

Estes dados constam na auditoria feita pela IGF aos valores reportados pela COSEC referentes a 2023 relativos às operações de seguros de crédito garantidos pelo Estado português. Estas operações referem-se a seguros que protegem contra o não pagamento de créditos devido a fatores políticos, monetários ou catastróficos, utilizados em exportações, onde o Estado pode garantir parcial ou totalmente os riscos associados ao não pagamento por parte de devedores.

O relatório revelou também que as indemnizações pagas pelo Estado subiram 121% face a 2022, totalizando 1,7 milhões de euros.

Enquanto as responsabilidades assumidas pelo Estado, no âmbito do crédito à exportação, ascenderam a 299 milhões de euros, “tendo o valor global da exposição atingido 825 milhões deu euros (mais 7,5% que no ano anterior).”.

Ao longo de 2023, os prémios de 19 milhões de euros foram processados e cobrados “corretamente”.

As receitas e despesas apresentadas pela COSEC “encontram-se adequadamente apuradas e relevadas na sua contabilidade, bem como suportadas em termos documentais”.

Auditorias anteriores também revelaram desproporcionalidade entre o valor das comissões e os serviços prestados. Em 2018, o valor das comissões representava cerca de 374% dos custos dos respetivos serviços prestados ao estado, em 2021 o valor desceu para 150% e em 2022, 138%.

No relatório de 2021, a IGF recomendou a COSEC implementar medidas para reforçar o controlo dos gastos públicos, como “rever a adequação dos critérios e coeficientes utilizados na imputação das despesas à “função Estado”, para que esta reflita de forma inequívoca os custos suportados pela COSEC com a gestão dos riscos garantidos pelo Estado”. Já em 2018, foi recomendado à Direção-Geral do Tesouro e Finanças que renegociasse as comissões de gestão, “por forma a reduzir a excessiva margem de lucro face à inexistência de risco de crédito para a Seguradora”.

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UniCredit confirma participação de 4,1% na Generali, mas nega interesse estratégico

  • ECO Seguros
  • 3 Fevereiro 2025

O segundo maior banco italiano diz não ter interesse estratégico no segurador, está antes concentrado na OPA do Banco BPM, no investimento no Commerzbank e no seu plano estratégico.

O UniCredit indicou que detém uma participação de cerca de 4,1% no capital social da Generali que adquiriu “através de aquisições no mercado ao longo do tempo”.

O banco italiano revelou este domingo que detém uma participação adicional de cerca de 0,6% do grupo segurador italiano, ao qual pertence a Generali Tranquilidade, “no âmbito de serviços correntes prestados a clientes e de cobertura de risco relacionada”. Ou seja, esta percentagem adicional faz parte de serviços que o branco presta aos clientes e para reduzir riscos financeiros associados a outras operações.

Em comunicado, o segundo maior banco italiano refere que “não tem qualquer interesse estratégico na Generali”. Afirma que continua a estar “totalmente concentrado” na execução contínua da estratégia de curto a longo prazo UniCredit Unlocked, na oferta pública de aquisição (OPA) do Banco BPM e no investimento no Commerzbank tendo começado a aumentar a sua participação no banco alemão no ano passado.

O UniCredit informou ainda que “a participação é um investimento puramente financeiro do banco”, enfatizando não ter interesse estratégico no segurador. Investimento que “excede significativamente as suas métricas de retorno” e “tem um impacto negligenciável” nos requisitos de capital em termos de CET1 (Common Equity Tier 1).

Importa salientar que os principais acionistas da Generali são o Mediobanca Group (com uma participação de 13,10%), Del Vecchio Group (9,93%), Caltagirone Group (6,92%) e Benetton Group (4,8%), segundo dados publicados no sítio da internet do grupo segurador atualizados dia 13 de dezembro de 2024.

Este investimento surge numa altura em que o grupo segurador poderá enfrentar uma nova batalha a nível da administração nos próximos meses avançou a agência Reuters. Espera-se que os principais acionistas da Generali se confrontem em maio com a decisão de conceder um novo mandato ao atual CEO, Philippe Donnet, e enquanto têm posições divergentes quanto ao acordo com a BPCE. Surge também no meio de várias batalhas de aquisição no setor financeiro.

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Presidenciais. “É desejável que haja apenas um candidato da área socialista”, diz Pedro Nuno Santos

  • Lusa
  • 3 Fevereiro 2025

"Aquilo que depende de nós é a decisão de apoiar um candidato, já não depende de nós garantir que só haja um candidato", disse ainda o secretário-geral do PS.

O secretário-geral do PS prometeu esta segunda-feira que o seu partido fará o que estiver “ao seu alcance” para que haja apenas um candidato presidencial da área socialista e afirmou pretender apoiar quem tenha “possibilidades de vencer” essas eleições.

“É desejável que haja apenas um candidato da área socialista e nós faremos aquilo que estiver ao nosso alcance para que haja apenas um candidato”, afirmou Pedro Nuno Santos, a propósito das eleições presidenciais, em declarações aos jornalistas na sede nacional do PS, em Lisboa, após uma reunião com a Acreditar – Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro.

O secretário-geral do PS reiterou que o seu partido mantém o objetivo de apoiar um candidato nas presidenciais, mas frisou que não manda “na vontade de individual de as pessoas se candidatarem”.

“Portanto, aquilo que depende de nós é a decisão de apoiar um candidato, já não depende de nós garantir que só haja um candidato”, ressalvou. Questionado se não teme que o PS fique desunido em relação a esse eventual apoio, Pedro Nuno Santos garantiu: “O PS não ficará desunido”.

As presidenciais são candidaturas que dependem da vontade individual. O PS não fará aquilo que fez, por exemplo, a IL este fim de semana, em que a IL anuncia o seu candidato. O PS não vai anunciar o seu candidato, anunciará o apoio a um candidato”, referiu. Interrogado sobre que preferência é que tem entre o ex-secretário-geral do PS, António José Seguro, ou o ex-comissário europeu António Vitorino, Pedro Nuno Santos disse não tem “nenhuma preferência”.

“A não ser a vontade de que o candidato da área do PS, que partilha o mesmo ideário do PS, tenha possibilidades de vencer as presidenciais, que é o nosso objetivo”, referiu. O secretário-geral do PS disse que, quando olha para a direita, não vê “candidatos com a dimensão, a força, a capacidade, nomeadamente de representar todo o povo, que têm os candidatos da área do PS”.

“E, por isso, nós temos consciência da importância de ter um candidato com possibilidades de vencer as presidenciais”, afirmou.

Interrogado, contudo, se não teme que o PS parta em desvantagem por ainda não ter declarado o apoio a um candidato, quando Luís Marques Mendes se prepara para anunciar a sua candidatura esta quinta-feira, Pedro Nuno Santos respondeu que, até ao momento, o único dado que se tem são as sondagens, nas quais “os candidatos do PS, sejam eles quais forem, não têm nenhuma desvantagem face aos candidatos do PSD”.

“Isso é que é de facto extraordinário, porque o PS não apoia nenhum candidato ainda e, na realidade, qualquer dos nomes da área do PS aparece melhor colocado do que o candidato inquestionável da área do PSD que, aliás, tem um programa semanal há vários anos. Portanto, julgo que em desvantagem está mesmo o candidato apoiado pelo PSD”, disse.

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CTS e Eaton investem 50 milhões de euros em Viana do Castelo e criam 500 empregos

Futura fábrica sustentável do norueguês CTS e da norte-americana Eaton, em Viana do Castelo, vai produzir unidades de distribuição de energia elétrica para data centers, e criar 500 empregos.

unidade NordicEpod Portugal
NordicEpod Portugal, em Viana do Castelo03 fevereiro, 2025

O norueguês CTS e a norte-americana Eaton vão investir 50 milhões de euros numa fábrica em Viana do Castelo, onde vão produzir unidades de distribuição de energia elétrica (EPOD’s) para fornecer data centers. A futura unidade NordicEpod vai criar 500 empregos e deverá começar a funcionar a 1 de fevereiro de 2026, anunciou esta segunda-feira o presidente da câmara, Luís Nobre.

A NordicEpod, que resulta de um consórcio da norueguesa CTS e da americana Eaton deverá produzir, por ano, cerca de 450 EPOD’s, atingindo um volume de negócios de 650 milhões de euros anuais, calcula o autarca de Viana do Castelo, citado num comunicado após a apresentação do projeto.

Grande parte da produção (90%) destina-se ao mercado externo, sobretudo Europa e Médio Oriente.

Esta será a segunda fábrica do género da NordicEPOD, que resulta de um consórcio da CTS e Eaton, e será também a maior do grupo já que irá ultrapassar a dimensão e a produção da unidade fabril localizada em Hanekleiva, na Noruega.

Teremos criação de riqueza a partir de Viana do Castelo, com mão de obra qualificada, e com potencial a chegar a todo o mundo.

Luís Nobre

Presidente da Câmara Municipal de Viana do Castelo

A nova unidade será instalada numa área total de 110 mil metros quadrados, com área construída de 21 mil metros quadrados. A fábrica vai iniciar laboração, dentro de um ano, com um mínimo de 500 postos de trabalho, com uma área de produção de EPOD’s e uma segunda área de quadros elétricos.

As duas empresas estrangeiras pretendem com este projeto “ajudar a posicionar Portugal como líder global em tecnologia inovadora e sustentável”. A fábrica deverá ainda fortalecer a cadeia de abastecimento local, colaborando com empresas nacionais e integrando-as no ecossistema do projeto.

A unidade vai também alavancar o Porto de Viana do Castelo, que será o principal hub de exportações globais“, referem as duas empresas num comunicado conjunto. O que vai ao encontro das pretensões do autarca Luís Nobre: “Precisamos deste projeto para tornar o nosso Porto de Mar num fator de competitividade, robusto, com capacidade de servir os nossos agentes económicos”.

Por tudo isto, o presidente da câmara está convicto de que este projeto irá contribuir para a dinamização da economia local. “Esta é uma indústria inovadora, de futuro, que terá enorme impacto na nossa economia”, sustenta. “Teremos criação de riqueza a partir de Viana do Castelo, com mão-de-obra qualificada, e com potencial a chegar a todo o mundo.”

A este propósito Filip Schelfhout, CEO do CTS, confirma que Portugal é um país estratégico para o grupo. “A NordicEpod Portugal é um projeto estruturante a nível mundial no setor dos data centers, e que vai criar empregos e contribuir significativamente para a economia portuguesa, fomentando as exportações nacionais e a internacionalização das empresas”, assinala, citado na mesma nota.

Já Ciarán Forde, vice-presidente da Eaton de Strategic Accounts & Alliances, acrescenta, por sua vez, que esta “unidade NordicEpod Portugal será um exemplo de indústria sustentável, incorporando um conjunto de práticas que são referência a nível mundial, mas também contribuindo com as suas soluções para ajudar a indústria de data center mundial a melhorar a sua pegada ecológica”.

Com presença em Portugal e em mais de 175 países, a norte-americana Eaton fornece soluções inovadoras e sustentáveis para os setores elétrico, hidráulico e mecânico.

Considerado uma das maiores empresas de desenho e construção de data centers na Europa e nos países nórdicos, o CTS Group conta com escritórios e projetos em 11 países, entre Noruega, Finlândia, Suécia, Dinamarca, Irlanda, Suíça, Portugal, Alemanha, Espanha, França e Itália.

O CTS Europe já estabeleceu parcerias estratégicas com empresas nacionais, entre as quais a MecWide, contribuindo para a sua expansão internacional. Em 2024, atingiu um volume de negócios de cerca de 900 milhões de euros.

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