Zelensky pede determinação aos que procuram a paz após ataques russos

  • Lusa
  • 25 Maio 2025

O Presidente ucraniano condenou a série de ataques russos desta madrugada, que causaram pelo menos 12 mortos, e pediu determinação na pressão sobre a Rússia para pôr termo aos atentados e ao conflito.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, condenou a série de ataques russos desta madrugada, que causaram pelo menos 12 mortos, e pediu determinação na pressão sobre a Rússia para pôr termo aos atentados e ao conflito. “Sem uma pressão realmente forte sobre os dirigentes russos, esta brutalidade não poderá ser travada. As sanções vão certamente ajudar“, escreveu Zelensky através das redes sociais, apelando aos Estados Unidos e aos países europeus e “a todos os que procuram a paz” que mostrem “determinação” em pressionar o homólogo russo, Vladimir Putin, para “terminar a guerra”.

Os apelos de Volodymyr Zelensky surgem após mais uma noite de ataques russos a várias regiões ucranianas, dos quais resultou a morte de pelo menos 12 pessoas, incluindo duas crianças e um jovem. “O mundo conhece as fragilidades da economia russa. É possível parar a guerra, mas apenas com a força necessária para pressionar a Rússia”, escreveu o Presidente ucraniano.

Volodymyr Zelensky afirmou ainda que “Putin deve ser obrigado a não pensar em lançar mísseis, mas sim em acabar com a guerra”, apelando a que a agressão russa não seja ignorada. “O silêncio dos Estados Unidos” e “o silêncio dos outros no mundo é a única coisa que encoraja Putin“, acrescentou.

Segundo os dados apresentados por Zelensky, a Rússia lançou 300 drones, a maioria do modelo Shahed, de fabrico iraniano, e quase 70 mísseis de diferentes tipologias.

O Presidente ucraniano classificou os bombardeamentos de “ataque deliberado contra cidades”, que visaram, entre outros, edifícios residenciais, nomeadamente uma residência universitária em Kiev, e instalações de empresas. “Infelizmente há vítimas mortais, incluindo crianças”, lamentou, apresentando as suas condolências e referindo que “todos e cada um destes ataques terroristas são razão suficiente para sancionar a Rússia”.

 

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Na publicidade, os mais velhos não entram. Uma oportunidade perdida para as marcas?

A população mais velha é uma minoria nos anúncios, embora tenha maior poder de compra e seja um segmento em crescimento. Como devem as marcas agir para cativar este target?

  • Este artigo integra a 14.ª edição do ECO magazine. Pode comprar aqui.

Até 2050, o número de pessoas com mais de 60 anos deverá atingir os 2,1 mil milhões e superar o de crianças com menos de 15 anos. Apesar da dimensão deste público-alvo, há uma sub-representação crónica deste grupo etário na indústria do marketing e publicidade. E mesmo quando surge nos anúncios, é de forma estereotipada. Mas esta pode ser uma oportunidade perdida para as marcas: esta ‘nova geração’ de mais velhos não só tem mais poder de compra, como é cada vez mais digital, e influencia as decisões de compra de gerações mais novas.

O público sénior tem sido negligenciado “por razões estruturais”, acredita Marta Castro. Uma delas passa pela falta de pessoas mais velhas nas equipas de marketing e publicidade, o que “significa que a maior parte das campanhas são criadas por pessoas que dificilmente entendem verdadeiramente as necessidades, desejos e expectativas de um grupo que responde em Portugal por 50% do consumo privado”, afirma a diretora de marca e marketing da Wells.

Visão partilhada por Mónica Chaves. O setor sempre foi “obcecado pela juventude”, com as pessoas mais velhas a representar uma minoria nas agências europeias, com menos de 10% dos trabalhadores com mais de 45 anos. Isto leva a que “a generalidade dos profissionais não se identifiquem com o target, não o compreendam e não percebam as suas necessidades e desejos”, comenta a CEO da Idade Maior, consultora que se foca no segmento sénior.

Existe ainda um “preconceito generalizado” na sociedade em relação ao envelhecimento, que se reflete na indústria da publicidade, onde está “enraizada” a ideia de que “é mais sexy falar para os jovens e mostrar corpos e rostos intocados”, refere Marta Castro. A responsável da Wells aponta ainda para um “medo infundado” de que comunicar para um público mais velho “possa alienar os consumidores mais jovens, o que não é necessariamente verdade”, exemplificando com a campanha da Wells sobre a menopausa, que “não só foi um sucesso como também ressoou entre as mulheres mais jovens”.

E mesmo quando presentes na publicidade, as representações dos mais velhos são “por vezes marcadas por paternalismo e idadismo”, com as quais “o core target não se identifica, não se reconhece, não se inspira e não estabelece uma ligação emocional”. “Não tocam o coração das pessoas mais velhas, pelo que não criam impacto nem engagement com as marcas e, consequentemente, não vendem”, alerta Mónica Chaves.

Mas este “idadismo” das marcas pode não só afastar a população mais velha como também os mais jovens. “A geração Z, por exemplo, é muito mais consciente em relação a questões de preconceito e estereótipo, e espera que as marcas sigam esses valores. Se uma marca insiste em ignorar estes consumidores ou reforçar estereótipos, isso pode ser prejudicial junto dos mais jovens”, indica Marta Castro.

Mais otimista, Alexandra Queirós, responsável de comunicação da Centromarca, acredita que embora haja caminho a percorrer, “as marcas estão a dar passos na direção certa, com a criação de linhas de produtos específicas para atender às necessidades dos mais velhos e na reformulação das estratégias de marketing para uma comunicação mais eficaz”. Mas “ignorar o poder de compra dos séniores, que estão cada vez mais conectados e informados, pode, de facto, ser um erro estratégico”, pois além da dimensão e da sua força de mercado, também influenciam as compras das gerações seguintes.

O que devem as marcas fazer?

A inclusão nas equipas de pessoas mais velhas que se identifiquem e compreendam este target é o primeiro conselho que Mónica Chaves deixa às marcas. É “urgente que as empresas detentoras de marcas adquiram um conhecimento aprofundado destas novas gerações”, diferentes das gerações mais velhas que as precederam, recomenda.

Aprofundar o conhecimento deste tipo de cliente é também o conselho de Marta Castro, que aponta para a necessidade de promover representações mais autênticas, pois “mostrar o consumidor atual é essencial para criar identificação com a marca”. Além de uma reavaliação dos públicos-alvo, Alexandra Queirós recomenda que as marcas “personalizem a oferta, com design acessível, embalagens convenientes e rótulos fáceis de ler” e “simplifiquem a experiência de compra, com tecnologias fáceis de usar, assistência humanizada e comunicação empática”.

Outros conselhos da Centromarca passam por as marcas se “posicionarem como promotoras de bem-estar e qualidade de vida, apoiando uma longevidade ativa e saudável, e adotarem um marketing inclusivo, combatendo estereótipos com imagens positivas e diversificadas do envelhecimento”.

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“Conversas de Risco”: F. REGO junta clientes para debater novos desafios globais

  • ECO Seguros
  • 25 Maio 2025

O evento exclusivo contou com Paulo Portas, ex-vice-primeiro-ministro. A corretora assegurou que a iniciativa — dada a forte adesão— “será, certamente, objeto de novas edições”. 

O Pestana Palácio do Freixo, Porto, recebeu a primeira edição das “Conversas de Risco”, iniciativa da corretora F. REGO que reuniu mais de uma centena de clientes para discutir as grandes tendências que impactam o setor segurador e a gestão de risco empresarial.

Paulo Portas, ex. Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e Vice-Primeiro-Ministro de Portugal: “Acho que o que se deve pedir aos governos em matéria económica é que não atrapalhem”.F. Rego

Num momento em que “vivemos tempos de instabilidade e incerteza, que acarretam novos riscos e ameaças”, o CEO da F. REGO, Pedro Rego, sublinhou que “é parte da nossa responsabilidade identificar e alertar os nossos clientes para este cenário, apontando soluções e mecanismos de mitigação”. A criação deste fórum, explicou, pretende “proporcionar a todos uma tarde de reflexão e discussão sobre a conjuntura nacional e internacional” com a contribuição de Paulo Portas, antigo Vice-Primeiro-Ministro e ex-ministro dos Negócios Estrangeiros.

O líder da corretora assegurou que a iniciativa — à luz da forte adesão e envolvimento da audiência — “será, certamente, objeto de novas edições”.

Paulo Portas fez uma análise do panorama económico global, lembrando que “as preocupações dominantes, em termos internacionais, são óbvias. Primeiro, um tempo de incerteza, e a incerteza tem custos económicos, porque adia decisões, porque retira confiança”. Entre os temas abordados, destacaram-se o impacto das guerras comerciais nas cadeias de valor e a necessidade de previsibilidade para as empresas.

Para o responsável político, o enfraquecimento da escalada tarifária norte-americana traz algum alívio, mas a volatilidade continua a exigir soluções de proteção adequadas: “Eu acho que o que se deve pedir aos governos em matéria económica é que não atrapalhem”. “Não gosto nada de ver governos a fixarem os preços e a fixarem as produções. Isso são economias planificadas, nunca resultaram em parte nenhuma”, referiu.

Quanto ao comportamento económico de Portugal, Paulo Portas considera que tem sido “melhor do que a média da Zona Euro”. “Eu acho que passadas as eleições é preciso, provavelmente, olhar para a realidade económica global, olhar para as projeções que já foram feitas tanto pelo FMI como pela Comissão Europeia. E adaptar o cenário macroeconómico de um ponto de vista realista”, assinala. Por um lado, o Fundo Monetário Internacional desceu a previsão de crescimento para Portugal, por outro o mesmo relatório coloca o país numa posição “muito cimeira em capacidade de atração de investimentos”.

“Portugal terá no próximo ano uma dívida pública inferior à média da zona euro, o que é um enorme caminho feito e um grande serviço às gerações futuras” — lembrou Paulo Portas, reforçando a relevância de políticas de mitigação de risco adequadas à nova conjuntura.

Paulo Portas acredita que é necessário fazer uma adaptação ao cenário macroeconómico. “Do ponto de vista das condições de estabilidade política, eu acho que há menos instabilidade depois de o povo ter falado, comparando com a situação anterior. Porque as oposições terão que ter muito cuidado da próxima vez que acharem que precipitar eleições é uma ideia boa. Porque podem ser penalizadas”.

O ex-ministro indica que há mais economias com interesse além da chinesa e americana. “Há muito mais economias emergentes interessantes, cujo contributo relativo para o crescimento até ao fim desta década é muito elevado. E, portanto, eu estaria muito atento a países emergentes e economias emergentes que são abertas e que podem ser importantes para, por exemplo, os nossos exportadores”

Retificação em 28 de maio de 2025: Por lapso de informação, referimos que esta iniciativa recebeu clientes e parceiros, quando foi apenas para clientes da F.Rego.

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+M

“A maior parte da desinformação tem origem interna”. Presidente do CESE diz que “é preciso vencer esta guerra cá dentro”

  • Lusa
  • 25 Maio 2025

 O Presidente do Comité Económico e Social Europeu (CESE), Oliver Röpke, assegurou que a maior parte da desinformação que afeta a União Europeia (UE) tem origem interna. 

O Presidente do Comité Económico e Social Europeu (CESE), Oliver Röpke, assegurou que a maior parte da desinformação que afeta a União Europeia (UE) tem origem interna. Em entrevista à agência Lusa, o responsável explica que parte da desinformação tem origem em países como a Rússia, Bielorrússia ou China, “mas a maior parte vem de dentro, tendo cada Estado diferentes formas de origem e disseminação de desinformação“.

Neste sentido, resolver a situação geoestratégica não significa vencer esta guerra, acima de tudo, é preciso vencer esta guerra cá dentro. Não se pode combater a desinformação dentro da UE e ignorar o que se passa fora da Europa”, pois na guerra da desinformação, “se não se jogar no mesmo campo de batalha pode perder-se“, reiterou Röpke.

O presidente do CESE destacou a forma como a UE e os estados-membros estão a combater este fenómeno, mencionando o Plano de Ação para a Democracia Europeia e a Lei dos Serviços Digitais (DSA), medidas que considera importantes, mas não suficientes. “É necessário ir mais longe e de mãos dadas entre a sociedade civil e os parceiros sociais”, defendeu.

Segundo o responsável, é necessário salvaguardar o espaço cívico e os direitos humanos, num momento em que um pouco por toda a Europa não há “apenas a desinformação, mas também o crescimento das sociedades muito polarizadas”.

Atualmente, na Europa vive-se num “ambiente de permanente desafio para os direitos humanos, tendo a luta contra a desinformação como prioridade chave”, pelo que é crucial o envolvimento da sociedade civil. Apesar disso, “a sociedade civil não pode vencer esta batalha se tomar apenas medidas legislativas, tem de haver um esforço conjunto”, uma mobilização de toda a sociedade e, ao mesmo tempo, de muitos parceiros sociais.

Assim, “o diálogo social e a negociação coletiva são também uma medida participativa, mesmo uma medida democrática, que serve para fortalecer a credibilidade e, no final, lutar contra a desinformação“. Nesta perspetiva de diálogo e cooperação internacional, Oliver Röpke destaca o combate da desinformação em países além da comunidade europeia, como no Brasil, afetado sobretudo pela desinformação ‘online’.

O Presidente do CESE concluiu com a ideia de que no caso brasileiro é necessário lutar em conjunto pelo reestabelecimento da sociedade civil e das estruturas de diálogo social.

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Benfica e Sporting procuram segundo troféu da época na final da Taça de Portugal

  • Lusa
  • 25 Maio 2025

O bicampeão Sporting e o Benfica, vencedor da Taça da Liga, fecham a época futebolística ao mais alto nível no Jamor, em busca de conseguir na final da Taça de Portugal um segundo troféu em 2024/25.

O bicampeão Sporting e o Benfica, vencedor da Taça da Liga, fecham este domingo a época futebolística nacional ao mais alto nível no Jamor, em busca de conseguir na final da Taça de Portugal um segundo troféu em 2024/25.

A formação ‘leonina’, que começou como Ruben Amorim, prosseguiu João Pereira e acaba com Rui Borges, já ganhou a mais importante da competição, revalidando o título 71 anos depois, e chega como favorito, para a sétima ‘dobradinha’ da sua história, também porque tem Viktor Gyökeres.

O avançado sueco, que soma 53 golos em 51 jogos pelos ‘leões’ na presente temporada, poderá cumprir o último encontro pelo Sporting, assim esperam todos os adversários do bicampeão, um dia depois de ter visto morrer o sonho de conquistar a Bota de Ouro, culpa da pontuação e de Kylian Mbappé.

Por seu lado, o Benfica, que arrancou com o alemão Roger Schmidt e passou rapidamente para as mãos de Bruno Lage, tenta juntar a Taça de Portugal, que já não conquista desde 2016/17, à Taça da Liga, arrebatada em Leiria numa final com os ‘leões’, decidida nos penáltis (7-6), após 1-1 nos 120 minutos.

O herói desse confronto acabou por ser o guarda-redes ucraniano Trubin, ao parar 14.º pontapé, de Francisco Trincão, sendo, para este jogo, uma ‘baixa’ voluntária, pois Lage já anunciou a titularidade de Samuel Soares.

Pelo contrário, são baixas, por lesão, Bah, Manu Silva e Amdouni, enquanto Aursnes está em dúvida, como o central Diomande no Sporting, ao qual faltam os lesionados Nuno Santos, Daniel Bragança e João Simões.

O Benfica, recordista de vitórias (26) e presenças na final (será a 39.ª), e o Sporting, que procura o 18.º título na 31.ª presença, defrontam-se na final da Taça de Portugal no Jamor, às 17:15 de hoje, com arbitragem de Luís Godinho.

Esta vai ser a oitava final entre Benfica e Sporting, e primeira desde o trágico embate marcado pela morte de um sportinguista atingido por um ‘very light’ disparado por um adepto ‘encarnado’, em 1995/96.

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Têxtil quer travar “maior fraude fiscal do século XXI na Europa”

Representantes do setor pedem mão firme para garantir a reciprocidade nas regras, garantindo que vendas através de plataformas, provenientes maioritariamente da China, cumprem as mesmas exigências.

De ano para ano são cada vez mais os pequenos pacotes que entram pela porta grande na União Europeia, sem pagar impostos e sem controlo. Vendidos a preços irrisórios por plataformas como a Shein ou a Temu, estas encomendas de baixo valor vêm concorrer com os produtos produzidos na região, que passam pelo crivo fino da legislação europeia.

Com oito mil milhões de pequenas embalagens previstas para entrar na Europa em 2025, Bruxelas prepara-se para aplicar uma taxa fixa de dois euros a estes artigos. Um valor que o setor considera meramente “simbólico”, alertando para as consequências de não se travar esta “passividade regulatória” que está a promover, o que classificam como “fraude fiscal” ou um “sistema bandido”, que ameaça os negócios, emprego e a própria estabilidade da União Europeia.

Estamos perante a maior fraude fiscal do século XXI na Europa e os nossos governantes acham que vão discutir dois euros para aliviar as alfândegas“. As palavras duras são de César Araújo, presidente da ANIVEC (Associação Nacional das Indústrias de Vestuário e de Confeção), e expressam a revolta do setor, que tem sido penalizado por uma concorrência, sobretudo chinesa, que classifica como desleal e desigual.

O que pedimos é igualdade. As mercadorias têm que vir documentadas, com a fatura correta, têm que ir à Alfândega, pagar a taxa aduaneira, pagar o IVA. E só depois é entregue à casa da pessoa que comprou”.

Não podemos criar um sistema bandido“, atira.

César Araújo, presidente da Anivec, defende reciprocidade no setor têxtil e do vestuário.Hugo Amaral/ECO

Com 4,6 mil milhões de encomendas de baixo valor – abaixo de 150 euros – a entrarem na União Europeia em 2024, quase o dobro dos 2,4 mil milhões registados em 2023, César Araújo alerta que, em 2025, se espera que sejam importados entre oito e 10 mil milhões destes pacotes de baixo valor.

“Não entra só roupa. Entra armas, droga, bombas, alimentos, medicamentos. As relações comerciais com países terceiros não tem a ver com aliviar alfândegas”, atira, pedindo que a indústria europeia seja tratada com igualdade.

Estamos perante a maior fraude fiscal do século XXI na Europa e os nossos governantes acham que vão discutir dois euros para aliviar as alfândegas (…) Não podemos criar um sistema bandido.

César Araújo

Presidente da ANIVEC

O que estamos a discutir é a reciprocidade dos mercados”, destaca, acusando que estas encomendas, que hoje não pagam taxas se forem até 150 euros, “têm produtos que não cumprem com as regras de segurança, põem em causa a saúde humana”. Além disso, avisa, esta discrepância “vai obrigar as empresas europeias que estão relacionadas com comércio eletrónico a mudar a sua sede fiscal para beneficiar do sistema bandido”.

Desloco a minha sede social para um país terceiro e já posso beneficiar dos minimis“. A ATP – Associação Têxtil E Vestuário De Portugal partilha a opinião da ANIVEC, argumentando que “aplicar uma taxa de dois euros por encomenda de baixo valor é manifestamente insuficiente. Trata-se de uma medida simbólica, que não responde à escala nem à urgência do problema que afeta a indústria e o retalho europeu”.

As plataformas digitais de venda de produtos de ultra fast fashion, que operam diretamente a partir de países terceiros, estão a beneficiar de isenções fiscais, falta de controlo aduaneiro e de uma clara assimetria regulatória. Estão a crescer com base num modelo de negócio que não respeita as obrigações legais, fiscais ou de segurança exigidas às empresas europeias.

Fonte oficial da ATP - Associação Têxtil E Vestuário De Portugal

“As plataformas digitais de venda de produtos de ultra fast fashion, que operam diretamente a partir de países terceiros, estão a beneficiar de isenções fiscais, falta de controlo aduaneiro e de uma clara assimetria regulatória. Estão a crescer com base num modelo de negócio que não respeita as obrigações legais, fiscais ou de segurança exigidas às empresas europeias”, comenta a ATP, em resposta ao ECO.

Para terminar com esta concorrência, a associação propõe um conjunto de medidas que vão desde a imposição de uma taxa mínima de 20 euros por encomenda; ao fim da isenção de IVA e de direitos aduaneiros para compras inferiores a 150 euros; ao reconhecimento legal destas plataformas como importadores estabelecidos na União Europeia, cumprindo as mesmas regras; até ao reforço da vigilância aduaneira, da rastreabilidade e da fiscalização digital dos fluxos comerciais.

Tarifas agravam crise dos “minimis”

A crise das tarifas implementadas pelos EUA poderá ainda agravar mais a crise das minimis, com as empresas chinesas a voltarem-se para a Europa, para evitar as taxas mais elevadas impostas pela administração de Trump.

“O setor está a sofrer. Estamos a penalizar empresas europeias e a sufocá-las com legislação e ao mesmo tempo está a pôr o tapete vermelho para que empresas de mercados terceiros conquistem o mercado europeu da forma mais selvagem que possa imaginar”, critica César Araújo, adiantando que “as mercadorias que tinham como destino os EUA são deslocadas para a Europa“.

Estamos a penalizar empresas europeias e a sufocá-las com legislação e ao mesmo tempo está a pôr o tapete vermelho para que empresas de mercados terceiros conquistem o mercado europeu da forma mais selvagem que possa imaginar.

César Araújo

Presidente da ANIVEC

O presidente da ANIVEC considera que a “Europa está em risco de desmembrar-se“.

“As populações estão descontentes porque penaliza-se demasiado os seus agentes económicos e com este andamento corremos o risco de a Europa se desmembrar, não só por políticas geoestratégicas, mas porque a Europa não soube regular e proteger os seus agentes económicos. Além disso estamos a ficar para trás”, destaca.

Já a ATP reconhece que, apesar de as exportações do setor têxtil e vestuário português terem crescido “ligeiramente” no primeiro trimestre, totalizando 1.446 milhões de euros (+0,7% em valor e +0,4% em volume face ao mesmo período do ano anterior), “este crescimento modesto não significa necessariamente estabilidade ou confiança“, salvaguarda.

A imprevisibilidade atual do mercado global reforça ainda mais a necessidade de políticas públicas justas e medidas regulatórias que garantam condições equitativas de concorrência.

Fonte oficial da ATP

“O mercado está marcado por uma enorme volatilidade, incerteza e falta de visibilidade, o que dificulta significativamente a tomada de decisões e os investimentos por parte das empresas”, justifica.

A redução de encomendas tem sido sentida, mas de forma desigual e difícil de mapear“, acrescenta, notando que “não se pode apontar com clareza quais os segmentos ou geografias mais afetadas, pois a instabilidade afeta tanto marcas internacionais como clientes de nicho, produtos de maior ou menor valor acrescentado, mais ou menos técnicos, alternando entre surtos de procura e quebras inesperadas”.

“Este contexto é altamente penalizador para uma indústria que precisa de planeamento, estabilidade e confiança para investir em inovação, sustentabilidade e digitalização. As empresas estão a operar num ambiente onde o risco de errar é cada vez maior, mesmo quando se cumpre bem e se investe com rigor”, alerta a ATP.

A imprevisibilidade atual do mercado global reforça ainda mais a necessidade de políticas públicas justas e medidas regulatórias que garantam condições equitativas de concorrência“, remata.

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Fundo de Acidentes de Trabalho com 2.020 processos em gestão em 2024

  • Lusa
  • 25 Maio 2025

Quanto aos reembolsos às empresas de seguros, que representam cerca de 82,6% da despesa total do FAT, ascenderam a 48,6 milhões de euros, isto é, uma subida de 20,9% face ao período homólogo.

O Fundo de Acidentes de Trabalho tinha no ano passado 2.020 processos de indemnizações em gestão, dos quais 1.854 relativos a pensões em pagamento, segundo os dados do regulador de seguros.

“O valor global dos montantes pagos a sinistrados e pensionistas ascendeu, em 2024, a 10,2 milhões de euros, apresentando um decréscimo de aproximadamente 3,5%, face ao ano de 2023”, segundo os dados que constam do Relatório Estatístico do Fundo de Acidentes de Trabalho (FAT), publicado na passada quinta-feira pela Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF).

Quanto aos reembolsos às empresas de seguros, que representam cerca de 82,6% da despesa total do FAT, ascenderam a 48,6 milhões de euros, isto é, uma subida de 20,9% face ao período homólogo.

Segundo o regulador, estes reembolsos são “relativos a atualizações de pensões, duodécimos adicionais e prestações suplementares por assistência de terceira pessoa”, lê-se.

O relatório indica ainda que, no que respeita à receita a título de reembolsos de indemnizações e de reversões, em 2024, o montante recebido pelo FAT ascendeu a 2,7 milhões de euros, uma subida de 21,9% em termos homólogos.

Por sua vez, a receita “resultante da aplicação das percentagens de 0,15% sobre os salários seguros e de 0,85% sobre o capital de remição das pensões em pagamento e sobre a provisão matemática das prestações suplementares por assistência de terceira pessoa, foi de, aproximadamente, 135,8 milhões de euros e 9,6 milhões de euros, respetivamente”, acrescenta a entidade.

Já a receita arrecadada a partir de coimas foi de cerca de 4,6 milhões de euros, sendo que globalmente “a receita relativa a empresas de seguros e coimas, em 2024, aumentou cerca de 17,3%, comparativamente ao ano de 2023″, acrescenta a ASF.

O FAT é um fundo público, dotado de autonomia administrativa e financeira, gerido pela ASF, competindo-lhe garantir, “o pagamento das indemnizações emergentes de acidentes de trabalho nos casos em que as entidades empregadoras economicamente incapazes não o possam fazer” e “o reembolso às empresas de seguros dos montantes das atualizações das pensões a cargo destas”.

Cabe-lhe ainda “proceder ao pagamento de prémios de seguros de acidentes de trabalho de empresas em processo de recuperação económica, proceder à tramitação relativa ao resseguro e retrocessão dos riscos recusados de seguro de acidentes de trabalho e proceder à tramitação subsequente ao recebimento de indemnizações por morte de sinistrados sem beneficiários (reversões)”, lê-se no documento.

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Conselho da Europa recusa-se a enfraquecer a Convenção dos Direitos do Homem

  • Lusa
  • 24 Maio 2025

Nove países, entre os quais a Itália, a Dinamarca e a Polónia, afirmaram ser "necessário iniciar um debate sobre a forma como as convenções internacionais respondem aos desafios".

O secretário-geral do Conselho da Europa, Alain Berset, rejeitou qualquer enfraquecimento da Convenção Europeia dos Direitos do Homem (CEDH), um dia depois de nove Estados, liderados pela Itália, terem apelado à reinterpretação do texto em relação à migração.

Perante os desafios complexos do nosso tempo, o nosso papel não é enfraquecer a Convenção, mas, pelo contrário, mantê-la forte e relevante”, afirmou, num comunicado de imprensa, o secretário-geral do Conselho da Europa, que, com 46 países membros, é o guardião da democracia e dos direitos humanos no Velho Continente.

Numa carta aberta publicada na sexta-feira pelo gabinete da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, nove países europeus, entre os quais a Itália, a Dinamarca e a Polónia, afirmaram ser “necessário iniciar um debate sobre a forma como as convenções internacionais respondem aos desafios que enfrentamos atualmente”.

O texto dirige-se ao Tribunal Europeu dos Direitos do Homem (TEDH), um ramo do Conselho da Europa — ambos com sede em Estrasburgo, no leste de França — que é responsável por garantir que a convenção com o mesmo nome é respeitada nos 46 países signatários.

Os nove Estados querem saber “se o tribunal, em certos casos, alargou demasiado o âmbito de aplicação da Convenção em relação às suas intenções iniciais”.

Em resposta, Berset escreveu que “o debate é saudável, mas o tribunal não deve ser politizado”.

A manutenção da independência e da imparcialidade do tribunal é fundamental“, prosseguiu o secretário-geral do Conselho da Europa. “Num Estado de direito, a justiça não deve estar sujeita a pressões políticas (…) O tribunal não deve ser utilizado como uma arma, nem contra os governos nem por eles”, conclui.

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Abelhas, vinha e gado. Os painéis solares estão mais ‘verdes’

Os painéis solares são um novo elemento na paisagem que, entretanto, começou a tentar integrar-se, rodeando-se de espécies que vão desde abelhas até às ovelhas e cavalos, passando pela viticultura.

A capacidade solar instalada em Portugal no ano passado bateu recordes. Superou em 47% a fasquia de 2023 e, apesar de alguns projetos implicarem custos elevados para a biodiversidade — como o abate de árvores, apesar de associadas compensações —, tem-se vindo a desenvolver o conceito de agrovoltaico. Ovelhas a pastorear nos campos, instalação de colmeias ou a viticultura são algumas estratégias para promover uma melhor integração dos painéis solares com a natureza.

Atualmente, a maioria dos projetos centralizados de grande escala implementam medidas específicas para coexistir com a biodiversidade e as atividades locais, para trazerem impactos positivos à região onde se inserem”, afirma Susana Serôdio, coordenadora de Políticas e Inteligência de Mercado da APREN.

É em Alcoutim, no Algarve, que a Galp instalou o seu único parque solar de grande escala no país, com uma potência de 144 megawatts-pico (MWp). Além de produzir energia, decidiu criar um plano com o objetivo de, no final do projeto, o lugar onde jazem os painéis se encontrar em melhores condições, no que toca à biodiversidade, do que no momento da implementação do projeto, explica a empresa.

Mas como? Em redor do parque, foram instalados abrigos para pássaros e morcegos, para que estes se possam reproduzir e repousar, o que “atrai diferentes espécies para a área”, indica a empresa. A par destes abrigos, foram instalados “hotéis para insetos”, que servem de refúgio a insetos polinizadores. Além disso, a Galp aponta “várias iniciativas” para melhorar a qualidade do solo e evitar a erosão, assim como promover a recuperação dos habitats naturais. Faz, por exemplo, plantação e sementeira de plantas aromáticas e prados. E, no final, monitoriza, através de análises ao solo ou da captura de dados acústicos.

Numa vinha da Tapada da Ajuda, a mesma empresa tem vindo a desenvolver, em parceria com o Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa (ISA), um teste-piloto. Aqui, cobre-se a vinha com os painéis solares, reduzindo a radiação que chega às plantas, o que contribui para a qualidade da uva e do vinho.

Em paralelo, também a EDP está a testar, em parceria com a Universidade de Évora, as soluções agrícolas que melhor casam com a produção de energia solar. “A conclusão e divulgação deste estudo está prevista para este ano, sendo o Alentejo o território pré-selecionado para testar um primeiro piloto”, afirma a elétrica.

A Finerge tem em Portugal 12 centrais fotovoltaicas, distribuídas por sete concelhos, com uma capacidade instalada de 66,5 MWn. Nestes parques, encontram-se a pastar ovelhas, cavalos, burros, póneis e vacas. “Todos os projetos com pastorícia são desenvolvidos com proprietários de terrenos arrendados ou com as comunidades locais, a quem a Finerge cede as instalações para a prática de pastorícia, sem contrapartidas financeiras”, explica a energética.

Por seu lado, a Iberdrola conta com seis projetos fotovoltaicos em operação no país, e as iniciativas de biodiversidade acontecem em todos eles, garante Sara Hoya White, responsável de Meio Ambiente da Iberdrola em Portugal. Nas Centrais Fotovoltaicas de Conde e Algeruz pastoreiam mais de 250 ovelhas, mas não estão sozinhas. Nos mesmos parques foram colocados apiários, com 15 colmeias cada um, para a produção de mel e manutenção dos polinizadores, as abelhas, naquela área. Em 2024 deu-se a primeira colheita, que rendeu cerca de 300 quilogramas de mel.

Desafios do agrovoltaico

No futuro, a intenção é de expansão. A Finerge, além de estar a aplicar soluções em todas as centrais solares em operação, cria desde logo um plano de biodiversidade também para as centrais em fase de projeto. A Galp, que também está a aplicar os mesmos princípios em duas regiões espanholas, compromete-se: “A nossa ambição é expandir esta abordagem a outras regiões onde operamos.”

Olhando aos desafios, a Galp realça a inevitabilidade de os resultados não serem imediatos. Por seu lado, a Finerge indica que, por vezes, é difícil encontrar pessoas locais com interesse ou disponibilidade para atividades de pastorícia, apicultura ou agricultura nos solos das centrais solares.

Susana Serôdio aponta a incerteza existente quanto à produtividade das colheitas, pois depende muito das necessidades de cada espécie e da forma como os painéis fotovoltaicos se posicionam. “É necessário escolher culturas que prosperem em condições de luz reduzida ou difusa”, explica, combinações que precisam ainda de ser estudadas.

A responsável da APREN realça que não existe uma definição legal para o agrovoltaico em Portugal, pelo que a prática não é reconhecida formalmente e, neste sentido, estes projetos não podem ser desenvolvidos em Reserva Agrícola Nacional, “mesmo que possam trazer valor acrescentado à atividade agrícola”. “Estes projetos poderão ser impulsionados por enquadramento legal específico que promova sinergias entre as duas atividades económicas, fomentando os benefícios que a sua coexistência pode trazer.”

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Fotogaleria: A noite dos IRGAwards 2025 em 40 imagens

A Deloitte voltou a premiar quem mais contribuiu para as boas práticas no desenvolvimento do mercado empresarial e de capitais em Portugal. Veja os melhores momentos da edição 2025 dos IRGAwards.

“Embracing evolution, inspiring change”. Este foi o mote da 37ª edição dos Investor Relations and Governance Awards (IRGAwards), naquele que, segundo a organização, foi um convite ao debate sobre as potencialidades da evolução humana e sobre as oportunidades de transformação e inovação no desenvolvimento económico, segurança e sustentabilidade globais.

A iniciativa promovida pela Deloitte voltou a distinguir as boas práticas de governance e os principais desempenhos no mercado português, através do impacto gerado nas suas organizações, num evento realizado no pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa.

Veja na fotogaleria abaixo alguns dos melhores momentos dos IRGAwards 2025, que tem o ECO como parceiro.

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“Tudo indica que o secretário-geral será José Luís Carneiro”, aponta Carlos César

Eleições a 27 e 28 de junho e José Luís Carneiro com caminho aberto para a liderança do partido. Terminou a comissão política do PS, marcada no rescaldo da derrota eleitoral do último domingo.

“As pessoas com quem falei manifestaram-me que não tinham interesse em candidatar-se. Tudo indica que o secretário-geral será José Luís Carneiro, ou pelo menos que o candidato a si mais forte, mais consolidado, mais conhecido, será o José Luís Carneiro“, afirmou Carlos César à saída da comissão política do partido, que decorreu este sábado em Lisboa.

O presidente do PS propôs à Comissão Nacional que as eleições para secretário-geral socialista sejam em 27 e 28 de junho e o congresso depois das autárquicas, calendário que foi aprovado com 201 votos a favor, cinco contra. A apresentação de candidaturas será até ao dia 12 de junho.

Recorde-se que o PS regressou este sábado ao hotel Altis, em Lisboa, quartel-general da noite eleitoral de há quase uma semana que ditou o seu terceiro pior resultado em eleições legislativas e, ainda com os resultados provisórios porque não estão contados os votos da emigração, resultou na perda de 20 deputados e um quase empate com o Chega.

Logo na noite eleitoral de domingo, o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, assumiu as responsabilidades pelo resultado e pediu a sua demissão, cargo que deixará após a reunião de hoje, ficando o presidente do partido, Carlos César, a assumir as funções interinamente.

O presidente do partido, numa proposta também subscrita por Pedro Nuno Santos, propõe a este órgão máximo entre congressos a realização de eleições imediatas para o cargo de secretário-geral socialista, entre o fim de junho e início de julho, adiantava à Lusa fonte oficial na quinta-feira.

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“O Partido Socialista tudo fará para contribuir para a estabilidade política do país”, garante José Luís Carneiro

"Compreendemos bem a mensagem que nos foi endereçada", garante o candidato a secretário-geral à saída da comissão política.

“Nós compreendemos bem a mensagem que nos foi endereçada e o Partido Socialista, naquilo que de si depender, tudo fará para contribuir para a estabilidade política do país”. A garantia é deixada por José Luís Carneiro, ao que tudo indica o próximo secretário-geral do PS.

À saída da comissão política do PS, que decorreu este sábado em Lisboa, o socialista quis deixar três mensagens e remeteu as questões dos jornalistas para uma futura ocasião. Uma exceção, relacionada com o facto de poder ser candidato único, para responder que até 12 junho, “todas e todos aqueles que se queiram habilitar às funções de direção devem apresentar as suas candidaturas, pois naturalmente esse é, digamos, um espaço democrático”.

Quanto às mensagens, a primeira foi a “vontade e disponibilidade para saber ouvir e dar voz“, não apenas aos seus “camaradas, mas também ao conjunto dos portugueses.

De seguida, José Luís Carneiro afirmou-se disponível para “garantir a construção de uma solução de unidade“. “Na diversidade, naturalmente, há diferentes sensibilidades, formas de pensar diversas sobre o mundo, sobre as opções de política. Aquilo que eu garanti aos meus camaradas foi que só quem não quiser não estará nos órgãos de direção ou nas estruturas de responsabilidade do Partido Socialista”, aponta.

A terceira, dirigida à comissão nacional “mas sobretudo aos portugueses” é então que o partido compreendeu a mensagem que foi endereçada e “naquilo que de si depender, tudo fará para contribuir para a estabilidade política do país”. “Foi isso que os cidadãos nos pediram durante o percurso da campanha eleitoral e é esse o compromisso que procuramos garantir“, resume.

“O PS deve ser aquilo que sempre foi, um fator de estabilidade e de confiança no futuro. Temos de ter a capacidade de, em sede parlamentar, sermos capazes de assentar compromissos, PS e AD. E o PS deve ser claro na garantia de viabilização do Governo, porque é isso que os cidadãos nos pedem”, sublinhava já na segunda-feira o antigo ministro da Administração Interna e membro da comissão política nacional do PS em entrevista à CNN.

José Luís Carneiro explicava ainda que decidiu disponibilizar-se uma segunda vez para a liderança do PS “para servir o país, mantendo o diálogo com os camaradas”.

Tenho um dever constituído quando fui candidato pela primeira vez, há um ano atrás, e hoje essa responsabilidade é acrescida pela crise política que estamos a viver”, sublinhou.

O socialista defendia que a eleição do novo líder socialista deve ocorrer o mais rapidamente possível, porque “o vazio na vida política é algo que prejudica a eficácia da resposta aos cidadãos”. Para além disso, argumentou, “é necessário escolher, nas próximas semanas, a liderança do grupo parlamentar e dar orientações políticas sobre a viabilização do programa do Governo”.

A meio da semana, as federações e concelhias já se uniam em torno de José Luís Carneiro, que conta com o apoio de Augusto Santos Silva, João Soares e Eurico Brilhante Dias. É um repetente. Há um ano perdeu as diretas para Pedro Nuno Santos. Não é visto como carismático, mas alguém que dará “tranquilidade” ao partido depois do massacre eleitoral de domingo, capaz de enfrentar um deserto de eventualmente quatro anos de legislatura, papel que António José Seguro desempenhou durante a governação do social-democrata Pedro Passos Coelho, entre 2011 e 2015.

“O PS deve ser aquilo que sempre foi, um fator de estabilidade e de confiança no futuro. Temos de ter a capacidade de, em sede parlamentar, sermos capazes de assentar compromissos, PS e AD. E o PS deve ser claro na garantia de viabilização do Governo, porque é isso que os cidadãos nos pedem”, defendeu José Luís Carneiro, em entrevista à CNN Portugal. Mas rejeitou por completo uma solução de bloco central, porque “seria prejudicial aos dois partidos subsumirem-se”.

Pode ser que depois surja um novo ‘António Costa’. É a esperança do partido. Mas, agora, a grande preocupação é vencer as autárquicas e é nisso que todo o partido está focado e unido, relegando para segundo plano qualquer disputa interna.

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