Câmara de Alcanena entrega construção de parque empresarial por 6,7 milhões de euros

Na terça-feira, junto ao nó da A1 e da A23, a câmara ribatejana entrega a construção por um total de 6,7 milhões de euros. Conclusão prevista para o início de 2027.

Parque Empresarial Alcanena
O Parque Empresarial de Alcanena terá uma primeira fase com 40 hectares junto ao nó da A1 e da A23Luís Ribeiro

A Câmara de Alcanena, no distrito de Santarém, assina nesta terça-feira o auto de consignação das infraestruturas do parque empresarial que projetou para junto da principal autoestrada do país. A obra do Parque Empresarial de Alcanena terá um valor total de 6,66 milhões de euros. “A alienação dos lotes começará no final deste ano“, revela o presidente da autarquia ao ECO/Local Online. O seu Executivo camarário está, explica o autarca, a trabalhar com Torres Novas para aumentar a escala do projeto.

A empreitada desta primeira fase, com 40 hectares, tem um prazo de execução de 540 dias e, segundo a autarquia, incluirá a construção dos arruamentos, das redes de abastecimento de água e de drenagem de águas residuais e pluviais. A empresa Desarfate, responsável pela obra, terá ainda a seu cargo a infraestrutura elétrica e de telecomunicações, rede de abastecimento de gás e iluminação pública, pavimentações, sinalização e promoção da mobilidade suave.

O projeto do parque empresarial, revelado ao ECO/Local Online pelo presidente da autarquia, Rui Anastácio, em setembro, será construído em duas fases. Na primeira, com 40 hectares, há lugar para um hotel, que poderá beneficiar também da proximidade às autoestradas A1 e A23. A infraestrutura estará vocacionada para indústria, logística, comércio e serviços. Saúde e tecnologia de ponta na área de eletrónica e indústria automóvel são as áreas que estão em equação, diz agora o autarca.

“Temos tido muitas reuniões. Dentro de poucos anos, o parque empresarial será pequeno“, perspetiva Rui Anastácio, reiterando agora o que tinha referido em setembro: “nos 40 hectares não haverá logística. Para nós está claro”.

Para os 100 hectares da segunda fase, que estão previstos pela autarquia, mas cujos terrenos pertencem a particulares, “há privados interessados em fazer o desenvolvimento”, diz. Já decorreram reuniões que envolveram a AICEP e a autarquia já levou o projeto a feiras europeias.

Em setembro, o autarca social-democrata tinha revelado: “Em cima da mesa está um grande investimento âncora, e isso agrada-nos. Mas também nos agrada muitos pequenos bons investimentos. Não vamos fechar para já porta a nenhum desses cenários. Queremos empresas de elevado valor acrescentado que possam pagar bons salários aos jovens que cá estão e aos que queiram vir para cá”, salienta.

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Três chaves para desbloquear o potencial dos contabilistas nas empresas

Reformular a imagem do contabilista, tornar a profissão mais atrativa para os mais jovens e usar a IA para alavancar o trabalho são três chaves para desbloquear o potencial desta função.

A Federação Internacional de Contabilistas (IFAC, na sigla em inglês) considera que a profissão de contabilista certificado fica “aquém do seu potencial”, numa altura em que o papel destes profissionais é cada vez mais relevante junto das empresas num cenário de grande tensão geopolítica, guerra comercial e crescente disrupção tecnológica.

São vários os desafios, mas há formas de os contornar. A IFAC aponta três chaves para desbloquear o potencial dos contabilistas certificados. São essenciais para que estes profissionais passem a ser vistos como um parceiro estratégico do tecido empresarial, ajudando-o a navegar neste ambiente complexo e de incerteza.

1. Reformular a identidade e valor da profissão

“A ideia ultrapassada dos contabilistas enquanto pessoas que apenas introduzem os números no sistema não reflete os vários papéis relevantes que desempenham em parcerias comerciais e estratégicas das empresas”, refere a IFAC, depois de uma reunião realizada em Tóquio para se refletir sobre o papel do contabilista nas empresas.

Nesse sentido, defende, é preciso haver um “reposicionamento radical em todas as jurisdições que atribua funções modernas aos contabilistas, melhoradas pela Inteligência Artificial (IA) e viradas para a criação de valor”.

Para isso, “é preciso mudar a imagem do contabilista (se pedir ao ChatGPT para lhe dar a imagem de um contabilista provavelmente mostrará um homem de fato e gravata, de óculos e com uma calculadora), incluindo os cargos e as carreiras que podem seguir”.

2. Usar a IA para liderar

A IA está a mudar a forma como as empresas e os contabilistas certificados trabalham, alavancando a criação de valor e de conhecimento. “A profissão tem de parar de reagir à evolução da IA e passar a liderar esta tecnologia. A IA representa uma mudança sistémica que já está a transformar todas as funções e os contabilistas estão a usar a IA de diversas formas para fornecer insights que elevam – e não substituem – a sua avaliação profissional”, indica a IFAC.

“Para continuarem relevantes, os contabilistas precisam de desenvolver não apenas conhecimento em IA, mas também fluência [na sua utilização]. Isto significa aprender a utilizar ferramentas de IA com o objetivo de melhorar a tomada de decisão, criar impacto e reforçar a confiança. O contabilista que está pronto para o futuro não espera pela mudança, está a desenhá-la“, reforça a federação.

3. Maior flexibilidade na profissão

“As gerações mais jovens procuram cada vez mais profissões com um objetivo, flexibilidade e inovação”, realça a IFAC, relembrando um estudo recente divulgado pela ACCA, uma das maiores representantes dos contabilistas certificados a nível mundial, que revela que há um “interesse crescente por carreiras ligadas à sustentabilidade, maior foco no empreendedorismo e uma cultura de ter outros trabalhos além da profissão principal”.

“Como resposta a estas tendências, a profissão [de contabilista certificado] precisa de explorar opções mais flexíveis”, indica a federação, permitindo-se, por exemplo, que “os alunos se especializem em sustentabilidade ou consultoria empresarial sem os obrigar à aprendizagem de todas as disciplinas tradicionais, como impostos ou auditoria, a menos que sejam relevantes para a sua função”.

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Papel do contabilista nas empresas é crucial, mas continua “aquém do potencial”

A Federação Internacional de Contabilistas diz que o papel do contabilista, apesar de relevante, está "subutilizado". É preciso "resgatar a sua identidade" enquanto parceiro estratégico das empresas.

Tensões geopolíticas, uma guerra comercial, a revolução da inteligência artificial (IA) e as exigências de sustentabilidade fazem hoje parte do dia-a-dia das empresas. É neste cenário com muitas incertezas que o papel do contabilista certificado enquanto parceiro estratégico se torna ainda mais relevante. Uma função que, apesar da sua importância, continua a ficar aquém do seu potencial, considera a Federação Internacional de Contabilistas (IFAC, na sigla em inglês), sendo necessário “resgatar a sua identidade” enquanto agente de confiança.

“Num mundo marcado por volatilidade, complexidade e um crescente défice de confiança, a necessidade de uma liderança ousada, ética e virada para o futuro nunca foi tão grande. A profissão de contabilista — apesar do seu papel crítico nas empresas, serviços públicos e sistema financeiro — continua subutilizada, é frequentemente incompreendida e enfrenta disrupções ao nível do seu modelo de negócios, identidade e atratividade”, refere a IFAC.

O tema esteve em cima da mesa numa reunião realizada pela IFAC no Instituto Japonês de Contabilistas Públicos Certificados (JICPA, na sigla em inglês) em Tóquio. Um encontro que reuniu vários membros e convidados de várias partes do mundo onde foi discutida a forma os contabilistas podem ajudar a moldar o futuro das empresas.

Para a IFAC, “a profissão deve resgatar sua identidade” enquanto agente de confiança e de apoio às empresas “para gerar criação de valor a longo prazo”, num mundo que está em rápida transformação, tanto a nível geopolítico como de inovação.

“Esta é uma oportunidade que tem de ser aproveitada”, refere esta entidade. “Naquela que é uma nova ordem mundial, marcada por crescentes tensões geopolíticas, mudanças nas políticas comerciais, aceleração da disrupção tecnológica e crescentes pressões climáticas e de sustentabilidade, as empresas estão a lidar com uma complexidade sem precedentes“, aponta.

É neste cenário que o tecido empresarial precisa mais do que nunca de apoio para navegar pela incerteza e para tomar as melhores decisões estratégicas. “Num mundo cada vez mais fragmentado, a profissão de contabilistas tem um papel chave na manutenção da conectividade global e é vital para moldar organizações e economias sustentáveis, inclusivas e resilientes“, refere a IFAC.

Estes profissionais devem, por isso, “guiar as empresas pela incerteza com uma visão estratégica, planeamento de cenários, adaptabilidade e um conhecimento profundo das dinâmicas regionais e globais”, remata, apontando para a necessidade de se reformular a identidade e o valor da profissão, usar a IA para alavancar o seu papel, tornar a profissão mais atrativa e estar mais perto da gestão das empresas.

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Setor do vinho antecipa “vindima mais negra de sempre”. Governo prepara medidas

Governo assegura que está a preparar soluções para o Douro, uma das regiões mais afetadas. Empresários lamentam que “nada tenha sido feito” perante um crise anunciada.

O setor do vinho antecipa a “vindima mais negra de sempre”. Excesso de stock, uvas sem destino, aumento dos custos, baixa remuneração aos viticultores, alterações dos padrões de consumo são encarados como indícios de uma “tempestade perfeita”.

“A vindima de 2024 foi uma das mais dramáticas da história da vitivinicultura portuguesa”, começa por dizer a Associação Nacional dos Comerciantes e Exportadores de Vinhos e Bebidas Espirituosas (Anceve), lembrando que “muitos viticultores deixaram as uvas por colher, ou por não conseguirem encontrar compradores ou pelo facto de o preço que lhes foi oferecido implicar um prejuízo demasiado avultado e não compensar o seu trabalho, após um ano de investimento nas vinhas”.

A vindima de 2025 será muito provavelmente ainda mais dramática do que a do ano passado, tal como as notificações aos viticultores por parte de compradores tradicionais, anunciando que não lhes ficarão este ano com as uvas, antecipam desde já.

Paulo Amorim

Presidente da Associação Nacional dos Comerciantes e Exportadores de Vinhos e Bebidas Espirituosas

Este ano a crise vai continuar, com a associação liderada por Paulo Amorim a antecipar que a “vindima de 2025 será muito provavelmente ainda mais dramática do que a do ano passado, tal como as notificações aos viticultores por parte de compradores tradicionais, anunciando que não lhes ficarão este ano com as uvas, antecipam desde já”.

Frederico Falcão, presidente na ViniPortugal, corrobora a ideia e realça ao ECO que, especificamente, “a região do Douro vai ter uma vindima muito difícil”, justificando que “há muitos stocks e, por isso, uma parte das uvas, que poderá ser significativa, não deverá ter destino”.

A região do Douro vai ter uma vindima muito difícil. Há muitos stocks e, por isso, uma parte das uvas, que poderá ser significativa, não deverá ter destino.

Frederico Falcão

presidente na ViniPortugal

Embora compre “poucas uvas”, por ter 220 hectares de vinha própria, a Quinta do Crasto vai “manter-se fiel aos produtores que vendem as uvas sem alterar os preços“, destacando que “é provável que não precisem de todas as uvas que vão comprar, mas que é uma obrigação manter as relações”.

Tomás Roquette, líder desta empresa que produz 1,3 milhões de garrafas ao ano, emprega cem pessoas e fatura 10,5 milhões de euros, prevê que ainda este ano ou após esta vindima, os viticultores “abandonem as vinhas” e “deitem a toalha ao chão”.

No ano passado, os produtores de vinho enfrentaram uma “tempestade perfeita” antes das vindimas. Tomás Roquette lamenta que um ano depois “nada tenha sido feito” e questiona o que “mudou para que este ano não seja ainda mais grave”.

Tomas Roquette, administrador da Quinta do CrastoHugo Amaral/ECO

O administrador da histórica empresa do Douro realça que o Governo deve apostar na promoção dos vinhos portugueses. “Para resolver uma grande parte do problema, a região tem que vender muito mais do que vende, com melhor preço (…) Portugal tem que roubar quota a outros produtores mundiais”, sublinha.

A região tem que vender muito mais do que vende, com melhor preço (…) Portugal tem que roubar quota a outros produtores mundiais.

Tomás Roquette

Administrador da Quinta do Crasto

À semelhança da Quinta do Crasto, a Sogrape, que compra uvas e vinho a cerca de 2.100 viticultores portugueses, “compromete-se a adquirir este ano uma quantidade equivalente à do ano anterior”. O administrador executivo responsável pelas operações em Portugal, Miguel Pessanha, garante ao ECO que “não irá despedir nenhum lavrador na vindima deste ano, reafirmando assim o seu compromisso com os viticultores”.

A dona das marcas Mateus Rosé, Barca Velha, Esteva, Sandeman ou Porto Ferreira, afirma ainda que “a Sogrape reforça a sua posição de continuidade, sustentada na força das suas marcas e, sobretudo, na relação de confiança e longo prazo com os seus parceiros vitivinícolas”.

Apesar de considerar que o setor vitivinícola “atravessa um momento particularmente desafiante, marcado por desequilíbrios em algumas regiões e por uma conjuntura económica exigente, a Sogrape, que emprega 800 pessoas em Portugal e fatura 356 milhões de euros, realça que é “prematuro classificá-la como a mais negra de sempre, uma vez que a realidade é complexa e o impacto varia significativamente entre regiões e categorias de vinho”.

A Sogrape reconhece que o setor vitivinícola atravessa um momento particularmente desafiante, marcado por desequilíbrios em algumas regiões e por uma conjuntura económica exigente. No entanto, consideramos prematuro classificá-la como a “mais negra de sempre”, uma vez que a realidade é complexa e o impacto varia significativamente entre regiões e categorias de vinho.

Miguel Pessanha

Administrador executivo da Sogrape

Com as vendas de Vinho do Porto a decrescer cerca de 20% nos últimos 20 anos, o líder da ViniPortugal constata que a “necessidade de compra de uvas para produzir Vinho do Porto tem vindo a reduzir-se”. Apesar da subida de vendas dos vinhos Douro, Frederico Falcão assegura que “não compensam a quebra de Porto”.

Em 2024, os estabelecimentos turísticos em Portugal receberam mais de 31 milhões de hóspedes e registaram mais de 80 milhões de dormidas. O líder do Crasto não sabe como o país não aproveita estes números para potenciar o vinho do Porto.

“Somos a única região do mundo a produzir vinho do Porto. Como é possível que um turista vá a um restaurante no Porto e não seja presenteado com um cálice de vinho do Porto?“, indaga Roquette, destacando que é uma forma de dar a provar o que é nosso e estimular as vendas.

Apesar desta crise, no ano passado, a Região Demarcada do Douro comercializou vinhos no valor de 624 milhões de euros. Mais nove milhões de euros do que em 2023, de acordo com dados do Instituto dos Vinhos do Porto e Douro (IVDP).

Para o líder do Crasto, este “crescimento face ao problema que a região tem pela frente é residual”. E insiste que “deve existir uma verdadeira estratégia de divulgação e promoção dos vinhos portugueses lá fora para mostrar que Portugal tem potencial para produzir grandes vinhos, a um ótimo preço”. Roquette assegura que esse “crescimento seria bastante superior se Portugal apostasse na promoção dos vinhos”.

O líder da ViniPortugal recorda que os “problemas são transversais ao resto do país, mas em menor dimensão”. Frederico Falcão recorda que a “região do Alentejo também enfrenta alguns problemas, embora o problema social seja menor”. Entre os problemas estão o “excesso de uva para as vendas atuais”, alertando que “há muitos vinhos no mercado que consumidores acham que são do Alentejo e são vinhos importados – está escrito na rotulagem, mas por vezes consumidores são confundidos sobre origem”.

No ano passado, as exportações dos vinhos portugueses cresceram 4,46% para 965,8 milhões de euros, apesar do decréscimo do preço médio por litro, que desceu 3,88%, fixando-se nos 2,78 euros. Mesmo com as exportações a crescer, o líder da ViniPortugal disse não se lembrar de um ano com tanta turbulência, disse Frederico Falcão.

Governo prepara soluções para o Douro

A Associação Nacional dos Comerciantes e Exportadores de Vinhos e Bebidas Espirituosas solicitou uma reunião com caráter de urgência com a Comissão Parlamentar de Agricultura e Pescas, a fim de debater a situação atual do setor do vinho, as perspetivas dramáticas para a vindima que se avizinha e as medidas necessárias que é imperioso adotar.

A apresentar à lista de problemas, a Anceve, em comunicado divulgado esta segunda-feira, denunciou que o “Instituto da Vinha e do Vinho, uma instituição fundamental para a fileira vitivinícola, se encontra numa situação de indefinição e paralisia, em consequência da exoneração verbal do conselho diretivo em janeiro passado”. No entanto, o Governo garantiu ao ECO que presidente do Instituto da Vinha e do Vinho está “na plenitude de funções”.

O Ministério da Agricultura e Mar assegurou há dias estar a preparar soluções estruturais para “assegurar a sustentabilidade económica, social e ambiental” da região demarcada do Douro, dirigidas sobretudo aos pequenos produtores, no mesmo dia que se realizou um protesto dos viticultores do Douro, no Peso da Régua.

O Governo compromete-se a apresentar soluções em “breve”, destacando que “reconhece as legítimas preocupações manifestadas pelos viticultores da região, num contexto particularmente desafiante para o setor vitivinícola mundial, derivado da diminuição do consumo”, assumindo “o compromisso com a valorização do trabalho dos viticultores e da construção de soluções estruturais”.

O plano para o Douro está a ser estruturado em articulação com os diversos organismos do ministério liderado por José Manuel Fernandes e com o envolvimento de agentes da região e da Comissão Europeia, lê-se no comunicado. O Governo reforçou o montante destinado à promoção do vinho português em países terceiros, em 14,2 milhões de euros, para os anos de 2025 a 2027. “Não podemos desistir da promoção de um produto único no mundo”, disse José Manuel Fernandes.

Na 28.ª Feira do Alvarinho de Monção, no distrito de Viana do Castelo, o ministro da Agricultura destacou necessidade de “adequar a oferta à procura” de vinho, nomeadamente no Douro, porque “não podemos estar sempre a destruir vinho”, sendo necessárias “soluções para os agricultores que vão ver a produção diminuída”.

A Sogrape, maior empresa portuguesa do setor, acredita que com “medidas estruturais – como o ajustamento da oferta à procura e o reforço da promoção dos vinhos portugueses –, o setor poderá ultrapassar este momento com equilíbrio, confiança e foco em soluções sustentáveis para o futuro do setor”.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 8 de julho

  • ECO
  • 8 Julho 2025

Ao longo desta terça-feira, 8 de julho, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Ciemat junta-se ao ecossistema de investigação da Fundación Jiménez Díaz para reforçar a sua liderança na ciência translacional

  • Servimedia
  • 8 Julho 2025

A Dra. Carmen Ayuso, diretora do IIS-FJD, congratulou-se com a expansão da rede como uma oportunidade para continuar a melhorar a saúde e a qualidade de vida das pessoas.

O Centro de Investigaciones Energéticas, Medioambientales y Tecnológicas (Ciemat), uma organização pública de investigação ligada ao Ministério da Ciência, Inovação e Universidades, formalizou a sua incorporação no acordo-quadro do Instituto de Investigación Sanitaria de la Fundación Jiménez Díaz (IIS-FJD), através dos seus grupos de investigação em Terapias Avançadas e em Medicina Regenerativa e Bioengenharia de Tecidos.

Esta adesão reforça uma aliança estratégica iniciada em 2021 pela Fundación Jiménez Díaz, a Universidad Autónoma de Madrid (UAM) e a Fundación de Investigación del IIS-FJD (FIIS-FJD), e alargada em 2022 com a entrada dos Hospitais Universitários Rey Juan Carlos, Infanta Elena e General de Villalba. Com ele, o IIS-FJD consolida a sua dimensão multidisciplinar e incorpora novas capacidades científicas à sua atividade de investigação.

Parceiros itinerantes como o CIEMAT e a UAM“, disse a Dra. Carmen Ayuso, diretora do IIS-FJD, ”tornam possível que a nossa atividade de investigação multidisciplinar e translacional, orientada para a investigação básica, clínica, epidemiológica e de serviços de saúde, contribua para melhorar a saúde e a qualidade de vida das pessoas”.

A assinatura do acordo teve lugar num evento institucional realizado no Hospital Universitário Fundación Jiménez Díaz, com a participação de representantes de todas as entidades signatárias. Entre eles, Yolanda Benito, Diretora Geral do Ciemat, sublinhou que “esta nova aliança permitir-nos-á avançar em linhas de trabalho conjuntas com uma elevada projeção social, para além das nossas áreas tradicionais como a energia ou o ambiente”. Por seu lado, a reitora da UAM, Amaya Mendikoetxea, sublinhou a importância de expandir o ecossistema comum de investigação num quadro de excelência e colaboração.

Uma visão partilhada pelo Dr. Javier Arcos, diretor do hospital e presidente do Conselho de Administração do IIS-FJD, que recordou que “graças à adesão de cada vez mais instituições ao ambicioso desafio que iniciámos há anos, o IIS-FJD é hoje um dos mais importantes institutos de investigação em saúde em Espanha”. Na mesma linha, Marta del Olmo, diretora territorial dos hospitais públicos de Quirónsalud em Madrid, acrescentou que esta incorporação “reforça o trabalho em rede que temos vindo a desenvolver nos centros, também no âmbito da investigação”.

Com esta nova incorporação, o IIS-FJD reforça o seu compromisso com um modelo colaborativo de excelência, centrado na geração de conhecimento científico com um impacto real no sistema de saúde.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 8 Julho 2025

No dia em que se discute grupo de trabalho sobre apagão, UE decide cláusula de escape para defesa. Portugal assina EEA Grants, CFP revela contas das autarquias e INE divulga dados da indústria.

A Comissão de Energia discute a criação de um grupo de trabalho para investigar o apagão, no mesmo dia em que os ministros da Economia e Finanças da UE vão decidir se aprovam o uso da cláusula de escape, permitindo mais despesa com a defesa. Portugal assina memorando dos EEA Grants, a CFP divulga contas das autarquias e o INE, dados da indústria.

Parlamento vota criação de grupo de trabalho sobre apagão

A Comissão do Ambiente e Energia vai debater e votar o requerimento apresentado pelo Partido Socialista para a criação de um grupo de trabalho para discutir os eventos relativos ao apagão ocorrido a 28 de abril deste ano. O apagão que afetou Portugal e Espanha foi um dos maiores apagões na Europa nas últimas décadas.

CFP divulga contas das autarquias

O Conselho das Finanças Públicas (CFP) prepara-se para divulgar dados sobre a evolução orçamental da administração local em 2024. Em 2023, a administração local apresentou um excedente orçamental de apenas 24 milhões de euros, uma queda de 93% face aos 353 milhões registados em 2022.

Ecofin decide se ativa cláusula de escape para reforço da defesa

O Conselho dos Assuntos Económicos e Financeiros da União Europeia (Ecofin) deverá aprovar a ativação da cláusula de escape ao abrigo do Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) para os Estados-Membros que a solicitem, como é o caso de Portugal, com o objetivo de facilitar a transição para um aumento da despesa com a defesa a nível nacional, assegurando, ao mesmo tempo, a sustentabilidade da dívida.

Portugal assina memorando para receber 126 milhões dos EEA Grants

Está marcada para esta terça-feira a assinatura do memorando de entendimento do novo ciclo financeiro dos EEA Grants – o Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu. Portugal vai receber 126 milhões de euros até 2028, verba destinada a programas nas áreas da Economia Azul, Ambiente, Cultura, Combate à Violência Doméstica e de Género, bem como ao reforço da Sociedade Civil.

Como evoluiu o setor industrial em maio?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga esta terça-feira o Índice de Volume de Negócios, Emprego, Remunerações e Horas Trabalhadas na Indústria relativo a maio. Em abril, o volume de negócios na indústria registou uma queda de 3,4% em termos homólogos. Excluindo o setor da energia, o volume de negócios cresceu 0,4%.

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Prémio “Fatura da Sorte” suspenso há mais de ano e meio. Concurso está a ser reavaliado

Governo de Costa deu orientações para continuar com o sorteio ainda que depois devesse ser sujeito a uma reestruturação. Processo está em curso, mas Finanças continuam em silêncio.

O prémio “Fatura da Sorte” está suspenso há um ano e sete meses para ser reavaliado, mas ainda não há sinal da data de retoma do concurso. O ECO tem questionado insistentemente o Ministério das Finanças de Joaquim Miranda Sarmento desde setembro de 2024 para saber quando estará de novo em funcionamento e em que moldes e, até ao fecho deste artigo, ainda não obteve uma resposta. No último sorteio, eram oferecidos 52 certificados do Tesouro, ao valor unitário de 35 mil euros, mais seis títulos, de 50 mil euros cada.

O concurso — que, até dezembro de 2023, já ofereceu 20,8 milhões de euros a consumidores que pedem fatura com o número de contribuinte –, foi interrompido a 4 de janeiro de 2024 com a indicação de que “em breve” seria reativado. Mas a garantia foi dada pelo anterior Executivo socialista de maioria absoluta de António Costa. Na pasta de transição para o novo e primeiro Governo de Luís Montenegro, a tutela, na altura sob a alçada de Fernando Medina, referiu que o sorteio deveria continuar, enquanto seria alvo de uma reestruturação. Mas o Ministério de Miranda Sarmento optou por suspendê-lo e ainda não deu informação de quando estará operacional.

O sorteio está a ser reavaliado, apurou o ECO, com o objetivo de mudar o tipo e o valor dos prémios. Até ao último concurso, de dezembro de 2023, eram oferecidos certificados do Tesouro e, entre 2014, ano de lançamento da “Fatura da Sorte”, e 2016, foram sorteados automóveis. O Fisco terá concluído que o incentivo deixou de ser suficientemente aliciante para os contribuintes exigirem fatura com NIF (Número de Identificação Fiscal) no ato da compra de bens e serviços e estará a ponderar alterar as ofertas para algo mais imediato e abrangente, ainda que de menor montante, como bilhetes para espetáculos culturais, sabe o ECO.

Aquando da nota de interrupção do concurso, em janeiro de 2024, o ECO pediu explicações ao Ministério das Finanças de Fernando Medina, que deu a seguinte resposta: “O sorteio será retomado logo que possível e serão realizadas todas as extrações previstas para este ano [de 2024]”. O último sorteio, que atribui todas as semanas 35 mil euros em certificados do Tesouro a consumidores que inserem o seu NIF nas faturas, foi realizado a 28 de dezembro de 2023.

A suspensão “decorre da necessidade de serem cumpridos todos os requisitos legais necessários para a sua realização”, explicou, nessa altura, fonte oficial da Autoridade Tributária (AT). Tal como o ECO noticiou, é necessária a renovação anual do protocolo entre a AT e a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP, com a autorização de despesa a realizar com o concurso.

Em 2023, o sorteio deixou de funcionar a 27 de janeiro. Nesse ano, as Finanças explicaram que, “havendo protocolos que têm de ser renovados com alguma regularidade e, estando neste momento em curso essa renovação, brevemente será retomado o concurso”.

O concurso só foi retomado dois meses depois, a 30 de março, ainda que tenham sido assegurados os sorteios relativos ao mês de janeiro com os cupões correspondentes às faturas desde o início do ano. Por isso, houve semanas em que foram realizados dois sorteios deste concurso que atribui aos contribuintes Certificados do Tesouro no valor de 35 mil euros.

A renovação do protocolo de há dois anos permitiu que as Finanças assumissem um encargo orçamental de mais de 3,26 milhões de euros, incluindo imposto, segundo um despacho assinado pelo então secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Nuno Félix.

Em 2023, último ano de atribuição de prémios, até hoje, a “Fatura da Sorte” distribuiu 2,12 milhões de euros em certificados do Tesouro, valor que se tem mantido inalterado desde 2020, quando atingiu o valor recorde de 2,16 milhões de euros, segundo dados da Autoridade Tributária (AT) enviados ao ECO. Desde que foi criado, em 2014, o concurso já ofereceu 20,8 milhões de euros a consumidores que pedem fatura com o número de contribuinte.

No sorteio regular, foram atribuídos, há dois anos, 52 certificados do Tesouro, ao valor unitário de 35 mil euros, o que totalizou 1,82 milhões de euros. No concurso extraordinário, as Finanças ofereceram seis títulos, de 50 mil euros cada, o que dá mais 300 mil euros. Tudo somado, o Estado distribuiu 2,12 milhões de euros.

O montante em causa somado ao Imposto do Selo, de 1.141,538,28 euros, perfaz 3.261.538,28 euros, que é exatamente o valor máximo autorizado pelo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Nuno Félix, para 2023, segundo o despacho publicado em março do mesmo ano.

Os valores dos prémios têm-se mantido praticamente inalterados, com exceção de 2020, ano da pandemia, em que foram sorteados 53 certificados no prémio regular, no valor global de 1,855 milhões de euros. Ou seja, foi atribuído mais um título de 35 mil euros.

Em 2016, o Governo socialista de António Costa, que sucedeu ao Executivo PSD/CDS, liderado por Pedro Passos Coelho, decidiu mudar os prémios que, até então, eram automóveis. E passou a distribuir certificados do Tesouro.

Nesse ano, e com esta mudança, apenas foram sorteados 39 títulos, no prémio regular, no valor global de 1.365.000 euros. No concurso extraordinário, foram distribuídos seis certificados, num total de 300 mil euros. Somando as duas parcelas, dá apenas 1.665.000 euros em certificados, um valor significativamente abaixo dos cerca de dois milhões de euros que, anualmente, foram sendo distribuídos.

Contudo, é preciso salientar que, ainda nesse ano, foram oferecidos 13 automóveis, globalmente avaliados em 455 mil euros.

O concurso foi criado em 2014 pelo governo PSD/CDS-PP de Pedro Passos Coelho para premiar “a cidadania fiscal dos contribuintes” e combater a economia paralela, anunciou então o Executivo.

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ANA vai entregar proposta para novo aeroporto de Lisboa “com custo menor”

Concessionária vai propor a alteração das especificações mínimas previstas no contrato de concessão, depois de auscultar 45 entidades. Redução do custo permitirá aumento menor das taxas.

A ANA entregou o Relatório Inicial do novo aeroporto ao Governo a 17 de janeiro. ANDRÉ KOSTERS/LUSAANDRÉ KOSTERS/LUSA

A ANA vai propor ao Governo a alteração das especificações mínimas para a construção do novo aeroporto de Lisboa, no Campo de Tiro de Alcochete, de forma a aproximá-las das necessidades atuais da aviação e baixar o custo da obra. Proposta fará parte do Relatório das Consultas, em que foram ouvidas 45 entidades, e que será entregue na próxima semana ao Governo.

“Vamos apresentar uma proposta mais realista e adaptada às necessidades atuais e com custo menor”, afirma ao ECO o presidente executivo da concessionária, Thierry Ligonnière. A redução do custo permitirá também cobrar “taxas aeroportuárias menores”, face ao significativo aumento estimado pela empresa em janeiro e que motivou fortes críticas das companhias aéreas e dúvidas do Governo. O responsável não quis, no entanto, dizer qual o novo custo da obra, porque o documento não foi ainda entregue ao Executivo.

O CEO da ANA dá como exemplo das alterações propostas o comprimento para as duas pistas iniciais previsto no contrato de concessão. “Não é preciso ter duas pistas de 4.000 metros. Não é preciso dimensionar todo o aeroporto para receber Airbus A380”, afirma. No Relatório Inicial entregue em janeiro pela concessionária é referido que “uma distância de aterragem disponível de 3.000 metros ou menos deve ser suficiente para todas as aterragens”.

A ANA estimou, em janeiro, que a construção do futuro aeroporto Luís de Camões terá um custo de 8,5 mil milhões de euros, a preços de 2024, financiado através de um aumento substancial das taxas aeroportuárias e da extensão do prazo de concessão por mais 30 anos, até 2092.

Thierry Ligonnière refere também que o novo aeroporto terá de responder às “diferentes visões do produto aeronáutico”, que são muito distintas entre as companhias low cost ou as mais premium. Enquanto as primeiras querem que os passageiros embarquem diretamente pela pista, para economizarem tempo e dinheiro, as segundas preferem pontes telescópicas (ou mangas). “Temos de conciliar as visões diferentes numa solução aeroportuária que possa dar uma resposta integrada e otimizada a estas necessidades”, sublinha o CEO da ANA. “As áreas e a dimensão global” do terminal também eram apontadas no Relatório Inicial como aspetos a rever.

A ANA lançou nos últimos meses um processo de consulta às partes interessadas no futuro aeroporto Luís de Camões, conforme prevê o contrato de concessão. Foram questionadas 104 entidades, numa lista consensualizada com o Governo, das quais 45 responderam. Foram ouvidas as principais companhias aéreas a operar no aeroporto de Lisboa, incluindo as interessadas na TAP, as empresas de assistência em escala, várias câmaras municipais, a Autoridade Nacional de Aviação Civil, a NAV, entre outras.

Vamos apresentar uma proposta de alteração do Anexo 16 do contrato de concessão. O Governo pode concordar ou não com a alteração. Se concordar, incluímos no estudo prévio e o processo continua.

Thierry Ligonnière

CEO da ANA

A síntese das opiniões recolhidas fará parte do Relatório das Consultas, que a ANA irá entregar ao Governo até dia 17 de julho. No documento, a concessionária irá também apresentar propostas para alterar o anexo 16 do contrato de concessão, assinado em 2016, onde são definidas as características mínimas do novo aeroporto de Lisboa.

“Vamos apresentar uma proposta de alteração do Anexo 16 do contrato de concessão. O Governo pode concordar ou não com a alteração. Se concordar, incluímos no estudo prévio e o processo continua”, afirma Thierry Ligonnière.

Uma alteração ao aumento das taxas aeroportuárias ou ao prazo de concessão dependerá também de o Executivo aceitar as alterações às especificações mínimas.

Quando deu luz verde à ANA para avançar com a candidatura à construção do novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete, a 17 de janeiro, o Governo indicou que na discussão com a concessionária iria “procurar reduzir o custo total do projeto”, estando disponível para discutir “ajustes às especificações do aeroporto”. Pretendia ainda “rever e discutir o modelo financeiro, nomeadamente no que diz respeito aos pressupostos de alteração de taxas aeroportuárias, da extensão da concessão e da partilha de riscos”.

A proposta formulada no Relatório Inicial da ANA, entregue ao Executivo a 17 de dezembro, prevê a construção de duas pistas, com possibilidade de expansão futura para quatro. O cenário central estimava um custo de 8,5 mil milhões de euros, financiado através de um aumento substancial das taxas aeroportuárias e da extensão do prazo de concessão por mais 30 anos, até 2092. O calendário entregue aponta a conclusão da obra para 2037.

Havendo luz verde do Governo em relação à proposta para as especificações técnicas do aeroporto, a ANA avança para a elaboração do estudo prévio da nova infraestrutura, que servirá de base para a Avaliação de Impacte Ambiental. A concessionária tem três anos para preparar o dossiê de candidatura (até janeiro de 2028), prazo que o Executivo já disse pretender encurtar.

Thierry Ligonnière afirma que estão a trabalhar no projeto equipas da sede, consultoras especializadas e equipas em Portugal. “Trata-se de um projeto estratégico para a Vinci e obriga à mobilização das melhores competências do grupo”, diz.

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Biorce levanta cinco milhões para acelerar expansão nos EUA

EUA representa 10% das receitas da health tech de ensaios clínicos por IA, mas num ano poderá vir a representar 70%, diz Pedro Coelho, CEO da empresa, que está a recrutar.

Equipa da Biorce.

A Biorce, health tech que usa inteligência artificial (IA) para acelerar ensaios clínicos, acaba de levantar cinco milhões de euros para dar músculo à sua expansão nos Estados Unidos. Com esta operação, eleva-se para mais de dez milhões o capital da startup fundada por portugueses e sedeada em Barcelona.

A entrada nos Estados Unidos já estava nos planos da healthtech em novembro passado, altura em que tinha acabado de levantar 3,5 milhões de euros em capital.

“Acabámos de abrir o nosso escritório nos Estados Unidos e planeamos crescer a nossa equipa americana para dez pessoas ainda em 2025”, adianta Pedro Coelho, ao ECO. “Os nossos objetivos nos Estados Unidos são de estabelecer uma forte presença, criar notoriedade de marca e posicionar a Biorce como a companhia de escolha no que que toca aos ensaios clínicos através de IA”, diz CEO e cofundador da Biorce, juntamente com Clara Bernardes (chief scientific officer), Diogo Pisoeiro (chief product officer) e José Faria (CTO).

Acabamos de abrir o nosso escritório nos Estados Unidos e planeamos crescer a nossa equipa americana para dez pessoas ainda em 2025. (…) Os nossos objetivos nos Estados Unidos são de estabelecer uma forte presença, criar notoriedade de marca e posicionar a Biorce como a companhia de escolha no que que toca aos ensaios clínicos através de IA.

Pedro Coelho

Cofundador e CEO da Biorce

A ronda foi liderada pela Norrsken VC, o maior fundo de impacto europeu. “Investimos na Biorce porque estão a revelar um impacto real numa indústria que precisa urgentemente de inovação. A sua plataforma de IA está a ajudar farmacêuticas, biotech e CRO [empresas que prestam serviços de pesquisa clínica a outras empresas] a agilizar os seus ensaios clínicos — reduzindo custos, atrasos e a melhorar a taxa de sucesso”, justifica Tove Larsson, general partner do fundo, ao ECO.

“Com o mercado de ensaios clínicos pronto para um crescimento massivo e a forte tração e expansão da Biorce, acreditamos que a empresa está perfeitamente posicionada para se tornar um ator-chave no futuro do desenvolvimento de medicamentos. É uma solução escalável com claro valor comercial e impacto significativo nos pacientes”, destaca a responsável.

Mercado em crescimento

Estima-se que o mercado dos ensaios clínicos cresça de 84 mil milhões de dólares em 2024, para 150 mil milhões até 2034, segundo números partilhados pela empresa. Soluções de IA, como a Jarvis da Biorce, poderão desbloquear entre 13 a 25 mil milhões de valor para a indústria reduzindo entre 30-50% alterações dos ensaios e acelerando as melhorias de protocolo em 25%.

Acelerar os ensaios clínicos significa que, mais rapidamente, novos medicamentos ou procedimentos médicos chegam ao mercado. Mas, segundo os dados partilhados pela empresa, 70% dos ensaios registam atrasos, seis em dez ensaios obrigam a alterações nos procedimentos, com custos que rondam em média 250-450 mil dólares.

Contamos atualmente com dezenas de clientes e nossa receita atingiu sete dígitos, com a ambição de chegar a oito dígitos em 2025. O nosso mercado mais relevante são os EUA, para onde estamos a mudar o nosso foco”, adianta Pedro Coelho.

Um mercado onde a Biorce, que hoje tem escritórios em Lisboa e Londres, deposita grandes expectativas. Hoje os EUA representam “apenas 10% da receita”, mas “esperamos que esse número cresça significativamente e chegue a 70% nos próximos 12 meses“, aponta o CEO da Biorce.

“Vamos lançar no final do ano um novo produto para dar maior robustez à nossa oferta no mercado”, adianta sem mais detalhes.

Uma aposta que vai passar igualmente pelo crescimento da equipa. “Hoje somos mais de 30 colaboradores, e queremos chegar aos 50 até ao final de 2025. Estamos a recrutar ativamente na área de engenharia, produto, ciência e comercial. Estamos interessados em engenheiros de IA de excelência, developers, os melhores cientistas e profissionais de vendas, que estejam familiarizados com ensaios clínicos”, detalha Pedro Coelho.

MSM (Maze), YZR, os investidores na ronda anterior, e a Norrsken são os principais acionistas da Biorce.

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Presidente da ASF elenca desafios do setor no Fórum Nacional de Seguros

  • ECO Seguros
  • 8 Julho 2025

Naquela que vai ser das últimas intervenções enquanto líder da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões, Margarida Corrêa de Aguiar vai abrir o FNS 2025.

A presidente da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), Margarida Corrêa de Aguiar, abre esta terça-feira o 4.º Fórum Nacional de Seguros que se realiza na Alfândega do Porto.

Em entrevista ao diretor de ECOseguros, naquela que será uma das últimas presenças enquanto titular do cargo – cujo mandato agora termina e não é renovável – a presidente do regulador irá partilhar com a audiência profissional os próximos desafios da supervisão que o setor enfrentará.

Durante a manhã, serão debatidos temas como a proteção das famílias, a saúde, a inclusão financeira e a nova legislatura. José Galamba de Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Seguradores (APS), marcará presença no painel “Nova Legislatura: Que prioridades para os seguros”, acompanhado por João Barata, Chief Insurance Officer da Generali Tranquilidade, e Jorge Pinto, diretor de Vendas e Distribuição da Zurich.

A sessão da tarde inicia-se com o painel “O que os profissionais de seguros devem saber sobre vidro automóvel”, seguido de debates sobre a redução dos protection gaps, poupança e risco, novos riscos para a gestão empresarial, e “IA na mediação de seguros: o futuro da intermediação inteligente”.

Contará com uma participação especial da artista Cuca Roseta, com o apoio da Saúde Prime, e com umasunsetparty, patrocinado pela lluni, no final deste primeiro dia.

Programa completo aqui.

Ainda vai a tempo de se inscrever nesta edição do FNS 2025, que já superou os resultados de anos anteriores: conta com 55 expositores, 55 marcas associadas e uma conferência que inclui 14 painéis de debate e entrevista, mobilizando mais de 50 protagonistas de todas as áreas do setor segurador.

Para os membros da APROSE – a associação que reúne os corretores e agentes de seguros em Portugal – a entrada é gratuita, como resultado do protocolo estabelecido pela APROSE e por ECOseguros. Para concretizar a inscrição como membro da APROSE clique aqui, coloque o código APROSE_FNS25 e prossiga com a credenciação.

O Fórum Nacional de Seguros é organizado pelo ECOseguros e pela Zest, com suporte dos parceiros institucionais da APS e da APROSE e o apoio da Vincci Hoteles e da Adega Cooperativa de Vidigueira.

O FNS 2025 conta com o apoio de destacadas empresas ligadas aos seguros em várias atividades como são:

Acrisure, Ageas Seguros, AIG, April Portugal, ARAG, Asisa, Azuaga Seguros, Broseta – Advogados, Bupa, Caravela, Carglass, CCA Law Firm, Cleva, Grupo Concentra, Diagonal, doutor finanças, DS Seguros, Express Glass, Fidelidade, Frank, Saúde Prime, Generali Tranquilidade, Glassdrive, Habic, Hagel – Seguros Agrícolas, Hiscox, Hispania, i2S Brokers, Innovarisk Underwriting, Libax, lluni, Lusitania, MDS, Mediplus, Methodus Seguros, Mgen, Mudey, NacionalGest, Nuvu, Planicare, Prévoir, Real Vida, SABSEG, SegUp, Seguramos, Semper, Special Insurance, Specialty Risks, SPS – Advogados, Universalis, Verspieren e Zurich.

Inscreva-se aqui.

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Mais de mil mortos iranianos na guerra dos 12 dias

  • Lusa
  • 7 Julho 2025

"Até esta noite, enterrámos 1.060 mártires em todo o país", segundo um responsável iraniano. Israel matou pelo menos 30 comandantes militares de topo e 11 cientistas nucleares.

Mais de mil pessoas morreram no Irão, na sequência da guerra de 12 dias com Israel, anunciou esta segunda-feira o diretor da Fundação dos Mártires e Veteranos do país. “Até esta noite, enterrámos 1.060 mártires em todo o país”, declarou Saeed Ohadi, numa entrevista na televisão estatal iraniana.

Um relatório anterior estimava que pelo menos 935 pessoas tivessem morrido na guerra, que começou a 13 de junho com um ataque israelita e terminou com um cessar-fogo a 24 de junho. Durante o conflito de 12 dias Israel atacou instalações militares, nucleares e energéticas iranianas, bem como zonas residenciais em Teerão.

Israel matou pelo menos 30 comandantes militares de topo e 11 cientistas nucleares, enquanto o Irão respondeu com vagas de ataques de mísseis. O Presidente do Irão acusou Israel de tentativa de assassínio, sem especificar quando, numa entrevista ao apresentador norte-americano Tucker Carlson, transmitida esta segunda.

“Estava numa reunião (…), tentaram bombardear a zona onde estávamos a realizar essa reunião”, acrescentou Massoud Pezeshkian, garantindo que “foi Israel”, de acordo com a tradução de um intérprete.

Na mesma entrevista, Pezeshkian acusou também Israel de cometer crimes de guerra, uma vez que mataram comandantes iranianos enquanto “estavam a passar as noites com as famílias, em casa”, acrescentando que também os cientistas do programa nuclear foram mortos da mesma forma em ataques que “mataram as famílias e civis”.

No domingo, dois soldados iranianos morreram quando tentavam desarmar explosivos numa zona atingida por bombardeamentos israelitas durante a guerra entre o Irão e Israel, noticiaram os meios de comunicação social locais. O Irão anunciou na quinta-feira a reabertura do espaço aéreo, incluindo sobre Teerão, que tinha encerrado no primeiro dia da guerra contra Israel.

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