O dia em direto nos mercados e na economia – 29 de maio

  • ECO
  • 29 Maio 2025

Ao longo desta quinta-feira, 29 de maio, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 29 Maio 2025

Poderá ser indigitado o primeiro-ministro no dia em que Gouveia e Melo apresenta candidatura presidencial e PSD vota apoio a Marques Mendes. Acionistas da Ibersol reúnem e arranca Advocatus Summit.

O Presidente da República admite indigitar o próximo primeiro-ministro já nesta quinta-feira, caso considere estarem reunidas as condições, depois de ouvir os representantes dos três maiores partidos. No mesmo dia, o almirante Gouveia e Melo apresenta oficialmente a sua candidatura presidencial, enquanto o PSD vota formalmente o apoio do partido a Luís Marques Mendes. Também nesta quinta-feira, os acionistas da Semapa reúnem-se em Assembleia Geral e arranca a 8.ª edição do Advocatus Summit.

Marcelo admite nomear primeiro-ministro já esta quinta-feira… se “tiver condições”

Marcelo Rebelo de Sousa poderá indigitar o próximo primeiro-ministro já nesta quinta-feira. O Presidente da República afirmou que, durante esta tarde, voltará a ouvir o PS, o PSD e o Chega, sublinhando que está a trabalhar para garantir estabilidade política para além do final do próprio mandato. “Vou ouvir primeiro os três partidos. Se eu tiver condições para logo nesse dia fazer sair uma nota de indigitação, faço”, afirmou Marcelo.

Gouveia e Melo apresenta candidatura presidencial

O almirante Henrique Gouveia e Melo vai apresentar nesta quinta-feira a sua candidatura à presidência da república no Gare de Alcântara, às 19h00. “A minha decisão é avançar com a minha candidatura à Presidência da República… Ela será anunciada formalmente no dia 29 de maio”, afirmou o almirante numa entrevista à Renascença.

PSD vota apoio a Marques Mendes

O Conselho Nacional do PSD vai votar formalmente o apoio do partido à candidatura presidencial do antigo líder, Luís Marques Mendes. Embora a convocatória não mencione qualquer nome, vários dirigentes sociais-democratas, incluindo o presidente Luís Montenegro, já deixaram claro que irão propor ao partido o apoio a Luís Marques Mendes.

Acionistas da Ibersol decidem redução do capital social

Os acionistas da Ibersol reúnem-se esta quinta-feira, às 15h00, em assembleia-geral anual. Na ordem de trabalhos constam a deliberação sobre a proposta de aplicação dos resultados do exercício de 2024, a redução do capital social em 615.692 euros, para 40.899.126 euros, com o objetivo de libertar excesso de capital, e a concessão de autorização para que a sociedade e as suas participadas possam adquirir ou alienar ações próprias.

Arranca a oitava edição da Advocatus Summit

Arranca a 8.ª edição da Advocatus Summit, evento que vai ocupar as próximas duas manhãs no Auditório da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. A iniciativa reúne alguns dos principais nomes da advocacia e dos negócios em Portugal para debater grandes temas que moldam a prática jurídica, da fiscalidade ao investimento. Estão confirmadas as presenças de José Luís Moreira da Silva, presidente da ASAP – Associação das Sociedades de Advogados de Portugal –, que fará a sessão de abertura, de João Massano, bastonário da Ordem dos Advogados Portugueses, e de Eduardo Vera-Cruz Pinto, diretor da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa.

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Javier Tebas será o primeiro conselheiro internacional da CFL, a Liga Chinesa de Futebol Profissional

  • Servimedia
  • 29 Maio 2025

O acordo estabelece ainda que “ambas as entidades trabalharão em estreita colaboração para o intercâmbio de conhecimentos entre clubes e competições em diferentes domínios desportivos e empresariais”.

A LALIGA e a CFL (Liga Chinesa de Futebol Profissional) assinaram um acordo de colaboração estratégica entre ambas as organizações para o desenvolvimento do futebol profissional chinês durante os próximos quatro anos, através do qual Javier Tebas é nomeado Consultor Estratégico da CFL, tornando-se assim o primeiro conselheiro internacional da entidade.

A nomeação de Javier Tebas como primeiro conselheiro internacional da competição asiática reconhece o historial do presidente da LALIGA desde que assumiu o cargo em 2013, em que levou a cabo reformas que modernizaram o futebol profissional espanhol, tais como medidas de controlo económico e de redução da dívida dos clubes, a venda centralizada dos direitos televisivos que aumentou a competitividade, a expansão internacional da marca LALIGA, a luta contra a viciação de resultados e a fraude audiovisual, bem como a luta contra o racismo e a violência nos estádios.

Javier Tebas, presidente da LALIGA, declarou: “Este acordo constitui um marco na relação estreita que mantemos com o futebol chinês há muitos anos. A China foi um dos nossos primeiros escritórios e tem sido um mercado estratégico desde então. O trabalho com as autoridades chinesas nos últimos anos tem sido particularmente frutífero e este acordo formaliza o trabalho e o empenhamento de ambas as entidades na promoção do desenvolvimento sustentável do futebol profissional chinês. O potencial futebolístico do país é enorme e acreditamos que a experiência da LALIGA pode proporcionar uma valiosa troca de conhecimentos que os clubes de ambos os países podem aproveitar para potenciar o seu crescimento.

Este acordo é “o primeiro acordo de cooperação assinado pela CFL com uma liga de futebol de topo europeia desde a sua criação” e “estará em vigor até 2029”, de acordo com o comunicado de imprensa emitido pela LALIGA. O acordo inclui medidas como a abertura de um canal de comunicação institucional “para facilitar o intercâmbio de conhecimentos entre os clubes”, bem como “programas de formação para os clubes chineses em diferentes áreas, como futebol de base, controlo económico, audiovisual, marketing, internacionalização e negócios”. De igual modo, o acordo prevê “a organização de torneios de futebol de base e estágios de formação e educação para as categorias inferiores”.

Li Kemin, Presidente da Liga de Futebol Profissional da China, declarou: “Com esta parceria, esperamos não só reforçar os nossos intercâmbios com a LALIGA em domínios como as operações da liga, o desenvolvimento comercial e o desenvolvimento das relações com os adeptos, mas também explorar em conjunto novos modelos para o desenvolvimento do futebol profissional na China. Estes modelos devem respeitar os princípios fundamentais do futebol, incorporar as características locais e, em última análise, alcançar um crescimento saudável e sustentável tanto para a liga como para os clubes.

No âmbito da assinatura, uma delegação da LALIGA também aproveitou a visita ao país asiático para participar no Seminário para o Desenvolvimento Sustentável dos Clubes de Futebol Profissional na China, “um curso de formação especializado organizado pela CFL para os clubes chineses, com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável e profissional e explorar novas formas de desenvolvimento das competições e clubes de futebol profissional chineses”, e que contou com a presença de diferentes especialistas, como representantes da CCTV, líderes convidados, dirigentes de futebol chineses e convidados da FIFA e de diferentes ligas e clubes europeus. Da mesma forma, Javier Tebas fez uma apresentação sobre “A sustentabilidade da indústria do futebol: as práticas da LALIGA na luta contra a pirataria”, enquanto Javier Gómez, Diretor-Geral Corporativo da LALIGA, apresentou “Introdução aos regulamentos do Fair Play Financeiro da LALIGA”.

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Barracas por 3000 euros e o Estado central a arrendar casas que deixa vazias. A Habitação no Local Summit

Em Loures, redes de tráfico de imigrantes vendem barracas a 750 euros por metro quadrado. Mondim de Basto desespera devido ao IHRU. O Estado está em défice na habitação, assinalou-se na Local Summit.

No primeiro painel da Local Summit falou-se de habitação e do que a rodeiaAndré Dias Nobre

Em Loures, a câmara depara-se com barracas vendidas por 3000 euros a imigrantes acabados de chegar, num esquema de redes de tráfico que o autarca denuncia. Em Lisboa, o Estado central é inquilino de privados para promover mais habitação pública, paga a renda, mas as casas mantêm-se desocupadas, acusa o presidente da associação de proprietários. Noutra imigração, a de capitais, investidores internacionais são recebidos com garantia de leis sem efeitos retroativos, mas a realidade acaba por contrariar esse princípio, lamenta a Abreu Advogados. Estas são três das ideias levadas à segunda edição da Local Summit, onde o designado interior de um país com menos de 200 km entre o mar e a fronteira tenta, sem sucesso, captar investidores, como refere o presidente da Câmara de Mondim de Basto.

“A imigração é importante, mas tem de ser controlada”, diz o socialista Ricardo Leão, denunciando a existência de redes de imigração, uma realidade que já reportou à Polícia Judiciária e ao Ministério Público, refere o presidente da autarquia de Loures. “Mandámos, agora, 25 barracas de 4 metros quadrados abaixo, sem condições dignas nenhumas, e sabíamos que estavam a ser vendidas a 3000 euros cada. Dentro dessas barracas havia malas de viagem de avião com bilhete do dia anterior. Chegam e vão logo para lá. Isto são redes que estão montadas e eu no meu concelho não permito isso. Neste mandato já foram 200 barracas que deitei abaixo, não sinto orgulho algum nisto, mas não quero o meu concelho à semelhança do que foi na década de 90, abarracado”.

“O tema da imigração tem um impacto super-direto no custo da habitação, por falta de mão de obra. A AIMA não funciona porque a própria AIMA não tem mão de obra”, diz Patrícia Viana, sócia da Abreu Advogados.

Mandámos, agora, 25 barracas de 4 metros quadrados abaixo, sem condições dignas nenhumas, e sabíamos que estavam a ser vendidas a 3000 euros cada. Dentro dessas barracas havia malas de viagem de avião com bilhete do dia anterior. Chegam e vão logo para lá. Isto são redes que estão montadas e eu no meu concelho não permito isso.

Ricardo Leão

Presidente da Câmara Municipal de Loures

Ricardo Leão acentua a necessidade de receber imigrantes, exemplificando com os concursos públicos para construção que ficam desertos, mesmo quando a câmara dá espaço às propostas mais caras, retirando o fator preço de primeiro critério de seleção de orçamentos. “Estou a falar de escolas, de cumprimento de PRR. Estão a ficar desertos porque há falta de mão de obra”.

Seja num dos mais populosos municípios do país, seja no interior, outro dos constrangimentos municipais prende-se com o IHRU. “Infelizmente, neste momento não estamos com problema da mão-de-obra nas empresas porque ainda nem temos as candidaturas aprovadas”, diz, irónico, Bruno Ferreira, autarca de Mondim de Basto. Com estes atrasos, apesar da expectativa de conseguir terminar a construção de 100 casas municipais até ao final do prazo do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), marcado para dentro de 12 meses, o edil social-democrata já assume que “com o atraso na resposta” do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), “começa a ser cada vez mais difícil. Sem habitação e sem emprego fica difícil fixar pessoas”.

“Eu sei que as câmaras têm costas larguíssimas”, diz Ricardo Leão, autarca de Loures, apontando também ao IHRU o ónus de atrasos sucessivos na construção pública, uma acusação que se sucede entre os autarcas ouvidos pelo ECO/Local Online ao longo de meses. Resultado da retenção de quatro milhões de euros no instituto a quem o Estado entregou a gestão do dinheiro proveniente de Bruxelas para a habitação, a câmara teve de contrair um empréstimo bancário.

“Já que se fala tanto de Constituição, a primeira e única responsabilidade de habitação é do Governo, não metam agora as câmaras no meio deste processo”, insta Ricardo Leão.

Não podemos falar só de habitação, mas também de habitabilidade, nota Bruno Ferreira. “Não é só um teto, é a oportunidade de criar um conjunto de infraestruturas, que permitam que ela seja digna, desde logo a qualidade para as pessoas, mas também todos os serviços associados. Emprego, infraestruturas cruciais para que a fixação das pessoas possa ser uma realidade. Fibra ótica, telecomunicações, saneamento, são importantíssimos”.

Mas estará o Estado capacitado para responder aos desafios da habitação? Menezes Leitão partilha uma experiência vivida em Lisboa que, no mínimo, deixa dúvidas: “Muitas casas no arrendamento apoiado não estão a ser usadas. Muitos proprietários, os poucos que arrendaram as casas ao Estado, têm estado perplexos, as casas foram arrendadas, eles recebem a renda, mas as casas não estão ocupadas, porque o Estado não as coloca no mercado. Como é que é possível que a habitação não esteja o descalabro que está?”

Muitas casas no arrendamento apoiado não estão a ser usadas. Muitos proprietários, os poucos que arrendaram as casas ao Estado, têm estado perplexos, as casas foram arrendadas, eles recebem a renda, mas as casas não estão ocupadas, porque o Estado não as coloca no mercado. Como é que é possível que a habitação não esteja o descalabro que está?

Menezes Leitão

Presidente da Associação Lisbonense de Proprietários

Neste que foi o tema do primeiro painel da 2.ª Local Summit, a habitação, o Estado central cria entropias também por via da legislação. “Não convencemos um investidor a trazer capital para Portugal se não temos uma legislação estável, e ela muda consoante a cor política e as eleições, que em Portugal há imensas”, critica Patrícia Viana, sócia da Abreu Advogados.

Quando, em 2018, o escritório representou um banco interessado em financiar um dos candidatos a um largo portefólio imobiliário em venda, reuniu com o cliente, que após analisar o relatório questionou os juristas sobre o potencial de alteração da legislação do arrendamento durante a vigência dos contratos formalizados nesses imóveis à venda. “Eu disse claro que não muda, é o que está escrito, e se mudar não é com efeitos retroativos… um ano depois, mudou tudo”, conta Patrícia Viana, assegurando: “isto cria muito descrédito”

Quando se trata da disponibilidade do setor bancário para financiar projetos de arrendamento, ela pode ser desincentivada pela legislação, nota o presidente da Associação Lisbonense de Proprietários, que recorda as palavras de relutância de um responsável da banca: “se os proprietários não têm confiança para colocar casas no mercado, somos nós, bancos, que vamos ter confiança para os financiar?” Menezes Leitão considera que “estamos num descrédito total no arrendamento. Isto deriva de vários fatores, em primeiro lugar a loucura que foi feita, o adicional ao IMI”, um imposto que “gera uma distorção gigantesca no mercado. Se uma pessoa quiser colocar as casas no mercado de arrendamento comercial não paga imposto, se colocar no arrendamento habitacional vai pagar o adicional ao IMI. Isto afasta todas as pessoas do arrendamento para habitação”.

Os entraves da lei não recaem apenas no arrendamento, nota a jurista da Abreu Advogados. “No Simplex, licenciamentos, convencer um fundo inglês a fazer um projeto habitacional em Lisboa e explicar o tempo que tem de esperar pela licença de construção, pela de utilização, os custos, as taxas e taxinhas de cada vez que há um papel submetido na câmara, os impostos… isto é uma loucura!”

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Bruxelas aplaude planos de transição energética, mas em Portugal há muitos ‘senãos’ na prática

No Dia Mundial da Energia, perceba a avaliação que a Comissão Europeia faz dos planos de transição dos Estados Membros, e em particular de Portugal. Setor mostra-se desde 'otimista' a cético.

A Comissão Europeia mostrou-se satisfeita com a generalidade dos planos para a energia e clima dos Estados membros. Contudo, reconhece que falta muita ação e deixa alguns reparos a Portugal. Neste Dia Mundial da Energia, o ECO/Capital Verde explica as questões que são levantadas por Bruxelas quanto aos planos de Portugal nesta área, enquanto os representantes do setor assumem desde um “otimismo condicionado” até um grande ceticismo quanto à capacidade de o país implementar o seu plano no prazo.

Os Estados membros estreitaram significativamente o hiato para alcançar as metas climáticas e de energia em 2030”, afirmou a Comissão Europeia, esta quarta-feira, na sequência de uma avaliação sobre os Planos Nacionais de Energia e Clima (PNEC) dos países do bloco.

As duas grandes metas definidas a nível europeu são uma redução coletiva em 55% das emissões de gases com efeito de estufa até 2030, face aos níveis de 1990, e atingir uma percentagem de 42,5% de energias renováveis no mix energético.

Os planos analisados pela Comissão resultarão num corte de 54% nas emissões até 2030, “caso os Estados membros implementem na totalidade as medidas existentes e planeadas”, lê-se no comunicado partilhado pela entidade. Neste sentido, “a próxima fase consistirá em passar os planos à ação” e portanto a Comissão garante que vai intensificar o trabalho com os Estados Membros para eliminar o hiato restante. Bélgica, Estónia e Polónia, contudo, ainda não entregaram os respetivos planos.

Portugal com ambição, mas também muitos ‘senãos’

Na avaliação em relação a Portugal, a Comissão indica que “o plano final poderia beneficiar de uma descrição mais clara do seu âmbito, calendarização e impactos esperados”. Assim, “a Comissão encoraja Portugal a assegurar uma implementação atempada e completa da versão atualizada do PNEC”.

Na energia, a Comissão avalia pela positiva o aumento da ambição do peso de renováveis para 51%, apesar de aconselhar a que sejam tomadas medidas para promover os Contratos de Aquisição de Energia (CAE), de forma a dar mais “certeza” aos promotores através desta solução de longo prazo.

Além da questão da implementação de renováveis, a Comissão Europeia debruça-se sobre outras questões do âmbito da energia. Bruxelas assinala ainda que Portugal não correspondeu à recomendação de apresentar um plano para o abandono dos combustíveis fósseis, limitando-se a indicar a intenção de eliminar gradualmente os subsídios a estes combustíveis mas sem avançar prazos.

Alice Khouri, diretora do departamento Legal da Helexia em Portugal, demonstra-se preocupada com este ponto, que é comum à generalidade dos países analisados, em particular num contexto em que soam alarmes quanto à competitividade, o que normalmente adia o avanço em medidas sustentáveis. A Comissão sugere que sejam apresentadas medidas para atuar no setor público.

O país falha também em especificar metas para a indústria, edifícios e aquecimento e arrefecimento. Bruxelas aconselha Portugal a priorizar o uso de gases renováveis e hidrogénio verde em particular nos setores que não são passíveis de eletrificação. Em paralelo, o nível de interconexões elétricas (11,5% em 2024) também se situa abaixo do pretendido (15%).

Contudo, pela positiva, Portugal corresponde na antevisão da regulação quanto aos contratos de aquisição de energia, e é assinalado o aumento da meta no armazenamento através de baterias para 2 gigawatts em 2030 em vez do anterior 1 gigawatt. Em oposição, “o plano não elabora no que toca a quantificação das necessidades de flexibilidade do sistema energético” e “não inclui medidas que apoiem a flexibilidade”. A Comissão recomenda que sejam delineadas medidas adicionas para assegurar “os desenvolvimentos necessários para a rede”, assim como para oarmazenamento.

Na eficiência energética, a crítica recai sobre o facto de a ambição não ter sido aumentada e, mais uma vez, “não é clara” a alocação de verbas e a informação sobre a implementação das medidas. Khouri refere-se à eficiência energética como “o calcanhar de Aquiles” do plano de Portugal.

A Comissão considera ainda “parcialmente atendida” a orientação europeia sobre a pobreza energética, uma vez que Portugal desenvolveu um plano neste âmbito, com o objetivo de erradicar a pobreza energética em 2050, mas “não há clareza quanto aos recursos financeiros dedicados”.

Sobre financiamento no cômputo geral, “o plano não fornece dados acerca das necessidades de investimento” nem das “principais fontes de financiamento para cada medida”, conclui a Comissão.

Setor cético, mas ainda há espaço para otimismo

Pedro Amaral Jorge, presidente da APREN – Associação Portuguesa de Energias Renováveis diz-se “mais que confiante” na capacidade do país atingir as metas a que se propôs em 2030. “Os sinais estão lá, só falta implementar” e “estamos a conseguir avançar na implementação apesar das dificuldades”, afirma. Daqui para a frente, considera que tem de se continuar a reforçar pilares como a eletrificação dos consumos, contratação de energia a longo prazo, apostar no armazenamento, acelerar o licenciamento e modernizar as redes.

No entanto, nem todos os representantes do setor consultados pelo Capital Verde mostram o mesmo otimismo.

Alice Khouri, diretora do departamento Legal da Helexia em Portugal, afirma-se uma “otimista condicionada”, na medida em que não vê avanços ao ritmo certo, e assinala os atrasos decorrentes da instabilidade política e até do apagão, sendo que este último tem desviado as atenções da transição para o apuramento das circunstâncias deste problema. “Se acelerarmos, ficamos bem. Senão, vão haver grandes atrasos”, antevê.

Cinco anos, o número que separa o momento atual de 2030, no setor da energia é “o curto prazo”, realça Nuno Ribeiro da Silva, ex-CEO da Endesa Portugal, pelo que “estamos à beira do ajuste de contas”. Define como “baixa” a probabilidade de execução do plano, em particular para as metas da energia solar e de eólica offshore. “Creio que estamos com um desafio enorme e com sérios riscos de algumas das metas não serem atingidas”, afirma.

Ribeiro da Silva deteta “vários aspetos de preocupação” para o cumprimento dos objetivos assumidos no âmbito do Plano Nacional da Energia e Clima (PNEC). Aponta, desde logo, a questão da disponibilidade das redes elétricas, que são necessárias para integrar os projetos de energias renováveis que estão em cima da mesa. Ribeiro da Silva realça a “dificuldade” que a REN tem tido em apresentar “facultar prazos com algum rigor” e num horizonte temporal curto.

Questionado sobre a capacidade do país em concretizar as metas de energia com as quais se compromete no PNEC, João Nuno Serra, presidente da ACEMEL – Associação dos Comercializadores de Energia no Mercado Liberalizado é perentório: “não, de todo”. Aponta para um “desfasamento claro entre visão da Comissão Europeia e aquilo que está a acontecer no terreno”. Critica inclusivamente que a Comissão não esteja a monitorizar o andamento dos objetivos ‘in loco’. “Não se pode esperar que um plano seja alcançado em 2030, mas só em 2030 é que vamos ver se está feito”, defende, considerando provável o adiamento das metas chegados ao final da década.

O licenciamento é realçado pelo líder da ACEMEL como o maior problema: “Licenciamento zero tem de ser [implementado] já”, e haver responsabilização também do promotor, defende. Em paralelo, assinala que a DGEG não está suficientemente dotada de meios para corresponder às necessidades. Em comparação, aponta que Espanha segue mais avançada na implementação de projetos, superando a instalação solar portuguesa em 10 vezes, ao invés das cinco que seriam proporcionais às diferentes dimensões de ambos os países.

Em paralelo, o Nuno Ribeiro da Silva realça que é “crítico para os investidores” terem um “quadro previsível” para os seus investimentos, e aponta alguma ambiguidade e incompletude nos regulamentos e procedimentos existentes. A resposta dos organismos competentes nos processos de licenciamento – da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) à Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG) dita “incerteza” e “aumentos de custos junto dos promotores”, travando desta forma a celeridade necessária, na opinião do mesmo.

João Galamba, ex-secretário de Estado da Energia do Governo chefiado por António Costa e atual consultor de Energia, entende que Portugal está a colher os frutos de políticas passadas, e está na hora de “adaptar as políticas a desafios específicos do presente”. Para o ex-governante, “o maior entrave” para o país cumprir com as metas com as quais se comprometeu ao nível das energias renováveis “é sem dúvida alguma o licenciamento ambiental e comportamento do ICNF [Instituto de Conservação e Florestas]”. Galamba considera que este organismo não está alinhado com os objetivos nacionais de transição energética.

O ex-secretário de Estado sugere ainda um calendário claro de novos leilões de capacidade e a “devida implementação” de medidas que favoreçam o investimento contidas nas diretivas europeias, nomeadamente as alterações que dizem que os projetos de renováveis fora das áreas protegidas são de “interesse público superior”. “O país tem condições únicas. Falta vontade e capacidade política”, conclui.

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Câmara de Loures vai despejar 400 inquilinos por falta de pagamento de rendas

Autarquia liderada por Ricardo Leão contactou mais de mil inquilinos que não pagavam renda, para que regularizassem as dívidas. Cerca de um terço nunca respondeu. Notificação de despejo já seguiu.

A Câmara Municipal de Loures vai proceder ao despejo de 400 apartamentos de bairros municipais, direcionando esses fogos para responder a solicitações de habitação social. Por detrás da situação está o incumprimento no pagamento de rendas, que se arrasta há mais de dois anos, adiantou Ricardo Leão, presidente da autarquia: “É cumprir a constituição, a justiça social que eu quero para o meu concelho, onde todos sintam que todos cumprimos.”

Falando na segunda edição da Local Summit, organizada pelo ECO/Local Online, o socialista eleito em 2021 – quando ganhou a câmara ao comunista Bernardino Soares – explicou ter recebido uma herança de 18 milhões de dívidas em rendas, referentes a 55% do total de inquilinos da câmara.

“Atuámos, primeiro com um ato humanista, não fomos logo para o despejo, avisámos, criámos um plano – até lhe chamaram plano Leão – de regularização de dívida que podia ir até 60 prestações. Mas tinham que cumprir o seu compromisso de redução da dívida, e pagavam a renda da casa. Com meia dúzia de despejos, com as pessoas a aderirem ao programa de redução de dívida, temos hoje a boa notícia de que baixámos para 18,5% de incumpridores”.

Durante estes dois anos e meio nem sequer se dignaram a responder à câmara, nem em participar neste plano de redução de dívidas. Estão-se borrifando. Já todos receberam a ordem de despejo, são 400 fogos, mas é da vida, porque é injusto

Agora, são esses 18,5%, ou cerca de 400 arrendatários, que serão despejados. “São pessoas que durante estes dois anos e meio nem sequer se dignaram a responder à câmara, nem em participar neste plano de redução de dívidas. Estão-se borrifando. Já todos receberam a ordem de despejo, são 400 fogos, mas é da vida, porque é injusto. Tanto era injusto para os 45% que pagavam e olhavam para os 55% que não pagavam e assim iam continuando a aumentar, como agora é injusto para os outros 80% que estão a cumprir, veem os 18% que não estão a cumprir, e nada se faz.”

O autarca socialista diz ter constatado “um problema que existia há décadas” e recorda que os mais de 1200 inquilinos que não pagavam, num universo de 2500 fogos municipais, têm hoje rendas na ordem dos 10 a 15 euros. Valores superiores às rendas que encontrou nos fogos de habitação municipal, e que rondavam os quatro euros. “A CDU, durante oito anos, fingiu que não via, meteu a cabeça na areia, e nem atualizou” as rendas, acusa.

“É assim que se acaba com o populismo”

Nesta conferência do ECO/Local Online, Ricardo Leão relembrou a polémica de novembro passado, quando se viu obrigado a demitir-se de presidente da Federação da Área Urbana de Lisboa do Partido Socialista, após uma polémica com declarações acerca de inquilinos da câmara envolvidos nos dias de distúrbios em Lisboa e vários concelhos limítrofes. Na altura, o autarca defendeu, numa reunião da câmara a que preside, que os inquilinos que fossem identificados como autores da destruição de património municipal seriam despejados. “É óbvio que eu não quero que um criminoso que tenha participado nestes acontecimentos, se for ele o titular do contrato de arrendamento é para acabar e é para despejar, ponto final parágrafo”, referiu, citado pela Lusa.

Dias depois, num artigo de opinião no jornal Público, assinado por António Costa, José Leitão e Pedro Silva Pereira, sob o título “em defesa da honra do PS”, escrevia-se que “quando um dirigente socialista ofende gravemente os valores, a identidade e a cultura do PS, não há calculismo taticista que o possa desvalorizar. É esse legado que sentimos o dever de defender”.

Agora, na Local Summit, numa referência implícita aos apelos à reflexão que se vão ouvindo após a queda do PS para terceira força política nas legislativas, Ricardo Leão destaca que “o concelho de Loures foi um dos gauleses no distrito de Lisboa onde o PS conseguiu vencer”.

Leão realça ter sido, na ocasião das suas palavras, “muito crucificado pelo que disse há um ano. Sei bem o que a população sente, não preciso agora de nenhuma reflexão. Eu já refleti muito. De há um ano e tal a esta parte comecei a ouvir da população o cansaço que existia, na teoria de que era uns terem de trabalhar para outros. O que é facto é que isso existia. Fui daqueles que jamais enfiei a cabeça na areia e fingir que não existe nada, ou considerar que há assuntos tabus e são propriedade de A, B ou C. Há que enfrentar os problemas e resolvê-los. É assim que se mata o populismo”, defende.

O autarca recupera uma expressão polémica proferida aquando do caso de novembro passado: “Agarrámos o problema de frente e com pulso firme, sem dó nem piedade.” Prosseguindo no ataque a quem colocou em causa o respeito pelos princípios fundamentais do seu partido, Ricardo Leão afirma não ver “nos valores do PS nada em que se viole qualquer valor ou princípio do PS, por defender que todos tenham os mesmos direitos ou os mesmos deveres. É estar a cumprir a Constituição, a justiça social que eu quero para o meu concelho, onde todos sintam que todos cumprimos.”

Implacável para com os incumpridores, e destacando o milhar de pedidos de apoio habitacional, designadamente “mães solteiras com filhos doentes”, o presidente da Câmara de Loures defende que “quem não cumpre as suas obrigações é despejado das suas habitações. Isto para muitos socialistas foi difícil de ouvir. Não vou permitir que [os moradores de] 400 fogos, que nem sequer respondem à câmara, ocupem casas às pessoas que estão na lista de espera. Com o despejo, desses mil [em espera] são 400 [casos] que ficam resolvidos.”

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Um terço das cirurgias do SNS são realizadas “fora de horas”. Número sobe 170% em cinco anos

Nos últimos cinco anos, as cirurgias realizadas fora do horário laboral regular representaram cerca de 26% do total nos hospitais públicos, tendo registado um aumento todos os anos.

O peso das cirurgias no SNS realizadas fora do horário regular disparou nos últimos cinco anos e, em 2024, já representavam 32,6% do total das operações nos hospitais públicos, tendo superado as 239 mil intervenções. Um crescimento que é quase três vezes mais do que a subida registada no número total de cirurgias realizadas no SNS no ano passado face a 2020.

De acordo com dados da Direção Executiva do SNS disponibilizados ao ECO, nos últimos cinco anos (terminados em 2024), as cirurgias realizadas fora de horas representaram cerca de 26% das cirurgias totais realizadas nos hospitais públicos, tendo registado um aumento todos os anos ao longo deste período.

Os dados revelam que o número de cirurgias “fora de horas”, contratualizada pelo Conselho de Administração com os diretores de serviços, aumentou 21% em 2024 face a 2023 e 170,36% face a 2020.

Esmiuçando os números verifica-se que o peso das cirurgias feitas extra horário regular passou de 19,3% em 2020 para 32,6% em 2024. Ou seja, se há cinco anos uma em cada dez intervenções cirúrgicas no SNS era feita ao abrigo da produção adicional, atualmente o número aumentou para três em cada dez.

O número de cirurgias em regime de produção adicional tem também registado um crescimento bem acima do crescimento global de cirurgias. Nos últimos cinco anos, o ritmo de crescimento das operações “fora de horas” aumentou a um ritmo 2,4 vezes acima do aumento de cirurgias globais. Só no ano passado, estas intervenções adicionais subiram a um ritmo duas vezes superior ao aumento das cirurgias em produção adicional.

Contudo, o ano passado nem foi o ano mais desigual. Em 2023, enquanto o total de cirurgias aumentou 7,2%, as cirurgias “fora de horas” cresceram 3,4 vezes mais a um ritmo de 24,4%.

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Questionado sobre o montante associados às cirurgias adicionais no SNS, fonte oficial da Direção Executiva do SNS destaca que estas resultam “dos acordos estabelecidos entre os Conselhos de Administração das Unidades Locais de Saúde (ULS) e os respetivos serviços, que contratualizam, nomeadamente, as quantidades de produção a realizar e a percentagem de distribuição pelas equipas envolvidas”.

“Deste modo, os valores e percentagens podem variar entre ULS e entre serviços, sempre dentro dos parâmetros legais previamente definidos”, indica.

Como o ECO explica aqui, as cirurgias “fora de horas” estão previstas no Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC), como mecanismo para reduzir o excesso de doentes em lista de espera. Este sistema abrange toda a atividade cirúrgica programada realizada a utentes do SNS, seja ela efetuada nos hospitais públicos ou nos hospitais privados e do setor social que tenham contratos de convenção ou acordos de cooperação com o SNS para a realização de atividade cirúrgica.

Se o hospital não consegue resolver a situação clínica dentro do prazo (decorrido 75% do tempo de espera admissível predefinido), o utente ou é transferido para outro hospital do SNS – através da emissão de uma nota de transferências – ou procede-se à emissão do tal vale cirurgia para privado/setor social (misericórdias, fundações…) convencionados.

De acordo com dados da Direção Executiva do SNS, o número total de operações ao abrigo do SIGIC ascendeu a 788.340 mil, o que compara com as 716.025 realizadas em 2023 e as 514.000 registadas em 2020. Em 2024, do total, 733.331 intervenções foram feitas no SNS, um número que inclui as PPP (38.093).

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O Ministério Público abriu na terça-feira um inquérito ao caso do dermatologista que terá recebido 51 mil euros em apenas um dia de trabalho no Hospital de Santa Maria, em Lisboa. Na sexta-feira, a CNN revelou que o médico terá recebido 400 mil euros em 10 sábados de trabalho adicional em 2024, tendo um dos dias sido utilizado para retirar lesões benignas aos pais.

A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) também abriu esta segunda-feira um inquérito à atividade cirúrgica adicional realizada no SNS, assim como uma auditoria aos factos relacionados com a atividade cirúrgica realizada em produção adicional e classificação dos doentes em grupos de diagnósticos homogéneos (GDH), no Serviço de Dermatologia da Unidade Local de Santa Maria, desde 2021 até ao momento.

A ministra da Saúde, Ana Paula Martins, já censurou o caso, considerando que “em nada abona na confiança dos portugueses”.

O Governo criou em março um grupo de trabalho temporário para preparar o fim do Sistema Integrado de Gestão de Acesso (SIGA) e do Sistema Integrado de Gestão Inscritos para Cirurgia (SIGIC), substituindo-o pelo Sistema de Informação Nacional de Acesso a Consulta e Cirurgia (SINACC).

No despacho, a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, assinalou que “o modelo atualmente em vigor revela fragilidades que comprometem a resposta do SNS, nomeadamente a fragmentação dos processos, a falta de articulação entre os diferentes níveis de cuidados, a ausência de uma abordagem integrada na gestão das listas de espera e a necessidade de mecanismos mais robustos de monitorização e auditoria”.

Realçou ainda que a implementação do SINACC obrigava a “um processo de transição estruturado”, de modo a assegurar “a continuidade da prestação de cuidados de saúde, a adaptação dos sistemas de informação e a definição de novos procedimentos operacionais em todas as instituições do SNS”.

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Portuguesa BA Glass perde quase 60% dos lucros e fecha fábrica na Grécia

Integração das aquisições no México e Polónia pressiona rentabilidade da gigante nortenha das embalagens de vidro, que parou várias linhas de produção e encerrou uma fábrica nos subúrbios de Atenas.

Os lucros da BA Glass encolheram para 157,2 milhões de euros em 2024, quase 60% abaixo do resultado que tinha obtido ano no anterior, quando regressou em força às compras internacionais com aquisições no México, na Polónia e no Reino Unido.

Com o mercado global das embalagens de vidro em recuperação lenta e a integração das novas operações no estrangeiro a “pesarem negativamente” na rentabilidade, a gigante sediada em Vila Nova de Gaia alcançou um EBITDA de 402 milhões, com uma margem de 26,4%, significativamente abaixo dos 533 milhões (35,7%) em 2023.

Os dados financeiros consultados pelo ECO mostram que no último ano, o primeiro com Tiago Moreira da Silva na presidência executiva – substituiu Sandra Santos no cargo em fevereiro -, estas aquisições apresentaram margens EBITDA inferiores às da “velha” BA Glass e conduziram a custos mais elevados com amortizações e imparidades, baixando a margem de lucro operacional de 26,4% para 15,9%.

A dívida líquida aumentou em 380 milhões no espaço de um ano, com os resultados financeiros a avolumarem as perdas de 22,2 para 34 milhões de euros.

Fonte: BA Glass | Unidade: milhares de euros

O chairman Paulo Azevedo assinala no relatório e contas do ano passado que a BA Glass “batalhou arduamente para encontrar maneiras de lidar com os níveis reduzidos de procura com o objetivo de evitar o fecho de fábricas, reduzir as paragens ao mínimo e encontrar eficiências nos custos para compensar a queda nas margens”.

Apesar dos “enormes esforços e do grande número de iniciativas que as equipas empreenderam, muitas das quais resultaram em conquistas significativas”, o antigo CEO da Sonae, que ocupa desde 2020 o papel de chairman na vidreira, admite que o grupo nortenho “não [conseguiu] atingir os volumes de vendas necessários ou os níveis de rentabilidade desejados”.

Apesar dos enormes esforços e do grande número de iniciativas que as equipas empreenderam, (….) não conseguimos atingir os volumes de vendas necessários ou os níveis de rentabilidade desejados.

Paulo Azevedo

Chairman da BA Glass

Já com o contributo da mexicana Vidrio Formas (participação de 60%) e da unidade de reciclagem de vidro da britânica Recresco, pelas quais pagou 380 milhões de euros, além de uma terceira fábrica na Polónia (Oszesze) comprada à gigante Canpack, a quarta maior produtora mundial de embalagens de vidro registou um ligeiro crescimento homólogo (0,6%) nas vendas consolidadas, para 1.532 milhões de euros.

Esta performance ao nível das vendas assentou na subida da faturação com embalagens de comida e nos segmentos da cerveja — a nova unidade polaca diversificou o negócio na Europa central — e das bebidas espirituosas, em que “fortaleceu a posição no México apesar do declínio da procura no mercado da tequila”.

Num ano que começou com elevados níveis de stocks, a multinacional de origem portuguesa refere que um dos maiores desafios continuou a ser a manutenção das linhas de produção em operação. Pressionada sobretudo pela nova operação no México, que alargou a presença industrial ao continente americano, contabilizou que, pelo segundo ano consecutivo, voltou a reduzir a capacidade produtiva: -4,5% em 2024.

Tiago Moreira da Silva descreve que “a maioria das fábricas enfrentou dificuldades” no arranque do exercício e “as condições de mercado complicaram ainda mais as operações”, o que levou à “paralisação temporária” das linhas de produção em algumas unidades industriais e ao encerramento definitivo da fábrica na Grécia.

Reportagem na Fábrica da BA Glass em Avintes - 17JAN24
As garrafas de vinho representaram 13% da produção total do grupo em 2024Ricardo Castelo/ECO

Situada na localidade de Egaleo, nos subúrbios de Atenas, esta que era a última fábrica de embalagens de vidro no país estava nas mãos da BA Glass desde 2017. Nessa altura, o grupo português pagou cerca de 500 milhões de euros à família Voulgarakis para ficar com o Yioula Group, num negócio que incluiu outras duas unidades na Bulgária (Sofia e Plovdiv) e uma na Roménia (Bucareste).

Segundo relatos na imprensa grega, com o fecho desta fábrica, que Paulo Azevedo diz ter sido um “momento extremamente difícil para todos”, perderam o emprego 140 funcionários permanentes, além de dezenas de contratados a prazo e outros colaboradores externos envolvidos em atividades de transporte e fornecimento.

No relatório e contas, a BA Glass assegura que teve o “máximo cuidado e consideração pelos colaboradores na Grécia, garantindo total transparência e envolvimento durante todo o processo”. Já o encerramento é justificado com a “crise do mercado, aliada ao investimento significativo que seria necessário para modernizar uma instalação com limitações estruturais”.

Precisamos de ser frugais para termos mais hipóteses de lidar com surpresas que podem vir das tarifas, direta ou indiretamente, mas também da escalada da guerra que temos na fronteira da UE.

Tiago Moreira da Silva

CEO da BA Glass

Após ter fechado o último exercício com uma “posição financeira e económica sólida” e “preparada para melhorar a rentabilidade” se se confirmar a recuperação do mercado das embalagens de vidro na Europa e na América do Norte, a BA Glass adverte no mesmo documento que “os desafios pela frente são substanciais”.

“Precisamos de ser frugais para termos mais hipóteses de lidar com surpresas que podem vir das tarifas, direta ou indiretamente, mas também da escalada da guerra que temos na fronteira da UE. É importante sermos conservadores, mas ousados; pacientes, mas reativos; e consequentes nos esforços para melhorar a cada dia”, resume o CEO, que ingressou na empresa em 2008 e comandou as operações na Ibéria e na Europa Central.

Frascos para comida já valem um terço das vendas

Fundada em 1912 como Barbosa & Almeida, Lda. pelos sócios Raul da Silva Barbosa e Domingos de Almeida, e controlada desde 2004 e em partes iguais pelas famílias Silva Domingues e de Carlos Moreira da Silva — uma divisão que aconteceu na sequência de um MBO ao capital da empresa que pertencia ao universo Sonae —, sem a Grécia soma agora 13 fábricas de vidro distribuídas por sete países e ainda cinco unidades de reciclagem em Portugal, Espanha, Reino Unido e México.

Além das três unidades industriais em território nacional (Avintes, Marinha Grande e Venda Nova), tem três na Polónia (Sieraków, Jedlice e Oszesze), duas em Espanha (León e Villafranca de los Barros), duas na Bulgária (Sofia e Plovdiv) e uma na Alemanha (Gardelegen), Roménia (Bucareste) e México (Lerma).

Com vendas registadas em mais de 70 países, durante o ano passado, a BA Glass produziu mais de 11 mil milhões de garrafas e frascos: 34% para comida, 26% para cerveja, 13% para vinho, 13% para refrigerantes e 13% para bebidas espirituosas.

No final de 2024, o grupo dava emprego a tempo inteiro a 4.869 pessoas (vs. 4.107 em 2023) de 40 nacionalidades. Mais de 80% são homens e metade está na empresa há menos de uma década. Um em cada quatro (24%) trabalha em Portugal, sendo a Polónia (20%) o segundo país onde tem mais trabalhadores.

Reportagem na Fábrica da BA Glass em Avintes - 17JAN24
Fábrica da BA Glass em Avintes, Vila Nova de GaiaRicardo Castelo/ECO

Se a estreia no México ficou marcada por interrupções de produção durante todo o ano por causa da “desaceleração da procura” no mercado da tequila e pelo facto de os clientes americanos terem os armazéns cheios dos volumes comprados no ano anterior, a incorporação da Recresco (Nottinghamshire), comprada à família Gent, contribuiu para aumentar em cinco pontos percentuais, para 40,6%, a taxa de incorporação de vidro reciclado na produção de novas garrafas e frascos.

O volume de investimento, que tinha atingido um recorde de 203 milhões de euros em 2023, no ano passado baixou para 178 milhões. Mais de 60% foi aplicado na reconstrução de fornos, sobretudo na Bulgária e em Portugal (Avintes), para reforçar a eficiência das operações e otimizar os consumos energéticos. No campo da inovação, para renovar o portefólio e seguir oportunidades de negócio, desenvolveu 381 novos projetos e duplicou o lançamento de novos modelos (136).

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Ricardo Oliveira: “Ainda há um caminho a percorrer no veículo elétrico para explorar o seu completo potencial”

  • ECO
  • 29 Maio 2025

Ricardo Oliveira é o convidado do 10º episódio do ECO Auto, numa parceria do jornal Eco com o Mundo Automóvel.

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Fundador do World Shopper, tem dedicado o seu percurso profissional a atividades no setor automóvel, nas áreas da consultoria, formação, customer experience com o projeto Viver Elétrico e ao desenvolvimento do estudo 2025 Automotive 360º Vision, procurando prever o futuro da indústria automóvel e da mobilidade com informação objetiva com base nos ensaios aos veículos elétricos.

Ricardo Oliveira mostra os diferentes aspetos das experiências realizadas pela equipa Viver Elétrico, com uma visão estruturada sobre a realidade da transição para a mobilidade elétrica. “Estudamos o fenómeno de um ponto de vista teórico e prático, descendo ao terreno e vendo como o mercado está a evoluir. Tentamos aproximar-nos dos clientes para perceber o impacto das inovações e o seu potencial”.

Destaca o caminho a percorrer com o reaproveitamento e a reciclagem das baterias ao nível do impacto ambiental e a importância de uma área que se dedique à reparação, reutilização e reciclagem das baterias, assim como a implementação do Vehicle-to-grid (V2G), ao nível da questão financeira, assumindo ter dificuldade em ver um futuro próximo que não passe pela via da eletrificação que ainda está em vias de desenvolvimento.

Ricardo Oliveira considera que os principais inibidores do acesso às viaturas elétricas são a autonomia e o preço de aquisição, apesar das vantagens relativamente aos custos de abastecimento e manutenção, sendo o custo de carregamento em casa o mais acessível, conveniente e cómodo. O veículo elétrico é importante para o objetivo da redução das emissões de CO2, mas também de óxidos de azoto e partículas finas que são poluentes importantes nas grandes cidades. Em média, os utilizadores europeus em ambiente urbano percorrem cerca de 80 quilómetros diariamente em zonas urbanas e suburbanas.

Ricardo Oliveira, fundador do World Shopper, consultor e formador na área automóvel, customer experience com o projeto Viver Elétrico, desenvolveu o estudo 2025 Automotive 360º Vision

O Viver Elétrico faz regularmente viagens para diferentes destinos na Europa de modo a avaliar a evolução e eficácia das redes de carregamento tendo em conta que a autonomia e o tempo de viagem, importantes fatores de decisão dos consumidores para a adesão aos veículos elétricos. Considerando, por exemplo, a primeira viagem efetuada num veículo elétrico de Lisboa a Genève em 2017, e a que o Viver elétrico realizou em 2024 para a Alemanha, verifica-se uma considerável evolução, nomeadamente em Espanha, que se atrasou na mobilidade elétrica, mas que hoje já recuperou, ou em França, onde os postos de carregamento têm intervalos inferiores a 100 quilómetros.

Também os tempos de viagem em veículo elétrico e de combustão são hoje praticamente idênticos. Num percurso de 900 quilómetros, entre Paris e S. Sebastien, cumprindo as velocidades, verificou-se uma diferença irrelevante de 16 minutos.

Ricardo Oliveira atribui uma nota positiva à rede portuguesa, bastante capilar em todo o país, com variadas opções de carregamento e em desenvolvimento permanente, não só em Portugal como por toda a Europa. As experiências do Viver Elétrico são feitas sempre exclusivamente com carregamento público e recomendam uma maior utilização de VE por parte das empresas, com vantagens não só para a descarbonização como para os custos operacionais.

O Podcast ECO Auto resulta de uma parceria com o Mundo Automóvel e está disponível no Spotify e na Apple Podcasts.

Também pode assistir ao podcast no vídeo abaixo:

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Tribunal comercial impede Trump de impor tarifas

  • Lusa
  • 29 Maio 2025

Um tribunal comercial federal impediu Trump de impor tarifas invocando uma lei de poderes de emergência, através da qual tem anunciado medidas tarifárias contra parceiros comerciais.

Um tribunal comercial federal impediu na quarta-feira o Presidente norte-americano Donald Trump de impor tarifas invocando uma lei de poderes de emergência, através da qual tem anunciado medidas tarifárias contra a grande maioria dos parceiros comerciais.

A decisão de um painel de três juízes surgiu após vários processos judiciais que alegam que Trump excedeu a sua autoridade, deixou a política comercial dos EUA dependente dos seus caprichos e desencadeou o caos económico. Pelo menos sete processos estão a contestar as tarifas, a peça central da política comercial de Trump, noticiou a agência Associated Press (AP).

As tarifas têm normalmente de ser aprovadas pelo Congresso norte-americano, mas Trump afirma ter o poder de agir porque os défices comerciais do país representam uma emergência nacional. O presidente republicano impôs tarifas à maioria dos países do mundo em determinado momento, o que abalou os mercados.

Os autores dos processos defendem que a Lei dos Poderes Económicos de Emergência Internacional (IEPPA) de 1977 não autoriza a utilização de tarifas. Mesmo que tal acontecesse, o défice comercial não cumpre o requisito legal de que uma emergência seja desencadeada apenas por uma “ameaça invulgar e extraordinária”, defendem ainda.

Os EUA têm um défice comercial com o resto do mundo há 49 anos consecutivos.

Desde que regressou à Casa Branca (presidência), em janeiro, Trump anunciou medidas tarifárias contra a grande maioria dos parceiros comerciais dos Estados Unidos, algumas das quais foram suspensas temporariamente até 09 de julho, devido à reação negativa dos mercados.

As medidas em vigor incluem tarifas de 25% sobre o aço, o alumínio e os seus derivados, 25% sobre os automóveis importados e certas peças automóveis, juntamente com uma tarifa de base de 10% aplicável a todos os seus parceiros comerciais.

Para a União Europeia (UE), esta tarifa de 10% poderá aumentar para 20% após o termo da atual pausa dos Estados Unidos em julho.

Na sequência da imposição dos direitos aduaneiros, os Estados Unidos já celebraram acordos comerciais com o Reino Unido e a China para reduzir as taxas e aumentar o acesso a esses mercados.

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Ventura assume-se como líder da oposição ao “bloco central de interesses”

  • Lusa
  • 28 Maio 2025

O líder do Chega diz que os resultados marcam "uma mudança profunda no sistema político português".

O líder do Chega assumiu-se quarta-feira como líder da oposição ao “bloco central de interesses”, e considerou que o resultado das eleições legislativas de 18 de maio representou uma “mudança profunda no sistema político português”.

É uma grande vitória, é uma vitória que vemos com responsabilidade, mas que sobretudo hoje parece, segundo todos os dados indicam, marcar uma mudança profunda no sistema político português, que é o facto de o Chega se tornar hoje líder da oposição, precisamente com os votos daqueles que tiveram que partir por causa de PS e PSD”, afirmou André Ventura.

O líder do Chega falava aos jornalistas pelas 21:30, à chegada ao hotel em Lisboa onde o partido está reunido para acompanhar a contagem dos votos dos emigrantes, iniciativa que encarou como uma segunda noite eleitoral.

“O Chega será o líder da oposição ao bloco central de interesses”, disse. O líder do Chega indicou também que o partido foi o mais votado nos círculos da Europa e Fora da Europa.

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Comissão anti-corrupção da Eslovénia abre investigação ao primeiro-ministro

  • Lusa
  • 28 Maio 2025

O caso refere-se às férias que o primeiro-ministro passou na Croácia, em 2023, na casa que o empresário Tomaz Subotic.

A Comissão para a Prevenção da Corrupção da Eslovénia, um organismo estatal independente, iniciou uma investigação ao primeiro-ministro, o liberal Robert Golob, por um eventual caso de conflito de interesses.

O caso refere-se às férias que o primeiro-ministro passou na Croácia, em 2023, na casa que o empresário Tomaz Subotic, membro do Movimento Liberdade (GS) de Golob, que na altura foi nomeado pelo governo para dirigir duas importantes instituições de saúde.

Entretanto, Subotic já não dirige as comissões diretivas do hospital psiquiátrico de Liubliana e do de Celje, mas alguns meios sugerem que a sua nomeação poderia estar relacionada com as mencionadas férias gratuitas proporcionadas ao primeiro-ministro.

Em abril, quando o caso foi levado pelos meios, Golob afirmou que as férias e a nomeação não estavam relacionadas e que, pelo contrário, alguém estava a procurar desviar as atenções do público, uma vez que o Executivo estava a preparar uma reforma da saúde.

Quando a comissão anticorrupção decidiu iniciar a investigação, Golob limitou-se a comentar que “dada a publicidade mediática sobre este tema, provavelmente ninguém esperava uma decisão diferente, nem sequer eu”.

No seu comunicado sobre a decisão tomada, a comissão sublinhou que só o processo de investigação posterior vai mostrar se as suspeitas das violações detetadas se confirmarão ou serão refutadas.

A oposição conservadora, por seu lado, considera que Golob já deveria ter assumido a responsabilidade política e apresentado a sua demissão.

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