BA Glass fecha o ano com a aquisição de fábricas na Polónia e Reino Unido

Na reta final de 2023, o grupo português acerta com a gigante Canpack a transferência do negócio de embalagens de vidro e com a família Gent a compra da unidade de reciclagem da britânica Recresco.

Após ter completado em novembro a aquisição da mexicana Vidrio Formas, uma produtora de embalagens de vidro que detém duas fábricas e permitiu a estreia a produzir fora da Europa, a portuguesa BA Glass fecha o ano com mais duas compras internacionais, na Polónia e no Reino Unido.

No Leste europeu, a multinacional sediada em Vila Nova de Gaia, que é controlada pelas famílias de Carlos Moreira da Silva e Silva Domingues, acordou com a gigante Canpack a transferência do negócio das embalagens de vidro. A fábrica de Oszesze vai ser incorporada nas operações do grupo português na Polónia, onde já detém unidades industriais em Sieraków e Jedlice.

Estamos fortemente comprometidos com o mercado polaco desde a nossa entrada em 2012 e esta transação é uma prova disso.

Sandra Santos

CEO da BA Glass

A aquisição da CP Glass, que está pendente das habituais autorizações das autoridades da concorrência e deve ficar concluída durante a primeira metade do ano, é descrita pela CEO como uma “oportunidade de fazer crescer a pegada industrial do grupo na Polónia”. “Estamos fortemente comprometidos com o mercado polaco desde a nossa entrada em 2012 e esta transação é uma prova disso”, atesta Sandra Santos.

Com sede em Cracóvia e englobada na americana Giorgi Global Holdings, a Canpack emprega cerca de 9.000 pessoas e tem operações em 16 países. Especializada sobretudo no fabrico de latas em alumínio e outras embalagens para o setor alimentar, o grupo polaco vai focar os recursos nesses negócios core. Quando à CP Glass, que representava um “forte nicho” no segmento das garrafas de vidro, o CEO, Marius Croitoru, mostra-se “confiante de que as operações e a equipa encontrarão um novo lar com a BA Glass”.

Nova fábrica da BA Glass na Polónia

Da Polónia para o Reino Unido, este que é o quarto maior produtor mundial de embalagens de vidro acaba de acertar com a família Gent a aquisição da unidade de reciclagem de vidro da Recresco Limited, sediada no condado de Nottinghamshire, para “reforçar o compromisso com a mitigação das alterações climáticas”, através da redução da pegada de CO2 e da maior aposta na economia circular.

“A aquisição da Recresco é uma oportunidade extremamente valiosa para aceder a vidro reciclado de alta qualidade, representando um passo significativo em direção ao objetivo de reduzir as emissões em 50% até 2035. Incorporar uma maior percentagem de vidro reciclado nos nossos produtos permitir-nos-á estar mais perto de fechar o ciclo e tornar o vidro no material de embalagem mais sustentável do mundo”, confia Sandra Santos.

Com um volume anual de receitas próximo dos 1.600 milhões de euros e um total de 5.000 funcionários (menos de um terço dos quais em Portugal), a BA Glass vai passar a contar com 15 fábricas de vidro em oito países. Além das três unidades industriais em território nacional (Avintes, Marinha Grande e Venda Nova), tem agora três na Polónia (Sieraków, Jedlice e Oszesze), duas em Espanha (León e Villafranca de los Barros), duas no México (Lerma), duas na Bulgária (Sofia e Plovdiv) e uma na Alemanha (Gardelegen), na Grécia (Atenas) e na Roménia (Bucareste). Já na área da reciclagem soma agora esta unidade britânica às duas ibéricas.

Nos últimos meses, a multinacional nortenha fundada em 1912 como Barbosa e Almeida inaugurou também dois novos fornos com “tecnologia de ponta” para aumentar os volumes de produção de embalagens de vidro mais sustentáveis na fábrica polaca de Sieraków e naquela que tem nas imediações da capital romena.

Sandra Santos, CEO da BA Glass

No exercício de 2022, em que atingiu um novo recorde de vendas para um total de 70 mercados, o histórico grupo industrial português viu a faturação aumentar 40,8% em termos homólogos, mas a rentabilidade baixar 1,9 pontos em comparação com 2021 e 12,7 pontos face a 2020. A margem EBITDA foi de 22,6%, a mais baixa dos últimos 15 anos. No último relatório e contas justificou este declínio com o disparo nos preços da energia e a inflação generalizada que impactou os custos gerais de produção.

A companhia que desde 2020 tem Paulo Azevedo (Sonae) no papel de chairman e no ano passado produziu 11 mil milhões de garrafas e recipientes – comida (31%), cerveja (28%) e vinho (18%) são os segmentos que mais pesam no negócio –, estimou em mais de 300 milhões o aumento verificado nas despesas em 2022, associado sobretudo à energia e às matérias-primas.

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