Portugal volta a pagar menos de 2% por emissão a um ano

O Estado pagou 1,906% para se financiar em 1.000 milhões de euros a um ano, ficando abaixo da última emissão comparável, realizada em maio, estando já a pagar o mesmo que em 2022.

A República regressou esta quarta-feira ao mercado de dívida para se financiar em 1.000 milhões de euros a um ano, ficando assim no limite mínimo do montante indicativo, que se estendia entre 1.000 milhões e 1.250 milhões de euros.

Num leilão promovido esta quarta-feira pela Agência de Gestão de Tesouraria e da Dívida do Estado – IGCP, o Estado pagou por esta emissão 1,906%, realizada através da linha de Bilhetes do Tesouro com maturidade a 17 de julho do próximo ano, que contou com uma procura 2,83 vezes acima da oferta.

O mercado continua numa trajetória descente nas taxas de curto prazo, numa tentativa de antecipação de um corte de taxas em 25 pontos base por parte do Banco Central Europeu, que a acontecer, deverá ser no pós verão”, refere Filipe Silva, diretor de Investimentos do Banco Carregosa.

Na última operação com características semelhantes, realizada a 21 de maio, o Tesouro pagou 1,949% para emitir 900 milhões de euros, tendo contado na altura com uma procura 2,74 vezes acima da oferta.

Além da operação desta quarta-feira ter resultado num preço ligeiramente inferior ao alcançado no último leilão equiparável, foi a segunda vez consecutiva que a República pagou menos de 2% por uma emissão a um ano. É preciso recuar a 2022 para encontrar preços de financiamento da República desta ordem.

Este foi o oitavo leilão de Bilhetes do Tesouro realizado pelo IGCP desde o arranque do ano, tendo até antes da realização desta operação contabilizado cera de 2.000 milhões de euros de emissões líquidas (diferencial entre emissões e resgates) de Bilhetes do Tesouro.

E segundo o programa de financiado da República para o terceiro trimestre, e já contabilizando a emissão de 1.000 milhões de euros da emissão desta quarta-feira, o Tesouro espera realizar até ao final do ano 2.700 milhões de euros de emissões líquidas.

Notícia atualizada às 12h21 com declarações de Filipe Silva

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Ricardo Salgado já tem estatuto de maior acompanhado

O Ministério Público pediu, em outubro, o estatuto de maior acompanhado para Salgado, no âmbito do caso BES/GES, tendo em conta o estado de saúde do ex-banqueiro, que sofre de Alzheimer.

Ricardo Salgado, o ex-homem forte e líder do Banco Espírito Santos (BES), agora arguido em vários processos judiciais, incluindo o do BES/GES, não sabe dizer o seu nome (nem o de familiares diretos), não consegue descrever o que faz durante o dia, nem expressar qualquer necessidade básica, como fome, frio ou calor. Não sabe dizer onde vive, onde está, andar sozinho na rua, orientar-se no tempo, dizer os dias da semana, os meses, estações do ano ou as horas.

Perante este cenário revelado em várias perícias, o tribunal judicial da comarca de Lisboa, do juízo cível de Cascais, decidiu atribuir o estatuto de maior acompanhado a Ricardo Salgado, tendo nomeado como acompanhante a sua mulher, Maria João Salgado. O Tribunal fixou também a data de 1 de janeiro de 2019, como a data em que as medidas de acompanhamento se tornaram convenientes. O Ministério Público (MP) tinha pedido esse mesmo estatuto, em outubro, tendo em conta o estado de saúde do ex-líder do BES – que sofre da doença de Alzheimer em estado avançado – e a forma como decorreu a identificação do ex-banqueiro no primeiro dia de julgamento de um dos mais complexos processos da justiça portuguesa.

Assim, segundo a sentença datada de 8 de Julho deste ano e a que o ECO/Advocatus teve acesso, Ricardo Salgado “encontra-se desorientado na sua pessoa, não sabe dizer a sua idade atual, nem data de nascimento”. Bem como não consegue cozinhar as suas refeições, nem tomar medicamentos, realizar a sua higiene pessoal, escolher a roupa ou vestir-se, fazer compras, executar
tarefas domésticas, marcar ou deslocar-se a consultas médicas. Para tudo isto, precisa de ajuda. Já não consegue assinar (só sabe escrever o seu nome), não reconhece o dinheiro, não é capaz de realizar pagamentos e desconhece o valor económico dos bens, embora consiga efetuar contas simples.

Posto isto, não tem capacidade para gerir os seus rendimentos no dia-a-dia, nem de entender o conteúdo de documentos, mesmo que sejam explicados. “Em consequência da doença que sofre, o beneficiário mostra-se impossibilitado de exercer, plena, pessoal e conscientemente, os seus direitos pessoais de administrar a sua pessoa ou os seus bens, casar, procriar, perfilhar ou adotar;
e cuidar e educar os filhos ou os adotados. Bem como de deslocar-se no país ou no estrangeiro, estabelecer relações com quem entender, elaborar testamento ou elaborar diretiva antecipada de vontade ou procuração de cuidados de saúde”, diz a sentença.

A decisão sublinha ainda que, em 2023, “na sequência de observação médica, registou novamente agravamento significativo do estado de saúde global, nomeadamente, agravamento da memória e outras funções cognitivas, alteração do comportamento, da marcha e desequilíbrio com risco de quedas, episódios de incontinência, perda progressiva de autonomia para realização de
atividades básicas da vida diária (ex: higiene pessoal, alimentação, administração da medicação)”.

E relembra que, na sequência de avaliação neuropsicológica, concluiu-se que Salgado “preenche critérios de diagnóstico de demência de gravidade moderada, mantendo-se, pelas suas características, no contexto da doença de Alzheimer. “Em consequência do que se torna indispensável nomear-lhe alguém que o represente juridicamente nos direitos pessoais e atos da vida corrente de forma permanente, administrando ainda os seus bens”, diz ainda o juíz.

Ricardo Espírito Santo Salgado. TIAGO PETINGA/LUSATIAGO PETINGA/LUSA

O antigo presidente do BES, Ricardo Salgado, é o principal arguido do caso BES/GES e responde em tribunal por 62 crimes, alegadamente praticados entre 2009 e 2014. Entre os crimes imputados contam-se um de associação criminosa, 12 de corrupção ativa no setor privado, 29 de burla qualificada, cinco de infidelidade, um de manipulação de mercado, sete de branqueamento de capitais e sete de falsificação de documentos.

Além de Ricardo Salgado, estão também em julgamento outros 17 arguidos, nomeadamente Amílcar Morais Pires, Manuel Espírito Santo Silva, Isabel Almeida, Machado da Cruz, António Soares, Paulo Ferreira, Pedro Almeida Costa, Cláudia Boal Faria, Nuno Escudeiro, João Martins Pereira, Etienne Cadosch, Michel Creton, Pedro Serra e Pedro Pinto, bem como as sociedades Rio Forte Investments, Espírito Santo Irmãos, SGPS e Eurofin.

A defesa de Ricardo Salgado, em outubro, congratulou-se que o MP tenha “reconhecido a situação” de incapacidade do ex-banqueiro, mas disse que o estatuto de maior acompanhado não resolve o problema. “Não altera nada”, vincou o advogado Francisco Proença de Carvalho, observando que, apesar de o MP ter proposto o estatuto de maior acompanhado para Ricardo Salgado, este “já tem a sua cuidadora informal”, que é a mulher, Maria João Salgado, a qual “é uma pessoa absolutamente essencial” para o seu cliente.

O que é o estatuto de maior acompanhado?

O regime do acompanhamento tem como objetivo “garantir o bem-estar, a recuperação, o pleno exercício dos seus direitos e a observância dos deveres do adulto, focando-se na pessoa e não apenas no seu património”.

Cabe ao tribunal decidir se é adequado o acompanhamento ou não, podendo ser requerido, independentemente de autorização, pelo Ministério Público, mas também pelo próprio ou, mediante autorização deste, pelo cônjuge, pelo unido de facto ou por qualquer parente sucessível. Mas a autorização do beneficiário pode ser retirada pelo tribunal.

Em termos de prazos, o acompanhamento pode ser requerido no decorrer do ano anterior ao da maioridade do beneficiário, para que possa produzir efeitos a partir desta, ou a todo o tempo, na maioridade. “No caso de ser requerido na menoridade, as responsabilidades parentais ou a tutela manter-se-ão até haver decisão transitada em julgado sobre o acompanhamento”, explicam.

Será o acompanhado ou o seu representante legal que escolhem o acompanhamento. Mas, na falta de escolha, o acompanhamento é atribuído à pessoa que melhor proteja o interesse do beneficiário, havendo uma ordem de referência não taxativa. Por norma, o cônjuge, os descendentes e os ascendentes não se podem escusar ou ser exonerados. A lei prevê que pode ser designado mais do que um acompanhante em simultâneo repartindo as funções. “O acompanhante tem o dever de se abster de agir em situação de conflito de interesses com o acompanhado”, referem.

“O acompanhamento deve limitar-se ao mínimo indispensável. Porém, em função de cada caso e independentemente do pedido, pode o tribunal atribuir ao acompanhante as funções associadas aos seguintes regimes: o exercício das responsabilidades parentais ou dos meios de as suprir; a representação geral ou representação especial com indicação expressa das categorias de atos para que seja necessária; a administração total ou parcial de bens; a autorização prévia para a prática de determinados atos ou categoria de atos e intervenções de outro tipo, que estejam devidamente explicitadas”, lê-se.

Entre as funções do acompanhante está o dever de assegurar o bem-estar e a reabilitação do acompanhando, “mantendo de forma permanente o contacto com ele”. No mínimo, as visitas devem ser mensais ou outra periodicidade considerada apropriada pelo tribunal. “O processo de acompanhamento tem natureza urgente e aplica-se-lhe as regras da jurisdição voluntária, com as necessárias adaptações”, explicam.

O pedido efetuado ao Ministério Público deve ser acompanhado de toda a documentação disponível relativamente ao beneficiário e ainda da respetiva família. Quando instaurada pelo Ministério Público, o adulto beneficiário de acompanhamento está isento de custas processuais. O tribunal revê as medidas de acompanhamento de acordo com a periodicidade que constar da sentença e, no mínimo, de cinco em cinco anos.

A primeira sessão de julgamento com Salgado presente, a 15 de outubro de 2024

No dia 15 de outubro, pela manhã, Ricardo Salgado chegava ao Campus de Justiça, em Lisboa. Acompanhado pelos advogados de defesa e pela mulher, Maria João Salgado, que, com o braço, amparava aquele que em tempos foi chamado de homem forte do BES o “Dono Disto Tudo”. O caminho, de pouco mais de 100 metros do carro até à porta do tribunal, foi demorado, custoso e com uma enchente de jornalistas, câmaras de televisão e mesmo um lesado do BES a bloquear a sua passagem. Já só quando estava prestes a chegar à porta do Edifício A do campus é que a polícia, impávida até então, decidiu agir e desimpedir o caminho.

Já dentro da sala de audiências, o arguido foi questionado pela juíza Helena Susano, a juiz presidente do coletivo. Salgado foi identificado e, questionado sobre o nome da sua mãe, respondeu “pode ser”. De seguida disse que foi banqueiro, mas não se recordou do nome da rua onde reside, em Cascais.

A juíza questionou ainda o arguido: “Quer que o julgamento decorra sem a sua presença?”. Repetindo por duas vezes e falando mais alto, insistiu: “Quer estar aqui?”. Maria João Salgado advertiu a magistrada que Ricardo Salgado não compreende o que lhe quer dizer. “Acho que é pacífico que o meu cliente tem a doença que tem. Não podemos fazer mais”, explicou o advogado de defesa, Francisco Proença de Carvalho.

Minutos depois, Francisco Proença de Carvalho pediu à juíza para falar com o seu cliente. Neste momento, perguntou ao seu cliente se queria ficar ou sair. A resposta de Ricardo Salgado foi “sim”. Salgado acabou mesmo por sair da sala de audiência, acompanhado por Maria João Salgado.

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Belga Yonderland investe no Lionesa Business Hub e está a recrutar

A Yonderland, grupo retalhista de artigos outdoor, já tem uma equipa no Lionesa Business Hub, em Matosinhos, a trabalhar no desenvolvimento de software. E está a recrutar mais talento.

Lionesa Business Hub (LBH)10 março, 2025

A belga Yonderland, “um dos maiores grupos retalhistas europeus” de artigos outdoor, acaba de se instalar em Portugal com a abertura do primeiro escritório dedicado ao desenvolvimento de software no Lionesa Business Hub (LBH), em Leça do Balio (Matosinhos), num investimento de 50 mil euros. E está a recrutar mais colaboradores com perfis tecnológicos para este novo espaço.

Com sede na Bélgica e com experiência de venda de artigos para atividades ao ar livre, a retalhista “vem reforçar o posicionamento do centro [da Lionesa] como um polo de inovação, talento e crescimento empresarial, poucos meses depois da instalação da Manpower Group e da criação do espaço Lionesa Flex by Maleo“, assinala ao ECO/Local Online Eduarda Pinto, diretora executiva do LBH.

A localização privilegiada com proximidade ao aeroporto, a facilidade de acessos e a oferta de infraestruturas de apoio deste centro empresarial convenceram o grupo a instalar-se com este espaço dedicado ao ramo tecnológico, segundo detalha Eduarda Pinto.

Vem reforçar o posicionamento do centro [da Lionesa] como um polo de inovação, talento e crescimento empresarial, poucos meses depois da instalação da Manpower Group e da criação do espaço Lionesa Flex by Maleo.

Eduarda Pinto

Diretora executiva do Lionesa Business Hub (LBH)

Com reconhecidas marcas no portfólio, como A.S. Adventure, Cotswold Outdoor ou Runners Need, a retalhista já tem uma equipa de 21 colaboradores a trabalhar no desenvolvimento de software interno do grupo, num escritório do centro empresarial de Leça do Balio. A empresa encontra-se a recrutar mais talento com perfil tecnológico no âmbito da sua estratégia de expansão da operação em território nacional.

Segundo o grupo Lionesa, a Yonderland conta com uma estrutura global de mais do que 100 profissionais na área tecnológica na Bélgica, Países Baixos e Reino Unido. E gere mais de 190 lojas na Bélgica, Luxemburgo, França, Reino Unido, República da Irlanda e Países Baixos.

O Lionesa Business Hub, onde trabalham mais de 7.000 profissionais de 47 nacionalidades, soma assim mais uma empresa de referência que se junta a outras de renome como a FedEx, Oracle ou a gigante dinamarquesa Vestas.

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Mota-Engil, Teixeira Duarte e espanhóis na corrida à construção da linha Violeta do Metro de Lisboa

Mota-Engil, Teixeira Duarte e FCC Construcción lideram consórcios para a construção do metro ligeiro de superfície entre Odivelas e Loures. MasterStylo também concorre.

O Metropolitano de Lisboa recebeu quatro propostas para a construção, fornecimento de veículos e manutenção do metro ligeiro de superfície Odivelas Loures, conhecido como linha Violeta.

A Mota-Engil, Zagope e Spie Batignolles concorrem em consórcio e vão enfrentar um agrupamento português composto por seis empresas: Teixeira Duarte, Casais, Tecnovia, EPOS, Somafel e Jayme da Costa, informa o Metro de Lisboa. As propostas submetidas no concurso público foram abertas esta terça-feira.

A espanhola FCC Construcción surge à frente de um consórcio que integra a ainda a Contratas y Ventas, a Comsa, a Comsa Instalaciones Y Sistemas Industriales e o Fergrupo – Construções Técnicas e Ferroviárias.

Por fim foi recebida também uma proposta da MasterStylo – Eletricidade e Telecomunicações, Lda.

O concurso tem um valor de 600 milhões de euros, mais 150,2 milhões do que o anterior, que acabou por ser anulado. O reforço de 28% foi aprovado pelo Conselho de Ministros em março. Àquele montante somam-se 77,5 milhões de euros destinados aos custos com expropriações e assessorias ao projeto.

Além da construção da infraestrutura do sistema de metro ligeiro, o concurso inclui o fornecimento de 12 veículos Light Rail Vehicle bidirecionais, num montante máximo de 60 milhões de euros, e a manutenção da linha e das carruagens durante três anos.

O prazo de conclusão da obra foi adiado para 2029. Na resolução de Conselho de Ministros que lançou a obra, em novembro de 2023, previa-se que o sistema de transporte estivesse operacional até ao final de 2026, estendendo-se para 2027 algumas obras complementares.

A Linha Violeta, com 11,5 km de extensão, contempla 17 estações e um parque de material e oficinais. No concelho de Loures serão construídas nove estações que servirão as freguesias de Loures, Santo António dos Cavaleiros e Frielas, numa extensão de cerca de 6,4 km.

O concelho de Odivelas terá oito estações que servirão as freguesias de Póvoa de Santo Adrião e Olival de Basto, Odivelas, Ramada e Caneças, numa extensão total de cerca de 5,1 km. As estações terão diferentes tipologias, sendo 12 de superfície, três subterrâneas e duas em trincheira.

O Metro de Lisboa estima que utilizem a linha cerca de 9,5 milhões de passageiros no primeiro ano, retirando cerca 3,8 milhões de viaturas individuais e 4,1 mil toneladas de CO2. O metro de superfície ligará a estação de Odivelas ao Hospital Beatriz Angelo em 9,5 minutos e ao Infantado em 16,5 minutos.

O projeto da Linha Violeta do Metro de Lisboa tem tido uma vida difícil. O primeiro concurso foi cancelado em novembro de 2024, depois da Mota-Engil e a Zagope terem apresentado propostas acima do valor base, “numa média de cerca de 28%”.

O atraso no projeto levou ainda a que fosse colocado fora do PRR. Segundo o Ministério das Infraestruturas, o financiamento passará a ser assegurado pelo “Banco Europeu de Investimento e pelo reforço da componente nacional do financiamento, através do Orçamento de Estado e do Fundo Ambiental”.

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Bruxelas em vias de fechar orçamento de 1,717 biliões de euros para a UE

  • Joana Abrantes Gomes
  • 16 Julho 2025

O valor, para os sete anos a partir de 2028, representará um aumento em relação aos 1,2 biliões de euros orçamentados para 2021-2027, caso fique confirmado.

A Comissão Europeia está em vias de fechar o valor final da proposta de orçamento da União Europeia (UE), que será anunciada na tarde desta quarta-feira. Segundo o Politico, deverão ser 1,717 biliões de euros para o período de 2028 a 2034, um aumento face aos 1,2 biliões de euros que vigoraram a partir de 2021 a preços correntes.

Quatro altos funcionários e diplomatas da UE alertaram que o número ainda pode sofrer alterações, depois de as negociações no seio do Colégio de Comissários se terem prolongado até ao final da noite de terça-feira. Os 27 membros da Comissão reúnem-se ainda esta manhã para a aprovação final antes da apresentação da proposta, prevista para as 16 horas (hora de Lisboa).

Caso o valor orçamentado no Quadro Financeiro Plurianual (QFP) para 2028-2034 seja efetivamente de 1,717 biliões de euros, isso significa que a despesa total irá aumentar para 1,23% do Rendimento Nacional Bruto (RNB) nos sete anos a partir de 2028, em comparação com cerca de 1,1% no período atual.

No entanto, países como a Alemanha já se mostraram contra este aumento, o que faz prever que o valor orçamentado deverá baixar antes de os 27 Estados-membros darem a sua aprovação final (por unanimidade) antes do final de 2027, quando devem terminar as negociações entre os governos nacionais e o Parlamento Europeu.

Tudo indica que o QFP para 2028-2034 vai abranger cortes no financiamento da Política Agrícola Comum (PAC) e da Coesão, para financiar novas prioridades como a Defesa e a Inovação, e um aumento das contribuições dos Estados-membros.

A presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, terá uma tarefa difícil pela frente. Além de enfrentar reservas por parte da maior economia da UE, a França, que é a segunda maior economia e que enfrenta um défice e uma dívida pública crescentes, também não está disposta a aumentar as suas contribuições para o orçamento europeu — ainda na terça-feira, o primeiro-ministro francês, François Bayrou, anunciou um orçamento nacional para poupar 43,8 mil milhões de euros, tendo sido imediatamente ameaçado de ser derrubado pelo Parlamento, como lembra o Politico.

Para o “modelo social europeu e a qualidade de vida”, o Executivo comunitário deverá afetar 946 mil milhões de euros, valor que poderá incluir verbas para a Coesão e a PAC, que representam atualmente dois terços do orçamento da UE.

Ainda de acordo com o Politico, a Comissão propõe 522 mil milhões de euros para a “competitividade, prosperidade e segurança”; 190 mil milhões de euros para a “Europa Global”, que inclui a ajuda ao desenvolvimento e a assistência aos países vizinhos; 107 mil milhões de euros para cobrir os salários dos funcionários da UE; e um fundo extraorçamental para a Ucrânia num valor de 88 mil milhões de euros ao longo dos próximos sete anos.

Por outro lado, irá propor três novos impostos destinados aos resíduos elétricos, aos produtos do tabaco e às empresas da UE com um volume de negócios superior a 50 milhões de euros, a fim de reembolsar a dívida comum pós-pandemia de Covid-19. Prevê-se que os reembolsos custem entre 25 e 30 mil milhões de euros por ano a partir de 2028.

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Negociar com PS ou com Chega? Carneiro avisa Montenegro de que “vai ter que se decidir”

  • Lusa
  • 16 Julho 2025

Se Luís Montenegro mantiver as posições como na sexta-feira passada, "isso significa uma rutura com o Partido Socialista", avisou o líder socialista.

O líder socialista avisou que o primeiro-ministro tem que escolher com quem negoceia e que o PS “nunca pode ser colocado ao nível” do Chega, alertando que haverá uma rutura com posições iguais às da lei dos estrangeiros.

“Nunca o PS pode ser colocado ao nível de um partido que atenta contra os valores democráticos e se o primeiro-ministro não é capaz de distinguir essa representação política e social, então o primeiro-ministro não está habilitado para definir e defender o interesse nacional”, respondeu José Luís Carneiro aos jornalistas à saída da reunião da Comissão Política Nacional do PS, que hoje se reuniu em Lisboa.

Na opinião do líder do PS, se Luís Montenegro mantiver as posições como na sexta-feira passada, “isso significa uma rutura com o Partido Socialista”.

“O primeiro-ministro tem que decidir com quem quer construir as soluções de Estado, as soluções de soberania e o primeiro-ministro tem que ter consciência histórica e tem que ter memória do que significa o Partido Socialista, do que significa o PPD e do que significa o CDS”.

Segundo o socialista, estes “são os partidos que construíram as liberdades, os direitos e as garantias fundamentais” e “criar quaisquer dúvidas sobre esta matéria significa que o primeiro-ministro não está à altura das responsabilidades que está a desempenhar”.

Para José Luís Carneiro, “o primeiro-ministro vai ter que se decidir sobre aquilo que quer fazer”.

“Eu admito que ainda tenha espaço de recuo, mas vai ter que explicar ao Parlamento qual foi o princípio de acordo que o líder do Chega referiu há dias quando saía de uma reunião com o primeiro-ministro. Em que é que consiste esse princípio de acordo? Quais são os termos desse princípio de acordo? Quem tem que responder a isto é o primeiro-ministro”, desafiou.

Sobre a polémica com as demolições de barracas em Loures, o líder do PS reiterou o que já tinha dito na tarde de terça-feira em Beja e também à agência Lusa. Nesse dia, José Luís Carneiro afirmou compreender as dificuldades das autarquias que se deparam com construções precárias, mas pediu soluções equilibradas “com humanismo e sensibilidade social” na resolução dos diferendos.

Quanto à reunião deste órgão do PS, José Luís Carneiro concluiu que “o Governo está a fracassar em todas as suas prioridades políticas”, como na saúde, na educação, na política de rendimento e na política económica.

“E por outro lado, a ideia de que o Governo cometeu um grave erro, cujos impactos ainda estão por avaliar na aliança que fez com o Chega a propósito das leis da nacionalidade e da lei de estrangeiros”, condenou, considerando que a AD “caiu nesta matéria nos braços do Chega”.

Sobre a carta que enviou ao primeiro-ministro sobre a Defesa, o líder do PS referiu que “o primeiro-ministro não respondeu a nenhuma das questões que foram colocadas”.

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EDP estreia-se no TikTok e lança nova campanha

  • + M
  • 16 Julho 2025

Tiago Teotónio Pereira, Inês Herédia e João Manzarra juntam-se a João Baião, para mostrar que "a EDP tem muito mais para dar". A criatividade é da Nossa e o planeamento da Wavemaker.

A EDP estreou-se no TikTok com o canal oficial. Trata-se de dar início a uma nova fase da sua comunicação digital, com conteúdos que pretendem refletir uma marca mais atual, criativa e próxima das novas gerações, explica a companhia. O canal estreou com a participação de João Baião, integrada na recente campanha “Há mais energia quando se paga menos”, que destaca a competitividade dos preços da EDP Comercial.

Direcionados ao público nacional, os conteúdos do TikTok serão produzidos em Portugal e adaptados à linguagem e tendências próprias da plataforma, explica a EDP. “Esta presença tem como objetivo aproximar a marca de novas audiências e fortalecer a ligação com os mais jovens”, aponta.

Na nova campanha, a João Baião juntam-se Tiago Teotónio Pereira, Inês Herédia e João Manzarra. A campanha pretende explicar porque é que “A EDP tem muito mais para dar” ao destacar soluções como a mobilidade elétrica, a assistência técnica, e a energia solar, representadas por estes três novos protagonistas, prossegue a marca.

A campanha tem a duração de três semanas e estará presente nos principais canais de televisão, nas rádios, nas redes de mupis por todo o país, no digital, nas redes sociais e nas Lojas da EDP Comercial. O conceito criativo foi desenvolvido pela Nossa, a campanha foi produzida e realizada pela Casper Films e o planeamento de meios ficou a cargo da agência de meios Wavemaker.

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Mediacoach, a plataforma de análise técnica baseada em dados da LaLiga, passa a chamar-se Sportian Performance

  • Servimedia
  • 16 Julho 2025

Após quase 15 anos liderar a análise avançada no futebol profissional, a Mediacoach, plataforma de vídeo e dados de jogos, inicia uma nova etapa. A partir de hoje, chama-se Sportian Performance.

Após mais de uma década de inovação no futebol espanhol, a plataforma utilizada por todos os clubes da LaLiga para revolucionar a análise técnica baseada em dados inicia uma nova etapa após um período de notável sucesso que inclui 16 títulos europeus.

Conforme informado pela LaLiga nesta terça-feira, após quase 15 anos liderando a análise avançada no futebol profissional, a Mediacoach, plataforma de vídeo e dados de jogos, inicia uma nova etapa. A partir de hoje, passa a chamar-se Sportian Performance.

Esta transição responde à evolução constante do projeto e à sólida aliança estratégica entre a LaLiga e a Sportian, a divisão desportiva da Globant, que nas últimas temporadas tem trabalhado em conjunto com a competição e os clubes para potenciar a plataforma.

Criada na temporada 2010/11 como uma iniciativa pioneira da LaLiga, a Mediacoach consolidou-se como um pilar da análise de desempenho no futebol espanhol. Transformou a forma como os clubes se preparam, competem e evoluem, dotando as equipas técnicas de ferramentas avançadas de rastreamento, visualização tática e análise de vídeo em tempo real.

Durante este período, as equipas espanholas desenvolveram uma abordagem inovadora baseada em dados para a preparação física e tática. Como prova do seu impacto no futebol global, os utilizadores da plataforma conquistaram 16 títulos europeus, num ciclo de sucesso sem precedentes no futebol moderno.

Sob o seu novo nome, a Sportian Performance manterá todas as funcionalidades que a tornaram uma ferramenta indispensável para os clubes, ao mesmo tempo que incorporará novos módulos e soluções que permitirão continuar avançando na análise de dados aplicada ao desempenho.

Desde câmaras táticas e sistemas de revisão de vídeo até visualizações de dados de última geração, a Sportian Performance reúne numa única plataforma as soluções-chave para o alto desempenho. Atualmente, é capaz de capturar mais de 3,5 milhões de dados por jogo, gerar mais de 6.400 métricas únicas e contribuir para a produção de mais de 112.000 relatórios analíticos a cada temporada.

A Sportian assumirá o desenvolvimento e a evolução da plataforma juntamente com o novo departamento Football Intelligence & Performance da LaLiga, trabalhando em estreita colaboração com os 42 clubes da competição. Esta equipa continuará a prestar apoio contínuo e a organizar sessões de trabalho com os clubes para apresentar novas funcionalidades, reforçando assim o compromisso da LaLiga com o acesso equitativo, rigoroso e da mais alta qualidade às soluções tecnológicas.

Esta mudança de nome marca não só uma renovação de identidade, mas também uma reafirmação do compromisso com o futuro do futebol: um futuro impulsionado pela inovação, pela ciência e pelos dados como motores da evolução do jogo.

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INEM deu apenas quatro dias para operadores garantirem helitransporte de emergência

  • ECO
  • 16 Julho 2025

Em junho, numa consulta ao mercado lançada a uma sexta-feira à tarde, o INEM deu apenas quatro dias para operadores garantirem helitransporte de emergência.

Numa sexta-feira à tarde, às 14h50 do dia 6 de junho, o INEM decidiu fazer uma consulta ao mercado “por imperiosa urgência e necessidade”, contactando 14 empresas para saber se tinham como assegurar a operação de helitransporte médico de emergência por um período máximo de quatro meses.

Ao abrigo dessa consulta, o instituto dava apenas quatro dias úteis aos operadores para reunirem os meios necessários e tê-los prontos a funcionar em menos de um mês, no dia 1 de julho. Segundo o Público, que avançou a notícia, nessa altura já se adivinhava que a Gulf Med — a empresa maltesa que venceu em março o concurso público internacional para assumir a operação, apesar de não ter helicópteros nem pilotos — não iria ser capaz de ter a operação montada na data programada.

Nesse curto prazo de quatro dias, seria praticamente impossível a qualquer operador reunir os meios técnicos e humanos. Foi o que alegou uma das empresas, pedindo pelo menos “cinco a seis meses” para poder “responder favoravelmente”. Outra disse “aguardar a aprovação do licenciamento necessário”. A Avincis, que já assegurava o serviço há mais de uma década, mostrou-se disponível, mas só se o ajuste direto fosse por “um período mínimo de 24 meses”.

O Público nota também que a própria Gulf Med mostrou-se capaz de ceder três a quatro helicópteros, ainda que de forma progressiva e num regime de 12 horas, mediante contrato de curta duração. Assim, acabou por ser novamente a escolhida, por ajuste direto, para prestar este serviço, apesar de já ter vencido o concurso público internacional por 77,4 milhões de euros. Cada uma destas aeronaves custa 11.300 euros por dia. Como é sabido, perante as dificuldades, o INEM acabou também por pedir o auxílio da Força Aérea.

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KKR prevê que bolsa europeia tenha desempenho melhor que norte-americana e por mais tempo do que o previsto

  • Servimedia
  • 16 Julho 2025

As diferenças de avaliação entre os EUA e a Europa estão perto de máximos históricos, justamente quando «a história europeia pode estar a mudar para melhor».

A empresa global de investimentos KKR publicou o seu relatório semestral, no qual reafirma a sua visão otimista sobre os mercados globais e destaca que as ações europeias podem superar as americanas por mais tempo do que o previsto pelo consenso.

De acordo com a equipa liderada por Henry McVey, CIO da KKR e Diretor de Balanço e Diretor de Macroeconomia Global e Alocação de Ativos (GMAA), as diferenças de avaliação entre os EUA e a Europa estão perto de máximos históricos, justamente quando «a história europeia pode estar a mudar para melhor».

Entre os fatores que sustentam esta visão destacam-se um euro mais forte, maiores gastos com defesa e infraestruturas, interesse sustentado em energias renováveis face aos elevados custos energéticos, mercados de capitais mais profundos e menores restrições transfronteiriças.

A KKR acredita que estes elementos podem gerar uma mudança estrutural mais sólida do que o mercado antecipa, com potencial especial em ações de defesa e bancos europeus.

O relatório, intitulado «Crie a sua própria sorte», também sublinha que, apesar de um início de ano turbulento, o ciclo atual poderá prolongar-se graças às condições financeiras atrativas, à flexibilização monetária global, às melhorias contínuas na produtividade e à baixa emissão líquida de ativos de risco (OPVs, high yield, empréstimos alavancados).

Além disso, a KKR destaca que o ciclo de produtividade atual se assemelha ao dos anos 90, o que poderia impulsionar os mercados além do esperado. Da mesma forma, eles apontam que o capital privado continuará se destacando, graças à dispersão e ao controle operacional; e que as oportunidades de investimento em infraestruturas por parte de investidores privados estão a crescer graças à transição energética e às restrições fiscais aos gastos públicos.

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MHRE fecha a maior transação da sua história com a venda do Fairmont La Hacienda por 175 milhões

  • Servimedia
  • 16 Julho 2025

A venda também inclui 47 moradias e instalações como spa e área de bem-estar e terá um efeito positivo nas contas da MHRE de cerca de 6,7 milhões de euros.

A MHRE, uma sociedade imobiliária especializada em hotéis de luxo, aprovou na sua Assembleia Geral Extraordinária de Acionistas a venda do complexo hoteleiro Fairmont La Hacienda e dos seus campos de golfe em San Roque à gestora de investimentos imobiliários Activum SG por 175 milhões.

De acordo com um comunicado da empresa, trata-se da maior operação na história da socimi e representa um marco importante na sua estratégia de consolidar uma carteira especializada em hotéis de luxo e ultraluxo nas zonas mais privilegiadas do país. A venda também inclui 47 moradias e instalações como spa e área de bem-estar e terá um efeito positivo nas contas da MHRE de cerca de 6,7 milhões de euros.

Desde que a operação foi anunciada, no passado dia 16 de junho, os títulos da MHRE têm vindo a subir, atingindo máximos nos últimos dias, ultrapassando os 3,50 euros, e acumulando uma valorização de cerca de 30% desde o início do ano.

A empresa também aprovou a distribuição de um dividendo com base na sobretaxa de emissão de 1,44 euros por ação (167,5 milhões de euros), como parte da estratégia da socimi para gerar valor para o acionista. Segundo a empresa, está previsto o pagamento deste dividendo extraordinário no mês de agosto. Quando isso acontecer, somado ao pago em 11 de julho passado, a remuneração total aos acionistas por parte da MHRE este ano terá sido de 1,55 euros por ação.

PIPELINE

Na assembleia anual da SOCIMI, realizada no passado dia 30 de junho, a empresa dirigida por Borja Escalada anunciou que dispõe de um pipeline de 500 milhões para projetos futuros que permitam consolidar e ampliar a sua presença no segmento do grande luxo. Atualmente, conta com oito dos seus dez ativos em operação, ficando pendente a abertura dos hotéis Nobu e Nomade, ambos em Madrid, prevista para 2026.

A empresa encerrou 2024 com números recorde em lucros (11,2 milhões) e receitas (26,4 milhões, um aumento de 19%), decorrentes da melhoria da atividade hoteleira, do aumento do valor dos seus ativos e da rotação daqueles que considera «não estratégicos».

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Carlos III, Autónoma, Alfonso X e IE University, universidades que lideram a integração da tecnologia em Madrid, segundo o Instituto Coordenadas

  • Servimedia
  • 16 Julho 2025

As universidades têm de adaptar permanentemente a sua oferta formativa para responder ao surgimento de novas profissões e à necessidade de incorporar competências digitais à formação dos alunos.

A Universidade Carlos III (UC3M), a Universidade Autónoma de Madrid (UAM), a Universidade Alfonso X el Sabio (UAX) e a IE University lideram a integração da tecnologia no ensino superior da Comunidade de Madrid, com importantes contribuições para a formação em tecnologias como a Inteligência Artificial, o desenvolvimento de competências digitais dos futuros profissionais e a criação de ambientes de inovação e cooperação entre universidades e empresas, de acordo com uma análise do grupo de especialistas do Instituto Coordenadas de Gobernanza y Economía Aplicada (ICGEA), que examinou a oferta universitária e formativa da região.

Eles apontam que, à medida que o mercado de trabalho muda como consequência da aplicação de novas tecnologias ao âmbito profissional, as universidades se encontram na conjuntura de adaptar permanentemente a sua oferta formativa e os seus modelos para responder ao surgimento de novas profissões e à necessidade de incorporar competências digitais à formação dos universitários.

«A Comunidade de Madrid está a consolidar-se como um polo educativo de referência para as novas gerações de profissionais graças à integração da tecnologia no próprio modelo de ensino superior que está a promover. Um modelo integral que combina investimentos estratégicos em infraestrutura digital, a criação de centros de inovação em inteligência artificial, o fomento da investigação básica e aplicada, com o apoio à formação de talentos em STEM e tecnologias emergentes, bem como no desenvolvimento de competências digitais para os profissionais que se formam na região», acrescentam.

Eles afirmam que essas iniciativas envolvem todo o ecossistema universitário da Comunidade de Madrid, composto por 17 instituições públicas e privadas, que reúne a maior comunidade de estudantes da Espanha e uma das maiores da Europa, com mais de 300.000 alunos. «Embora as universidades Carlos III (UC3M), Autónoma de Madrid (UAM), IE University e a Universidade Alfonso X el Sabio (UAX) se destaquem, juntamente com a Universidade Complutense de Madrid e a UNIE, pelas iniciativas que lançaram nos últimos meses», acrescentam.

«O impacto que a tecnologia está a ter em todos os domínios da sociedade contemporânea não pode ser alheio à universidade, nem como centros de investigação e formação de futuros profissionais, nem como instituições fundamentais na formação de uma sociedade adequadamente capacitada para enfrentar as mudanças e perturbações que vão surgindo. Não se trata apenas de adquirir conhecimentos, mas de desenvolver uma maturidade e capacidade de pensamento crítico que permita impulsionar e aproveitar as novas conjunturas e os desafios que virão. Neste contexto, a Comunidade de Madrid está muito bem posicionada precisamente pela rápida reação das suas universidades, que estão a ser um motor de mudança no ensino superior da região», afirma Jesús Sánchez Lambás, vice-presidente executivo do Instituto Coordenadas.

UNIVERSIDADES

Entre as 17 instituições de ensino superior sediadas na Comunidade de Madrid, o Instituto Coordenadas destaca seis «pela sua contribuição para o desenvolvimento de espaços de inovação e metodologias que incorporam a formação em tecnologias emergentes na própria formação dos estudantes».

Universidade Carlos III de Madrid (UC3M): «Tem uma intensa atividade inovadora para impulsionar a formação em torno da tecnologia e das novas competências digitais. Entre as suas iniciativas destacam-se a Cátedra de Economia de Dados e IA Aplicada em colaboração com a Universia-Banco Santander, ou o Living Lab de Tecnologias Assistivas e Inteligência Artificial, um espaço que procura desenvolver tecnologias para ajudar no diagnóstico, monitorização e interação homem-máquina para os cuidados de saúde. O programa «inic-IA-tivas» promove boas práticas docentes sobre inteligência artificial generativa e oferece ferramentas, experiências docentes e exemplos para facilitar o uso ético dessas tecnologias», afirma o Instituto Coordenadas.

Universidade Autónoma de Madrid (UAM): «A UAM também desenvolveu iniciativas para promover a formação e o desenvolvimento de conhecimento em torno da IA. É o caso da Cátedra ERIA (Empregabilidade e Responsabilidade em IA), criada em colaboração com a Microsoft e a Founderz e centrada no uso ético e responsável da IA. Também criou um guia para professores e alunos sobre o uso formativo da IA, abordando planeamento, avaliação e ética. Juntamente com estas iniciativas, destaca-se a sua participação no Instituto de Engenharia do Conhecimento ou no Centro Nacional de Neurotecnologia».

Universidade Alfonso X el Sabio: «A UAX implementou uma estratégia para integrar a formação em IA em todos os seus cursos, com uma abordagem prática e alinhada com o seu conceito de tecnologia com propósito. Além do desenvolvimento de projetos práticos com aplicação de IA, tanto professores como alunos receberam formação certificada em prompting, com o objetivo de impulsionar a sua empregabilidade no mercado de trabalho atual e futuro. Criou o Observatório do Impacto da Tecnologia nas Profissões para analisar como a tecnologia está a transformar o mercado de trabalho. Como parte deste observatório, a UAX publicou dois guias de utilização da IA para professores e alunos e um livro de boas práticas de IA na sala de aula».

IE University: «Trata-se de uma instituição com amplo reconhecimento internacional em matéria de inovação. Entre as iniciativas que promoveu estão a formação de professores e alunos através de cursos especializados em IA para desenvolver competências digitais essenciais, com ênfase no uso ético da tecnologia e no pensamento crítico. Conta também com a Cátedra UNESCO em Ética e Governação da IA, que aborda os desafios éticos e sociais da IA e, em conjunto com a IBM, criou o programa Pier 17 para gerar protótipos tecnológicos avançados e consolidar Madrid como um centro de inteligência artificial na Europa».

Universidade Complutense de Madrid (UCM): «A Universidade Complutense lançou várias iniciativas, entre as quais se destacam os projetos INNOVA, de inovação docente para incorporar ferramentas digitais e metodologias ativas nos modelos de formação. Além disso, introduziu sessões para debater e analisar o impacto da IA nos processos de avaliação universitária nos seus cursos de verão».

UNIE: «Esta universidade lançou o Nex-IA, um centro de inovação e desenvolvimento especializado em inteligência artificial e tecnologias emergentes que procura promover a colaboração entre universidades, empresas tecnológicas e startups, contando com diversos programas de formação e diplomas na matéria».

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