“Uso indevido” de documentos por Álvaro Sobrinho enviado ao MP

  • Lusa
  • 15 Novembro 2024

Em abril de 2024, o IRN deteta que Álvaro Sobrinho, embora tendo renunciado à nacionalidade portuguesa em 1984, "renovou, consecutivamente, documentos de identificação, até 2020”.

O inquérito do Instituto dos Registos e Notariado (IRN) concluiu que “uma combinação de falha humana com falha técnica” impediu detetar o “uso indevido” de documentos nacionais por Álvaro Sobrinho e o processo foi enviado ao Ministério Público.

As conclusões foram divulgadas esta sexta-feira, em comunicado pelo Ministério da Justiça (MJ), depois de a ministra da tutela, Rita Alarcão Júdice, ter anunciado um inquérito na sequência de uma investigação da SIC, que revelou que o ex-banqueiro angolano, investigado em Portugal, nomeadamente no processo do BES Angola (BESA), teria apresentado documentos portugueses mesmo após a renúncia à nacionalidade, que se concretizou em 1984.

Segundo o comunicado do MJ, para além do envio do processo ao MP, foi ainda decidida pelo IRN a revisão de todos os processos de renúncia de nacionalidade dos últimos anos. O IRN decidiu “acionar de imediato um ‘procedimento de verificação das perdas de nacionalidade’ dos últimos anos, tendo sido detetados 37 cartões de cidadão e 23 passaportes indevidamente ativos, já cancelados, estando os visados a ser notificados desse cancelamento.

Ainda segundo o comunicado do MJ, o uso de documentos portugueses por Álvaro Sobrinho foi detetado pelo IRN em abril de 2024. “Em abril de 2024, o IRN deteta que o cidadão Álvaro Sobrinho, embora tendo renunciado à nacionalidade portuguesa, renovou, consecutivamente, documentos de identificação, até 2020”, lê-se no comunicado do MJ, que especifica que a renúncia à nacionalidade se concretizou em outubro de 1984, sucedendo-se pedidos de renovação declarando nacionalidade portuguesa entre 1989 e 2020.

Segundo a cronologia revelada no comunicado, quando em abril deste ano o IRN “deteta uso indevido dos documentos, cancela o cartão de cidadão e o passaporte e alerta as autoridades”. Em maio “notifica o cidadão [Álvaro Sobrinho] do cancelamento e inutilização dos documentos”, que em agosto “são apreendidos, pelas autoridades, no aeroporto Humberto Delgado e enviados ao IRN”.

“Não se apurou se foi ou não recolhido o Bilhete de Identidade, quando foi concedida a renúncia da nacionalidade há 40 anos. Na renovação feita em 1989, mediante apresentação da cédula pessoal, o cidadão declarou ter nacionalidade portuguesa. Os documentos foram sendo sucessivamente renovados”, explicou o MJ.

Segundo acrescenta o mesmo comunicado, “em 2011, em pleno processo de informatização dos serviços de identificação, um erro impediu a atualização do campo ‘nacionalidade’, ainda que no texto do averbamento conste a perda de nacionalidade”, concluindo-se assim que “uma combinação de falha humana com erro informático não permitiu ao IRN detetar a perda de nacionalidade em tempo”.

Explicações adicionais do MJ à Lusa indicam que a falha detetada em abril pelo IRN não foi comunicada nem à tutela política nem às autoridades, nomeadamente o MP, “porque a direção superior do IRN não foi informada”. Segundo as explicações do MJ, “o funcionário que detetou a falha avisou os serviços centrais de identificação”, que por sua vez comunicaram “às autoridades policiais, mas não informaram a direção superior”.

O funcionário limitou-se a seguir o protocolo estabelecido para o efeito, “não fazendo qualquer distinção” por se tratar de Álvaro Sobrinho. O MJ explicou ainda que não decorre, por isso, qualquer responsabilidade disciplinar ou criminal para o IRN, acrescentando que a existir qualquer responsabilidade disciplinar seria sempre para o funcionário que há 40 anos não se assegurou da entrega dos documentos de identificação quando se concretizou a renúncia da nacionalidade.

O comunicado do MJ sobre as conclusões do inquérito adianta ainda que na sequência deste caso foi pedido ao Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça (IGFEJ) “as correções necessárias aos processos de validação de dados e melhorias na interoperabilidade nas comunicações entre serviços”.

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OE2025. Partidos voltam a bater recorde com mais de 2.100 propostas de alteração

  • Lusa
  • 15 Novembro 2024

No ano passado, os partidos entregarem 1.864 propostas de alteração. Opartido que apresentou mais alterações foi o Chega, com 637 propostas de alteração, seguido pelo PCP, com 510 propostas.

Os partidos com assento parlamentar entregaram 2.123 propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2025 (OE2025), voltando assim a bater o recorde de alterações ao documento, sendo que terminou esta sexta-feira o prazo.

No ano passado, tinha-se estabelecido um recorde, com os partidos a entregarem 1.864 propostas de alteração. Este ano, os deputados voltaram a atingir um novo máximo, com 2.123 propostas de alteração.

Segundo as propostas que já deram entrada no parlamento até às 20:30, o prazo definido, o partido que apresentou mais alterações foi o Chega, com 637 propostas de alteração, seguido pelo PCP, com 510 propostas, e o Bloco de Esquerda, com 301. Deram entrada no parlamento 251 propostas do Livre, 238 do PAN, 79 da Iniciativa Liberal, 41 do PS e 66 dos partidos que apoiam o Governo, PSD e CDS.

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Projetos de construção de casas impedidos de ter IVA à taxa reduzida de 6%

Afinal, o Governo não vai poder alargar a taxa mínima quer aplicar à construção e reabilitação de habitação, porque a Diretiva europeia do imposto não o permite, revelou o ministro das Finanças.

O Governo não vai poder alargar a taxa de IVA reduzida, de 6%, a projetos de construção e reabilitação de casas, porque a diretiva europeia do imposto não o permite, anunciou esta sexta-feira o ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, no Parlamento, no âmbito da apreciação na especialidade do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025).

O Executivo inscreveu, na proposta de OE2025, um pedido de autorização legislativa para baixar o IVA da construção e reabilitação de habitação para a taxa mínima de 6% em obras que não apenas a “custos controlados” que já beneficia desse alívio fiscal. Não será uma descida geral do IVA na construção, mas o Governo não dá detalhes concretos sobre os critérios que irá definir. Ao ECO, a secretária de Estado da Habitação, Patrícia Gonçalves, afirmou que o Governo estava “a estudar o alargamento do IVA a 6% para os projetos” que são taxados a 23%.

Questionado pelos deputados se o Governo sempre iria alargar a taxa de IVA a 6% aos projetos, caso o pedido de autorização legislativa fosse aprovada, Joaquim Miranda Sarmento revelou que há “sempre a limitação da diretiva do IVA quanto ao que pode ser abrangido e, no caso dos projetos, não permite que tenham taxa reduzida”.

No articulado da proposta entregue nesta quinta-feira na Assembleia da República, existe um pedido de autorização legislativa para que o Governo fique “autorizado a proceder à alteração da verba 2.18 da Lista I anexa ao Código do IVA, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 394-B/84, de 26 de dezembro, na sua redação atual”. Mas os projetos vão ter de ficar de fora desta medida.

A nova diretiva comunitária sobre o IVA tem de ser transposta até ao final do ano. No conselho de ministros desta semana, o Governo já aprovou a proposta de lei que verte no ordenamento jurídico o novo diploma. Em causa está a lei comunitária 2006/112/CE, que tem de ser transposta por todos os Estados-membros da União Europeia e que permite alargar as isenções do IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado) a sete categorias de produtos, designadamente medicamentos, alimentação e bebidas, exceto as que contenham álcool, tal como o ECO noticiou. Mantém-se, no entanto, o limite máximo de 24 grupos de bens ou serviços com taxas reduzidas ou zero.

A grande novidade deste diploma é a possibilidade de os Estados-membros poderem aplicar uma terceira taxa reduzida abaixo de 5%, o que antes não era permitido, além de duas acima desse limiar que, em Portugal, são de 13% e 6%, e de alargar a mais bens as isenções. A União Europeia avançou com esta alteração em 2022 e os países puderam aplicá-la logo, mesmo antes de ser vertida na letra da lei nacional, para dar resposta à crise pandémica e inflacionista. Foi abrigo desta exceção que o Governo de António Costa implementou temporariamente o IVA zero para um cabaz de 46 bens alimentares essenciais durante nove meses, entre abril de 2023 e 4 de janeiro de 2024.

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Esta é a chave do Euromilhões. Jackpot sobe para 154 milhões de euros

  • ECO
  • 15 Novembro 2024

O jackpot desta sexta-feira ronda os 154 milhões de euros, depois de não terem sido registados vencedores do primeiro prémio no sorteio anterior.

Com um primeiro prémio no valor de 154 milhões de euros, decorreu esta sexta-feira mais um sorteio do Euromilhões. O valor do jackpot voltou a subir depois de não ter havido vencedores do primeiro prémio no sorteio anterior.

Veja a chave vencedora do sorteio desta sexta-feira, 15 de novembro :

Números: 7, 8, 34, 39 e 44

Estrelas: 2 e 6

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PS quer isenção permanente de comissões no reembolso antecipado do crédito da casa

Isenção das comissões dos reembolsos antecipados do crédito à habitação termina em 2024. Partido Socialista propõe para a especialidade do Orçamento o fim definitivo desta cobrança pelos bancos.

O Partido Socialista quer isentar de forma permanente as comissões pagas aos bancos no reembolso antecipado do crédito à habitação. A medida faz parte do pacote de propostas de alteração ao Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) entregue pelos socialistas esta sexta-feira na Assembleia da República.

A isenção de comissão da amortização antecipada do crédito à habitação está em vigor até ao final deste ano, mas o grupo parlamentar do PS quer que se torne definitiva. A medida surgiu de forma temporária em 2022, para ajudar as famílias a mitigar o impacto do aumento das taxas de juro do Banco Central Europeu (BCE) e da inflação, mas foi sendo prorrogada.

Caso o Parlamento não aprove a medida, os mutuários que amortizem o crédito antes do prazo previsto, seja de forma parcial ou total, vão voltar a pagar o valor da comissão. O regime dos contratos de crédito à habitação prevê que o valor da comissão a pagar pelo consumidor nos casos de reembolso antecipado parcial ou total, consta clara e expressamente do contrato e não pode ser superior a 0,5 % a aplicar sobre o capital que é reembolsado no caso de ocorrer num período em que é aplicável o regime de taxa variável ou 2% a aplicar sobre o capital que é reembolsado na taxa fixa.

“Não tendo havido uma decisão nesse sentido por parte do Governo da AD [Aliança Democrática], o grupo parlamentar do PS propõe isentar de comissões, a permanente, as operações de reembolso antecipado dos contratos de crédito à habitação”, pode ler-se na proposta.

O PS argumenta que “a manutenção, a título definitivo, da suspensão temporária da exigibilidade da comissão de reembolso antecipado se afigura uma medida importante, tendo aliás o próprio Banco de Portugal manifestado ser favorável à continuidade desta suspensão“. Os socialistas justificam que “os dados divulgados pelo Banco de Portugal mostram que um número significativo de mutuários tem optado pelo reembolso antecipado do crédito à habitação”.

De acordo com dados do regulador bancário, em 2023, o número de reembolsos antecipados subiu 74,4% em relação a 2022, e o montante total amortizado cresceu 64,6%. Em 2023, foram, assim, realizados 247.601 reembolsos antecipados (parciais ou totais) no crédito à habitação, com um montante global de 11,2 mil milhões de euros.

A proposta inicial entregue pelo PS sobre esta matéria previa a prorrogação da isenção de comissões em 2025, mas horas depois o grupo parlamentar substituiu o texto de forma a propor o fim permanente da cobrança pelos bancos.

(Notícia atualizada no dia 16 de novembro, às 13h43, após o PS ter substituído a proposta inicial por uma outra que prevê a isenção permanente e não apenas em 2025)

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Pinhel recebe feira para promover vinhos da Beira Interior

  • ECO
  • 15 Novembro 2024

Pinhel, município com uma das maiores adegas cooperativas do país, reúne até domingo 50 produtores regionais de vinho, mel e azeite. A iniciativa pretende promover a marca da Beira Interior.

Pinhel recebe, entre esta sexta-feira e domingo, a nona edição do Beira Interior – Vinhos & Sabores. O evento conta com 50 expositores de produtos regionais, metade dos quais ligados ao vinho, mas também das fileiras do mel e azeite.

O município de Pinhel aponta “a importância deste certame para a afirmação dos vinhos da Beira Interior, mas também para a afirmação da região e para a sua atratividade”, refere o autarca, Rui Ventura, em comunicado . “A promoção territorial assenta na valorização do património, mas também da gastronomia e naturalmente dos vinhos associados a uma determinada região”, acrescenta.

Esta iniciativa visa promover os produtos da região e a marca Beira Interior, através da oportunidade de ligação entre produtores e consumidores. No evento haverá provas de vinhos, degustações de produtos regionais, showcookings, um seminário dedicado ao tema da internacionalização e animação musical, a entrega de prémios do concurso de vinhos “Escolha da Imprensa” e a entrega dos diplomas do curso de escanção.

Pinhel, de acordo com os dados fornecidos pela autarquia ao ECO/Local Online, insere-se numa subregião vitivinícola com sete mil hectares de área de vinha, sendo que quatro mil hectares se encontram no concelho de Pinhel.

O concelho tem vindo a apostar neste setor com plantação de vinhas e reestruturação e reconversão da vinha. Este ano a produção de uva atingiu os 18 milhões de quilos.

Alguns produtores e engarrafadores da região que o município destaca são: Agrodaze, Vinhos e Agropecuária (produtor do vinho Aforista), André Galante (Pândego), Carlos Gama (Quinta do Marechal), Casa Agrícola Cova da Raposa, Casa Agrícola Metello de Nápoles, José Madeira Afonso (Casas Altas) e a Sociedade Agropecuária Baraças Irmãos Unidos (Baraças Wines)

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Portugal o 71.º país mais poluidor, aeroporto de Lisboa lidera nas emissões

  • Lusa
  • 15 Novembro 2024

No mapa de Portugal continental as grandes zonas de emissões ficam todas junto ao mar mas destacam-se duas, a refinaria da Galp em Sines e o aeroporto Humberto Delgado em Lisboa.

Portugal é o 71.º país mais poluidor do mundo, numa lista com 250 países e territórios do mundo, na qual a China aparece como o mais poluidor e as ilhas Pitcairn (britânicas) as menos. Os valores fazem parte da última análise mundial das emissões de gases com efeito de estufa (GEE) elaborada pela Climate Trace, uma organização fundada pelo antigo vice-Presidente dos Estados Unidos Al Gore, que hoje os divulgou em Baku, Azerbaijão, no âmbito da cimeira da ONU sobre o clima, COP19, que aí decorre.

No ano passado estava na posição 72, tendo oscilado nesta década entre os lugares 71 e 72. A emissão de GEE no mundo ultrapassa os 61 mil milhões de toneladas métricas, estando a China no primeiro lugar mas largamente à frente, com 17 mil milhões, seguindo-se os Estados Unidos, com mais de seis mil milhões, e depois a Índia com quase quatro mil milhões.

Nas contas da organização as 86 milhões de toneladas de Portugal (as contas nacionais indicam menos) colocam o país melhor posicionado do que a Suécia ou a Grécia, mas pior classificado do que, por exemplo, a Hungria, a Dinamarca, a Suíça ou a Islândia, que tem apenas nove milhões de toneladas.

Por distritos os que emitiram mais GEE este ano são Lisboa e Porto, quase 12 milhões de toneladas a capital e nove o Porto, com os restantes variando sensivelmente entre seis e dois, como Beja. Destoa Setúbal, com 9,7 milhões de toneladas de CO2 especialmente devido à refinaria de Sines.

No mapa de Portugal continental as grandes zonas de emissões ficam todas junto ao mar mas destacam-se duas, a refinaria da Galp em Sines e o aeroporto Humberto Delgado em Lisboa. Segundo os dados, o aeroporto da Portela emitiu no ano passado 3,35 milhões de toneladas de CO2 e este ano já vai nas 3,48 milhões de toneladas.

O aeroporto internacional é a estrutura mais poluente do país e as emissões não param de subir. Segundo a página 1,45 milhões de toneladas em 2021, 2,86 milhões em 2022 (quando ultrapassou a Galp) e 3,35 no ano passado e 3,48 este ano. Ao contrário, a refinaria da Galp em Sines registou uma descida nos últimos dois anos. Em 2021 emitiu 2,25 milhões de toneladas, no ano seguinte passou para 2,40 e em 2023 e 2024 chegou só a 2,19.

O Porto de Sines aparece em terceiro lugar como o setor que mais emite CO2, 1,19 milhões de toneladas este ano e numa trajetória de subida desde 2021. Em quarto lugar, com 964 mil toneladas de CO2 surgem as Carnes Landeiro, em Barcelos, e depois com 947 mil a Central Termoelétrica do Ribatejo, no Carregado. A fábrica de cimento da Cimpor em Souselas, perto e Coimbra, com quase 893 mil toneladas este ano, fica no sexto lugar.

Em termos globais os dados concluem que as cidades da Ásia e dos Estados Unidos são as que mais emitem GEE. Utilizando observações terrestres e por satélite, complementadas por inteligência artificial “para colmatar as lacunas”, a organização Climate Trace procurou quantificar o dióxido de carbono, o metano e o óxido nitroso, que retêm o calor, bem como outros poluentes atmosféricos tradicionais a nível mundial.

A poluição total da Terra por dióxido de carbono e metano aumentou 0,7% para 61,2 mil milhões de toneladas métricas, tendo o metano aumentado 0,2%. “Os números são mais elevados do que os de outros conjuntos de dados porque temos uma cobertura abrangente e observámos mais emissões em mais setores”, disse Gavin McCormick, cofundador da Climate Trace.

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AD propõe prorrogar benefícios fiscais para novas empresas da Zona Franca da Madeira

Aliança Democrática avança com proposta de alteração ao Orçamento do Estado para prorrogar o regime fiscal preferencial da Zona Franca da Madeira para novas empresas.

A Aliança Democrática (AD) quer prorrogar o regime fiscal preferencial da Zona Franca da Madeira durante mais dois anos. A proposta faz parte do pacote que os sociais-democratas entregaram esta sexta-feira no Parlamento no âmbito da especialidade do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025).

Na proposta orçamental, o Governo não fez menção à prorrogação do regime, o que significava que a partir de 1 de janeiro de 2025, as novas empresas que se estabelecessem na offshore da Zona Franca da Madeira passariam a ser tributadas à taxa geral de IRC da Região Autónoma, atualmente fixada em 14,7%, em vez dos 5% que vigoram atualmente. Isto porque o atual regime é aplicável às entidades licenciadas para operar na Zona Franca da Madeira até 31.12.2024 e produz efeitos até 31.12.2028.

No entanto, tal como tradicionalmente a medida surge na especialidade do Orçamento. A proposta do PSD e CDS, os dois partidos que suportam o Governo, prevê a prorrogação “por dois anos, ou seja, até 31.12.2026, o prazo para licenciamento de novas entidades”, estendo-se assim “a produção de efeitos do regime até 31.12.2033”.

O regime fiscal da Zona Franca da Madeira há vários anos que tem estado debaixo do ‘fogo’ de Bruxelas. Em dezembro de 2020, a Comissão Europeia declarou ilegal a forma como Portugal executou o chamado “regime III” da Zona Franca da Madeira. Entre 2007 e 2014, as empresas licenciadas na Zona Franca da Madeira puderam usufruir de uma tributação de IRC mais baixa sobre os seus lucros entre 2007 e 2020 (com taxas de 3% de 2007 a 2009, de 4% de 2010 a 2012, e de 5% de 2013 a 2020). Este incentivo estava previsto na lei mas pressupunha o cumprimento de uma série de condições.

Segundo a equipa de técnicos da Comissão Europeia liderada na altura por Margrethe Vestager, o regime fiscal preferencial aplicado na Zona Franca da Madeira ou Centro Internacional de Negócios da Madeira (CINM), tal como aplicado por Portugal, não estava em conformidade com as decisões da Comissão de 2007 e 2013, nem com as orientações relativas aos auxílios estatais com finalidade regional para o período 2007-2013.

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Tarifas de Trump seriam um “retrocesso histórico”, diz Xi Jinping

  • Lusa
  • 15 Novembro 2024

A "globalização económica enfrenta sérios desafios" face à "expansão do unilateralismo e do protecionismo", disse ainda o presidente chinês, Xi Jinping.

O Presidente chinês, Xi Jinping, considerou esta sexta-feira como um “retrocesso histórico” a ameaça do futuro governante norte-americano Donald Trump de impor tarifas às importações do gigante asiático, tal como aconteceu durante o seu primeiro mandato presidencial na Casa Branca.

“Bloquear a cooperação económica sob vários pretextos e dividir um mundo interdependente representa um retrocesso histórico”, de acordo com um discurso escrito por Xi e proferido hoje pelo ministro chinês do Comércio, Wang Wentao, no Fórum de Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), em Lima, citado pela agência Bloomberg.

Para Pequim, “o mundo entrou num novo período de turbulência e mudança” e a “globalização económica enfrenta sérios desafios” face à “expansão do unilateralismo e do protecionismo”, bem como à “intensificação da fragmentação da economia mundial”. Neste discurso foi afirmada a “total confiança” no cumprimento do objetivo de crescimento da China para 2024 (cerca de 5%), depois de os dados de outubro terem mostrado que a economia começou a recuperar após a implementação de medidas de estímulo.

Relativamente às nações emergentes do chamado Sul Global, Xi Jinping apelou a que estes países tenham uma voz mais ativa nos assuntos mundiais e que todos gozem de direitos e oportunidades iguais no seu desenvolvimento, cita ainda a agência Bloomberg. “Temos de orientar o desenvolvimento da globalização económica na direção certa e abandonar o velho caminho em que alguns países exercem a hegemonia”, considerou o responsável chinês, que defendeu ainda a necessidade de “impulsionar a globalização económica para desencadear mais efeitos positivos e entrar numa nova fase que seja mais dinâmica, mais inclusiva e mais sustentável”.

Quando Xi Jinping felicitou Trump pela vitória nas eleições presidenciais norte-americanas do passado dia 05 de novembro apelou a um entendimento entre os dois países, após anos de tensões bilaterais, informou na ocasião a imprensa oficial. “Uma relação sino-americana estável, saudável e duradoura está em conformidade com os interesses comuns dos dois países e com as expectativas da comunidade internacional”, sublinhou Xi.

Donald Trump e a rival democrata Kamala Harris prometeram durante a campanha eleitoral conter a ascensão da China, tendo o republicano prometido impor taxas de 60% sobre todos os produtos chineses que entram nos Estados Unidos da América (EUA). Washington e Pequim devem “reforçar o diálogo e a comunicação, gerir adequadamente as suas diferenças, desenvolver uma cooperação mutuamente benéfica e encontrar a forma correta de a China e os Estados Unidos se entenderem nesta nova era, para benefício de ambos os países e do mundo”, acrescentou o governante chinês.

Xi Jinping e Donald Trump já se encontraram quatro vezes e o futuro Presidente dos EUA, que assumirá funções em janeiro de 2025, gabou-se recentemente da sua “relação muito forte” com o líder chinês. Mas a vitória de Donald Trump abre um período de incerteza para as relações económicas sino-americanas, que foram fortemente abaladas durante o primeiro mandato do republicano na Casa Branca (2017-2021), quando este desencadeou uma guerra comercial e tecnológica contra Pequim.

A China já está a braços com uma recuperação difícil pós-pandemia covid-19, sobrecarregada por fracos níveis de consumo interno e uma grave crise imobiliária, com muitos promotores endividados e preços a cair a pique nos últimos anos. Muitos analistas acreditam que a vitória de Donald Trump poderá levar os dirigentes chineses a aplicar um programa de reformas, nomeadamente para compensar as futuras taxas aduaneiras prometidas pelo líder republicano.

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Rússia interrompe fornecimento de gás à Áustria

  • Lusa
  • 15 Novembro 2024

“A Rússia está mais uma vez a usar a energia como uma arma”, reagiu a ministra austríaca do Ambiente e da Energia. Gazprom corta o gás este sábado.

A Rússia vai deixar de fornecer gás à Áustria a partir de sábado, anunciou o grupo austríaco de petróleo e gás OMV, na sequência de um litígio judicial com a empresa estatal russa Gazprom.

A OMV disse, esta sexta-feira, que a Gazprom informou que as entregas de gás seriam interrompidas a partir de sábado, decisão que coloca um fim a quase seis décadas de dependência energética por parte da Áustria, que ainda este Verão importou 90% do seu gás da Rússia, parte dele através da Ucrânia.

“A Rússia está mais uma vez a usar a energia como uma arma”, reagiu a ministra austríaca do Ambiente e da Energia, Leonore Gewessler, na rede social X. “A Áustria prepara-se há muito tempo para esta situação”, acrescentou a ministra, explicando que o fornecimento de energia à população está garantido, com tanques de armazenamento cheios, com a capacidade oferecida pelos gasodutos de Itália e da vizinha Alemanha.

Sendo a primeira empresa ocidental a assinar um contrato energético com a União Soviética em 1968, a OMV multiplicou as suas fontes de abastecimento desde o início do conflito na Ucrânia. Esta decisão da Gazprom foi tomada em reação ao anúncio feito na quarta-feira pela OMV de uma sentença arbitral que lhe confere o direito de reclamar 230 milhões de euros como compensação por problemas de abastecimento passados.

A empresa – detida em quase um terço pelo Estado austríaco – disse que já aguardava uma deterioração da sua relação contratual com a Gazprom Export, incluindo uma eventual interrupção do fornecimento de gás.

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Conversa Scholz-Putin abriu “caixa de Pandora”, diz Zelensky

  • Lusa
  • 15 Novembro 2024

A chamada "abre a caixa de Pandora. Agora pode haver outras conversas e chamadas telefónicas", disse o presidente da Ucrânia, que acrescenta que assim Putin "mitiga o seu isolamento".

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, criticou esta sexta-feira o telefonema do chanceler alemão, Olaf Scholz, a Vladimir Putin, por considerar que abriu “a caixa de Pandora” e terá como único efeito diminuir o isolamento do líder russo. “O chanceler Scholz disse-me que tinha a intenção de ligar para Putin. A sua chamada, na minha opinião, abre a caixa de Pandora. Agora pode haver outras conversas e chamadas telefónicas. São meras palavras”, disse no seu tradicional discurso noturno à população.

“E isto é exatamente o que Putin procura há muito tempo. É fundamental para ele mitigar o seu isolamento, assim como o isolamento da Rússia, e manter meras conversas que não levarão a lugar nenhum. Há décadas que faz isso”, enfatizou Zelensky. O Presidente ucraniano afirmou que isso permitiu à Rússia evitar qualquer mudança nas suas políticas, “o que, em última análise, levou a esta guerra”.

Em comunicado, o porta-voz da diplomacia ucraniana, Georgy Tykhy, denunciou também que “as conversas com o ditador russo, por si só, não acrescentam qualquer valor para alcançar uma paz justa”, apelando antes a “ações concretas e fortes que o obriguem a fazer a paz, e não à persuasão e às tentativas de apaziguamento”.

Durante a chamada telefónica, o Presidente russo disse ao chanceler alemão que a proposta de paz para a Ucrânia deverá ter em conta “novas realidades territoriais”, exigindo que Kiev abdique das regiões ocupadas por Moscovo. A proposta de paz de junho passado inclui a retirada das tropas ucranianas do Donbass e do sul do país, e ainda a renúncia de Kiev à adesão à NATO.

“Os potenciais acordos devem ter em conta os interesses de segurança da Federação Russa, basear-se em novas realidades territoriais e, acima de tudo, abordar as causas profundas do conflito”, refere um comunicado do Kremlin que resume as observações de Vladimir Putin na conversa com Olaf Scholz.

O primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, congratulou-se com o facto de Olaf Scholz ter transmitido a Putin que nada poderia ser decidido sobre a Ucrânia sem a participação de Kiev. “Recebi um telefonema do chanceler Scholz que me relatou a sua conversa com Vladimir Putin. Fiquei satisfeito por saber que o chanceler não só condenou inequivocamente a agressão russa, como também reiterou a posição polaca: nada sobre a Ucrânia sem a Ucrânia”, escreveu Donald Tusk na rede social X (antigo Twitter).

Naquela que foi a primeira conversa telefónica entre os dois líderes em quase dois anos, Scholz instou Putin a retirar as tropas da Ucrânia e a negociar com Kiev, indicou hoje o Governo alemão num comunicado. O chanceler apelou a Putin para demonstrar “vontade de encetar negociações com a Ucrânia, com vista a uma paz justa e duradoura” e sublinhou “o compromisso inabalável da União Europeia (UE) com a Ucrânia”, acrescentou a chancelaria.

Desde o início da invasão russa da Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022, a Alemanha tem sido o segundo maior fornecedor de armas a Kiev, a seguir aos Estados Unidos. A conversa telefónica ocorre num momento muito difícil para a Ucrânia, que se prepara para viver o seu terceiro inverno sob fogo da Rússia, com grande parte das suas infraestruturas energéticas danificadas ou totalmente destruídas.

Com a vitória do ex-presidente e candidato republicano Donald Trump nas eleições presidenciais norte-americanas, coloca-se a questão da continuidade da ajuda dos Estados Unidos, que tem permitido à Ucrânia resistir às tropas russas desde fevereiro de 2022.

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S&P eleva rating do banco BPI para ‘A-‘

  • ECO
  • 15 Novembro 2024

A agência norte-americana subiu a notação do BPI, um dia depois de ter elevado o rating do acionista CaixaBank.

A Standard & Poor’s (S&P) subiu o rating de longo prazo do BPI de ‘BBB+’ para ‘A-‘, com perspetiva estável. O banco informou esta sexta-feira o mercado que a decisão surgiu “na sequência da subida de rating do seu acionista CaixaBank, ontem anunciada”, lê-se no comunicado publicado no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

“Sendo uma subsidiária altamente estratégica do CaixaBank”, segundo uma nota da S&P, o BPI fica ainda assim um nível abaixo da notação da casa-mãe (‘A’). Para os próximos 18-24 meses, é “muito improvável” uma nova subida do rating, a não ser que o BPI se torne um elemento core para o CaixaBank ou a notação do banco espanhol suba, tal como o rating de Portugal.

A S&P afirma mesmo que o rating do país “funciona como uma restrição” ou um “limite máximo” na avaliação do banco, uma vez que no hipotético cenário de um incumprimento soberano, o BPI “poderia não receber um apoio suficiente e atempado da sua empresa-mãe para absorver o efeito que tal cenário adverso”.

A agência norte-americana lembra, no entanto, que o rating de Portugal tem perspetiva “positiva” e a S&P admite uma “potencial subida” se a dívida pública continuar a cair.

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