Diretores escolares defendem que “solução mais prudente” é regresso às provas em papel

Filinto Lima admite que ainda "poderá haver tempo" para que as provas possam ser feitas em papel e diz-se especialmente "preocupado" com as "provas finais de Matemática e Português de 9.º ano".

O presidente da Associação Nacional dos Diretores de Escolas e Agrupamentos defende que os exames nacionais de 9.º ano, que se realizem este ano, devem ser feitos em papel. Para Filinto Lima, a curto prazo esta “é a solução mais prudente”, admitindo ainda que “no próximo ano” se possa avançar com “a transição digital” prevista.

“A solução mais prudente, que não irá correr riscos, é a de voltar ao sistema de papel e esferográfica“, afirmou o representante dos diretores escolares, em declarações transmitidas pela RTP3, à saída da reunião com o ministro da Educação, Fernando Alexandre.

Esta é a primeira vez que o novo ministro reúne com representantes do setor e acontece numa altura em que sindicatos, diretores e encarregados de educação se têm manifestado preocupados com a falta de condições para a realização de provas em formato digital, apelando ao regresso das provas em papel.

Para Filinto Lima, a implementação das provas digitais já este ano letivo representa uma quebra “princípio de equidade e igualdade”, dado que há “muitos alunos usaram computador durante o ano, mas também há alguns que não usaram até porque alguns deles estão avariados”, denuncia, defendendo ainda a contratação de um técnico informático para cada escola.

O representante dos diretores admite que ainda “poderá haver tempo” para que as provas possam ser feitas em papel e diz-se especialmente “preocupado” com as “provas finais de Matemática e Português de 9.º ano”, dado que estas, ao contrário das provas de aferição 2.º, 5.º e 8.º anos (que já no ano passado foram realizadas em formato digital), contam para a nota dos alunos.

É um exame, um momento solene. Os nossos alunos têm que ter todas as condições para que o instrumento de trabalho não seja mais um constrangimento, para além dos nervos que eles levam”, justifica Filinto Lima, saudando o facto de o ministro ouvir os diversos representantes do setor antes de tomar uma decisão.

Mas isso não implica não dar “o passo” para o digital. O representante admite que para o “próximo ano” se possa “avançar para a transição digital”. “Foi algo que o anterior governo trouxe para as escolas e queremos continuar”, assegura.

Esta segunda-feira da parte da manhã o ministro da Educação, Ciência e Inovação tinha dito que está a avaliar o formato da realização das provas escolares, mas vincou que a transição digital “é um desígnio” do novo Governo. “Seguramente iremos ter a validação ou não” da decisão “durante esta semana”, rematou Filinto Lima.

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Espanhola Concentra compra mediadora de seguros Portinsurance

O grupo espanhol, participado pela BlackFin, acaba de adquirir a Portinsurance. Junta esta às corretoras Melior e à Median e reforça a posição como uma das maiores da mediação de seguros em Portugal.

O grupo segurador espanhol Concentra anunciou a fusão com a mediadora de seguros Portinsurance confirmando “os planos de expansão da organização no mercado ibérico, reforçando a sua posição no top 10 dos maiores grupos de mediação do mercado português”.

José Luis Ocón, CEO da Concentra, está muito entusiasmado com a fusão com a Portinsurance no perímetro de atividade, afirmando que conheceu em primeira mão as oportunidades de colaboração e o potencial da equipa.

Segundo a empresa, a partir de agora as operações do Grupo Concentra em Portugal serão desenvolvidas sob uma estratégia, equipa e marca independentes, bem diferenciadas, com a Portinsurance e agentes exclusivos, a Melior com o negócio corporate e a Median com a área internacional.

A Concentra adquiriu em 2021 a corretora Melior, que em 2022 faturou 5,64 milhões de euros e, no ano passado, juntou a corretora Median com 1,34 milhões em volume de negócios. Agora compra a Portinsurance que, com 3,94 milhões de euros de negócios em 2022, foi a 8ª maior agente de seguros no ranking ECO Agentes.

Com 11 milhões de negócios em conjunto, o grupo Concentra passa assim a ser o 7º maior grupo distribuidor em Portugal, depois da MDS, Sabseg, AON, Marsh, Verlingue e WTW e está no top 5 da distribuição ibérica independente com cerca de 125 milhões de euros de faturação. Ainda em 2022, o Grupo Concentra foi adquirido a 70% por um Fundo da gestora BlackFin.

A Concentra segue três linhas de negócios, sendo a de retalho a mais volumosa através da Gescobert, Segurfer e UBL Brokers em Espanha, para além das agora três portuguesas. Tem a Hispania, como wholesaler e como agência de subscrição no mercado Lloyd’s, e a Concentra Garantias, direcionada para a cobertura de reparações de veículos usados.

O presidente executivo do Grupo Concentra, Javier López-Linares, afirma que “a fusão da equipa da Portinsurance posiciona o nosso grupo no top 5 do ranking de grupos de corretores independentes na Península Ibérica, em linha com os nossos objetivos estratégicos. Estamos muito satisfeitos por juntar o talento de todos os profissionais que compõem a empresa”.

José Dantas e Daniel Tabanez que, em conjunto com Vicente Domingos, foram os fundadores da Portinsurance, comentam que “a organização necessitava de apoio para avançar para o próximo nível, estamos satisfeitos por nos juntarmos ao Grupo Concentra, confiantes de que pertencer a esta organização nos trará grandes oportunidades, tanto para a nossa equipa como para os nossos clientes. Estamos agora prontos para unir as nossas forças e continuar a prestar o melhor serviço”.

José Luis Ocón, CEO do Grupo Concentra afirmou: “toda a nossa equipa está muito entusiasmada com a fusão com a Portinsurance no nosso perímetro de atividade, tendo conhecido em primeira mão as oportunidades de colaboração e o potencial desta nova equipa”, concluiu.

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Caso gémeas: Marcelo reitera que MP considerou que documentação estava em segredo de justiça

  • Lusa
  • 8 Abril 2024

“O Ministério Público enviou uma carta em que diz que os documentos eram integrados no processo que está em segredo de justiça. Está escrito”, declarou o Presidente da República.

O chefe de Estado reiterou esta segunda-feira que o Ministério Público considerou estar em segredo de justiça a documentação da Presidência da República sobre o caso das gémeas luso-brasileiras a quem foi administrado em Portugal o medicamento Zolgensma. “O Ministério Público enviou uma carta em que diz que os documentos eram integrados no processo que está em segredo de justiça. Está escrito”, declarou.

Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas à saída do Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto, depois de inaugurar o espaço de apoio a pessoas com doenças avançadas que localizado no Serviço de Cuidados Paliativos. Questionado sobre a notícia de que o relatório da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) sobre o caso das gémeas refere que a Presidência da República não enviou, num primeiro momento, documentação solicitada por esta entidade, o chefe de Estado repetiu, perante a insistência dos jornalistas, que o entendimento do Ministério Público “está escrito”.

Na sexta-feira, confrontado pelos jornalistas à saída do Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, depois de dar posse aos 41 secretários de Estado do XXIV Governo Constitucional, chefiado por Luís Montenegro, Marcelo Rebelo de Sousa tinha já esclarecido que “o Ministério Público considerou que era segredo de justiça” e por essa razão não foi enviada à TVI nem à IGAS, que a solicitaram. “O Ministério Público entendia que era segredo de justiça”, reforçou nessa ocasião.

“A Presidência da República achou por bem verificar se havia ou não violação do segredo de justiça. Foi entendido pela Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos (CADA) que não havia violação do segredo de justiça, que havia razões que justificavam a divulgação. [A documentação] foi divulgada em janeiro [tanto à TVI]”, acrescentou. Marcelo Rebelo de Sousa reiterou ainda que nunca mais falou com o seu filho, Nuno Rebelo de Sousa, sobre este caso. “Pois, precisamente, se está em investigação, entendi que não devia falar”, justificou.

Na altura, questionado ainda se o seu filho invocou o seu nome para interceder a favor da administração do medicamento às gémeas luso-brasileiras, remeteu para o próprio Nuno Rebelo de Sousa explicações sobre o seu comportamento: “Terão de perguntar ao próprio, tem 51 anos, é maior e vacinado, vive noutro Estado”. Segundo o jornal Expresso, no relatório sobre este caso a IGAS considera que a Presidência da República “condicionou a direção da instrução” por recusar enviar, num primeiro momento, documentação solicitada, invocando estar em segredo de justiça.

De acordo com o Expresso, este ponto “merece todo um capítulo” no relatório, intitulado “Condicionantes na execução da inspeção”.

A IGAS refere que em 21 de dezembro do ano passado solicitou informação à Casa Civil do Presidente da República “quanto à natureza e às datas dos contactos mantidos” relacionados com este caso com o Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte (CHULN), a que pertence o Hospital de Santa Maria, pedindo “a identificação do(s) interlocutor(es) no CHULN com remessa da documentação eventualmente trocada neste âmbito”.

“Seis dias depois, Belém informa a IGAS de que toda a documentação havia sido enviada para o Ministério Público e estava sob segredo de justiça. Só a 23 de janeiro de 2024, após um pedido de jornalistas da TVI à Comissão de Acesso aos Documentos Administrativos, que deu um parecer positivo ao envio dos documentos, a IGAS recebe o que tinha solicitado”, lê-se na notícia do Expresso.

Em 4 de dezembro do ano passado, em declarações aos jornalistas, num auditório do Palácio de Belém, o Presidente da República confirmou que o seu filho, Nuno Rebelo de Sousa, o contactou por email em 2019 sobre o caso de duas gémeas luso-brasileiras com atrofia muscular espinhal, que vieram a receber no Hospital de Santa Maria um dos medicamentos mais caros do mundo. Nessa ocasião, Marcelo Rebelo de Sousa deu conta de correspondência trocada na Presidência da República em resposta ao seu filho, enviada à Procuradoria-Geral da República (PGR), e defendeu que deu a esse caso “o despacho mais neutral”, igual a tantos outros.

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Buraco do BES “mau” dispara para mais de 10 mil milhões de euros em 2023

Banco falido há dez anos teve prejuízos de 3,1 mil milhões em 2023. Teve de reconhecer passivo de 2,7 mil milhões depois de tribunais considerarem Fundo de Resolução como credor privilegiado.

O buraco do BES “mau” disparou para mais de dez mil milhões de euros no ano passado, depois de ter registado prejuízos de 3,1 mil milhões, um resultado em grande parte penalizado pelas decisões dos tribunais que reconheceram o Fundo de Resolução como credor privilegiado do banco falido há dez anos.

No verão do ano passado, o Supremo Tribunal de Justiça confirmou um crédito de 1,2 mil milhões de euros do Fundo de Resolução como privilegiado, numa decisão que deitou por terra as esperanças dos cerca de outros 5.000 credores de recuperar algum dinheiro através do processo de liquidação do banco mau.

Posteriormente, o Fundo de Resolução viu o Tribunal do Comércio de Lisboa dar-lhe razão noutras três ações de verificação ulterior de créditos no valor de 1,46 mil milhões, decisões em relação às quais a comissão liquidatária de César Brito decidiu não recorrer por se tratarem de processos semelhantes àquele que teve um desfecho desfavorável no Supremo.

Por conta dessas decisões judiciais, a comissão liquidatária decidiu reconhecer como passivo os créditos privilegiados do fundo liderado por Máximo dos Santos, num montante total de 2,7 mil milhões, com enorme impacto nas contas.

O passivo da instituição disparou para 10,65 mil milhões de euros no final de 2023, aumentando 3,06 mil milhões em relação ao ano anterior, segundo o relatório e contas de 2023 divulgado esta segunda-feira.

Já o ativo registou um aumento de cerca de três milhões de euros para 174,7 milhões no mesmo período, deteriorando a situação (já de si precária) da massa insolvente.

Buraco quadruplica desde a resolução

O agravamento do passivo correspondeu praticamente ao resultado líquido negativo registado no ano passado, e que foi penalizado não só pela questão dos créditos privilegiados do Fundo de Resolução, mas também pelos juros não pagos das obrigações retransmitidas em 2015, que representaram um custo de 362 milhões de euros.

Contas feitas, o capital próprio do banco agravou-se consideravelmente no ano passado para 10,5 mil milhões de euros negativos, quadruplicando em relação ao “buraco” em que se encontrava em 2014, na casa dos 2,6 mil milhões.

Isto significa que o banco dispõe de apenas 1,64 euros de património por cada 100 euros de responsabilidades, embora se saiba que todo o património que resultar da liquidação da instituição terá como destino os cofres do Fundo de Resolução.

Para os credores comuns existe ainda possibilidade de recuperar algum dinheiro através mecanismo do “no creditor worse off”, que determina que nenhum credor deve suportar na resolução perdas mais elevadas do que teria se o banco tivesse sido liquidado. Uma auditoria independente da Deloitte estimou um nível de recuperação de 31,7% para os credores comuns, enquanto os credores subordinados a nada teriam direito se o banco tivesse sido resolvido.

IAPMEI é o último credor reconhecido

O relatório da comissão liquidatária que acompanha as contas dá conta ainda do processo de análise das quase 2.000 impugnações que foram apresentadas à lista de credores que foi conhecida em 2019.

Até final do ano passado, 279 impugnações tinham sido extintas, permanecendo à espera de decisão outras 1.675 impugnações submetidas por quem não viu os seus créditos reconhecidos, como acionistas do ex-BES, por exemplo.

Por outro lado, a lista de quase 5.000 credores reconhecidos passou a ter mais um nome desde o início do ano: os créditos comuns do IAPMEI no valor de 180,5 mil euros foram reconhecidos pelo Tribunal do Comércio por decisão que transitou em julgado a 5 de janeiro. “Este passivo será reconhecido nas demonstrações financeiras de 2024”, informou a comissão liquidatária no relatório e contas de 2023.

Também este ano, o banco mau recebeu duas boas notícias de Espanha: o Fisco espanhol autorizou o cancelamento de uma garantia prestada pelo BES no valor de 400 mil euros, libertando-o dessa responsabilidade; e a liquidação da sociedade Ibersuizas decidida em março passado poderá permitir um encaixe 245 mil euros.

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Montenegro elogia “responsabilidade política” do PS e vai agendar “oportunamente reunião de trabalho”

  • Lusa
  • 8 Abril 2024

O primeiro-ministro elogiou o "exercício de responsabilidade política e compromisso" do líder do PS e comprometeu-se a agendar "oportunamente uma reunião de trabalho".

O primeiro-ministro saudou esta segunda-feira o “exercício de responsabilidade política e compromisso” do líder do PS e comprometeu-se a agendar “oportunamente uma reunião de trabalho” sobre a valorização de carreiras e salários na Administração Pública.

“Aproveito o ensejo para lhe transmitir que oportunamente agendaremos uma reunião de trabalho sobre essa temática, o que deverá acontecer na sequência das negociações com as organizações representativas dos trabalhadores. O tempo e o modo de condução desses processos negociais serão, obviamente, definidos pelo Governo”, refere Luís Montenegro, na resposta à carta que lhe foi hoje enviada por Pedro Nuno santos, e a que a Lusa teve acesso.

O primeiro-ministro acrescenta que, “até pela experiência infrutífera nesse domínio dos últimos governos”, o secretário-geral do PS saberá que essas negociações se revestem de “especial complexidade”. “Ainda assim, o Governo está fortemente empenhado em superar toda as dificuldades com a máxima rapidez”, refere.

Na carta, assinada por Luís Montenegro e em que se despede “com os melhores cumprimentos e estima pessoal”, o primeiro-ministro começa por acusar a missiva enviada por Pedro Nuno Santos, considerando que “veio confirmar a declaração pública de disponibilidade do Partido Socialista em apoiar a valorização de carreiras e salários dos trabalhadores da Administração Pública, em especial os por si mencionados.

“Esse propósito inscreve-se nas prioridades enunciadas na campanha eleitoral e reafirmadas na tomada de posse do Governo a que presido. A disponibilidade do Partido Socialista para firmar um acordo que salvaguarde as soluções legislativas que executem essas orientações, constitui um exercício de responsabilidade política e compromisso que saúdo democraticamente”, refere.

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, escreveu ao primeiro-ministro, disponibilizando-se para negociar um acordo que, em 60 dias, resolva a situação de certos grupos profissionais da administração pública. Numa carta dirigida a Luís Montenegro, à qual a agência Lusa teve acesso, Pedro Nuno Santos acrescenta que “a disponibilidade do PS para este acordo pressupõe uma negociação prévia com as organizações representativas dos trabalhadores”.

“Estou certo de que será possível trabalhar no sentido de construir esse acordo num prazo de sessenta dias, por forma a resolver a situação destes profissionais da Administração Pública ainda antes do fim do período de funcionamento da Assembleia da República, em julho deste ano”, lê-se na carta de uma página, assinada por Pedro Nuno Santos.

Na missiva, o líder socialista reitera o interesse do PS em “trabalhar em conjunto com o Governo com o objetivo de construir um acordo que permita encontrar soluções, se necessário em sede de orçamento retificativo, para um conjunto de matérias sobre as quais existe um amplo consenso político e partidário, manifestado durante a campanha eleitoral para as últimas eleições legislativas”.

“Está em causa a valorização das carreiras e dos salários dos trabalhadores da administração pública, em especial dos profissionais de saúde (de todos, não apenas dos médicos), das forças de segurança, dos oficiais de justiça e dos professores”, frisa.

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Ex-vice do Conselho Superior da Magistratura concorre à presidência do Supremo

  • Lusa
  • 8 Abril 2024

"Posso confirmar que manifestei a minha disponibilidade para o cargo. Não apresentei formalmente a candidatura a todos os meus colegas, porque ainda estou a enviar o programa", afirmou Sousa Lameira.

O juiz conselheiro José Sousa Lameira, ex-vice-presidente do Conselho Superior da Magistratura (CSM), vai concorrer às eleições para a presidência do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), em 15 de maio. A informação foi avançada esta segunda-feira pelo Expresso e confirmada pelo próprio magistrado à Lusa.

“Posso confirmar que manifestei a minha disponibilidade para o cargo. Não apresentei formalmente a candidatura a todos os meus colegas, porque ainda estou a enviar o programa [eleitoral]”, afirmou. Sousa Lameira explicou também que todos os juízes conselheiros do STJ “são potenciais candidatos” e que o “hábito é manifestar a disponibilidade” aos colegas antes da formalização, não existindo um prazo limite para a apresentação de candidaturas.

Questionado sobre as razões e as ideias para avançar com a candidatura à sucessão do juiz conselheiro Henrique Araújo, que deixa a presidência do STJ em maio por atingir o limite de 70 anos de idade, Sousa Lameira preferiu reservar uma resposta para mais tarde.

“Só vou falar depois de comunicar a todos os meus colegas, eles são os principais destinatários”, sentenciou o juiz conselheiro, de 67 anos, que, caso seja eleito, também não poderá levar o mandato de cinco anos até ao fim, tal como sucedeu com Henrique Araújo e com o antecessor António Joaquim Piçarra.

José Sousa Lameira foi vice-presidente do CSM, órgão superior de gestão e disciplina da magistratura judicial, entre abril de 2019 e abril de 2023. O atual juiz conselheiro trabalhou de perto com o ainda presidente Henrique Araújo, que, por presidir ao STJ desde maio de 2021, é também, por inerência, presidente do Conselho Superior da Magistratura.

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“thePitch”, a nova agência de comunicação corporativa que chega ao mercado pela mão da Plot

  • + M
  • 8 Abril 2024

Marta Cordeiro e Nuno Alexandre Silva são os responsáveis por assumir o leme da nova agência que chega ao mercado a 8 de abril e espera ganhar 10 grandes clientes até ao final do ano.

Inspirar e ajudar líderes e marcas a comunicar com impacto“. É este o objetivo da thePitch, agência de comunicação corporativa lançada no mercado pela Plot.

A nova agência quer ser a “parceira ideal” para as empresas que precisam de uma apresentação original e diferenciadora, distinguindo-se pela capacidade de “desenvolver apresentações e suportes de conteúdo únicos para os seus clientes“, explica-se em nota de imprensa.

Aos clientes tem a propor serviços de “slidetelling”,presentation design” e “strategic consultancy, para os quais conta com uma “equipa experiente, com um forte know-how e visão estratégica, especializada na criação de experiências de comunicação diferenciadoras e memoráveis”, profissionais estes que “pensam estrategicamente e de forma consistente cada apresentação desde o racional editorial até à concretização visual dos slides e da experiência”.

Marta Cordeiro, enquanto CEO (chief executive officer), e Nuno Alexandre Silva, como CCO (chief creative officer), são os responsáveis por assumir o leme da nova agência que chega ao mercado a 8 de abril.

Marta Cordeiro e Nuno Alexandre Silva, CEO e CCO da thePitch.

“Levamos muito a sério todas as apresentações. Um bom momento de comunicação pode significar, por exemplo, uma equipa motivada, uma venda de um negócio ou até mesmo um crescimento na carreira profissional. A thePitch nasceu para ajudar todas as marcas e líderes a terem momentos de comunicação claros, com objetivos bem definidos e, acima de tudo, momentos com empatia”, diz Marta Cordeiro, citada em comunicado.

“Quando olhamos para o negócio dos grandes momentos de apresentação, vemos um mercado partido entre os consultores de comunicação que trabalham as mensagens, os criativos que criam os visuais, e os consultores que apoiam no momento da experiência, do delivery. A thePitch traz uma visão diferente de consistência e de ligação narrativa e visual para apoiar as marcas de forma integrada. Para fazer a diferença temos de ousar ser diferentes”, acrescenta a CEO da agência.

Em 2024 a thePitch vai promover os seus serviços junto das marcas que já trabalham com o grupo Plot e espera ganhar dez grandes clientes nacionais.

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Dstgroup abre 50 vagas para estágios de verão. Paga 820 euros por mês

Jovens que estejam a frequentar o ensino profissional ou superior podem candidatar-se aos estágios no Dstgroup. Em causa estão estágios de verão (de junho a setembro) que pagam 820 euros por mês.

O Dstgroup, empresa do setor da engenharia e construção, tem abertas candidaturas para estágios de verão. Estão disponíveis 50 vagas em várias áreas – da engenharia civil às energias renováveis – para estágios que terão associados uma remuneração de 820 euros por mês.

“O Dstgroup anunciou hoje [esta segunda-feira] que vai abrir 50 novas vagas para os estágios de verão de 2024, que decorrerão de junho a setembro, com remuneração de 820 euros por mês. Esta iniciativa tem como objetivo a abertura de portas para o universo da empresa a todos os jovens que estejam a frequentar qualquer tipo de ensino, seja profissional ou superior”, informou a empresa, numa nota enviada às redações.

Portanto, o objetivo deste programa de estágios é aproximar os estudantes do “contexto real de trabalho”, sendo que os estágios são direcionados para as seguintes áreas: engenharias civil, eletrotécnica, eletrónica industrial e computadores, mecânica, energias renováveis, telecomunicações e informática, gestão e sistemas de informação, mecânica automóvel, desenho técnico e maquinação, preparação e gestão de obra, soldadura avançada e técnico de manutenção industrial.

Os interessados devem avançar com as suas candidaturas pela via virtual, preenchendo o formulário disponível aqui.

No ano passado, o Dstgroup recebeu mais de 300 candidaturas e acolheu 32 estágios. “Dos candidatos que já tinham o seu percurso escolar concluído, dois alunos transitaram para estágio curricular, um para estágio profissional e outro para contrato de trabalho“, indica a empresa.

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Emigrantes já não ficam com registo inativo no SNS

  • Lusa
  • 8 Abril 2024

Os portugueses residentes no estrangeiro continuarão a ter o mesmo acesso aos serviços do que os residentes no país, ou seja, pleno acesso para quem tem contactos com o sistema nos últimos cinco anos.

O anterior Governo mandou, nos últimos dias em funções, suspender a medida prevista no despacho com as novas regras do Registo Nacional de Utentes que determinava que os portugueses com residência fiscal no estrangeiro teriam o seu registo “inativo”. Nelson Magalhães, vice-presidente da USF-AN (Unidade de Saúde Familiar – Associação Nacional), disse à Lusa que a decisão foi transmitida às unidades através de um email da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), datado de 30 de março.

O despacho em causa (n.º 1668/2023) “define as regras de organização e os mecanismos de gestão referentes ao Registo Nacional de Utentes (RNU), assim como as regras de registo do cidadão no SNS [Serviço Nacional de Saúde] e de inscrição nos cuidados de saúde primários”. As novas regras determinavam que os portugueses com residência fiscal no estrangeiro teriam o seu registo “inativo”, mesmo os frequentadores dos serviços.

A notícia deste alegado afastamento dos emigrantes portugueses do SNS, divulgada pela Lusa a 13 de dezembro do ano passado, provocou forte indicação das comunidades portuguesas no estrangeiro e agitou o meio político e partidário, culminando na audição do então ministro da Saúde, Manuel Pizarro, na Comissão Parlamentar da Saúde, a 10 de janeiro deste ano. Nessa audição, o deputado social-democrata Miguel Santos afirmou que uma das primeiras medidas do PSD, se fosse Governo, seria revogar o despacho.

De acordo com Nelson Magalhães, a aplicação do despacho foi várias vezes adiada, tendo ficado com a data limite de 31 de março, mas, um dia antes, surgiu a indicação de que o processo de implementação da tipologia de Registo no RNU, que estava prevista para o final de março e que classificava os registos com a condição de “ativo”, “transitório” ou “inativo” tinha ficado suspenso “por decisão superior” e até “uma data a definir oportunamente”.

Assim, os portugueses residentes no estrangeiro continuarão a ter o mesmo acesso aos serviços do que os residentes no país, ou seja, pleno acesso para quem tem contactos com o sistema nos últimos cinco anos. Em curso continua a completude de dados do RNU, nomeadamente sobre os registos com inscrição em cuidados de saúde primários, dando continuidade ao trabalho que as unidades têm vindo a efetuar.

No seguimento do despacho, o anterior Governo garantiu que o SNS assegurará a despesa do atendimento dos emigrantes portugueses, sempre que o Estado português não consiga cobrá-la junto de entidades como seguradoras ou sistemas de proteção social desses cidadãos. Ainda assim, optou por suspender a medida.

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Sindicato pede que seja travada “imediatamente” privatização da Azores Airlines

  • Lusa
  • 8 Abril 2024

O júri do concurso da privatização da Azores Airlines manteve a decisão de aceitar apenas um concorrente no relatório, mas admitiu reservas quanto à capacidade do consórcio Newtour/MS Aviation.

O Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (Sitava) pediu esta segunda-feira ao Governo Regional dos Açores para que “pare imediatamente” a privatização da Azores Airlines, depois de o júri do concurso ter manifestado reservas sobre o único concorrente. Num comunicado, a estrutura sindical lembrou que “o júri constituído para avaliar o processo de privatização da Azores Airlines entregou, na passada sexta-feira, o relatório final sobre o processo”, tendo mantido “a sua posição já expressa no relatório preliminar”.

Ou seja, destacou, “manteve apenas um dos consórcios que concorreram” e mesmo esse “não apresenta as mínimas condições para garantir a continuidade da operação da companhia”. O Sitava recordou também que “o presidente do júri foi ainda mais longe”, admitindo “reservas quanto à capacidade financeira do consórcio para garantir a viabilidade futura da companhia”. O sindicato considera, assim, que “entregar a companhia a esta entidade seria um verdadeiro desastre”.

“Parece-nos, pois, óbvio que com a entrega deste relatório e principalmente com o seu resultado, este processo terá que parar imediatamente”, destacou, indicando: “A traumática experiência por que passámos deve servir de exemplo para não voltar a repetir”. “Ao Governo Regional voltamos agora a apelar para que pare imediatamente o processo”, salientou o sindicato, defendendo que “reconhecer um erro e inverter a trajetória não fragiliza o Governo”.

O júri do concurso público da privatização da Azores Airlines manteve a decisão de aceitar apenas um concorrente no relatório final, mas admitiu reservas quanto à capacidade do consórcio Newtour/MS Aviation em assegurar a viabilidade da companhia. “Entregámos o relatório final. Esse relatório final, no essencial, mantém o que já estava no relatório preliminar”, declarou o presidente do júri, Augusto Mateus, numa conferência de imprensa no Teatro Micaelense, em Ponta Delgada, na semana passada.

O júri manteve a nota que tinha sido atribuída à Newtour/MS Aviation (46,69), único concorrente admitido, e que foi contestada pelo consórcio aquando da apresentação do relatório intercalar, em outubro de 2023. “No caderno de encargos, a positiva começa com nota de 25 e nota máxima é 100. A nota que atribuímos à proposta é 46,69. Percebe-se que 46,69 está mais próximo de 25 do que de 100. Não é uma nota muito expressiva. Chamamos à atenção para isso”, afirmou.

O caderno de encargos da privatização da Azores Airlines prevê uma alienação no “mínimo” de 51% e no “máximo” de 85% do capital social da companhia.

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Carta de Pedro Nuno deixa “uma grande parte do país de fora”, critica IL

  • Lusa
  • 8 Abril 2024

"Trata-se da evidência e a confirmação de que Pedro Nuno Santos e o PS de Pedro Nuno Santos estão empenhados em fazer oposição ao PS de António Costa", acusou Rui Rocha.

O presidente da IL, Rui Rocha, acusou esta segunda-feira o líder socialista de estar empenhado em “fazer oposição ao PS de António Costa” com a carta “taticista” enviada ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, que deixou “grande parte do país de fora”.

Em declarações aos jornalistas no parlamento, Rui Rocha criticou Pedro Nuno Santos por ter enviado uma carta ao primeiro-ministro, Luís Montenegro, na qual se disponibilizou para negociar um acordo que, em 60 dias, resolva a situação de certos grupos profissionais da administração pública. “Trata-se da evidência e a confirmação de que Pedro Nuno Santos e o PS de Pedro Nuno Santos estão empenhados em fazer oposição ao PS de António Costa”, acusou, considerando que isso não resolve os “problemas dos portugueses”.

Apesar de subscrever a necessidade de olhar para as carreiras dos profissionais de saúde, dos polícias ou dos professores, o líder da IL criticou o facto de esta missiva deixar “uma grande parte do país de fora” e questionou se essas áreas não são uma prioridade para o PS. Entre os exemplos do que não foi abordado, Rui Rocha apontou os alunos sem professores, utentes sem consultas e cirurgia a tempo ou as “famílias e empresas asfixiadas pelos impostos”.

“Mais do que esta troca taticista de cartas sobre um eventual orçamento retificativo – que se calhar nem vai existir – e esta demonstração de abertura, ela própria taticista porque tem prazo marcado, o que é preciso perguntar ao primeiro-ministro é se para além destas carreiras, está ou não em condições de garantir a baixa de impostos necessária às famílias e às empresas, a reforma da saúde, que o próximo ano letivo vai começar com professores nas escolas, se o sistema eleitoral passa não desperdiçar as centenas de milhares de votos”, questionou.

Rui Rocha considerou que estas são “questões estruturais que nem Pedro Nuno Santos ainda quis tratar” e sobre as quais não há ainda uma visão do primeiro-ministro. O primeiro-ministro confirmou ter recebido a carta do secretário-geral do PS, a que dará, “naturalmente, resposta”, segundo fonte do gabinete de Luís Montenegro. “A carta foi recebida e terá, naturalmente, resposta”, disse à Lusa fonte do gabinete do primeiro-ministro.

O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, escreveu ao primeiro-ministro, disponibilizando-se para negociar um acordo que, em 60 dias, resolva a situação de certos grupos profissionais da administração pública, uma carta à qual a agência Lusa teve acesso. Em 19 de março, após uma audição com o Presidente da República em Belém, Pedro Nuno Santos tinha-se manifestado disponível para viabilizar um Orçamento retificativo da AD limitado a “matérias de consenso”, referindo-se à valorização das grelhas salariais destes grupos profissionais da administração pública até ao início do verão.

Um dia depois, questionado sobre este desafio, Luís Montenegro disse ter registado “com satisfação o sentido de responsabilidade” da comunicação feita pelo secretário-geral do PS, mas escusou-se a responder se estaria disponível para negociar uma viabilização de um eventual Orçamento Retificativo.

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Ambientalistas contestam declaração favorável condicionada a dessalinizadora no Algarve

  • Lusa
  • 8 Abril 2024

A construção de uma dessalinizadora no concelho de Albufeira, cujo valor base é de 90 milhões de euros, é uma das medidas de resposta à seca que afeta a região sul de Portugal.

A Plataforma Água Sustentável (PAS) contestou esta segunda-feira a emissão da Declaração de Impacto Ambiental (DIA) favorável condicionada à construção da estação de dessalinização de água do mar, no Algarve, emitida pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA). “A Plataforma Água Sustentável considera que a DIA emitida a 03 de abril de 2024 […] não cumpre os requisitos que permitam classificá-la como uma DIA”, lê-se num comunicado da plataforma, que reúne várias associações ambientalistas da região Sul do país.

Os ambientalistas asseguram que a sua posição tem por “base objetiva” o facto de não terem sido apresentados e analisados “inúmeros elementos do projeto, informações imprescindíveis e de importância fulcral, pelo que, consequentemente, não foram avaliados diversos impactos de valor significativo”.

A APA emitiu em 3 de abril uma DIA favorável ao projeto da estação de dessalinização de água do mar a instalar em Albufeira, no distrito de Faro, embora condicionada ao cumprimento de um conjunto de condições. Segundo aquela entidade, apesar de se considerar que os impactos não são significativos, foi incorporado na decisão “um conjunto de exigências visando a salvaguarda destes possíveis impactos, bem como o desenvolvimento de eventuais medidas de minimização adicionais”.

De acordo com a APA, dado que o procedimento de avaliação de impacto ambiental decorreu na fase de estudo prévio, “ocorrerá um segundo momento de avaliação na fase de projeto de execução, tendo em vista a verificação da conformidade ambiental do projeto de execução com a DIA” emitida. A PAS sublinha agora que é “inaceitável” remeter para o Relatório de Conformidade Ambiental do Projeto de Execução (RECAPE) a clarificação dos aspetos que, segundo a plataforma, deveriam ter estado em análise no âmbito do DIA.

Para os ambientalistas há uma “extensa lista de condicionantes” expressas na DIA, relativamente a diversos fatores, dos domínios da geomorfologia, hídrico, paisagístico, da vida marinha, pesca, poluição sonora e rejeição do efluente, entre outros, que, necessariamente, têm que ser objeto de avaliação ambiental ‘a priori’, e não apenas em sede de RECAPE.

A PAS é um movimento criado em 2020 e agrupa a Rocha Portugal, Almargem – Associação de Defesa do Património Cultural e Ambiental do Algarve, CIVIS – Associação para o Aprofundamento da Cidadania, Faro 1540 – Associação de Defesa e Promoção do Património Ambiental e Cultural de Faro, Glocal Faro, Quercus – Núcleo Regional do Algarve e a Regenerarte – Associação de Proteção e Regeneração dos Ecossistemas.

A construção de uma dessalinizadora no concelho de Albufeira, cujo valor base é de 90 milhões de euros, é uma das medidas de resposta à seca que afeta a região sul de Portugal, prevendo-se que o equipamento tenha uma capacidade inicial de conversão de água do mar em potável de 16 hectómetros cúbicos.

De acordo com a Águas do Algarve, empresa responsável pelo abastecimento de água em alta na região, que tem a seu cargo a gestão de infraestruturas como barragens ou Estações de Tratamento de Águas Residuais, a conclusão da obra está prevista para o final de 2026. Este é o ano estabelecido como limite para a utilização de fundos do PRR, programa de apoio criado pela União Europeia para revitalizar a economia após a pandemia de covid-19.

O Algarve está a ser afetado por uma seca que causou uma escassez das reservas hídricas e o anterior Governo tomou medidas de restrição do consumo para serem aplicadas a partir de março, como cortes de 25% à agricultura e de 15% ao setor urbano.

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