Football Leaks: Benfica sofreu ataque informático antes de divulgações no Porto Canal

  • Lusa
  • 26 Fevereiro 2025

O diretor de tecnologia do Benfica em 2017 confirmou que o sistema informático do clube foi alvo de acessos indevidos pouco antes de serem divulgadas informações confidenciais no Porto Canal.

O diretor de tecnologia do Benfica em 2017 confirmou esta quarta-feira, durante o julgamento do criador do Football Leaks, que o sistema informático do clube foi alvo de acessos indevidos pouco antes de serem divulgadas informações confidenciais no Porto Canal.

Identificámos o acesso a diversos ficheiros internos de dados, bem como várias campanhas de phishing“, afirmou José Ribeiro na sessão desta quarta-feira, do processo em que Rui Pinto responde por um total de 241 crimes de acesso ilegítimo qualificado, violação de correspondência agravados, e de dano informático.

Segundo a testemunha, os acessos indevidos “ocorreram em horas noturnas”, alguns tinha origem em países estrangeiros, “com um IP húngaro e outro francês”, e foram “anteriores às divulgações feitas no Porto Cabal e no blogue mercado Benfica”.

José Ribeiro explicou que os utilizadores das contas do domínio do ‘slbenfica.pt’, que rondavam os 1.400, “não se aperceberam de acessos indevidos às suas contas”, garantindo que os mesmos “foram feitos por alguém com conhecimentos informáticos acima da média” e através de contas com privilégios de administrador.

O responsável de tecnologia confirmou o acesso indevido a contas profissionais de várias figuras do Benfica, entre as quais Rui Costa, atual presidente, Luís Filipe Vieira, antigo líder encarnado, e Domingos Soares de Oliveira, administrador da Benfica SAD à data dos factos, e indicou a recolha indiscriminada de dados.

“A informação não foi recolhida de forma seletiva, mas depois o que era divulgado no Porto Canal, nomeadamente valores de transações de jogadores e informação sobre atividade de gestão desportiva, era escolhido”, afirmou.

José Ribeiro assegurou que depois de terem sido detetados os acessos indevidos, em meados de 2017, foram feitas “várias diligências” em termos de segurança.

Rui Pinto responde em julgamento por um total de 241 crimes: 201 de acesso ilegítimo qualificado, 22 de violação de correspondência agravados e 18 de dano informático.

Além do Benfica, entre as figuras e instituições visadas encontram-se também outros clubes, Liga, empresas, sociedades de advogados, juízes, procuradores, Autoridade Tributária e Rede Nacional de Segurança Interna.

O criador do Football Leaks foi pronunciado para julgamento em março passado, com o Tribunal Central de Instrução Criminal a amnistiá-lo de 134 crimes de violação de correspondência, com base na aplicação da lei da amnistia aprovada em 2023, durante as Jornadas Mundiais da Juventude, uma vez que os crimes que são imputados foram alegadamente praticados antes de ter completado 30 anos.

Rui Pinto foi condenado no caso ‘Football Leaks’, em setembro de 2023, pelo Juízo Central Criminal de Lisboa, a quatro anos de prisão com pena suspensa, por crimes de extorsão na forma tentada, violação de correspondência agravado e acesso ilegítimo.

Em novembro de 2023, foi também condenado a seis meses de prisão em França, igualmente com pena suspensa, por aceder ilegalmente a emails do Paris Saint-Germain.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ligações ferroviárias Porto-Vigo e Lisboa-Madrid com melhorias antes da alta velocidade

  • Lusa
  • 26 Fevereiro 2025

Atuais ligações ferroviárias entre Porto e Vigo e entre Lisboa e Madrid devem ter melhorias antes de estarem concluídas as ligações de alta velocidade, em 2032 e 2034, respetivamente, diz Governo.

As atuais ligações ferroviárias entre Porto e Vigo e entre Lisboa e Madrid devem ter melhorias antes de estarem concluídas as ligações de alta velocidade, em 2032 e 2034, respetivamente, disse esta quarta-feira o ministro das Infraestruturas.

“As duas [ligações] estão a ser trabalhadas para melhorarmos a ligação entre os dois países. Acreditamos que vamos conseguir trazer melhorias antes [da alta velocidade], não só nesta ligação a Norte mas também na ligação a Madrid”, afirmou Miguel Pinto Luz, em Vigo, na Galiza, Espanha, em declarações à agência Lusa e ao jornal Faro de Vigo no âmbito do encontro Conectando el Noroeste, promovido pela Confederação Empresarial de Pontevedra.

Questionado sobre a ligação do comboio Celta, que liga o Porto a Vigo em cerca de duas horas e meia, o governante observou que “tem havido muito diálogo”, entre a CP — Comboios de Portugal e a congénere espanhola, a Renfe.

“A CP e a Renfe têm de trabalhar cada vez mais em conjunto, ainda para mais quando ligarmos os dois países de forma mais direta”, observou Miguel Pinto Luz, numa referência às ligações de alta velocidade previstas entre os dois países.

Com partidas diárias, o comboio Celta, que é operado pela CP em conjunto com a Renfe, iniciou a atividade em julho de 2013, ligando Vigo ao Porto com paragens em Valença, Viana do Castelo e Nine.

Ligação Porto-Vigo em alta velocidade concluída em 2032

A ligação ferroviária de alta velocidade entre Porto e Vigo, em Espanha, fica concluída em 2032, fazendo com que o Norte de Portugal e a Galiza fiquem com “uma posição geoestratégica única”, assegurou ainda o governante.

“Porto-Vigo [por alta velocidade] não é um estudo. É uma concretização. Vamos fazer o investimento e vamos concluir em 2032. E acreditamos que Espanha tenha então concluído o investimento do lado espanhol”, afirmou o ministro Miguel Pinto Luz, em Vigo, onde participou no encontro Conectando el Noroeste, promovido pel Confederação Empresarial de Pontevedra, e na qual participou também o Presidente da Xunta de Galícia, Alfonso Rueda Valenzuela.

Com a conclusão da ligação de alta velocidade, o Norte de Portugal e a Galiza ficarão com uma “posição geoestratégica única”, acrescentou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ucrânia confirma acordo com EUA mas só assina com garantias de segurança

  • Lusa
  • 26 Fevereiro 2025

Kiev confirmou ter chegado a um acordo preliminar com os EUA para criar um fundo de investimento com a exploração dos recursos naturais ucranianos, mas insistiu na exigência de garantias de segurança.

A Ucrânia confirmou ter chegado a um acordo preliminar com os EUA para criar um fundo de investimento com a exploração dos recursos naturais ucranianos, mas insistiu na exigência de garantias de segurança.

“Não pensamos assinar qualquer acordo sem garantias de segurança”, disse o primeiro-ministro da Ucrânia, Denis Shmigal à televisão ucraniana, citado pela agência noticiosa estatal local Ukrinform.

O chefe do governo ucraniano disse que as duas partes chegaram a acordo sobre “uma variante final” do documento.

“A partir de hoje, o acordo chama-se ‘Acordo sobre o estabelecimento de regras e condições para o investimento num fundo de reconstrução ucraniano'”, afirmou, segundo a agência espanhola EFE.

Shmigal disse tratar-se de um acordo preliminar que “determina as ações legais para a futura criação de um fundo de investimento para a reconstrução da Ucrânia”.

O primeiro-ministro afirmou que a Ucrânia e os EUA terão direitos e obrigações iguais no fundo, tanto na tomada de decisões como na contribuição de capital.

“O ponto 10 (…) também refere que o acordo sobre o fundo é um elemento integrante da arquitetura dos acordos bilaterais e multilaterais, bem como as medidas concretas para alcançar uma paz duradoura e reforçar a estabilidade económica e de segurança”, acrescentou.

Fontes oficiais ucranianas disseram a vários meios de comunicação social na terça-feira à noite que tinha sido alcançado um acordo com os EUA.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, confirmou a iminência do acordo e disse que o homólogo ucraniano, Volodymir Zelenski, irá a Washington na sexta-feira para o assinar.

Segundo a versão final a que os meios de comunicação social tiveram acesso, o acordo não inclui as garantias de segurança dos EUA que Shmigal voltou a exigir hoje, acrescentou a EFE.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Vanguard Properties aposta na golfista Inês Belchior para embaixadora

  • + M
  • 26 Fevereiro 2025

Inês Belchior torna-se embaixadora dos campos de golfe da marca Dunas Golf Course e Torre Golf Course, juntando-se ao jogador de golfe Pedro 'Figgy' Figueiredo, que já era embaixador da marca.

A golfista Inês Belchior é agora embaixadora da Vanguard Properties, nomeadamente dos campos de golfe da marca Dunas Golf Course e Torre Golf Course, integrados no projeto Terras da Comporta.

Duarte Zoio, chiefcommunicationsofficer da Vanguard Properties, refere que “a diferença entre o comum e o excecional está nos detalhes que poucos valorizam”, filosofia que é aplicada em tudo o que a Vanguard Properties faz.

“Foi por isso que decidimos apoiar a Inês Belchior. Ela representa precisamente aquilo em que acreditamos: talento aliado a uma atenção meticulosa a cada jogada, a cada decisão. No golfe, como no imobiliário, o sucesso pertence aos que compreendem que a perfeição está nos detalhes“, acrescenta.

Inês Belchior junta-se assim ao jogador de golfe profissional Pedro ‘Figgy’ Figueiredo, o que “reforça a nossa visão de excelência e compromisso com a qualidade, levando o nome da Vanguard Properties e dos nossos campos, Dunas Golf Course e Torre Golf Course, para o mais alto nível”, diz ainda Duarte Zoio.

“Estou muito entusiasmada por me juntar à Vanguard Properties e por representar estes dois campos fantásticos. Tanto o Dunas como o Torre são projetos de classe mundial e é um privilégio poder associar-me a este compromisso com a excelência no golfe”, diz Inês Belchior, citada em comunicado.

Com 17 anos e ainda com o estatuto de amadora, Inês Belchior é atualmente Campeã Nacional Absoluta, título que conquistou em 2022 e repetiu em 2023, acumulando ainda os títulos de Campeã Nacional Amadora e de Sub-18. Foi também a primeira portuguesa a passar o ‘cut’ num torneio do Ladies European Tour, “um marco significativo para o golfe feminino nacional e um reflexo do talento e dedicação da atleta”, refere-se em nota de imprensa.

A Vanguard Properties conta ainda com os irmãos e jogadores de padel Miguel e Nuno Deus como embaixadores.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Bruxelas quer baixar preços da energia com corte de impostos, mais escrutínio no gás e eficiência energética

A Comissão Europeia apresentou, esta quarta-feira, o Plano de Ação para uma Energia Acessível, que quer baixar os preços para consumidores domésticos e indústria.

A Comissão Europeia lançou esta quarta-feira um plano para “trazer alívio” aos consumidores domésticos e às indústrias “que se debatem com elevados custos de produção”. O esperado é que o plano leve a poupanças de 45 mil milhões já em 2025. A Comissão vai recomendar a redução de impostos sobre a energia, vai incentivar investimentos na eficiência energética com um programa de garantias e aumentar o escrutínio dos mercados de gás, nos quais aponta preços “demasiado elevados”.

A Comissão Europeia apresentou, esta quarta-feira, três pacotes relacionados com energia: o Ato da Indústria Limpa, o Plano de Ação para uma Energia Acessível e o Omnibus, que vai simplificar diplomas relacionados com sustentabilidade como a Diretiva de Reporte Corporativo de Sustentabilidade ou a Taxonomia Europeia.

O Plano de de Ação para uma Energia Acessível, que faz parte do Ato da Indústria Limpa, pretende avançar medidas de curto prazo para baixar os custos da energia, completar a União Energética e atrair investimentos. “Estamos a baixar os preços e a aumentar a competitividade”, afirma a presidente Ursula von der Leyen, citada na num comunicado lançado pela Comissão.

Numa introdução ao tema, em conferência de imprensa, o comissário europeu para a Ação Climática, Wopke Hoekstra, garantiu que seriam retirados os “entraves à redução dos preços energéticos”. Vai ser lançado o repto para que os Estados-membros reduzam os impostos sobre a eletricidade para indústrias que são grandes consumidoras de energia e para que sejam suprimidas “taxas adicionais que não tenham nada a ver com energia”. Em paralelo, vai ser permitido aos Estado membros que deem subsídios a estes “protagonistas industriais”, e que “relaxem os auxílios de Estado”.

No comunicado, a Comissão esclarece que o repto para que sejam reduzidos os impostos da eletricidade nos países europeus, será feito através de recomendação. De forma a reduzir os encargos com redes que são cobrados aos consumidores na fatura da luz, a Comissão vai propor uma metodologia que pretende garantir que estes valores refletem os custos do sistema, “incentivando um uso mais eficiente da rede”.

De acordo com o comunicado, a Comissão espera que este plano permita poupar 45 mil milhões já em 2025, 130 mil milhões de euros anuais até 2030 e que em 2040 a poupança anual possa atingir os 260 mil milhões de euros. Uma maior integração do mercado europeu poderá beneficiar os consumidores em 43 mil milhões de euros anuais adicionais já em 2030.

Os preços do gás estão demasiado altos e estão a afetar a competitividade da indústria europeia“, lê-se no comunicado. Nesse sentido, a comissão vai “reforçar o escrutínio dos mercados de gás da UE” com a ajuda da associação de reguladores de energia (ACER), da Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e dos Mercados (ESMA) e reguladores nacionais. Outro plano é agregar a procura das empresas europeias para o fornecimento de gás natural liquefeito.

Em paralelo, um quadro de garantias que está a ser negociado com o Banco Europeu de Investimento vai ajudar a diminuir o risco do investimento em eficiência energética, assim como facilitar o acesso a equipamentos mais eficientes e a produtos com uma maior durabilidade.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Diretor da PJ diz que “aquilo que se fala não corresponde à verdade”

  • Lusa
  • 26 Fevereiro 2025

O diretor nacional da PJ alertou no parlamento que um estrangeiro detido "não é necessariamente um imigrante", exemplificando com os detidos nos aeroportos por tráfico de droga a nível internacional.

O diretor nacional da Polícia Judiciária (PJ) alertou, no Parlamento, que um estrangeiro detido “não é necessariamente um imigrante”, exemplificando com os detidos nos aeroportos por tráfico de droga a nível internacional.

Todos temos a obrigação de combater as fake news, o que se fala não é verdade, temos de evitar o caos e não podemos segmentar as pessoas. São pessoas, independentemente do credo, da orientação sexual, da nacionalidade”, disse Luís Neves, referindo-se às tentativas do Chega em criar perceções falsas quanto ao aumento da criminalidade em Portugal.

“Um imigrante é estrangeiro, mas um estrangeiro não é necessariamente um imigrante. As cadeias têm muita gente que é estrangeira, mas não é imigrante”, disse Luís Neves, que está a ser ouvido no Parlamento a propósito dos dados sobre criminalidade em Portugal.

Em audição na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, por requerimento da Iniciativa Liberal, que pediu “esclarecimentos sobre o real estado da criminalidade em Portugal”, Luís Neves disse também que a PJ tem dados sobre a nacionalidade de todos os detidos, mas a sua divulgação não é permitida.

“A PJ conhece a nacionalidade de todos os nossos detidos, mas não partilhamos [esses dados] porque não nos tem sido permitido partilhar”, explicou Luís Neves a propósito da questão da introdução da nacionalidade no Relatório Anual de Segurança Interna (RASI), que tem sido discutida nos últimos tempos.

Luís Neves destacou ainda os crimes de homicídio e de violência doméstica, que representam uma elevada percentagem do total de crimes cometidos. “Isto é uma vergonha nacional, estes crimes são cometidos na maioria das vezes por cidadãos nacionais”, acrescentou.

Na sua intervenção inicial, Luís Neves falou sobre alguns dos números relacionados com criminalidade violenta, referindo que “a partir de 2010 houve grandes picos de criminalidade violenta, que foram depois estabilizando até ao período da pandemia”.

Esta audição foi pedida depois de o diretor nacional da PJ ter dito, durante a conferência sobre os 160 anos do Diário de Notícias que aconteceu no passado mês de janeiro, que o sentimento de insegurança é gerado pela desinformação e que não se confirma.

Em relação às detenções, Luís Neves esclareceu que, atualmente, o crime mais comum é o de furto simples e qualificado, seguido da violência doméstica, recusando a ideia de que os estrangeiros sejam responsáveis por níveis relevantes de criminalidade.

“Em 2009 tínhamos 631 estrangeiros” num universo de 400 mil imigrantes e no ano passado, perante mais de um milhão de estrangeiros residentes em Portugal, o “rácio de detidos é o segundo mais baixo” desde que há este tipo de contabilidade, explicou.

Olhando para os detidos em Portugal, Luís Neves salientou que, excluindo os oriundos de países europeus, africanos e latino-americanos — que estão relacionados com crimes que nada têm a ver com imigrantes –, os valores são muito baixos. Nas prisões portuguesas há 120 pessoas de países asiáticos num universo de mais de 10 mil reclusos, explicou.

“Qualquer número de crime é um número preocupante e é um número que nos faz a todos pensar quais são os melhores modelos para mitigarmos” a criminalidade, em particular a criminalidade violenta, salientou ainda.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Mulheres são mais céticas no uso de inteligência artificial

  • Lusa
  • 26 Fevereiro 2025

Estudo revela que mulheres estão a adotar ferramentas de IA a uma taxa 25% menor do que os homens. Em causa estão questões éticas que o uso destas ferramentas pode levantar.

As mulheres são mais céticas ao uso de inteligência artificial generativa (GenIA) e questionam se é ético usar estas ferramentas, segundo um estudo da Harvard Business School.

O estudo revela que as mulheres são significativamente mais relutantes em usar a tecnologia do que os homens. “Há sempre uma grande disparidade de género”, refere Rembrand Koring, professor e um dos autores do estudo.

De acordo com o estudo, as mulheres estão a adotar ferramentas de IA a uma taxa 25% menor do que os homens, “apesar do facto de que os benefícios da IA se aplicariam igualmente a homens e mulheres”, disse o professor.

Segundo o autor do estudo, esta tendência pode ser justificada com a preocupação expressa pelo sexo feminino com as questões éticas que o uso destas ferramentas pode levantar, temendo também serem julgadas no local de trabalho.

O estudo salienta ainda que as empresas podem perder grandes ganhos de produtividade se as mulheres continuarem a evitar o uso da IA generativa, e as mulheres podem ficar para trás na construção de habilidades tecnológicas relacionadas com o uso da IA.

“É importante criar um ambiente no qual todos sintam que podem participar e experimentar estas ferramentas e não serão julgados por [usá-las]”, disse o professor.

Para a elaboração deste trabalho, os autores examinaram 18 estudos, envolvendo mais de 140.000 estudantes universitários e trabalhadores de países como os Estados Unidos, Suécia, México, China e Marrocos.

Na maioria dos estudos, a parcela de mulheres que adotaram ferramentas de IA foi de 10 a 40% menor do que a parcela de homens.

Entre novembro de 2022 e maio de 2024, as mulheres representavam apenas 42% dos 200 milhões de utilizadores mensais médios do site do ChatGPT, sendo que, no uso da aplicação para telemóveis, a diferença de género foi ainda maior, com 27% do total de ‘downloads’ da aplicação provenientes de mulheres.

Rembrand Koring identifica três possíveis ramificações para esta diferença entre os géneros.

As mulheres podem ter dificuldade para avançar na carreira ao não usar uma tecnologia que aumenta a produtividade, o que pode levar as empresas e a economia a perder um potencial crescimento.

Além disso, o ceticismo das mulheres leva a que as ferramentas de IA percam a sua contribuição, o que pode levar a respostas tendenciosas por parte destas ferramentas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Metlife quer recrutar 125 novos agentes de seguros exclusivos

  • ECO Seguros
  • 26 Fevereiro 2025

A seguradora procura candidatos com experiência no setor segurador ou noutras áreas comerciais como o imobiliário, valorizando perfis empreendedores, com competências digitais e de liderança.

A Metlife quer recrutar 125 profissionais para integrar a sua rede de agentes de seguros exclusivos, avançou a seguradora em comunicado esta quarta-feira.

Oscar Herencia, vice-presidente para o sul da Europa e diretor geral da MetLife na Ibéria: “Queremos continuar a expandir a nossa operação e a garantir um atendimento de proximidade aos clientes. Para isso, é essencial atrair talentos com visão empreendedora e vontade de crescer”

A empresa de seguros especializada em seguros de Vida e Acidentes Pessoais procura candidatos com experiência no setor segurador ou noutras áreas comerciais como o imobiliário, valorizando perfis empreendedores, com competências digitais e de liderança. O recrutamento está aberto de norte a sul do país com especial incidência nos distritos de Lisboa, Porto, Leiria e Santarém.

Atualmente, a seguradora conta com 364 agentes exclusivos e tem investido no crescimento de negócio das agências, segundo indica. Certificou 90 novos agentes em 2024, um crescimento de 12% face ao ano anterior. “Como reflexo dessa estratégia, a carteira de negócio individual das agências MetLife cresceu 6% em 2024, com resultados positivos em todos os segmentos”, lê-se no comunicado.

“Queremos continuar a expandir a nossa operação e a garantir um atendimento de proximidade aos clientes. Para isso, é essencial atrair talentos com visão empreendedora e vontade de crescer num setor que tem um impacto social relevante, assegurando a proteção financeira dos portugueses”, assinala Oscar Herencia, vice-presidente para o sul da Europa e diretor geral da MetLife na Ibéria.

A companhia com presença em mais de 40 mercados a nível global oferece formação gratuita até à conclusão do processo de certificação dos agentes para “apoiar a integração e o desenvolvimento destes profissionais” assinala a MetLife. Não obstante, as formações são dadas ao longo da progressão da carreira dos agentes.

“Criámos a MetLife Management Academy para capacitar os nossos agentes com competências essenciais em áreas como o empreendedorismo, desenvolvimento do negócio, liderança e comunicação. Este programa de três anos é uma mais-valia tanto para os nossos agentes atuais como para aqueles que pretendem integrar a MetLife”, assinala Ana Araújo, Diretora de Distribuição Face-to-Face em Portugal.

Para mais informações sobre o recrutamento, verifique a página de LinkedIn da Metlife.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Negócio perdulário da TAP no Brasil. “Faria de novo? Não”, assume ex-CEO Fernando Pinto

No Parlamento, Fernando Pinto lembrou que, à época, a manutenção era o “melhor negócio do mundo na aviação” e que compra da Varig Manutenção & Engenharia contou com o “entusiasmo total” da Parpública.

Um dos temas mais polémicos na história da TAP neste século foi a aquisição da Varig Manutenção & Engenharia em 2006, que abriria um buraco de mais de 900 milhões na companhia aérea portuguesa. Fernando Pinto, que era a altura o presidente executivo da transportadora, afirmou esta quarta-feira no Parlamento que não faria o negócio, pelo menos não da mesma forma.

“No geral, isso [VEM/TAP ME Brasil] foi bom. Se me pergunta se faria de novo? Não, eu tentaria fazer de outra forma, para não ter esses custos, problemas e tudo mais, mas ninguém consegue adivinhar o futuro”, disse o gestor, que está a ser ouvido na Comissão de Economia, Obras Públicas e Habitação sobre as conclusões da auditoria da Inspeção-Geral das Finanças (IGF) às contas da TAP, divulgada em agosto de 2024.

A análise da IGF considerou que o racional económico da aquisição da Varig Manutenção & Engenharia não ficou demonstrado, contabilizando perdas superiores a 906 milhões de euros, até 2023.

Na audição desta manhã, Fernando Pinto lembrou que, à época, a manutenção era o “melhor negócio do mundo na aviação”, mas o contexto alterou-se posteriormente, com as diversas crises, entre as quais a do petróleo, em 2008. Adicionalmente, explicou, os custos da VEM aumentaram com a valorização do real no Brasil, que levou também aos aumentos dos custos com mão-de-obra.

O antigo CEO, que deixou a TAP em 2017, referiu aos deputados que a compra da VEM contou com o “entusiasmo total” da Parpública, que considerava a manutenção de aeronaves “o melhor negócio”. O antigo responsável explicou que, a partir do momento em que a TAP percebeu que a ME Brasil não dava resultados, tentou-se a venda, várias vezes, mas sem sucesso.

Adicionalmente, Fernando Pinto apontou que encerrar a empresa não foi uma opção porque traria prejuízos muito maiores à TAP devido a questões fiscais no Brasil, que a empresa estava a questionar legalmente. “Naquele tempo, eu não apostava no encerramento. Apostava, sim, na recuperação e isso aconteceu em 2018, antes do problema com a Covid. Ela [VEM] teve resultados operacionais positivos”, realçou.

Questionado sobre as afirmações do antigo administrador da companhia aérea Diogo Lacerda Machado, de que o negócio no Brasil “foi de longe o melhor investimento que a TAP fez em 50 anos” e que sem ele a companhia, provavelmente, hoje não existiria, Fernando Pinto concordou que a manutenção ajudou ao crescimento do transporte aéreo – a TAP SA – que tinha bons resultados.

Quanto ao ex-acionista David Neeleman, Fernando Pinto considerou que Portugal tem muito a agradecer-lhe, por ter aberto o mercado americano à TAP.

Em entrevista à Lusa, em janeiro de 2022, a então presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, anunciou que, após tentativas de venda falhadas, o grupo tinha decidido encerrar gradualmente as operações de Manutenção e Engenharia Brasil (TAP ME), como parte do plano de reestruturação aprovado pela Comissão Europeia no mês anterior, que exigia a separação dos ativos não-essenciais, nomeadamente o negócio de manutenção no Brasil, e os de ‘catering’ (Cateringpor) e de handling (Groundforce).

 

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ministério da Modernização está a avaliar implicações do uso da IA chinesa DeepSeek

  • Lusa
  • 26 Fevereiro 2025

“A preocupação do Governo é assegurar que as ferramentas respeitam os regulamentos europeus e a legislação nacional”, justifica fonte do Ministério da Juventude e da Modernização.

O Ministério da Juventude e da Modernização está a avaliar as implicações da utilização do modelo de inteligência artificial chinês DeepSeek para suportar uma tomada de decisão por parte do Governo, disse esta quarta-feira à Lusa fonte oficial.

“Informamos que estão a ser avaliadas as implicações da utilização da ferramenta DeepSeek para suportar uma tomada de decisão por parte do Governo, tal como é aplicável para outras ferramentas”, adiantou fonte do gabinete da ministra Margarida Balseiro Lopes em resposta a questões colocadas pela Lusa.

“Naturalmente que a preocupação do Governo é assegurar que as ferramentas respeitam os regulamentos europeus e a legislação nacional“, acrescentou a mesma fonte.

A Lusa contactou o ministério no seguimento de vários países terem bloqueado o acesso à chinesa DeepSeek.

A Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) está a investigar a atividade da tecnológica chinesa e quando estiver concluída a investigação serão divulgados os resultados, de acordo com fonte oficial.

“Seja qual for a tecnologia digital, os utilizadores devem ter cuidados no que respeita aos serviços/produtos que usam e/ou subscrevem, nomeadamente procurar saber se os fornecedores são reconhecidos e de confiança no contexto nacional”, disse recentemente à Lusa fonte oficial do Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS), quando questionada sobre o tema, recordando que a entidade disponibiliza um conjunto de instrumentos sobre cibersegurança.

Relativamente à IA generativa, nomeadamente os LLM (‘Large Language Models’, grandes modelos de linguagem), o CNCS sugere boas práticas como “evitar partilhar dados sensíveis e/ou pessoais na interação com a ferramenta de IA generativa”, “verificar noutras fontes a veracidade da informação disponibilizada pela ferramenta de IA generativa” e “escolher a ferramenta/tipo de subscrição de IA generativa obedecendo a uma análise de custo-benefício e privilegiando serviços com maior transparência”.

Também sugere “não utilizar a IA generativa para fins maliciosos, como a geração de conteúdos enganadores”, adianta fonte oficial.

A Lusa contactou também a Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) sobre este tema e aguarda resposta.

Países da Europa, Ásia, América e Oceânia decidiram bloquear o uso da DeepSeek aos seus funcionários, depois de esta agitar o mercado com um barato modelo de código aberto, devido a suspeitas sobre questões de segurança, nomeadamente em termos de gestão de informação por parte de Pequim.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo recebe relatórios de avaliação da TAP a 17 de março

  • ECO
  • 26 Fevereiro 2025

Banco Finantia e consultora EY estão a elaborar documentos de análise à performance da companhia aérea, que servirão como ponto de partida para conhecer o valor de mercado e prosseguir a privatização.

O Governo deverá receber dois relatórios independentes sobre a avaliação da TAP a 17 de março. A transportadora aérea está a ser avaliada pela consultora EY e pelo banco de investimento Finantia e as conclusões chegarão em meados de março, avança esta quarta-feira a Bloomberg.

Esta é uma etapa fundamental no processo de privatização e terá em conta o desempenho da TAP em 2024, segundo adiantou à agência financeira uma fonte conhecedora do assunto. A partir daí, poder-se-á determinar o valor de mercado justo para a TAP.

O Governo está a considerar a venda de, pelo menos, 49% da TAP na reprivatização da companhia. A confirmar-se este modelo, significa que poderá ser alienada uma participação minoritária, mantendo-se o Estado com o controlo do capital. Recorde-se que o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, já afirmou por várias vezes que é contra a venda da maioria da companhia aérea.

A TAP registou um lucro de 118,2 milhões de euros nos primeiros nove meses de 2024, período em que aumentou as receitas de passagens e do negócio de manutenção de aeronaves. O resultado beneficia do lucro de 117,8 milhões de euros conseguido entre julho e setembro, os meses mais fortes para a aviação.

“Estamos satisfeitos com a nossa performance no terceiro trimestre, apesar dos dois grandes desafios enfrentados: a situação difícil de gestão do espaço aéreo europeu, e as desvalorizações cambiais significativas”, afirma Luís Rodrigues, CEO da TAP, na altura da apresentação das contas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Alteração de solos rústicos para urbanos vai exigir prova de fontes de financiamento e viabilidade económico-financeira

As propostas de alteração dos partidos à lei dos solos foram esta quarta-feira discutidas na Comissão de Economia, no Parlamento. A votação final será feita no plenário na sexta-feira.

O PS conseguiu aprovar a sua exigência de que se conheçam as fontes de financiamento dos projetos urbanísticos e a existência de viabilidade económico-financeira nos projetos em que os solos rústicos serão convertidos em urbanos.

Esta é uma das muitas propostas de alteração à lei dos solos aprovadas na especialidade no Parlamento, esta quarta-feira, na Comissão de Economia, Obras Públicas e Habitação. Outras mudanças significativas são a chamada das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) ao processo, a substituição do conceito de “preços moderados” por “habitação a custos controlados” e a exigência explícita de contiguidade territorial entre o terreno a reclassificar e a malha urbana.

Os socialistas exigiam a “demonstração da viabilidade económico-financeira da proposta, incluindo a identificação dos sujeitos responsáveis pelo financiamento, a demonstração das fontes de financiamento contratualizadas e de investimento público”. O PSD e a Iniciativa Liberal opuseram-se a este escrutínio económico-financeiro, mas os votos a favor do PS, Chega e Livre permitiram que tal seja adicionado ao articulado, passando a constar do artigo 72.º do Decreto-Lei 117/2024, de 30 de dezembro.

Os social-democratas cumpriram a indicação dos ministros das Infraestruturas e da Coesão Territorial e deram luz verde a duas “linhas vermelhas” socialistas. Por um lado, a indicação explícita da palavra “contiguidade” no diploma, o qual, no artigo 72.ºB, passa a apontar que a reclassificação fica sujeita a que “seja assegurada a contiguidade com o solo urbano, enquanto consolidação e coerência da urbanização a desenvolver com a área urbana existente”. Por outro, fica claro que as casas a construir se destinam a “arrendamento acessível” ou “habitação a custos controlados”.

Ainda por proposta do PS, a reclassificação passa a ter uma verificação extra-municipal. Enquanto o decreto-lei inicial deixava a decisão de reclassificação nas mãos do Executivo camarário e da Assembleia Municipal, a nova formulação aponta a obrigação de se ouvir as CCDR. Apenas quando o terreno rústico já seja público fica a CCDR fora do processo.

Com efeito, no artigo 123.º, o novo ponto 4 indica que as alterações de uso do terreno, “quando não ocorram em solo de propriedade exclusivamente pública, dependem de parecer não vinculativo da comissão da coordenação e desenvolvimento regional […] o qual deve ser proferido no prazo de 20 dias a contar da data do envio da proposta, sob pena de deferimento tácito”.

Outra alteração à lei do Governo é a impossibilidade de construção de casas para “trabalhadores agrícolas” em locais que não sejam contíguos com zonas urbanas. A exceção iria permitir que surgissem edifícios de habitação em áreas sem qualquer ligação à malha urbana, mas acabou revogada, com voto contra apenas do Chega.

Por proposta social-democrata surge um prazo máximo de quatro anos para “concretizar as obras de urbanização”, o qual contará da “data de publicação da deliberação do respetivo órgão deliberativo na 2.ª série do Diário da República”. Apesar de apenas o PSD ter votado a favor desta alteração ao ponto 11 do artigo 72.º, a abstenção socialista e do Chega permitiram passar a medida. Poderá ainda haver uma prorrogação de um ano “por razões excecionais, devidamente fundamentadas, e desde que as operações urbanísticas já tenham sido iniciadas”.

Em sentido contrário, verificou-se a rejeição de várias propostas, designadamente a do PS que previa a limitação da reclassificação aos casos em que não existam terrenos urbanos disponíveis e a exigência de que a passagem de rústico a urbano deveria “fundamentar-se nas necessidades demonstradas de salvaguarda de valores de interesse público relevantes em termos ambientais, patrimoniais, económicos e sociais”.

Foi ainda aprovada com abstenção do PCP e restantes votos favoráveis a proposta de alteração que aponta a “demonstração do impacto da carga urbanística proposta, no sistema de infraestruturas existente, a previsão dos encargos necessários ao seu reforço, à execução de novas infraestruturas e à respetiva manutenção”.

Após a votação na especialidade desta quarta-feira, a votação final global decorrerá no Plenário da Assembleia da República na sexta-feira. Nesse dia, com a expectável aprovação do PSD e PS, surgirá um novo diploma, já com as alterações agora aprovadas ao Decreto-Lei 117/2024, abrindo-se caminho ao propósito de aumentar o número de solos com possibilidade de construção.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.