Portugal e Brasil assinam 19 acordos. Trocas “estão num nível cada vez mais elevado”, afirma Montenegro

Da 14ª Cimeira Luso-Brasileira saem 19 instrumentos bilaterais. Montenegro garante que existe uma "relação de perfeita articulação" em Portugal com os imigrantes brasileiros.

Portugal e o Brasil assinaram esta quarta-feira, no âmbito da 14ª Cimeira Luso-Brasileira, 19 instrumentos bilaterais em áreas como a defesa, segurança, justiça, ciência, saúde, comércio, energia e cultura. Após o encontro realizado em Brasília, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, sublinhou que as trocas comerciais entre os dois países estão “num nível cada vez mais elevado” e defendeu que existe uma “relação de perfeita articulação” com os imigrantes brasileiros.

“As nossas trocas comerciais estão num nível cada vez mais elevado e cada vez mais diversificado“, afirmou o primeiro-ministro em conferência de imprensa conjunta com o Presidente brasileiro, Lula da Silva.

Como exemplo da importância que diz atribuir às relações bilaterais entre os dois países, Luís Montenegro garantiu que “qualquer que venha a ser opção que seja tomada para a TAP, o caderno de encargos terá como obrigação a manutenção das linhas e rotas” que ligam Portugal ao Brasil.

Entre os instrumentos assinados entre Portugal e o Brasil destaca-se o acordo na área da Justiça. Este prevê a colaboração direta entre PJ, PSP e GNR e a Polícia Federal do Brasil no domínio da investigação relativa a crimes como o terrorismo, cibercrime, tráfico de droga, de armas e munições e de seres humanos ou branqueamento de capitais que sejam transnacionais. O documento foi assinado pelos ministros da Justiça de Portugal, Rita Alarcão Júdice, e do Brasil, Ricardo Lewandowski.

Nos termos deste acordo, podem ser criadas as figuras de oficiais de ligação e de meios de comunicação diretos e equipas conjuntas de investigação e de equipas conjuntas com polícias de ambos os países.

Assim, “as autoridades policiais competentes podem, sem prévia solicitação, fornecer dados e informações às correspondentes autoridades policiais competentes da outra parte, nos casos em que existam razões factuais para crer que esses dados e informações podem contribuir para a investigação e combate à criminalidade organizada transnacional e ao terrorismo“, lê-se no texto.

Recordando a importância da integração comum em espaços estratégicos como a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e a Iberoamérica, o chefe do Executivo português anunciou que da Cimeira sai a criação de um grupo de trabalho para tornar o português como língua de trabalho nas Nações Unidas. O grupo que será gerido pelo Instituto Camões e o Instituto Guimarães Rosa irá explorar a metodologia, financiamento e formas de executar esta pretensão.

Os dois países acordaram também a criação de um grupo de trabalho bilateral, a ser coordenado, pelo lado brasileiro, pelo Ministério de Portos e Aeroportos e, pelo lado português, pelo Ministério das Infraestruturas e da Habitação, com vista a estudar os meios e a viabilidade de um potencial incremento das rotas comerciais marítimas diretas entre os dois Estados, de acordo com a declaração conjunta entre as partes.

Entre os diversos memorandos de entendimento inclui-se o dedicado ao “diálogo digital“. Um documento a cinco anos, renovável (ainda sem orçamento explícito), para projetos de investigação e inovação entre Portugal e o Brasil, bem como conferências e intercâmbios sobre digitalização.

Luís Montenegro considerou que “este é um tempo onde a comunidade portuguesa no Brasil atinge um nível bastante elevado e a comunidade brasileira em Portugal atinge um nível bastante elevado”.

Quero assegurar que em Portugal temos uma relação de perfeita articulação com os brasileiros que escolheram viver em Portugal. São efetivamente a maior comunidade de imigrantes que temos no nosso pais e aquela que está mais integrada“, disse.

Veja aqui a lista dos instrumentos bilaterais assinados:

  • Emenda ao Acordo para a Proteção de Informação Classificada entre a República Federativa do Brasil e a República Portuguesa;
  • Acordo de Cooperação entre República Federativa do Brasil e a República Portuguesa no Domínio da Investigação e Combate à Criminalidade Organizada Transnacional e ao Terrorismo;
  • Memorando de Entendimento entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República Portuguesa para o Fortalecimento da Cooperação na Área da Saúde;
  • Memorando de Entendimento entre o Ministério da Cultura da República Federativa do Brasil e o Ministério da Cultura da República Portuguesa que Estabelece as Bases da Cooperação entre o Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) e a Instituição Museus e Monumentos de Portugal (MMP);
  • Protocolo de Cooperação entre o Ministério da Cultura da República Portuguesa e o Ministério da Cultura da República Federativa do Brasil na Área do Intercâmbio Artístico;
  • Memorando de Entendimento entre o Ministério de Portos e Aeroportos da República Federativa do Brasil e o Ministério das Infraestruturas e Habitação da República Portuguesa sobre Cooperação no Âmbito da Infraestrutura Portuária;
  • Memorando de Entendimento sobre o Estabelecimento de um Diálogo Digital entre o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos da República Federativa do Brasil e o Ministério da Juventude e Modernização da República Portuguesa;
  • Plano de Ação no Domínio do Turismo entre a EMBRATUR – Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo e o Turismo de Portugal 2025-2027;
  • Memorando de Entendimento entre o Ministério do Meio Ambiente do Brasil e Ministério do Ambiente e Energia de Portugal sobre Clima e Ecossistema;
  • Memorando de Entendimento entre o Ministério da Cultura da República Federativa do Brasil e o Ministério da Cultura da República Portuguesa que Estabelece as Bases da Cooperação entre a Fundação Biblioteca Nacional do Brasil e a Biblioteca Nacional de Portugal;
  • Memorando de Entendimento que entre si celebram a Fundação Oswaldo Cruz, o Centro de Engenharia e Desenvolvimento e o Instituto de Biologia Molecular do Paraná;
  • Memorando de Entendimento para cooperação internacional entre a Fundação Oswaldo Cruz, por intermédio do Instituto de Tecnologia em Fármacos, Universidade de Coimbra e Biocant Park;
  • Memorando de Entendimento entre o Ministério da Agricultura e Pescas da República Portuguesa e o Ministério da Agricultura e Pecuária da República Federativa do Brasil para a Promoção e Cooperação no Domínio do Vinho e Outros Produtos Vitivinícolas;
  • Memorando de Entendimento na área de promoção da alimentação saudável e da prevenção da obesidade entre o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome e o Ministério da Saúde da República Federativa do Brasil e o Ministério da Saúde da República Portuguesa;
  • Acordo de Parceria internacional Entre a Fundação Oswaldo Cruz, o Instituto de Biologia Molecular do Paraná e a NOVA Medical School para Criação do Centro de Inovação em Saúde Global.

(Notícia atualizada às 17h41)

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Ex-MAI de Passos Coelho lidera grupo de reforma do processo penal

Anabela Miranda Rodrigues foi a escolhida para liderar o Grupo de Trabalho do Ministério da Justiça criado para redigir a reforma do processo penal.

Anabela Miranda Rodrigues vai liderar o Grupo de Trabalho do Ministério da Justiça criado para redigir a reforma do processo penal, anunciado pela ministra Rita Alarcão Júdice.

Em janeiro, Rita Alarcão Júdice já tinha avançado que iria entrar em funções ainda este mês um grupo de peritos dedicado à promoção da eficácia e celeridade do processo penal. O objetivo é equacionar a amplitude e função da instrução, o reforço dos poderes de condução e apreciação do juiz e proceder a alterações no Código de Processo Penal, nomeadamente em matéria de recursos.

A reforma da justiça é ter legislação clara, que não mude a cada sobressalto, e que as mudanças sejam refletidas e ponderadas. Entre muitas outras coisas, reformar a Justiça é eliminar expedientes inúteis, manobras dilatórias e caminhos labirínticos que só ajudam a descredibilizar a Justiça aos olhos dos nossos concidadãos, que esperam muito de nós, por isso, nos elegeram. Este papel cabe ao Governo, mas também ao Parlamento”, disse a ministra na altura.

Anabela Miranda Rodrigues foi ministra da Administração Interna do XIX Governo Constitucional do Governo de Pedro Passos Coelho mas apenas durante 11 meses (de novembro de 2014 a outubro de 2015), sucedendo a Miguel Macedo que se demitiu do cargo por alegado envolvimento na investigação que ficou conhecida como vistos gold. Atualmente exerce o cargo de secretária-geral da Fundação Internacional Penal e Penitenciária

Professora Catedrática de Direito e Processo Penal, foi presidente da Comissão para a Reforma do Sistema de Execução de Penas e Medidas e presidente da Comissão de Reforma da Legislação sobre o Processo Tutelar Educativo. Foi ainda diretora da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e diretora do Centro de Estudos Judiciários.

Foi a primeira mulher a doutorar-se, em 1995, a primeira a exercer o cargo de ministra da Administração Interna e primeira diretora da chamada escola de juízes, no CEJ, cujo mandato começou em setembro de 2004 e durou até 2009, pelo mão do então Ministro José Pedro Aguiar-Branco. Foi também a primeira não magistrada a exercer este cargo. Entre 2011 e 2013 foi diretora da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra.

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António Costa defende “mentalidade de defesa europeia”

  • Lusa
  • 19 Fevereiro 2025

O presidente do Conselho Europeu reconhece que existe "um senso de desconexão entre cidadãos e lideranças" e que é necessário "uma mentalidade de defesa europeia a todos os níveis na Europa".

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, defendeu esta quarta-feira, em Bruxelas, que a situação de guerra que se vive exige medidas urgentes, pelo que é preciso uma mentalidade de defesa europeia.

“A paz e a segurança da Europa está também nas comunidades locais. A paz e a segurança da Europa são também da vossa responsabilidade. A União Europeia será mais forte e bem-sucedida apenas se nós, vocês, todos, agirmos de mãos dadas. Porque a situação exige urgência. Precisamos de uma mentalidade de defesa europeia a todos os níveis na Europa”, disse António Costa durante a 164.ª sessão plenária do Comité das Regiões Europeu, que dita o fim do mandato de Vasco Alves Cordeiro como presidente.

Para António Costa, “os novos investimentos em defesa também podem criar empregos e desenvolver as regiões” e “significarão mais integração territorial e mais desenvolvimento regional”.

O presidente do Conselho Europeu, e ex-primeiro ministro português, considerou que são necessários “novos investimentos em defesa de forma integrada” e “construir ao mesmo tempo uma cadeia de abastecimento sustentada, autonomia energética e uma indústria inovadora”.

Apontando que a União Europeia “está a viver um momento decisivo, face às condições geopolíticas e económicas” e que existe “um senso de desconexão entre cidadãos e lideranças”, António Costa defendeu que é preciso “construir de baixo para cima, para a unidade e a coesão”.

“A guerra da Rússia contra a Ucrânia tem sido um ato de agressão, causando sofrimento humanitário. Mas também ameaçador para a segurança europeia”, alertou, ao defender que “nada sobre a guerra contra a Ucrânia pode ser decidido sem a Ucrânia” e que é necessário “intensificar os esforços para construir uma Europa da Defesa”, acrescentou.

António Costa considerou que é necessária a “confiança dos cidadãos” na capacidade de a Europa os defender. “As nossas cidades, vilas, regiões, das áreas montanhosas às áreas metropolitanas, das regiões ultraperiféricas ao centro da nossa União, são fundamentais para o sucesso coletivo”, frisou, ao referir que “representam a diversidade da Europa” e os seus modelos económicos e de governação.

“É por isso que a subsidiariedade e a governação multinível são os princípios fundamentais da arquitetura europeia”, pois são os governos locais que “entendem os seus cidadãos, as necessidades, os seus desafios e suas esperanças para o futuro” e “adaptam as políticas às condições locais”, adiantou.

Para António Costa, “as cidades e as regiões são também quem está melhor colocado para enfrentar a crise da habitação, para se lutar contra as causas profundas da desigualdade social e assegurar que a busca pela competitividade seja, de facto, uma busca pela prosperidade partilhada”.

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Aprovado levantamento da imunidade parlamentar de Miguel Arruda

  • ADVOCATUS
  • 19 Fevereiro 2025

A Comissão de Transparência aprovou esta quarta-feira o levantamento da imunidade parlamentar do deputado não inscrito Miguel Arruda. É suspeito de oito crimes de furto qualificado.

A Comissão de Transparência aprovou esta quarta-feira o levantamento da imunidade parlamentar do deputado não inscrito Miguel Arruda, avança a Renascença. O levantamento da imunidade foi aprovado depois de se ter verificado o cumprimento dos requisitos constitucionais e legais.

Em 21 de janeiro, o deputado não inscrito Miguel Arruda foi constituído arguido por suspeita do furto de malas no aeroporto de Lisboa, e nesse mesmo dia a PSP realizou buscas nas casas do deputado em São Miguel e em Lisboa. É suspeito de oito crimes de furto qualificado.

Em causa estão suspeitas de crimes de furto qualificado e contra a propriedade. Miguel Arruda terá furtado malas dos tapetes de bagagens das chegadas do aeroporto de Lisboa quando viajava vindo dos Açores no início das semanas de trabalhos parlamentares.

Dois dias depois, Miguel Arruda reuniu-se com o líder do Chega, André Ventura, e anunciou que ia desfiliar-se do partido e passaria a deputado não inscrito.

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Zelensky é um “ditador sem eleições”, acusa Trump

Trump criticou o homólogo ucraniano, insinuando que é o responsável pela guerra. "Um ditador sem eleições, Zelensky é melhor agir rapidamente ou não restará nada do país", escreve o republicado no X.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou o Zelensky de ser um “ditador sem eleições”, depois do presidente da Ucrânia dizer que “não pode vender o país” e rejeitar o acordo proposto por Donald Trump.

Um ditador sem eleições, Zelensky é melhor agir rapidamente ou não restará nada do país“, escreveu o presidente norte-americano na rede social X. “Entretanto, estamos a negociar com sucesso o fim da guerra com a Rússia, algo que todos admitem que só Trump e a administração de Trump podem fazer”, continuou.

“Um comediante modestamente bem-sucedido, Volodymyr Zelensky, convenceu os EUA a gastar 350 mil milhões de dólares para entrar numa guerra que não poderia ser vencida, que nunca precisou iniciar, mas uma guerra que ele, sem os EUA e Trump, nunca será capaz de resolver”, escreveu ainda na rede social.

Trump escreve ainda na mesma publicação que “os Estados Unidos gastaram 200 mil milhões de dólares a mais que a Europa, e o dinheiro da Europa está garantido, enquanto os Estados Unidos não receberão nada de volta”, culpabilizando o anterior presidente Joe Biden. “A única coisa em que ele era bom (Volodymyr Zelensky) era em manipular Biden como um violino”, afiança Trump.

Trump não deixou nada por dizer e reiterou ainda que Zelensky “admitiu que metade do dinheiro que os EUA enviaram está desaparecido” e que “ele se recusa a ter eleições“, tendo em conta que o mandato de cinco anos terminou em 2024, ainda que a lei ucraniana assegure que as eleições não sejam realizadas em tempos de guerra.

Esta terça-feira Donald Trump criticou o homólogo ucraniano, insinuando que Zelensky é responsável pela guerra que começou com a invasão russa em fevereiro de 2022. Na publicação, Trump afirma que “milhões de pessoas morreram desnecessariamente” porque “Zelensky está a fazer um trabalho terrível e a “destruir o país”.

Estas acusações surgem um dia depois da reunião russo-americana que decorreu na Arábia Saudita, sem a presença da Ucrânia. “As negociações estão agora a decorrer entre representantes russos e norte-americanos. Mais uma vez, sobre a Ucrânia e sem a Ucrânia”, condenou Zelensky.

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Autoridade da Concorrência multa consultora tecnológica Inetum em 3 milhões de euros

Em causa estão práticas anticoncorrenciais no mercado de trabalho. Investigação do regulador concluiu que houve acordos bilaterais de não-contratação de trabalhadores durante sete anos.

A Autoridade da Concorrência (AdC) condenou esta quarta-feira três empresas do grupo de tecnologia Inetum por práticas anticoncorrenciais no mercado laboral com uma multa de 3.092.000 euros.

A coima do regulador da concorrência surge após uma investigação, iniciada em março de 2022, que identificou indícios de que várias empresas, incluindo esta consultora digital, haviam estabelecido acordos bilaterais de não-contratação de trabalhadores (no-poach), durante pelo menos sete anos, que implicavam um compromisso entre as empresas de não recrutar e/ou fazer propostas espontâneas aos trabalhadores dessas empresas.

As práticas em causa ocorreram entre março de 2014 e agosto de 2021. Ao obrigar-se reciprocamente a não recrutar e/ou não abordar espontaneamente os seus funcionários, as empresas visadas “restringiram a concorrência no mercado laboral, repartindo a oferta de mão de obra e limitando a mobilidade dos referidos profissionais”, segundo a autoridade liderada por Nuno Cunha Rodrigues.

Neste processo, devido a práticas parecidas, a AdC já havia multado outras três empresas (duas multinacionais e uma consultora tecnológica portuguesa) num total de 4.082.000 euros. “Estas três últimas empresas recorreram ao procedimento de transação, ao colaborarem com a AdC, abdicando de litigar a imputação factual e apresentando prova relevante da existência da infração e efetuando o pagamento voluntário da coima”, esclarece a AdC, em comunicado de imprensa.

Os acordos de no-poach são proibidos em Portugal por ter impacto negativo no poder negocial dos empregados.

Inetum vai recorrer da decisão em tribunal

A Inetum confirmou ao ECO que recebeu a notificação da AdC e vai recorrer da decisão através dos tribunais. Após a fase administrativa do processo, segue-se a judicial. A coima que irá agora ser avaliada pela justiça foi dirigida à Inetum Holding Business Solutions (ex-ROFF), tendo as duas empresas-mãe sido notificadas na qualidade de responsáveis solidárias.

“O processo reporta a alegados factos que remontam há mais de 10 anos. Ao longo do processo, a Inetum prestou sempre a máxima colaboração à AdC, procurando ajudar aquela entidade administrativa a clarificar os factos. A Inetum nunca aceitou, nem podia aceitar, a prática que lhe foi imputada, tendo por isso mesmo – e ao contrário das outras empresas –, rejeitado qualquer acordo e recusado prescindir do seu direito de recurso“, respondeu a empresa, em declarações enviadas ao ECO.

No início de fevereiro, a Inetum fez mudanças na equipa de gestão ao nomear Nathalie Pousin como Group Chief Financial Officer e David Gendry para o cargo de vice-presidente executivo para Marketing, Comunicação e Public Affairs. Os dois executivos passaram a reportar diretamente a Jacques Pommeraud, presidente e CEO do grupo Inetum.

O objetivo é otimizar a estrutura de governance para aumentar a eficiência operacional. “O design organizacional simplificado irá apoiar o forte desempenho financeiro e a trajetória de crescimento sustentável da empresa”, crê a consultora de origem francesa.

Notícia atualizada às 18h53 com resposta da Inetum

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Parlamento Europeu pede que Portugal não perca fundos da coesão no novo orçamento da UE

  • Lusa
  • 19 Fevereiro 2025

“O reforço da capacidade de resposta às crises deve garantir que os fundos da política de coesão não sejam utilizados para esse fim", indica um relatório preliminar da Eurocâmara.

O Parlamento Europeu pede que, no próximo orçamento da União Europeia (UE) até 2034, países como Portugal não percam os atuais fundos da política de coesão face às novas prioridades comunitárias e a um eventual alargamento.

“Há um grande consenso no Parlamento Europeu de que a política de coesão é absolutamente essencial para os 27 Estados-membros, portanto nós temos a perfeita consciência de que tem de continuar a haver”, disse esta quarta-feira à agência Lusa a eurodeputada socialista Carla Tavares, uma das correlatoras da assembleia europeia para o orçamento da UE a longo prazo 2028-2034.

De acordo com a parlamentar do PS, “países como Portugal, Roménia e Polónia são um bom exemplo da importância que a política de coesão tem tido”. Para assegurar tais fundos, “as receitas [europeias] têm de ser mais fortes, têm de ser mais modernizadas e há uma questão que é importante também relativamente aos [novos] recursos próprios”, que devem ser estudados, referiu Carla Tavares à Lusa.

A posição surge quando a comissão dos Orçamentos do Parlamento Europeu finaliza um relatório sobre um “orçamento renovado a longo prazo para a União num mundo em mudança”, assinado por Carla Tavares e o eurodeputado Siegfried Mureşan, do Partido Popular Europeu, o outro correlator.

No projeto de relatório, que ainda aguarda contributos das bancadas parlamentares, lê-se que “o reforço da capacidade de resposta às crises deve garantir que os fundos da política de coesão não sejam utilizados para esse fim e possam, por conseguinte, ser utilizados para os objetivos de investimento previstos”. Para isso, é sugerida uma “reforma profunda dos instrumentos especiais existentes para reforçar a capacidade de resposta às crises”.

Estão em causa, por exemplo, “dois instrumentos especiais”, como um dedicado a assegurar a solidariedade em caso de catástrofes naturais (o sucessor da atual Reserva Europeia de Solidariedade) e outro para a resposta a crises de caráter geral (o sucessor do Instrumento de Flexibilidade).

Quando se avalia a expansão do bloco comunitário, com países candidatos como a Ucrânia e a Moldova, o Parlamento Europeu vinca que “os envelopes nacionais não devem ser afetados em caso de alargamento”, ao mesmo tempo que o próximo Quadro Financeiro Plurianual 2028-2034 deve “reformar domínios de despesa fundamentais, como a coesão e a agricultura, e planear medidas de transição e de introdução progressiva adequadas”.

Portugal tem vindo a defender um aumento do orçamento comunitário com mais contribuições nacionais dos Estados-membros, novos instrumentos financeiros comuns (como uma nova emissão conjunta de dívida) e novos recursos próprios (como uma taxa de carbono, um fundo de transição justa e uma taxa sobre o digital).

O país teme, porém, que estas novas prioridades afetem as políticas nacionais, pedindo que se mantenham os atuais envelopes e a atual flexibilidade. Entre as principais prioridades da UE para os próximos anos está a competitividade face aos seus principais concorrentes, os Estados Unidos e a China, bem como a segurança e defesa e uma transição digital e ‘verde’.

A Comissão Europeia deve avançar em julho com a sua proposta de Quadro Financeiro Plurianual 2028-2034, iniciando-se depois as negociações entre os colegisladores (Parlamento e Conselho). Até lá, a assembleia europeia pretende, na sessão plenária de maio, ter já uma posição comum (num relatório de iniciativa) sobre as principais diretrizes para o próximo orçamento da UE a longo prazo.

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PRA- Raposo, Sá Miranda & Associados lança o iGenerator

PRA lança projeto dedicado ao futuro do setor jurídico com temas como o Metaverso, Criptomoedas e Tecnologias de Informação.

A PRA – Raposo, Sá Miranda & Associados acaba de lançar o iGenerator, um projeto concebido para explorar os temas como a Inteligência Artificial, Blockchain, Criptomoedas e o Metaverso.

“O iGenerator foi criado e pensado para mergulharmos em tópicos de vanguarda que estão a moldar o presente e o futuro da nossa área de atuação. Neste contexto, estamos focados em abordar questões sobre temas que têm dado que falar no mundo jurídico – e não só – e que estão a revolucionar a forma como o Direito é praticado e interpretado, pelo que é fulcral que estejamos à frente dessa transformação”, afirma Miguel Miranda, managing partner da PRA.

O projeto reúne uma equipa de 17 advogados e está dividido em quatro áreas estratégicas: uma relacionada às Criptomoedas, sob a liderança de Daniel Torres Gonçalves; a de Blockchain e Metaverso, coordenada por Gonçalo Gil Barreiros; uma área focada nas Startups e Empreendedorismo, liderada por Joana de Sá; e a de Inteligência Artificial, com Pedro Rebelo Tavares como coordenador.

Criada em 2001, a PRA conta com uma equipa de mais de 200 profissionais, com escritórios próprios em Lisboa, Porto, Faro, Açores, Leiria, Évora e Madeira.

A PRA abrange 13 áreas de prática jurídica: Administrativo e Contratação Pública; Comercial e Contratos; Competition & EU; Contencioso e Arbitragem; Contencioso Penal; Corporate; Contencioso societário; Família e Sucessões; Fiscal; Imobiliário; Laboral; Propriedade Intelectual e Privacidade e Recuperação de Crédito e Insolvência – conta com cinco Unidades Económicas – Transportes, Saúde e Biotecnologia, Dano Corporal, Entertainment e Gestão de Ativos – e com dois serviços de assessoria jurídica internacionais – China Desk e Spanish Desk.

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PS quer novas regras de conduta dos deputados até ao verão, PSD com dúvidas mas admite discutir

  • Lusa
  • 19 Fevereiro 2025

O PSD duvida que se possa regular a boa educação, mas admite discutir a revisão do Código de Conduta dos deputados até final da sessão legislativa.

O PS defendeu esta quarta-feira a revisão do Código de Conduta dos deputados até final da sessão legislativa, frisando que propôs regras e não sanções, com o PSD a duvidar que se possa regular a boa educação, mas admitindo discutir.

No final de uma reunião de três horas, a conferência de líderes remeteu o debate sobre um eventual agravamento de sanções a deputados para um grupo de trabalho já existente para a revisão do Código de Conduta dos Deputados.

Em declarações aos jornalistas, o vice-presidente da bancada do PS Pedro Delgado Alves frisou que o partido apresentou na reunião “um conjunto de princípios” para iniciar o debate que gostaria de ver concluído até ao verão e considerou que, à exceção do Chega, houve um consenso quer quanto à preocupação com o tema, quer quanto à necessidade de encontrar soluções.

“Mais do que sanções, o que queremos são medidas que permitam à mesa e às mesas das comissões ou do plenário reagir perante os factos e poder ter ferramentas para assegurar a condução dos trabalhos”, disse, questionado por que razão o PS não propõe sanções de natureza pecuniária.

Entre outras medidas, o PS propõe que um deputado possa ser retirado da sala de sessões em caso de reiterada conduta grave, defende a possibilidade de suspensão de participação em ações externas em representação do parlamento e a introdução da figura da admoestação.

“É o caminho que, numa primeira fase, nos parece preferível e até porque nos parece poderem potencialmente ter um consenso mais alargado”, justificou, dizendo que o PS recusa que estas medidas tenham “uma dimensão sancionatória”, mas apenas de garantia de que “os trabalhos parlamentares podem funcionar”.

No final da conferência de líderes, o presidente da bancada parlamentar do PSD, Hugo Soares, recusou pronunciar-se em concreto sobre as propostas do PS, uma vez que apenas lhe foram apresentadas na reunião, mas reiterou ter dúvidas que se possa regular a boa educação e que devem ser os eleitores a penalizar as bancadas que não a têm em futuras votações.

“O Presidente da Assembleia da República já tem poderes próprios que se conferem à gestão dos trabalhos parlamentares. E eu não queria contribuir para achincalhar ainda mais o prestígio das instituições”, afirmou. Hugo Soares salientou que a legitimidade de todos os deputados é igual, do presidente ao parlamentar da última fila: “Serem deputados a aplicarem sanções a deputados é um princípio com o qual eu tenho dificuldade em conviver”.

“Isso significa que o PSD se oponha ao revisitar das normas dos códigos de condutas ou do Regimento? Não. Eu acho que há sempre caminho que se pode fazer, desde que seja feito com bom senso”, disse. À esquerda, BE e Livre manifestaram concordância que a discussão se faça no âmbito do grupo de trabalho sobre o Código de Conduta e defenderam que a degradação do ambiente parlamentar tem como único responsável o partido Chega.

“O Código de Conduta deve ser densificado, devem ser criados novos instrumentos que permitam defender o debate parlamentar”, afirmou o líder parlamentar do BE Fabian Figueiredo, ressalvando que o partido nunca proporá sanções, mas “mecanismos de defesa da democracia parlamentar, medidas dissuasoras do insulto”.

Isabel Mendes Lopes, líder parlamentar do Livre, salientou que foi o seu partido que pediu um estudo de direito comparado sobre o que se faz em outros parlamentos há dois anos e deixou também um apelo ao presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, para que “seja mais interventivo”.

Vamos estar no grupo de trabalho que vai finalmente olhar para medidas que o Livre já tinha pedido para serem adotadas e fazer pressão para que a discussão seja feita em poucas semanas. Não podemos permitir que os trabalhos parlamentares sejam condicionados sempre pela mesma bancada”, disse, sem excluir propostas de sanções pecuniárias.

Já a líder parlamentar do PCP, Paula Santos, considerou que o Regimento da Assembleia da República “já tem instrumentos que permite a intervenção por parte da Mesa” do parlamento, mas admitiu aperfeiçoamentos.

“Não nos parece que o caminho seja a aplicação de sanções ao exercício do mandato de deputado que vão para lá do que a Constituição permite”, afirmou. Pela IL, a líder parlamentar Mariana Leitão manifestou igualmente “grande reserva na aplicação de sanções ou mecanismos adicionais para limitar a ação dos deputados”.

“A primeira responsabilidade deve estar em cada um, nas lideranças das bancadas e nas dos partidos”, disse. Pelo CDS-PP, o presidente da bancada Paulo Núncio voltou a dizer que as faltas de educação no parlamento não são exclusivas da bancada do Chega, estendendo as críticas também à esquerda e ao PS.

“O CDS não considera que as sanções sejam um caminho adequado, não está na nossa prática parlamentar”, afirmou, dizendo que o povo “é o verdadeiro soberano” para sancionar os deputados nas eleições.

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Câmara da Maia vence batalha judicial de 20 milhões de euros. CNMF assessorou a autarquia

A Cerejeira Namora, Marinho Falcão representou o município da Maia, tendo o patrocínio sido assumido pelos advogados Pedro Marinho Falcão e Eduardo de Sousa Campos.

A Câmara Municipal da Maia ganhou uma batalha judicial de 20 milhões que podia levar à demolição do complexo escolar e do centro de saúde do Castelo da Maia, colocando fim a um diferendo iniciado há 44 anos.

No dia 13 de fevereiro, o Supremo Tribunal de Justiça proferiu, por unanimidade, um acórdão que dá razão ao Município da Maia. Nos termos do acórdão, estava em causa a imputação de vícios jurídicos e ilegalidades alegadamente ocorridos desde 1981, altura em que o município idealizou e concretizou o atual complexo escolar e do centro de saúde do Castelo da Maia.

A Cerejeira Namora, Marinho Falcão representou o Município da Maia, tendo o patrocínio sido assumido por Pedro Marinho Falcão e Eduardo de Sousa Campos. Em declarações, referiram que se “trata do finalizar de um processo de natureza cível de extrema complexidade factual e jurídica, em que foram inicialmente deduzidos 17 pedidos diferentes contra o Município da Maia que poderiam, para além de avultadas indemnizações, levar à demolição das escolas e do centro saúde. Os particulares lançaram mãos de todos os expedientes processuais possíveis mas, finalmente, ao fim de doze anos nos tribunais (um prazo inusual em processos cíveis) a justiça foi feita e os maiatos vão manter os equipamentos tão relevantes”

Tais equipamentos sociais foram construídos em terrenos privados, no contexto de um processo negocial que, em 2013, foi judicialmente colocado em causa pelos proprietários dos imóveis (e seus herdeiros). Estes alegaram que existiu uma invasão e ocupação ilegítima, mesmo confisco, e exigiam, para além de mais 20 milhões de euros em indemnização, a devolução dos terrenos e a inerente demolição das escolas e centro de saúde.

Por seu lado, o Município da Maia, refutando essa interpretação, sustentou que a sua atuação era legítima à luz de um contrato promessa celebrado com os proprietários e que a inércia estava do lado dos particulares.

O Supremo Tribunal de Justiça, depois de diversos recursos e incidentes, quer para o Tribunal da Relação do Porto quer para o próprio Supremo Tribunal de Justiça, veio, em decisão que já não admite recurso, a dar razão ao Município da Maia e considerar tal contrato como válido e vinculante para as partes.

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Governo termina com apoios financeiros a caldeiras poluentes

  • Lusa
  • 19 Fevereiro 2025

A medida pretende acompanhar a diretiva europeia para o desempenho energético dos edifícios.

O decreto-lei para acabar com os apoios financeiros à instalação de caldeiras autónomas alimentadas a combustíveis fósseis, como carvão e gás, foi publicado esta quarta-feira em Diário da República.

A medida, que tinha sido aprovada em Conselho de Ministros em 16 de janeiro e tem efeitos retroativos, pretende acompanhar a diretiva europeia para o desempenho energético dos edifícios, que representa uma parte significativa do consumo energético e das emissões de gases com efeito de estufa na União Europeia.

A diretiva estabelece a obrigação de os Estados-membros deixarem de conceder incentivos financeiros à instalação de caldeiras autónomas a combustíveis fósseis a partir de 1 de janeiro de 2025“, lê-se no documento.

Uma medida que “está plenamente alinhada com os objetivos estratégicos nacionais” relacionados com a eficiência energética e a transição para uma economia de baixo carbono, bem como o combate à pobreza energética, acrescenta o Governo.

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Macron recebido no parlamento com honras de Estado mas sem discurso em plenário

  • Lusa
  • 19 Fevereiro 2025

A cerimónia sem lugar a discurso deve-se “ao programa muito intenso do Presidente francês”.

O Presidente de França, Emmanuel Macron, será recebido na Assembleia da República, no próximo dia 27, com uma cerimónia solene de boas-vindas, com honras de Estado, mas sem a sessão antes prevista de discursos em plenário.

Esta mudança foi comunicada esta quarta-feira pelo porta-voz da conferência de lideres, o deputado social-democrata Jorge Paulo Oliveira, justificada “por condicionamentos” inerentes ao programa “intenso” da visita de Estado a Portugal do Presidente francês.

“No dia 27 de fevereiro, teremos uma cerimónia solene de boas-vindas ao Presidente Francês Emmanuel Macron. Estamos a falar de uma cerimónia solene e não de uma sessão solene como estava inicialmente prevista”, começou por referir. De acordo com o porta-voz da conferência de líderes, esta mudança deve-se “ao programa muito intenso do Presidente francês”.

“A cerimónia vai incluir diversos momentos, tendo honras de Estado, sessão de cumprimento no Salão Nobre da Assembleia da República e, também, o encontro com as delegações. Não tem intervenções”, completou.

Pelo programa inicial, estava previsto que o chefe de Estado francês encerrasse a sua presença no parlamento com um discurso em plenário. Antes, discursariam o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, e representantes de cada um dos grupos parlamentares.

“A diferença agora é que será transformada numa cerimónia solene de boas-vindas, que é uma modalidade que está prevista no Protocolo de Estado e adequada à receção de um Presidente de um Estado estrangeiro. Terá as honras habituais neste tipo de cerimónias, assim como uma sessão de cumprimentos no Salão Nobre e um encontro das delegações na Sala de Visitas do presidente da Assembleia da República”, reforçou.

Na história recente das relações franco-portuguesas, sempre que se realizou uma visita de Estado de um Presidente de França a Portugal houve também uma sessão solene com discursos na Assembleia da República. Tal aconteceu, com as visitas de Estado de François Mitterrand, Jacques Chirac, e Giscard d’Estaing.

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