Negócio de 950 milhões da Uber travado por Taiwan

A Uber recebeu um presente ‘envenenado’ neste Natal. A tecnológica pretendia adquirir o negócio da Foodpanda em Taiwan à Delivery Hero, mas o regulador levantou preocupações.

A Uber recebeu um presente ‘envenenado’ neste Natal. A tecnológica de transporte de passageiros e encomendas pretendia adquirir o negócio da Foodpanda – delivery de refeições e mercearias – em Taiwan à Delivery Hero em Taiwan, por 950 milhões de dólares (cerca de 912 milhões de euros), mas a transação foi travada.

A Comissão de Comércio Justo de Taiwan decidiu esta quarta-feira que a proposta de aquisição gera preocupações anticoncorrenciais, avançou a Agência Central de Notícias da China citada pela Bloomberg. O relatório da autoridade taiwanesa sobre este negócio no mercado das entregas surge cerca de duas semanas após a prorrogação do período de revisão da fusão, anunciada em meados de maio.

A Uber pretendia concluir a operação até ao primeiro semestre de 2025. Quando assinou ao acordo inicial para esta compra, o diretor geral da Uber Eats em Taiwan disse que “se for aprovada e concluída, plataforma combinada permitir-nos-á entregar uma gama mais ampla de alimentos e bens, os melhores preços para os consumidores, uma procura mais forte por restaurantes e lojas”.

“Como resultado, mais oportunidades de ganhos para parceiros de entrega. Continuaremos a ouvir as vozes dos consumidores, parceiros de entrega, parceiros comerciais e reguladores à medida que embarcamos na próxima etapa da nossa jornada em Taiwan”, referiu Chai Lee.

Na bolsa de Nova Iorque, as ações da Uber encerraram a sessão desta terça-feira – a última antes do Natal – com uma desvalorização de 0,26% para 61,71 dólares.

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Marcelo pede que se recuse “monopólio da verdade” e se superem “discriminações injustas”

  • Lusa
  • 25 Dezembro 2024

O Presidente da República sublinhou que, para muitos, o dia de hoje é apenas "o Natal possível".

O Presidente da República apelou para que se recuse o “monopólio da verdade” e se superem “discriminações injustas” e sublinhou que para muitos o dia de hoje é apenas “o Natal possível”.

Marcelo Rebelo de Sousa assina hoje, como habitualmente, um artigo de opinião publicado no Jornal de Notícias, intitulado “O Natal possível“.

Todos os dias – se estivermos atentos – descobriremos que o Natal de muitos, quase todos, é, sempre, o Natal possível. Não o Natal sonhado ou idealizável“, referiu.

No texto, o chefe de Estado lembrou “os milhões que nem sequer podem ter um dia em que a sua vida de miséria, de fome, de guerra, de exploração, de sofrimento, seja diverso de todos os demais”, bem como os doentes, os reclusos ou os servidores da causa pública “em missão nas mesmas lonjuras do universo”.

“Mais perto de nós, vizinhos, formal ou informalmente cuidadores, sem abrigo, com abrigo e sem teto, sem emprego, sem esperança, sem razões para continuar a lutar. O Natal possível, para uns, é, na verdade, impossível ou quase”, lamentou.

O Presidente da República disse ter-se deparado com exemplos nos últimos dias “nas comunidades distantes das famílias, a fazerem natais possíveis”, nos soldados perto de guerras ou conflitos, mas também cá dentro “noutras comunidades onde a pobreza e a solidão ainda encontram um esconderijo para conviver e evocar pessoas e lugares motivadores”.

“Ou, então, comunidades vindas do outro lado do mundo, a mitigarem agruras pela duração de um instante. O Natal possível acaba por ser – por ter de ser – fruto de esperança e insatisfação feita luta por valores, por princípios e por causas concretas”, referiu.

Marcelo Rebelo de Sousa salientou que a dignidade da pessoa tem de ser sinónimo de liberdade e de igualdade.

“A liberdade determinando diversidade de ideias, pluralismo de modos de pensar e agir, tolerância, aceitação da diferença, recusa do monopólio da verdade. A igualdade exigindo a superação das discriminações injustas, os guetos, as exclusões, a perpetuação da pobreza de geração para geração”, afirmou.

Para o chefe de Estado, “não deixar morrer estes e outros valores e princípios e causas concretas de os fazer valer é encontrar um espaço para o Natal possível”.

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Trabalhadores do lixo de Lisboa em greve até 2025

  • Lusa
  • 25 Dezembro 2024

Os trabalhadores da higiene urbana no município de Lisboa vão estar, a partir desta quarta-feira e até 2 de janeiro, em greve ao trabalho extraordinário, a que se junta uma greve geral de dois dias.

Os trabalhadores da higiene urbana no município de Lisboa vão estar, a partir desta quarta-feira e até 2 de janeiro, em greve ao trabalho extraordinário, a que se junta uma greve geral de dois dias, na quinta e sexta-feira.

Convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML) e pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), a greve na área da higiene urbana, entre o Natal e o Ano Novo, vai contar com serviços mínimos, decretados para quinta-feira, sexta-feira e sábado (de 26 a 28 de dezembro).

O colégio arbitral da Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP) decretou como serviços mínimos a realização de 71 circuitos diários de recolha de lixo, envolvendo 167 trabalhadores, entre cantoneiros e condutores de máquinas pesadas e veículos especiais, o que, segundo o STML, representa “cerca de 1/3 do trabalho” que se realiza num dia normal.

Discordando da decisão do colégio arbitral da DGAEP, por considerarem que “são serviços mínimos máximos” e representam “uma limitação ao direito à greve”, o STML e o STAL apresentaram, na segunda-feira, uma contestação junto dos tribunais, com uma reclamação e uma providência cautelar para “anular” ou “minimizar” os serviços mínimos decretados.

A greve geral dos trabalhadores da higiene urbana em Lisboa foi convocada para 26 e 27 de dezembro (quinta-feira e sexta-feira), a que se junta uma greve ao trabalho extraordinário, entre 25 e 31 de dezembro, e uma paralisação no dia de Ano Novo, prevista apenas no período noturno, ao trabalho normal e suplementar, entre as 22:00 de dia 01 e as 06:00 de dia 02 de janeiro.

Os sindicatos justificam a realização da greve com a ausência de respostas do executivo municipal, liderado por Carlos Moedas (PSD), aos problemas que afetam o setor da higiene urbana, em particular o cumprimento do acordo celebrado em 2023, que prevê, por exemplo, obras e intervenções nas instalações.

No âmbito dos problemas na higiene urbana em Lisboa, 45,2% das viaturas essenciais à remoção encontram-se inoperacionais, 22,6% da força de trabalho está diminuída fisicamente ou de baixa por acidentes de trabalho e existe um défice de 208 trabalhadores, segundo o STML.

Ainda de acordo com o STML, “todos as semanas, inúmeros circuitos ficam por fazer”.

A Câmara de Lisboa assegurou que o acordo celebrado em 2023 está a ser cumprido e tentou negociar com os sindicatos para que a greve fosse desconvocada, tendo mesmo apelado ao apoio dos 24 presidentes de junta de freguesia, mas sem sucesso.

Apesar de terem sido decretados serviços mínimos, os sindicatos perspetivaram “uma grande adesão” à greve, segundo disse à Lusa o presidente do STML, Nuno Almeida.

Para minimizar os efeitos da greve, a Câmara de Lisboa decidiu implementar um conjunto de medidas (https://www.lisboa.pt/deposicao-de-residuos), nomeadamente criar uma equipa de gestão de crise, disponível 24 horas; distribuir contentores de obra, em várias zonas da cidade, para deposição de lixo; pedir aos cidadãos que não coloquem o lixo na rua, sobretudo papel e cartão; apelar aos grandes produtores que façam a sua recolha durante estes dias; e colaboração com municípios vizinhos, com possibilidade de utilização de eco-ilhas móveis.

Há também conselhos gerais da Câmara de Lisboa para os dias de greve, como minimizar a produção de resíduos; se possível, manter o lixo em casa até que a recolha seja retomada; não colocar o lixo no chão ou à volta dos contentores e ecopontos; e acondicionar bem o cartão, permitindo mais espaço dentro do contentor.

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Trump escolhe empresário automóvel John Arrigo como embaixador em Portugal

  • Lusa
  • 25 Dezembro 2024

"John é um empresário de grande sucesso na indústria automóvel e um jogador campeão de golfe. Há mais de trinta anos que é um incrível líder empresarial", resumiu o presidente eleito dos EUA.

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a nomeação do empresário do ramo da venda de automóveis John Arrigo como novo embaixador norte-americano em Portugal.

“É uma grande honra para mim anunciar que John Arrigo será o próximo Embaixador dos Estados Unidos em Portugal”, disse Trump na sua rede social Truth Social.

John é um empresário de grande sucesso na indústria automóvel e um jogador campeão de golfe. Há mais de trinta anos que é um incrível líder empresarial em West Palm Beach [cidade da Flórida, no sudeste dos Estado Unidos] e é respeitado por todos”, acrescentou o republicano.

“Conheço o John há muito tempo. Ele fará um trabalho incrível pelo nosso país e colocará sempre a América em primeiro lugar. Parabéns, John!”, disse Trump.

Arrigo é um colaborador próximo do magnata pelo menos desde 2006, disse em 2018 o portal de notícias norte-americano BuzzFeed News.

De acordo com o perfil de Arrigo na rede social LinkedIn, o empresário foi durante mais de 35 anos vice-presidente do Arrigo Automotive Group, que opera em West Palm Beach, onde se localiza a residência de Trump, Mar-a-Lago.

Em 2019, Arrigo disse ao The Palm Beach Post que geria cinco stands automóveis no sul da Flórida juntamente com o irmão, Jim Arrigo, com cerca de 600 funcionários.

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Criança a chorar e impostos. A mensagem de Natal da IL

Um vídeo publicado nas redes sociais mostra uma criança a queixar-se que perdeu o dinheiro no jogo Monopólio por causa dos impostos. "Feliz Natal Liberal!", deseja o partido de Rui Rocha.

A Iniciativa Liberal (IL) decidiu desejar um Feliz Natal com a publicação, nas redes sociais, de um vídeo norte-americano que mostra uma criança a chorar porque perdeu o dinheiro ganho no jogo Monopólio por causa do pagamento de impostos.

“Para onde foi todo o teu dinheiro, Donny?”, começa por perguntar uma familiar, presumivelmente a mãe da criança. “Impostos”, responde o filho em pranto. A mãe tenta acalmá-lo, explicando que “está tudo bem”, que “faz parte do jogo”. Mas a criança continua a chorar e conclui que “a pior parte do jogo são os impostos”.

A mensagem foi publicada esta terça-feira pelo partido liderado por Rui Rocha, poucas horas antes da consoada. “Crescer é difícil e mais difícil se torna quando percebes que a pior parte do jogo são os impostos. É como deixar de acreditar no pai Natal”, segundo a publicação.

O vídeo termina, desejando um “Feliz Natal Liberal!”.

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Irão levanta bloqueio ao WhatsApp após dois anos de restrições

  • Lusa
  • 24 Dezembro 2024

Tanto o WhatsApp como a plataforma Google Play foram bloqueados durante os protestos que começaram no Irão em setembro de 2022, na sequência da morte da jovem Mahsa Amini.

O Conselho Supremo do Ciberespaço iraniano, que gere as questões relativas à Internet e ciberespaço no país, aprovou esta terça-feira o levantamento da interdição da aplicação WhatsApp, alvo de restrições há mais de dois anos, informou a agência IRNA.

“A interdição do WhatsApp e do Google Play foi levantada por voto unânime dos membros do Conselho Supremo do Ciberespaço”, declarou a agência noticiosa oficial iraniana IRNA.

“Trata-se de uma primeira etapa do plano que visa levantar as restrições”, acrescentou.

Tanto o WhatsApp como a plataforma Google Play foram bloqueados durante os protestos que começaram no Irão em setembro de 2022, na sequência da morte da jovem Mahsa Amini, que se encontrava sob custódia policial após ser detida por não usar corretamente o véu islâmico.

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Nova rusga em Lisboa. PSP apreende material contrafeito no Largo de São Domingos

  • Lusa
  • 24 Dezembro 2024

A PSP, em conjunto com a Polícia Municipal de Lisboa, realizou 22 autos de contraordenação com apreensões de comida, vestuário e calçado, e diversas apreensões por suspeita de crimes de recetação.

A PSP e a Polícia Municipal (PM) de Lisboa realizaram uma operação de fiscalização no Largo de São Domingos esta segunda-feira, tendo apreendido diverso material suspeito de ser contrafeito e levantado 22 autos de contraordenação.

Em comunicado divulgado esta terça, o Comando Metropolitano da PSP de Lisboa refere que a operação decorreu no âmbito da sua “atividade de prevenção de atividades ilícitas”, tendo como suporte para a tomada de decisão “o mapeamento de ocorrências criminais como o tráfico de estupefacientes de menor gravidade”.

De acordo com a nota, para a realização da operação foi tido também em conta o “crime de recetação e de outras atividades ilegais”, como a venda ambulante não licenciada e o consumo de droga, considerando não só o registo de ocorrências efetuadas formalmente, mas também as “diversas reclamações e queixas de insegurança” no Largo de São Domingos.

Desta forma, a PSP, em conjunto com a PM de Lisboa realizou 22 autos de notícia por contraordenação com apreensões de comida, vestuário e calçado, e diversas apreensões por suspeita de crimes de recetação de 24 artigos de natureza diversa, no valor estimado de mil euros e 46 artigos desportivos contrafeitos, no valor aproximado de dois mil euros.

Foi ainda apreendido um telemóvel, artigos em outro no valor estimado de 220 euros, perto de 1.600 euros em numerário diverso. Foram também realizadas notificações para abandono voluntário de território nacional a dois cidadãos estrangeiros, por situação ilegal em território nacional.

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Pelo menos 16 mortos em Moçambique desde segunda-feira na contestação aos resultados eleitorais

  • Lusa
  • 24 Dezembro 2024

Há ainda registo de 42 pessoas baleadas, das quais 15 na cidade de Maputo, sul, e 11 em Nampula, mas também 73 detenções, incluindo 37 na capital moçambicana e 17 em Sofala.

Pelo menos 16 pessoas morreram em Moçambique e 42 foram baleadas desde segunda-feira nas manifestações de contestação aos resultados das eleições gerais de 9 de outubro proclamados pelo Conselho Constitucional, segundo balanço feito esta terça-feira pela plataforma eleitoral Decide.

De acordo com o balanço daquela Organização Não-Governamental (ONG) que monitoriza os processos eleitorais em Moçambique, com dados de 23 e 24 de dezembro, até às 13:30 locais (menos duas horas em Lisboa), as províncias de Nampula, Zambézia e Sofala, norte e centro do país, registaram, cada, quatro mortos, além de dois em Tete e dois na província e cidade de Maputo.

Há ainda registo de 42 pessoas baleadas, das quais 15 na cidade de Maputo, sul, e 11 em Nampula, mas também 73 detenções, incluindo 37 na capital moçambicana e 17 em Sofala.

O Conselho Constitucional de Moçambique proclamou na tarde de segunda-feira Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), como vencedor da eleição a Presidente da República, com 65,17% dos votos, sucedendo no cargo a Filipe Nyusi, bem como a vitória da Frelimo, que manteve a maioria parlamentar, nas eleições gerais de 09 de outubro.

Este anúncio provocou o caos em todo o país, com manifestantes nas ruas, barricadas, pilhagens e confrontos com a polícia, que tem vindo a realizar disparos para tentar a desmobilização.

A capital, Maputo, vive um novo dia de caos, com avenidas bloqueadas por manifestantes, pneus a arder e todo o tipo de barricadas, em contestação ao anúncio dos resultados, que envolvem saque e destruição de vários estabelecimentos privados e públicos, incluindo bancos.

Estas manifestações e paralisações, que desde 21 de outubro – balanço anterior a segunda-feira – já tinham provocado a morte de pelo menos 120 pessoas, têm sido convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, que não reconhece os resultados inicialmente anunciados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) e agora proclamados pelo Conselho Constitucional, que lhe atribuem cerca de 24% dos votos.

Além de Venâncio Mondlane, também Ossufo Momade, líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo, até agora maior partido da oposição) e Lutero Simango, presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM, terceira força parlamentar), ambos candidatos presidenciais, anunciaram que não reconhecem os resultados eleitorais.

A proclamação destes resultados pelo Conselho Constitucional confirmou a vitória de Daniel Chapo, jurista de 47 anos, atual secretário-geral Frelimo anunciada em 24 de outubro pela CNE, mas na altura com 70,67%.

“Chegou a hora de pensarmos com calma e serenidade sobre a melhor forma de criar uma realidade democrática que representa a riqueza, a diversidade do país. Esse diálogo é chave para superar as nossas diferenças”, afirmou Chapo, logo após a proclamação dos resultados.

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Sócios do Vitória de Setúbal aprovam venda de património do Bonfim em Assembleia Geral

  • Lusa
  • 24 Dezembro 2024

Negócio prevê a alienação de bens imóveis (topos norte e sul do estádio) e "permite assegurar o cumprimento do plano de recuperação (PIRE) recentemente aprovado pelos credores do clube".

Os sócios do Vitória de Setúbal aprovaram a proposta de aquisição de duas parcelas de terreno, a destacar do Complexo Desportivo do Bonfim, na terça-feira, em Assembleia Geral (AG), realizada no pavilhão Antoine Velge.

O negócio, que foi aprovado com 179 votos a favor, 36 contra, um nulo e oito em branco, prevê a alienação de bens imóveis (topos norte e sul do estádio) e “permite assegurar o cumprimento do plano de recuperação (PIRE) recentemente aprovado pelos credores do clube“, afirmou esta terça-feira à agência Lusa, David Leonardo, presidente da Mesa da Assembleia Geral (MAG) dos vitorianos.

“A aprovação por parte dos associados reveste-se de uma importância essencial. Sem a aprovação, o clube não teria condições para cumprir o plano de recuperação que será implementado, o que inevitavelmente conduziria à sua liquidação e extinção”, explicou o dirigente.

Sem a aprovação, o clube não teria condições para cumprir o plano de recuperação que será implementado, o que inevitavelmente conduziria à sua liquidação e extinção.

David Leonardo

Presidente da Mesa da Assembleia Geral

Após a apresentação e discussão do projeto imobiliário para os terrenos do Complexo Desportivo do Bonfim e a respetiva votação, que foi feita em urna quando já passava das 00:00, o líder da MAG frisou que há ainda etapas a cumprir para a concretização do projeto urbanístico residencial.

“Está tudo sujeito a licenciamento camarário. Estamos certos de que a Câmara Municipal de Setúbal irá assegurar que o superior interesse do Vitória será conjugado com a defesa da malha urbana e as pretensões do adquirente”, acrescentou David Leonardo.

Na AG que teve início na noite de segunda-feira, antes da deliberação sobre a alienação de bens imóveis, foram ainda aprovados o relatório de gestão e contas do exercício de 2023 — 128 votos a favor, 14 abstenções e quatro contra — e o orçamento de receitas e despesas elaborado pela Comissão de Gestão para o ano de 2025 (201 votos favoráveis, 18 abstenções e um contra).

O Vitória, cuja equipa de futebol compete atualmente na segunda divisão distrital da associação de Setúbal, é liderado por uma Comissão de Gestão presidida por Carlos Silva, depois de nenhuma lista se ter apresentado às eleições para os órgãos sociais do clube no triénio 2024-2026, em novembro.

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Moçambique. Mondlane considera lamentáveis declarações de Marcelo e Montenegro sobre eleições

  • Lusa
  • 24 Dezembro 2024

O candidato presidencial considerou "lamentável" a reação de Marcelo e Montenegro de felicitar a Frelimo "em função de resultados altamente problemáticos, falaciosos e adulterados".

O candidato presidencial Venâncio Mondlane considerou esta terça-feora lamentáveis os comentários do Presidente da República e do primeiro-ministro de Portugal sobre a proclamação da Frelimo e do seu candidato presidencial como vencedores das eleições pelo Conselho Constitucional de Moçambique (CC).

É realmente lamentável que o primeiro-ministro e o Presidente da República portuguesa tenham feito pronunciamentos a confirmar ou a felicitar a Frelimo e o seu candidato em função de resultados altamente problemáticos, falaciosos e adulterados que foram proclamados pelo CC”, disse hoje Venâncio Mondlane, na sua conta do Facebook.

É lamentável, um país que achávamos que podia ser a entrada de Moçambique para Europa, para que fossem nossos porta-vozes para alcançarmos uma situação de paz e passividade em relação à crise que Moçambique está a viver”, acrescentou Venâncio Mondlane.

O primeiro-ministro português desejou segunda-feira que a transição de poder em Moçambique decorra de “forma pacífica e inclusiva, num espírito de diálogo democrático”, depois de terem sido divulgados os resultados oficiais das presidenciais moçambicanas.

“Concluído o processo eleitoral pelo Conselho Constitucional e designado Daniel Chapo como Presidente eleito de Moçambique, sublinhamos o propósito de que a transição que agora se inicia possa decorrer de forma pacífica e inclusiva, num espírito de diálogo democrático, capaz de responder aos desafios sociais, económicos e políticos do país”, escreveu Luís Montenegro, numa publicação na rede social X (ex-Twitter).

O primeiro-ministro acrescentou que “os laços fraternais entre Portugal e Moçambique permanecem um compromisso sólido para o futuro”. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, tinha sublinhado a “importância do diálogo democrático” entre todas as forças políticas de Moçambique e saudado “a intenção já manifestada de entendimento nacional”.

“Acabados de proclamar os resultados oficiais das eleições presidenciais e legislativas pelo Conselho Constitucional de Moçambique, o Presidente da República tomou conhecimento dos candidatos e da força política declarados formalmente vencedores por aquele Conselho”, refere uma nota divulgada na página oficial de Belém na Internet.

No mesmo live colocada no Facebook, Mondlane disse que as manifestações são para manter, mas pediu fim da destruição de bens públicos e privados. “As manifestações devem continuar, porque está comprovado que este regime é ilegítimo (…) Vamos permitir a passagem do corpo diplomático, do pessoal médico, das agências funerárias, dos advogados e organizações humanitárias”, pediu Mondlane.

De acordo com a proclamação feita, Venâncio Mondlane registou 24,19% dos votos, Ossufo Momade 6,62% e Lutero Simango 4,02%. Enquanto decorria a leitura do acórdão de proclamação dos resultados, já manifestantes, apoiantes de Venâncio Mondlane, contestavam na rua, com pneus em chamas.

A proclamação destes resultados pelo CC confirma a vitória de Daniel Chapo, jurista de 47 anos, atual secretário-geral da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), anunciada em 24 de outubro pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), mas na altura com 70,67%.

Venâncio Mondlane, apoiado pelo Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos, extraparlamentar), tinha ficado em segundo lugar, com 20,32%, segundo o anúncio anterior da CNE.

Seguiu-se Ossufo Momade, presidente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), até agora maior partido da oposição, com 403.591 votos (5,81%), seguido de Lutero Simango, presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM, terceiro partido parlamentar), com 223.066 votos (3,21%).

As eleições gerais de 9 de outubro incluíram as sétimas presidenciais – às quais já não concorreu o atual chefe de Estado, Filipe Nyusi, que atingiu o limite de dois mandatos – em simultâneo com legislativas e para assembleias e governadores provinciais.

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Autoridades sírias declaram dias 25 e 26 feriados após protestos da minoria cristã

  • Lusa
  • 24 Dezembro 2024

O anúncio surge na sequência dos protestos contra a queima de uma árvore de Natal na cidade de Suqailabiyah, de maioria cristã, na província de Hama.

As autoridades instaladas na Síria definiram quarta e quinta-feira como feriados, coincidindo com as celebrações natalícias, após protestos da comunidade cristã por causa da queima de uma árvore de Natal numa localidade do centro do país.

O gabinete do primeiro-ministro interino, Mohamed al-Bashir, declarou que os dias 25 e 26 de dezembro serão “feriados públicos”, e ordenou aos ministérios e organismos públicos que permitam aos funcionários públicos gozar as férias, de acordo com um comunicado publicado hoje na sua conta da rede social Facebook.

O anúncio surge na sequência dos protestos contra a queima de uma árvore de Natal na cidade de Suqailabiyah, de maioria cristã, na província de Hama, que foi registada num vídeo que circula nas redes sociais e que mostra pessoas mascaradas a atear fogo à árvore.

As autoridades atribuíram o incidente a elementos “indisciplinados” de uma das fações do Comando de Operações Militares, que reúne ‘jihadistas’ e rebeldes que estiveram na origem da operação relâmpago que levou ao derrube do presidente Bashar al-Assad, liderados pelo movimento islamita Hayat Tahrir al Sham (HTS).

Segundo o novo governo sírio, os responsáveis pela queima da árvore eram russos da região da Chechénia, e serão punidos. A queima da árvore motivou protestos na cidade e noutras partes do país, incluindo bairros de maioria cristã na capital, Damasco, como noticiou o portal de notícias sírio Shaam Network.

As novas autoridades sírias garantiram que protegerão os direitos de toda a população, incluindo as minorias, apesar dos receios de uma tendência fundamentalista e do facto de o HTS ser considerado um grupo terrorista devido às ligações do seu líder, Ahmed Hussein al Shara, conhecido como Abu Mohamed al Golani, aos grupos extremistas Estado Islâmico e Al-Qaida.

A ofensiva na Síria, lançada a 27 de novembro a partir da província de Idlib, permitiu aos ‘jihadistas’ e aos rebeldes tomar a capital, Damasco, e pôr fim ao regime da família Al Assad, no poder desde 1971 – primeiro com Hafez al Assad (1971-2000) e depois com o seu filho, Bashar – face a uma retirada constante das tropas governamentais, apoiadas pela Rússia e pelo Irão.

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Presidente alemão pede ao país para não se deixar afetar pelo medo

  • Lusa
  • 24 Dezembro 2024

O Presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, defendeu que "o ódio e a violência não devem ter a última palavra" e atirou a dissolução do Bundestag para "depois das festividades".

O Presidente alemão pediu união, no tradicional discurso de Natal, e para que o país não se deixe paralisar pelo medo, após o ataque na sexta-feira no mercado de Natal, que matou cinco pessoas e fez 200 feridos.

“Neste Natal, muitas pessoas estão com o coração pesado. Muitos estão chocados e sentir-se-ão inseguros, quem sabe, tenham medo. Todas estas emoções são compreensíveis, mas não nos devem dominar e não nos devem paralisar. Não o permitamos”, afirmou Frank-Walter Steinmeier esta terça-feira. Durante o seu discurso tradicional de Natal, o Presidente alemão defendeu que “o ódio e a violência não devem ter a última palavra”.

“Não nos deixemos dividir”, pediu. Frank-Walter Steinmeier apelou para que os cidadãos mantenham a unidade, uma vez que, disse, preservar a coesão, quando é necessário, é uma das características que define a Alemanha. Com foco nos desafios da atualidade, o Presidente reconheceu que, neste momento, existe “muita insatisfação perante a política, a economia, a burocracia, as injustiças” e que a vida quotidiana na Alemanha se tornou mais dura.

“Todos estes desafios não se podem mudar, como presentes que não gostamos. Mas devemos dizer abertamente o que não funciona bem no país, como poderia funcionar melhor e que ações urgentes se devem tomar”, disse. O Presidente apelou à esperança e confiança nas capacidades e na força do país que, no passado, já permitiram superar grandes crises.

“Estou convencido de que a nossa democracia é, e permanece, forte”, declarou, lembrando o 75.º aniversário da Constituição da Alemanha que se celebrou este ano.

Frank-Walter Steinmeier, do Partido Social Democrata (SPD) do chanceler Olaf Scholz, também fez referência à convocação prevista de eleições antecipadas, depois do chefe do Governo ter perdido um voto de confiança parlamentar na sequência da rutura da coligação tripartida, em novembro.

Embora o Governo tenha chegado ao fim, prematuramente, não é o fim do mundo, mas sim um caso que está previsto na Constituição. Tomarei a decisão sobre a dissolução do Bundestag [câmara baixa do Parlamento] e sobre as novas eleições de forma cuidada, depois das festividades”, disse.

Todos contam com a realização de eleições antecipadas no dia 23 de fevereiro, data acordada entre o Governo e a oposição, mas falta o anúncio forma por parte do Presidente.

Frank-Walter Steinmeier já anunciou que tomará a decisão sobre a dissolução do Parlamento em 27 de dezembro, a primeira data em que é possível manter o prazo de 60 dias previstos na Constituição, para celebrar eleições antecipadas.

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