Auchan aposta no pronto-a-comer e investe cinco milhões em fábrica

Com esta aposta, a cadeia — que agora conta com mais de 560 lojas físicas — reforça numa área onde cadeias como o Pingo Doce ou o Continente têm vindo a apostar. Unidade criou 61 postos de trabalho.

A Auchan está a reforçar a aposta no pronto a comer da marca e investiu cinco milhões numa fábrica para produzir refeições que irão abastecer as mais de 500 lojas da cadeia de retalho alimentar no país. Criou 61 postos de trabalho.

Trata-se da primeira unidade de Produção Alimentar da Auchan em Portugal e a nível global. Situada na Venda do Pinheiro, a fábrica vai abastecer todas as lojas da cadeia de Norte a Sul do país, próprias e em regime de franquia, permitindo a transformação de produtos frescos em refeições. Na unidade, com 1.900 metros quadrados, 61 trabalhadores irão produzir sopas, refeições prontas, saladas, sandes, wraps, mini pizzas e sobremesas.

Unidade de produção da Auchan.

Com esta aposta, a cadeiaque agora conta com mais de 560 lojas físicas, 30 gasolineiras, quatro armazéns e duas lojas digitais, e emprega mais de 11.000 colaboradores, com a compra da cadeia Minipreço em 30 de abril de 2024 — reforça numa área onde cadeias como o Pingo Doce ou o Continente têm vindo a apostar.

A cadeia da Jerónimo Martins tem, inclusive, duas cozinhas centrais (Odivelas e Aveiro) através das quais serve a secção de pronto-a-comer e take-away da cadeia, bem como área de restauração dentro das lojas, enquanto o Continente tem vindo também a investir nesse conceito através da marca Cozinha Continente, a marca de restauração da insígnia da Sonae. O primeiro abriu em 2022, no Continente de Viseu, atualmente já são onze os espaços de restauração.

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Vinda do Brasil para liderar a comunicação da Repsol em Portugal, Beatriz Giacomini, na primeira pessoa

Trocou o foco industrial do negócio da Repsol pelo da relação com o cliente, e o Rio de Janeiro por Lisboa, onde encontrou segurança. Estuda italiano e está atenta ao panorama cultural português.

Com mais de 25 anos de experiência profissional, Beatriz Giacomini já dedicou quase metade (13 anos) à Repsol. A trajetória na marca de energia e petroquímica começou a ser construída no Brasil até que, há quase um ano e meio, atravessou o Atlântico para vir liderar a comunicação e relações externas da marca em Portugal.

Depois de 12 anos de Repsol no Brasil, e numa altura em que era responsável pela comunicação, relações institucionais e governamentais e sustentabilidade da marca no país, Beatriz Giacomini começou a desenhar o seu plano de carreira “de uma maneira diferente”, pensando no futuro e em ampliar o seu horizonte e experiência dentro da empresa.

“Não foi difícil perceber para onde é que a empresa também apontava as suas apostas. O Brasil tem projetos muito importantes dentro do portfólio da Repsol, mas são projetos de longo prazo. É uma experiência que difere muito dos países onde há um negócio de clientes, que é muito mais dinâmico, ativo, e que tem outras exigências e tempos de comunicação“, diz ao +M, explicando que as operações da Repsol no Brasil são de exploração e produção de petróleo e gás, não trabalhando atualmente a área de clientes, detendo assim um perfil industrial e diferente daquele que a marca tem em Portugal.

Isto tendo também em conta que a Repsol começava a diversificar-se e a investir, por exemplo, no negócio de eletricidade e em negócios de baixas emissões de carbono, sendo que a Península Ibérica “correspondia, no plano estratégico da Repsol, a 60% dos seus investimentos”.

Para alguém que estava a pensar como desenvolver a sua carreira dentro da empresa, foi fácil perceber que era nesse território que havia uma perspetiva interessante não só de negócio, mas também de carreira. Portugal e Espanha pareciam-me igualmente interessantes, mas em Portugal temos o benefício da língua, o que é uma facilidade para fazer uma mobilidade internacional“, afirma.

Beatriz Giacomini apontou assim a vinda para Portugal como objetivo de carreira, até que chegou um momento em que o responsável pela área em Portugal se iria aposentar, pelo que se candidatou à sua vaga. Com o apoio da empresa, tornou-se assim a responsável pela comunicação e relações externas da Repsol em Portugal há quase um ano e meio.

Foi então que se deparou com um “contexto de negócio realmente diferente“, pelo que, num misto de surpresa e curiosidade, passou por um “processo de adaptação” à nova fase da sua carreira. “Mas são riscos e tomadas de decisão interessantes para se ter numa carreira dentro de uma empresa como a Repsol. Acho que é uma sorte poder fazer esse tipo de movimento“, sublinha a diretora de comunicação de 47 anos.

A maior diferença na mudança entre os dois países e, no fundo, áreas de negócio, são mesmo “os tempos“, aponta. Num ambiente de negócios da área industrial, tratam-se projetos de longo prazo que exigem outros tempos, mas que também requerem outras necessidades de comunicação. “Havia um contexto muito maior, mais estratégico de comunicação institucional e governamental, de relação com stakeholders, que não só o Governo e instituições, mas também públicos de áreas de influência, comunidades, ONG, universidades ou centros de pesquisa, e a comunicação interna, que tem sempre bastante importância”.

“Já em Portugal deparo-me com um portfólio de negócios que exige uma comunicação constante com os clientes e que começa, obviamente, nas estações de serviço, que são um dos nossos principais pontos de contacto”, mas exigindo também presença na media e nas redes sociais, explica a responsável.

As redes sociais são, na verdade, um dos projetos “mais exigentes ao nível estratégico dentro da gestão da comunicação” na Repsol. “A nossa presença nas redes sociais é relativamente recente e tem-se tornado cada vez mais importante como local de diálogo e de formação dessa comunidade digital da Repsol. E nos últimos anos temos conseguido avançar de uma maneira bem interessante neste território”, observa.

Recentemente, a marca lançou-se no TikTok, sendo que já estava presente no Facebook e Instagram. Neste trabalho desenvolvido no âmbito das redes sociais, a Repsol conta com o apoio da agência Esta Pasando. Beatriz Giacomini conta também na sua equipa com outras três pessoas e com o apoio da LLYC, como agência de comunicação.

Em junho, a Repsol apostou na evolução da sua marca, reforçando a sua “estratégia multienergética centrada no cliente“. A referência que existia da Repsol “sempre foi muito forte como vendedora de combustíveis, de estações de serviço, e também na área industrial. Nos últimos anos, a empresa tem vindo a fazer uma transformação de oferta de produtos e serviços e nós achámos que a imagem da marca precisava refletir e fazer jus ao que a Repsol se tornou, que é afinal uma empresa multienergia, que oferece diferentes soluções energéticas para diferentes necessidades”, explica Beatriz Giacomini.

Houve sempre uma preocupação de que a marca fosse a mesma, não mudámos a nossa marca mas atualizámo-la. Tem agora um novo visual e um novo slogan — “Com toda energia” –, que procura esse sentido de ter várias soluções energéticas, mas também a alegria e entusiasmo que sugere uma mudança como esta“, acrescenta.

A diretora de comunicação e relações externas diz mesmo que foi feita uma “transformação” na marca. Estando o cliente “no centro de tudo”, houve uma “grande preocupação de que a marca pudesse sobreviver no ambiente digital, ser mais flexível e dinâmica, e proporcionasse uma conversa mais fluida e mais próxima das pessoas — algo que passa pelo ambiente digital e redes sociais –, para fortalecer a nossa comunidade e criar conversas autênticas com os clientes, que são a nossa audiência“, aponta.

A chegada do Guia Repsol a Portugal, enquanto conteúdos de oferta de lazer, viagem, bem-estar e comida, também abriu um “espaço de diálogo muito interessante“. “São espaços e territórios de conversa que têm sido estratégicos e importantes para nós”, diz a responsável, que aponta ainda o MyRepsol, programa de fidelização que se materializa numa app que concentra a oferta e benefícios para os clientes, como outro elemento central na estratégia da marca.

Recuando até aos primeiros passos da sua carreira, Beatriz Giacomini começou por se formar em Comunicação com especialização em Publicidade, tendo começado o seu percurso profissional no departamento de comunicação da SESC São Paulo Serviço Social do Comércio, instituição com a missão de proporcionar lazer e bem-estar aos empregados do comércio e serviços com atividades educativas, culturais e desportivas.

Foi aí que se “encantou” pela área cultural, migrando da comunicação para a gestão cultural, nomeadamente nas artes visuais, tendo depois feito uma pós-graduação em Gestão Cultural e um mestrado em Arte.

Depois de quase dez anos no SESC, Beatriz Giacomini queria uma nova oportunidade. O facto de ter conhecido o seu atual marido — músico e do Rio de Janeiro — alimentou a vontade de uma mudança para o Rio de Janeiro, que aconteceu no final de 2009. Pelo seu percurso no SESC São Paulo — “que é uma referência muito importante no Brasil” — não foi difícil encontrar uma “porta aberta”, através da qual entrou para a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa do Rio de Janeiro, para assumir o cargo de coordenadora de projetos culturais na Casa França-Brasil.

Cerca de um ano depois, foi convidada pela Repsol para participar num processo de seleção para o cargo de gestora de comunicação e relações externas. “Eu não tinha muitas referências sobre a Repsol, mas ir para um universo corporativo chamou-me à atenção. Mas foi a minha experiência na cultura e em instituições com um caráter social que fizeram com que eu fosse uma candidata interessante para a Repsol naquele momento e que fez com que eu também achasse que podia aportar algum valor à empresa”, recorda.

Passou então, dentro do departamento de comunicação da Repsol, a ser responsável pela atividade de gestão de responsabilidade social, “um tema que estava a começar a nascer nas empresas”. Naquela altura, a atividade de responsabilidade social “ainda era um misto de patrocínio com caridade e voluntariado”.

“A empresa tinha uma boa vontade de fazer as coisas bem, de fazer coisas boas e de dar retorno às comunidades, mas ainda estava a tentar encontrar um caminho. E eu acho que cheguei num momento importante para fazer com que a responsabilidade social ganhasse aqui um viés mais estratégico”, afirma.

Acabou por também se apaixonar pelo tema, pelo que procurou fazer outra especialização, nomeadamente com um MBA em Economia e Gestão da Sustentabilidade. “Muito envolvida com essa gestão das ações de sustentabilidade” da empresa, Beatriz Giacomini sente-se orgulhosa de “ter feito parte do grupo que levou à adoção dos objetivos de desenvolvimento sustentável na Repsol, com o ISO 26000, que continua a ser o referencial da empresa neste tema”.

Durante esse período foi assim responsável pela gestão da sustentabilidade da Repsol no Brasil, mas também pela gestão de projetos de investimento comunitário e de patrocínios, tudo dentro da área da comunicação. “Ou seja, nunca perdemos de vista a importância que estes investimentos e ações, que eram completamente voluntárias, também acrescentavam valor à nossa imagem, à nossa reputação, ao nosso relacionamento“, diz.

Pouco depois assumiu a gestão da área, como um todo, passando a dedicar-se à comunicação “de uma maneira ainda mais estratégica”, ficando responsável pela comunicação, relações institucionais e governamentais e sustentabilidade da empresa no Brasil, até que veio depois para Portugal.

Já no país, é na Quinta do Lambert, no Lumiar (Lisboa) que Beatriz Giacomini vive com o marido e o filho de 11 anos. Giacomini já tinha visitado Portugal mas, vivendo agora no país, confessa que a questão da segurança foi o que mais a impactou.

“Sou de São Paulo e vivi no Rio de Janeiro cerca de 14 anos. Nunca me aconteceu nada, mas havia sempre aquela apreensão de ter de haver muito cuidado com tudo. A questão que mais me chama a atenção é esta sensação de segurança, onde não é preciso ter tanta preocupação ao fazer coisas básicas, como andar na rua com o telemóvel ou andar com o carro de vidro aberto”, diz.

Também pelo seu histórico e gosto pessoal, tem estado muito atenta ao panorama cultural em Portugal, achando “muito interessante” o que tem sido feito em Lisboa em termos de festivais — até porque é também uma área onde a Repsol tem investido em termos de patrocínios — e tentando perceber como a cultura está a ser apresentada e quais são as pessoas que começam a ganhar voz.

António Zambujo é um artista que considera que trabalha a música tradicional portuguesa “de uma maneira muito interessante e mais contemporânea, misturando muitas referências, incluindo brasileiras”. Mas também outros artistas lhe chamam a atenção como Selma Uamusse ou Dino D’santiago, achando “incrível” a forma como este último traz para a discussão “temas super contemporâneos como a africanidade, a política e a migração”.

Todos esses atores vão trazer um resultado e um impacto interessante para a cultura portuguesa, nesse caldeirão de misturas que se está a formar“, afirma.

Beatriz Giacomini destaca também “como se vive bem em Lisboa”, exemplificando com o Fnac Live, um festival aberto ao público que decorreu a 7 de junho e que foi patrocinado pela Repsol. “Foi uma experiência incrível, com uma paz, uma calma, um saber viver, um saber estar. Acho que foi um momento super agradável de convivência e de desfrute da cultura”, recorda.

Sendo também italiana, Beatriz Giacomini tem procurado aprimorar a língua, através de estudo, aulas e leitura de livros em duas versões (português e italiano).

Em termos de leituras, aprecia particularmente José Eduardo Agualusa, sendo que um dos poucos livros que trouxe do Brasil foi “Nação Crioula”. “O multiculturalismo é um tema que me chama sempre muito a atenção e que é um aspeto da questão social muito positivo. Embora haja muitos desafios, e isso tem que ser muito bem cuidado, mas do ponto de vista cultural vejo como super interessante“, explica.

Analisando-se a si mesma, define-se como uma “líder colaborativa“. Embora desempenhe um papel que envolve “mostrar caminhos e em que é preciso assumir responsabilidades”, procura, “acima de tudo, ser uma pessoa muito próxima e muito colaborativa“.

Além disso, considera-se também uma pessoa que arrisca, apresentando como prova disso mesmo as mudanças que fez ao longo da sua vida, nomeadamente o movimento que fez de São Paulo para o Rio de Janeiro, antes de cruzar o Atlântico, para Lisboa. “Nunca vamos ter o melhor momento e todas as respostas para tudo, acho que é preciso tomar algum risco para se vivenciar algumas coisas na vida. Então tenho corrido riscos e acho que é isso que me tem proporcionado emoção e movimento na minha carreira e na minha vida pessoal“, conclui.

Beatriz Giacomini em discurso direto

1 – Qual é a decisão mais difícil para um responsável de comunicação?

Com um leque cada vez mais amplo de exigências, equipas reduzidas e profissionais multifacetados, acredito que a decisão mais difícil para um responsável de comunicação é justamente a priorização de assuntos a gerir. É um desafio constante identificar quais necessidades devem receber atenção imediata porque terão maior impacto e saber abrir mão de iniciativas ou ideias que precisarão ser adiadas. Essa decisão nem sempre é fácil, pois pode gerar frustração ao confrontar o que gostaríamos ou achávamos que deveríamos fazer com aquilo que realmente é possível executar.

2 – No (seu) top of mind está sempre?

A responsabilidade de cuidar da reputação da empresa, garantindo que a mesma é percecionada como transparente, confiável e relevante no mercado. Entendo que a publicidade é uma ferramenta poderosa e sedutora para promover uma marca, mas sozinha não basta para construir uma imagem sólida. A imagem corporativa é resultado de uma comunicação integrada, que envolve relações-públicas, comunicação institucional, relacionamento com stakeholders e ações consistentes no tempo. Por isso, no meu horizonte está sempre essa visão integrada.

3 – O briefing ideal deve…

Ser claro, concreto, transparente e resumir-se ao essencial.

4 – E a agência ideal é aquela que…

Vai muito além de executar uma única tarefa ou uma campanha pontual e demonstra disponibilidade em compreender a marca e a cultura da empresa. Por estar do lado de fora da organização, a agência tem um papel fundamental em trazer novas perspetivas, ideias inovadoras e desafios que ajudem o cliente a expandir a sua visão e a renovar a sua comunicação.

5 – Em comunicação é mais importante jogar pelo seguro ou arriscar?

Na comunicação corporativa, acredito que a base deve ser sempre a atuação preventiva e estratégica, ou seja, agir por antecipação para evitar crises e fortalecer a reputação. Contudo, para realmente conquistar corações e mentes — gerar impacto e engagement — é necessário, sim, estar aberto a correr certos riscos, inovar e explorar abordagens criativas. Vejo essa combinação entre segurança e ousadia fundamental para construir uma comunicação eficaz e relevante.

6 – Como um profissional de comunicação deve lidar e gerir crises?

A experiência mostra-nos que um profissional de comunicação deve agir de forma rápida, transparente e coordenada ao lidar com crises. Ter um processo interno de gestão de crise bem estruturado é fundamental, assim como promover formações e simulações periódicas para preparar toda a equipa. Essa preparação permite compreender melhor a real dimensão do problema, quando e se ele acontecer, identificar os riscos reputacionais, tomar as decisões necessárias e agir com celeridade e eficácia. Contudo, o mais importante é evitar que as crises ocorram, ou seja, ter a capacidade de antecipar problemas e evitá-los antes que se transformem numa crise.

7 – O que faria se tivesse um orçamento ilimitado?

Se eu tivesse um orçamento ilimitado investiria cada vez mais na criação de conteúdos próprios e autênticos sobre a marca. Acho que as marcas de luxo no mundo da moda descobriram um modelo muito interessante ao contar as suas histórias através de séries envolventes, como a Chanel, Dior e Balenciaga. Assumir a narrativa da marca de forma genuína e emocional é uma estratégia certeira para conectar profundamente a marca com o público, gerar engagement e construir relacionamentos duradouros.

8 – A comunicação em Portugal, numa frase?

Tenho visto que a comunicação em Portugal parece navegar entre o tradicional e o exclusivo — como o pastel de nata e o pastel de Belém. É curioso como, num país tão pequeno, existem tantas particularidades culturais para descobrir. Percebo também uma linguagem bastante literal, menos inventiva, talvez porque muitas vezes se diz “As pessoas não vão perceber”. Sinto que, em algumas ocasiões, subestima-se a inteligência do público.

9 – Construção de marca é?

Consistência, conexão e emoção.

10 – Que profissão teria, se não trabalhasse em comunicação?

A minha formação multidisciplinar em comunicação, cultura, artes e sustentabilidade proporciona-me uma grande flexibilidade profissional. Arrisquei-me a estudar e a vivenciar diferentes áreas no meu percurso. Mesmo que o meu dia a dia atual seja focado em competências específicas da comunicação, valorizo muito todas essas áreas e lanço mão desse conhecimento sempre que necessário, pois, de certa forma, procurei uma relação entre elas. Eu seria muito feliz a liderar projetos e equipas em qualquer uma dessas áreas, mas mantenho sempre a porta aberta para novos conhecimentos, acho que é o melhor dos riscos que podemos correr.

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Faturação eletrónica fomenta a inovação, mas custos travam as PME

Especialistas alertam que os adiamentos da faturação eletrónica obrigatória para as PME são uma “oportunidade perdida” para inovar. Do lado das empresas, há um protelar explicado pelos custos.

A obrigatoriedade da faturação eletrónica para as pequenas e médias empresas (PME) e microempresas tem sido constantemente adiada pelos Orçamentos de Estado (OE). Embora estas prorrogações deem mais tempo para que estas entidades se preparem para a mudança, deixando para trás as faturas em papel, os especialistas que isto pode estar a travar a sua aposta na inovação.

As obrigações sobre a emissão de faturas eletrónicas entraram em vigor para as grandes empresas em 2021. Para as restantes empresas, mais pequenas, esta data já foi adiada em três anos consecutivos, sendo que o novo prazo para aderirem à faturação eletrónica está, agora, fixado a 1 de janeiro de 2026. A partir desse momento, será também obrigatório que todas as faturas tenham assinatura digital qualificada.

“Os adiamentos podem ser compreendidos à luz dos desafios enfrentados pelas PME portuguesas, que continuam a lidar com constrangimentos orçamentais, escassez de recursos técnicos e a necessidade de adaptação a múltiplas alterações legais em prazos frequentemente curtos”, afirma Pedro Montez, Senior Manager Legal Watch na Cegid, ao ECOntas.

Esta obrigatoriedade vai representar um esforço financeiro para as empresas mais pequenas. “A faturação eletrónica para as micro e PME vai, seguramente, obrigar ao investimento em novos softwares ou ao desenvolvimento dos que já existem, a gastos acrescidos com o suporte técnico e à formação dos colaboradores, de forma a respeitar os requisitos legais”, refere Luís Miguel Ribeiro, presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP).

Ainda que os custos sejam relevantes, o adiar da adesão a esta nova forma de trabalhar digital “tem consequências que não podem ser ignoradas. Desde logo, adiam os benefícios tangíveis da faturação eletrónica, nomeadamente a maior transparência fiscal, a redução de custos administrativos, o reforço do controlo interno nas organizações e a melhoria do combate à evasão e fraude fiscal”, sublinha o especialista da Cegid.

"Os sucessivos adiamentos refletem a preocupação legítima com a preparação do tecido empresarial, sobretudo das micro e pequenas empresas. Contudo, esta prática recorrente adia investimentos em software, formação e novos processos, criando um efeito de incerteza que prejudica o planeamento das empresas e o avanço tecnológico do país. ”

António Santos

Consultor Sénior de Oferta e Operações da Minsait em Portugal

“Esta prática recorrente adia investimentos em software, formação e novos processos, criando um efeito de incerteza que prejudica o planeamento das empresas e o avanço tecnológico do país. Portugal arrisca um desalinhamento com os calendários da União Europeia, atrasando-se face a práticas mais maduras de digitalização e sustentabilidade”, nota, por outro lado, António Santos.

“A faturação eletrónica não deve ser vista apenas como uma obrigação legal, mas como uma oportunidade para modernizar processos administrativos, reduzir burocracia e promover um funcionamento mais eficiente e ágil das empresas”, aponta o consultor sénior de oferta e operações da Minsait em Portugal, frisando que o “efeito negativo dos atrasos na publicação do regulamento torna duvidosa a aplicação do regulamento e faz com que as empresas não invistam até que ele seja uma realidade”.

Cada adiamento representa uma oportunidade perdida para acelerar a modernização das empresas portuguesas. Em vez de se promover competitividade, eficiência e transparência, prolonga-se a incerteza e reforça-se a perceção de que o cumprimento pode ser eternamente adiado”, afirma, por sua vez, Rui Fontoura, managing director da Sovos Europa.

Perante o adiamento das novas regras e, com isso, da aposta na inovação, as empresas de menor dimensão ainda têm algum trabalho de preparação pela frente para conseguir cumprir esta obrigatoriedade. Um estudo divulgado pela Cegid em 2023 mostrava que apenas 39% das PME portuguesas tinha aderido à faturação eletrónica.

"A necessidade de investir em software específico, em formação de pessoal e na adaptação de procedimentos internos pode representar um esforço muito significativo, pelo que as empresas poderão não reconhecer, numa primeira fase, os benefícios desta transição, criando, naturalmente, uma resistência à mudança.”

Luís Miguel Ribeiro

Presidente da AEP

“É certo que algumas empresas já estão a adotar soluções digitais e podem estar preparadas para a transição, dando resposta a esta exigência” que vai, a “longo prazo, permitir uma redução de custos, associados à impressão e envio postal, contribuindo simultaneamente para a sustentabilidade ambiental” e “melhorar a eficiência da empresa, tornando-a mais competitiva”, diz Luís Miguel Ribeiro. “As empresas poderão não reconhecer, numa primeira fase, os benefícios desta transição, criando, naturalmente, uma resistência à mudança”, alerta o presidente da AEP.

“As empresas portuguesas estão, de forma progressiva, a preparar-se, mas existe ainda um caminho considerável a percorrer”, refere António Santos, da Minsait. Entre as entidades de maior dimensão, este trabalho já está mais adiantado. “As grandes empresas e organizações com estruturas financeiras mais robustas têm, em regra, vindo a preparar-se com maior antecedência, adotando soluções de faturação eletrónica integradas, compatíveis com os requisitos legais em matéria de assinatura digital qualificada e arquivo eletrónico”, afirma Pedro Montez, da Cegid. Isto porque também já são obrigadas a cumprir as novas regras.

Faturação eletrónica para combater fraude fiscal

A expectativa entre os especialistas é de que o novo Governo liderado por Luís Montenegro mantenha o calendário relativo à faturação eletrónica obrigatória, ainda que não haja menção ao tema no programa que agora apresentou. Esta ferramenta, dizem os especialistas, vai também ajudar a combater a fraude fiscal.

“As mudanças políticas recentes e a entrada em funções do novo Governo suscitam expectativas renovadas relativamente ao futuro da faturação eletrónica”, indica Pedro Montez, Senior Manager Legal Watch na Cegid, pedindo ao Executivo que “mantenha o compromisso com a modernização do sistema fiscal português, nomeadamente através da consolidação da faturação eletrónica como instrumento central para a transparência, a simplificação e a eficiência fiscal”.

"Estamos expectantes que o novo Governo mantenha o compromisso com a digitalização da economia e garanta a previsibilidade na execução das medidas já calendarizadas. Portugal precisa de estabilidade regulatória para que as empresas possam planear com confiança e não fiquem reféns de sucessivos recuos.”

Rui Fontoura

Managing Director da Sovos Europa

Esta posição é partilhada por Rui Fontoura, que diz estar “expectante que o novo Governo mantenha o compromisso com a digitalização da economia e garanta a previsibilidade na execução das medidas já calendarizadas. Portugal precisa de estabilidade regulatória para que as empresas possam planear com confiança e não fiquem reféns de sucessivos recuos”. Para o managing director da Sovos Europa, a faturação eletrónica deve ser “uma ferramenta essencial no combate à fraude fiscal por parte dos governos”.

Também António Santos pede estabilidade na nova legislatura. “Esperamos que o novo executivo defina uma estratégia clara e estável para a implementação da faturação eletrónica, garantindo previsibilidade e reforçando a confiança das empresas para investir”, aponta o consultor sénior de oferta e operações da Minsait em Portugal, apelando ainda que sejam “criadas medidas e incentivos específicos para acelerar a adoção, nomeadamente junto das PME, promovendo não só a conformidade legal, mas a transformação digital como um motor de competitividade e alinhamento com as melhores práticas da União Europeia”.

O EContas questionou o Ministério das Finanças sobre este tema, mas não obteve resposta.

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Membros do Instituto Tony Blair ajudaram a desenvolver plano para construir “Riviera do Médio Oriente” em Gaza

  • Joana Abrantes Gomes
  • 7 Julho 2025

Duas pessoas da equipa do instituto do antigo primeiro-ministro do Reino Unido participaram em reuniões sobre o plano para transformar Gaza numa zona comercial.

Dois membros da equipa do Instituto Tony Blair (TBI, na sigla em inglês) participaram no desenvolvimento de um plano pós-guerra para a Faixa de Gaza, que previa a reconstrução da economia daquele território através de uma “Riviera Trump” e uma “Zona de Fabrico Inteligente Elon Musk”, revela o Financial Times (acesso pago).

O jornal britânico relata que teve acesso a um power point com o plano intitulado “Great Trust”, que terá sido partilhado com a Administração Trump e propunha pagar a meio milhão de palestinianos para abandonarem a área e atrair investidores privados para desenvolver Gaza.

O plano foi delineado por empresários israelitas e utilizou modelos financeiros desenvolvidos pelo prestigiado Boston Consulting Group (BCG) para reimaginar Gaza como uma próspera zona comercial.

Embora o Instituto Tony Blair não tenha sido o autor ou subscritor do power point, os dois membros da equipa do instituto do antigo primeiro-ministro britânico participaram em grupos de mensagens e telefonemas durante o desenvolvimento do projeto, segundo fontes familiarizadas com o plano.

Um desses membros terá escrito e partilhado um documento que descrevia a ideia de uma “Riviera de Gaza” com ilhas artificiais ao largo da costa semelhantes às do Dubai, iniciativas comerciais baseadas em tecnologia blockchain, um porto de águas profundas para ligar Gaza ao corredor económico Índia – Médio Oriente – Europa e “zonas económicas especiais” com impostos baixos.

No documento lê-se que a guerra devastadora em Gaza “criou uma oportunidade única no século para reconstruir Gaza (…) como uma sociedade segura, moderna e próspera”. Embora houvesse algumas semelhanças com o power point dos empresários israelitas, com mais de 30 diapositivos, o documento do instituto não fazia referência à deslocalização dos palestinianos — uma ideia defendida pelo Presidente dos EUA, Donald Trump, no início deste ano, mas condenada internacionalmente.

Na primeira vez que foi abordado pelo Financial Times sobre o seu papel no projeto, um porta-voz do Instituto Tony Blair disse que a história do jornal britânico “está categoricamente errada”. O instituto “não esteve envolvido na preparação do projeto, que era um projeto do BCG, e não deu qualquer contributo para o seu conteúdo”.

Mas, quando confrontados com mensagens trocadas num grupo de 12 pessoas utilizado para o projeto — que incluía dois funcionários do Instituto Tony Blair, consultores do BCG e os empresários israelitas — e um documento intitulado “Gaza Economic Blueprint”, elaborado pelo instituto do ex-primeiro-ministro britânico e apenas partilhado no seio daquele grupo, o mesmo porta-voz respondeu: “Nunca dissemos que o Instituto Tony Blair não sabia nada sobre o que este grupo estava a fazer ou que não participava nas chamadas em que o grupo discutia os seus planos.”

O Instituto Tony Blair afirmou também que, quando se reúne com grupos para discutir planos para o pós-guerra, está “essencialmente em modo de escuta”. O “documento interno” em causa analisava as propostas “apresentadas por várias partes [e] é um dos muitos documentos deste tipo [e] um dos muitos documentos internos do género”, afiançou.

O porta-voz acrescentou que o instituto “não forneceu, de forma alguma, o seu próprio documento interno para efeitos do trabalho do BCG” e que a sua equipa “viu” o power point, mas “não o criou”. “Seria errado sugerir que estávamos a trabalhar com este grupo para produzir o seu plano de Gaza”, alegou.

O Instituto Tony Blair defendeu ainda o papel do seu fundador na procura por uma “Gaza melhor para os habitantes de Gaza” nas últimas duas décadas: “Nunca se tratou de realojar os habitantes de Gaza, que é uma proposta que o TBI nunca criou, desenvolveu ou apoiou”.

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Taxas usadas no crédito à habitação descem em todos os prazos

  • Lusa
  • 7 Julho 2025

Euribor a seis meses recuou para um novo mínimo desde 13 de outubro de 2022.

As taxas Euribor, que servem de base para o cálculo da prestação de casa, desceram em todos os prazos em relação a sexta-feira, e no prazo a seis meses recuou para um novo mínimo desde 13 de outubro de 2022.

  • A taxa Euribor a seis meses desceu para 2,016%, menos 0,010 pontos do que na sexta-feira.
  • No prazo de três meses, a taxa Euribor para 1,944%, menos 0,035 pontos do que na sexta-feira.
  • No mesmo sentido, a Euribor a 12 meses desceu para 2,044%, menos 0,022 pontos do que na sexta-feira.

Na última reunião de política monetária em 04 e 05 de junho, em Frankfurt, o Banco Central Europeu (BCE) desceu as taxas de juro em 0,25 pontos base, tendo a principal taxa diretora caído para 2%.

Esta descida foi a oitava desde que o BCE iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024 e, segundo os analistas, deverá ser a última deste ano.

A próxima reunião de política monetária do BCE está marcada para 23 e 24 de julho em Frankfurt.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Miranda Sarmento acredita num acordo entre UE e EUA com tarifas inferiores a 10%

  • ECO
  • 7 Julho 2025

Ministro das Finanças considera possível chegar a um acordo com tarifas "muito baixas". Reunião dos ministros da Zona Euro e da UE deverá fazer ponto de situação das negociações entre UE e EUA.

O ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, prevê que a União Europeia e os EUA cheguem a um acordo com tarifas potencialmente inferiores a 10%, o que ajudaria a manter as trocas comerciais.

É possível chegar a um acordo com tarifas muito baixas, um acordo que possa ser percebido como benéfico para ambas as partes e que possa continuar a permitir-nos negociar e agregar valor aos nossos cidadãos”, disse Miranda Sarmento em entrevista à Bloomberg Television, em Bruxelas. “Esperamos ter uma atualização sobre o que a Comissão conseguiu negociar com a administração dos EUA” nas reuniões dos ministros das Finanças da UE, que serão realizadas hoje e na terça-feira.

Questionado sobre o quão baixas essas tarifas poderiam ser, Miranda Sarmento considerou que “provavelmente menos de 10%”. “Mas vamos ver qual será o resultado”, acrescentou.

O secretário norte-americano do Comércio afirmou que as chamadas “tarifas recíprocas” às importações vindas de todo o mundo, que tinham sido suspensas até 9 de julho, entrarão em vigor a 1 de agosto. A falar aos jornalistas ao lado de Donald Trump, no domingo, Howard Lutnick confirmou a nova data limite, antes de acrescentar: “Mas o Presidente [norte-americano] está a definir as taxas e os acordos neste momento”.

“Acredito que teremos a maioria dos países a 9 de julho, seja uma carta ou um acordo”, disse o presidente norte-americano.

Horas antes, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, disse ao programa “State of the Union” da CNN que o Presidente Donald Trump também irá enviar cartas a 100 países com os quais os EUA não têm muito comércio, notificando-os de que passarão a ser aplicadas tarifas mais altas caso não existam progressos, inicialmente definidas em 2 de abril e depois suspensas até 9 de julho.

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Mão-de-obra subiu apenas graças à imigração. Contributo foi o sexto maior da UE

  • ECO
  • 7 Julho 2025

Uma análise da OCDE revela que a população ativa em Portugal teria diminuído, em média, 0,1% sem trabalhadores imigrantes nos últimos cinco anos.

Entre 2020 e 2024, a força de trabalho em Portugal cresceu, em média, 0,7%. Este aumento, porém, decorre apenas da entrada de trabalhadores estrangeiros no país, visto que, sem eles, a mão-de-obra disponível teria diminuído, em média, 0,1% nesse período, revela o Jornal de Negócios (acesso pago).

Os dados — que resultam de uma análise da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) focada na União Europeia (UE), mas abrangendo também a Austrália, os EUA, o Canadá e o Reino Unido — mostram que o contributo dos imigrantes para a força laboral em Portugal foi, aliás, o sétimo mais alto entre os 28 países analisados e o sexto quando se consideram apenas os Estados-membros da UE.

Além de terem feito a força de trabalho subir nos últimos anos, anularam a contração na população ativa que ocorreria se não entrassem trabalhadores no país. “A mão-de-obra disponível depende fortemente da migração”, pelo que “atrair talento global vai ser fundamental para o crescimento económico” do bloco europeu, afirma a OCDE, face às estimativas de a população ativa começar a cair a partir do final da década de 2020 na UE (mesmo com aumento de participação no mercado de trabalho de trabalhadores mais velhos com potenciais reformas nos sistemas de pensões).

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Prémio Autarquia do Ano – Grupo Mosqueteiros: as inscrições terminam a 20 de julho. Saiba como participar

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  • 7 Julho 2025

As inscrições para o Prémio Autarquia do Ano - Grupo Mosqueteiros estão na reta final. Veja aqui o passo a passo para submeter o projeto e garantir lugar na corrida à distinção nacional.

O prazo está a terminar: as candidaturas à 6.ª edição do Prémio Autarquia do Ano – Grupo Mosqueteiros terminam já no dia 20 de julho. A iniciativa visa reconhecer boas práticas de gestão municipal e destacar projetos que estejam a fazer a diferença nos territórios locais.

O processo de candidatura é simples. No artigo que publicámos anteriormente, encontra todas as etapas explicadas de forma clara e acessível: Como submeter a candidatura.

Reconhecimento nacional, promoção do território, partilha de boas práticas, motivação para a equipa e impacto positivo na comunidade são algumas das vantagens de se obter a distinção deste prémio.

Se a sua autarquia está a implementar medidas inovadoras, com impacto real na comunidade, esta é a oportunidade certa para o dar a conhecer — e ser reconhecido a nível nacional. Saiba qual é o impacto real de vencer este prémio e como pode mudar uma autarquia.

 

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Azul quer ação executiva em tribunal contra TAP SGPS

Companhia aérea pretende que o representante dos obrigacionistas avance com uma ação executiva para cobrar a dívida 177 milhões de euros reclamados pela Azul.

Depois da SIAVILO, antiga TAP SGPS, não ter pago os 177 milhões de euros reclamados pela Azul, a companhia aérea espera agora que o representante comum dos obrigacionistas avance com uma ação executiva nos tribunais para que a dívida seja saldada.

A TAP SGPS não efetuou o pagamento dos 177 milhões de euros reclamados pela Azul no prazo definido para saldar o reembolso das obrigações subscritas em 2016, como avançou o ECO. A iniciativa regressa agora ao representante comum dos obrigacionistas, a espanhola Bondholders, que já reúne condições para avançar com uma ação executiva.

“A Azul, Linhas Aéreas Brasileiras, S.A., aguarda que a Bondholders, enquanto Representante Comum dos Obrigacionistas no empréstimo contraído pela TAP em 2016, execute as deliberações da Assembleia Geral de Obrigacionistas realizada em Lisboa a 15 de Abril de 2025. Esta Assembleia mandatou o Representante Comum para fazer cumprir os termos dos Documentos Financeiros (Finance Documents) conforme considere adequado para poder cobrar os créditos detidos pela Azul sobre a TAP”, afirma fonte da Azul numa declaração enviada ao Negócios.

Se a sociedade espanhola não avançar com a ação executiva, a Azul irá substituir-se a esta, conforme foi também deliberado na já referida assembleia de obrigacionistas. Caso a agora denominada SIAVILO tenha de avançar com o pagamento, o montante despendido pelo Estado português com a TAP desde 2016 irá subir de 3.431 milhões para 3.608 milhões. O ECO enviou questões para o Ministério das Finanças, que não quis comentar o assunto.

A holding tinha até dia 23 de junho para proceder ao reembolso do capital e juros das obrigações, segundo a nota de pagamento enviada pelo Banco Montepio no dia 27 de maio. Uma exigência que decorreu do incumprimento (default) pela TAP SGPS do contrato do financiamento, deliberado numa assembleia extraordinária de obrigacionistas realizada a 15 de abril, convocada pela Azul. Nesta circunstância, está previsto o reembolso imediato dos títulos, cabendo a iniciativa da cobrança ao representante comum.

Em causa estão 235,27 milhões, dos quais 176,9 milhões cabem à Azul e 58,6 milhões à Parpública, que resultam da soma do capital investido (90 milhões por parte da companhia portuguesa e 30 milhões pela empresa pública portuguesa) aos juros decorridos. Ao contrário da Azul, a Parpública votou contra a deliberação de incumprimento na assembleia de obrigacionistas.

A transportadora brasileira já antecipava que pudesse ser este o desfecho, depois de nos últimos anos a TAP SGPS, que passou a ser detida a 100% pelo Estado, ter vindo a alienar todos os seus ativos, processo que foi acelerado no início deste ano. Desde dezembro de 2021 que a holding não tem qualquer posição acionista na companhia aérea, a TAP SA, em 2024 perdeu a participação na antiga Groundforce (agora Menzies Aviation) e já este ano foi anunciada a venda à TAP da Portugália, da Cateringpor e da UCS.

Numa nota enviada ao ECO a semana passada, a Azul afirmava que estava a ser “preparado o incumprimento contratual, já que a TAP SGPS, depois de ceder os ativos, nomeadamente à TAP S.A., se tornou uma empty shell [sociedade vazia]”.

Além de ficar praticamente sem ativos, a TAP SGPS ficou sem órgãos sociais, como avançou o ECO. Entre o final de março e o início de junho, renunciaram aos cargos os membros do conselho de administração, do conselho fiscal e o revisor oficial de contas. Segundo as últimas contas disponíveis, a holding apresenta uma situação líquida altamente deficitária, com capitais próprios negativos de 1,34 mil milhões.

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Hoje nas notícias: Montenegro, imigração e PGR

  • ECO
  • 7 Julho 2025

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O Ministério Público está a verificar se Luís Montenegro exerceu o cargo de primeiro-ministro em exclusividade de funções. Uma análise da OCDE revela que a população ativa em Portugal diminuiria sem imigrantes. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta segunda-feira.

Exclusividade de Montenegro passada a pente fino

Um dos focos da averiguação preventiva do Ministério Público (MP) à Spinumviva, empresa familiar de Luís Montenegro, é o exercício das funções de primeiro-ministro em exclusividade. Em causa está a análise de documentação da Spinumviva para verificar se após ter tomado posse como chefe de Governo em 2 de abril de 2024 e enquanto a mulher foi sócia da empresa até 5 de março de 2025, Montenegro obteve direta ou indiretamente algum benefício da Spinumviva, da qual foi fundador e principal sócio. O objetivo é verificar se a empresa pagou a Montenegro remunerações ou dividendos de lucros; apurar se a sociedade pagou à mulher remunerações ou dividendos de lucros que tenham entrado no património comum do casal; e apurar se a empresa pagou estadias ou deslocações à família.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

Só imigração fez subir mão-de-obra. Contributo foi dos maiores da UE

Entre 2020 e 2024, a força de trabalho em Portugal cresceu, em média, 0,7%. Este aumento, porém, decorre apenas da entrada de trabalhadores estrangeiros no país, visto que, sem eles, a mão-de-obra disponível teria diminuído. Segundo uma análise da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), a mão-de-obra disponível em Portugal teria diminuído 0,1% em média entre 2020 e 2024 se não fossem os imigrantes. O contributo dos trabalhadores estrangeiros foi, aliás, o sétimo mais alto entre os 28 países analisados e o sexto quando se consideram apenas os Estados-membros da UE. E, além de terem feito a força de trabalho subir nos últimos anos, anularam a contração na população ativa que ocorreria se não entrassem trabalhadores no país.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Comissão para a Igualdade acusa Amadeu Guerra de inconstitucionalidade

A Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG) enviou uma queixa à Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE) a propósito do concurso de magistrados do Ministério Público cujas regras foram exaradas a 4 de junho. Este, por deliberação do Conselho Superior do Ministério Público (presidido pelo procurador-geral da República, Amadeu Guerra), exclui candidatos que, “previsivelmente, se encontrarão em situação de redução de serviço ativa ou situação de ausência prolongada superior a 60 dias, durante o período compreendido entre 1 de setembro de 2025 e 31 de agosto de 2026” e exige uma declaração “sob compromisso de honra” de que tal não ocorrerá. Para a CIG, estas normas são “coercivas e juridicamente inaceitáveis face aos princípios constitucionais de igualdade e proteção na parentalidade”.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

Número de freguesias que vão a votos em plenário dispara 68%. Todas no interior

O número de freguesias que elegem os membros da junta em plenário — porque têm 150 ou menos eleitores — aumentou 68% face a 2021 e chega agora às 37, o valor mais alto desde 2013, ano em que a agregação de freguesias reduziu drasticamente estes casos. As novas 15 freguesias estão todas no interior do país, mas também o número total diz respeito a territórios do interior, à exceção de cinco na Ilha das Flores, nos Açores, cuja insularidade reflete, ainda assim, realidades e dinâmicas idênticas às da interioridade: pouco emprego e desertificação.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago)

Autarquias gastaram 18 milhões em concertos nos últimos três meses

Entre abril e junho deste ano, as juntas de freguesia e câmaras municipais de todo o país gastaram mais de 18 milhões de euros em eventos musicais, de acordo com dados obtidos através dos contratos registados no Portal Base. Trata-se de um aumento de 3,2% (ou de 560 mil euros) face ao período homólogo, ligeiramente acima do nível da inflação registada em junho de 2025 (2,4%). Contudo, houve um evento em específico que insuflou as contas de 2024: os 50 anos do 25 de Abril. Oeiras, Lisboa e Loures foram as autarquias que lideraram nesta despesa nos últimos três meses.

Leia a notícia completa no Observador (acesso pago)

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Gonçalo Castel-Branco: “Achava que ia aprender mais a servir cafés na campanha do Obama do que cá a ser consultor do governo”

  • ECO
  • 7 Julho 2025

De aluno rebelde a um sucesso no mundo do marketing, Gonçalo Castel-Branco identifica-se como um bom contador de histórias e é o mais recente convidado do podcast "E Se Corre Bem?".

Gonçalo Castel-Branco, produtor e CEO da LOHAD, é o 37º convidado do podcast “E Se Corre Bem?”. Com um percurso marcado pela expulsão de todas as escolas que frequentou, o CEO explica como o “empurrão” da mãe, que o obrigou a trabalhar, o ajudou a construir o seu percurso profissional de sucesso.

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“Sempre fui mau aluno. A escola nunca foi um lugar que puxasse as minhas melhores qualidades. Então, como era mau aluno, distraía-me e fazia asneiras”, explicou, ao mesmo tempo que acrescentou que, quando foi expulso da quarta escola que frequentou, a mãe o obrigou a trabalhar para que não ficasse em casa. Foi aí que começou o seu percurso profissional, quando se tornou inspetor publicitário de um cinema, no qual decidiu que queria ser um contador de histórias: “A ideia de contar boas histórias e as ferramentas com as quais eu as conto vieram daí e serviram-me para o resto da vida”.

Mais tarde frequentou um curso profissional de marketing, que lhe deu um estágio numa agência de marketing desportivo, na qual acabou por conseguir o seu primeiro emprego na área. A partir daqui foi quando começou a dar os seus grandes saltos profissionais, com ideias disruptivas que resultavam. Exemplo disso foi a campanha que fez para a Yorn, que conseguiu reunir 1500 pessoas completamente nuas, no Chiado.

Tínhamos cinco mil euros para promover uma loja de roupa da Yorn e a ideia que surgiu foi dizer às pessoas que se fossem todas nuas, nós oferecíamos a roupa toda. Eu assumi que ninguém iria. Portanto, liguei para a Associação Portuguesa de Naturalistas, expliquei o que queria fazer e contratei dez pessoas. Acabaram por aparecer 1500 pessoas”, disse.

A passagem pela política

A habilidade para contar histórias é uma vantagem para qualquer área e o CEO da LOHAD percebeu isso perfeitamente quando se tornou consultor de comunicação digital para o governo, com Pedro Passos Coelho. Começou por ser o responsável pela área de jovens e depois assumiu este cargo que o levou a redesenhar o site “que ainda hoje se mantém”, e a fazer “uma série de coisas muito interessantes na área do digital”.

No entanto, o momento alto da sua passagem pela política aconteceu quando teve a oportunidade de participar na campanha eleitoral do Obama, nos EUA: “Foi um momento de sonho e tive muita sorte. Não conhecia um ser humano na Carolina do Norte, mas fui direto à Convenção, que era um dos meus sonhos. A minha ideia era servir cafés porque achava que ia aprender mais a servir cafés na campanha do Obama do que cá a ser consultor do governo. Fui e, de repente, aconteceu uma sequência cósmica de coisas que fizeram com que, 48 horas depois, eu já tivesse uma casa na rua da Casa Branca, já conhecesse 3 ou 4 senadores, e conseguisse um lugar na campanha”.

Ao todo, Gonçalo Castel-Branco fez 30 campanhas políticas em cinco países. “Nos EUA, fiz a do Obama e a da Hillary”. O segredo? Fazer com quem ouve uma história se reveja nela. “A história nunca é sobre quem a está a contar. Eu digo sempre isto aos candidatos: ´A campanha não é sobre ti, a campanha é sobre eles´. A questão é como projetamos aquilo neles. Eu costumo dizer que uma campanha política é como um urso. Nós não precisamos de correr mais do que o urso, só precisamos de correr mais do que o tipo do lado para o urso o comer a ele”, disse.

Os projetos “fora da caixa”

Apesar de a política ser um marco importante da sua carreira, Gonçalo Castel-Branco assume-se reformado desta área. Agora dedica-se inteiramente a projetos que levem experiências memoráveis a quem as vive. O “Chefs on Fire” é um desses projetos disruptivos, que nasce depois de a irmã de Gonçalo lhe ter pedido para cozinhar para mais de 60 pessoas numa pequena casa, no Alentejo, sem espaço suficiente na cozinha.

“Decidi pendurar na árvore borrego, porco, frango e ananases. Fiz um buraco no chão para cozinhar 40 quilos de vegetais debaixo de terra e fiz tudo assim. Lembro-me que, às 5 horas da manhã, estava eu sozinho a tratar do fogo e a minha irmã apareceu com uma chávena de café. Nesse momento, olhei à minha volta e tive um daqueles momentos em que pensei: ´Isto dava um grande festival, acho que vou fazer´. Dez meses depois fizemos o primeiro Chefs on Fire para 750 pessoas, em Cascais. Sete anos depois é o maior festival de fogo da Europa e vai ser o maior festival do mundo até 2030“, garantiu.

Foi assim que decidiu juntar dois conceitos num só – um festival de comida e um festival de música num só espaço. E com um detalhe importante – ter poucas pessoas: “Eu não gosto de multidão, eu gosto de um concerto em que eu posso ver os olhos do artista e ele também. As pessoas começaram a fartar-se da experiência de 100 mil pessoas com um telefone na mão. Mais do que o cartaz, o que conta é a experiência“.

Apesar do sucesso deste projeto, o CEO relembrou ainda o “Comboio Presidencial”, assumindo: “Foi o projeto mais bonito que eu fiz na vida”. A ideia surgiu depois de se ter apaixonado por comboios durante a campanha do Obama e, após regressar a Portugal, decidiu visitar o Museu Nacional Ferroviário, onde se apaixonou pelo comboio presidencial português. “Cheguei a casa, estava a jantar com a minha filha, e disse-lhe que tínhamos de ter uma ideia para aquele comboio. E ela disse: ´Por que não fazer um restaurante?´. E foi a partir daí que criamos aquilo que eu chamo de carta de amor a Portugal”, contou.

Para Gonçalo Castel-Branco, o Comboio Presidencial é como uma “Disney para adultos com o melhor de tudo”: “Tem um dos comboios mais bonitos do mundo, na linha do Douro, com os melhores chefes, os melhores vinhos, os melhores cheiros, a melhor música, o melhor de tudo. Na verdade, aquilo transformou-se no melhor evento do mundo, recebia 50 nacionalidades a bordo por dia, foi o maior projeto do turismo ferroviário do nosso país, com um retorno inimaginável para o país, para a nossa ferrovia e para o Douro, é um case-study de sucesso”.

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Este podcast está disponível no Spotify e na Apple Podcasts. Uma iniciativa do ECO, na qual Diogo Agostinho, COO do ECO, procura trazer histórias que inspirem pessoas a arriscar, a terem a coragem de tomar decisões e acreditarem nas suas capacidades. Com o apoio do Doutor Finanças e da Nissan.

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“Vá pelas escadas”: um projeto de medicina preventiva dentro do Hospital da Luz

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  • 7 Julho 2025

A nova campanha do Hospital da Luz tem o objetivo sensibilizar para o uso de escadas e a consequente diminuição do risco de doenças cardiovasculares.

“É de coração que lhe dizemos: vá pelas escadas! Sabia que subir e descer escadas reduz o risco de doença cardíaca?”

Este é o ponto de partida da campanha iniciada em maio, o Mês do Coração, nos hospitais e clínicas da Rede Hospital da Luz. Com o objetivo de sensibilizar para o uso de escadas e a consequente diminuição do risco de doenças cardiovasculares, a campanha é protagonizada pelo LU, a mascote do Hospital da Luz, e incluiu vídeos nos ecrãs de TV das salas de espera, imagens coladas nas portas de acesso a escadas e até mensagens encorajadoras nos degraus das próprias escadas, quer sejam públicas ou de uso exclusivo dos colaboradores.

“É uma iniciativa óbvia e coerente”, começa por explicar Pedro Líbano Monteiro, administrador executivo do Hospital da Luz Lisboa, onde esta campanha começou, na rede Hospital da Luz. “Através do nosso Programa de Exercício e Atividade Física, estamos a dizer aos nossos clientes que ter uma vida ativa é um passo importante para começar a melhorar a sua saúde e qualidade de vida. E temos de dar o exemplo, de que acreditamos nesse benefício!”

“Muitos de nós – acrescenta – já fazem exercício regular e até de forma mais séria e acompanhados no nosso Centro de Medicina Desportiva. Mas outros ainda não deram esse passo. Usar mais as escadas é um gesto inicial que espero ajude e faça surgir novas ideias e iniciativas tendo em vista a melhoria da saúde e o aumento do bem-estar dos nossos colaboradores”.

Hugo Pereira, fisiologista do exercício no Centro de Medicina Desportiva do Hospital da Luz, explica, por seu lado: “A evidência científica sugere que qualquer movimento que se possa fazer é melhor que nada e que mais movimento (até um limite muito alto) é melhor que menos. Ganhamos ‘energia’, gastando energia, ganhamos boa disposição, perdendo calorias, ganhamos saúde sem perceber. Assim, escolher subir e descer escadas é apenas uma gota de água no oceano do aumento da atividade física, mas representa uma mudança de atitude para com a mesma. De seguida vem, o caminhar em lugar de levar o carro, ou reunir com colegas, familiares ou amigos de pé ou durante uma caminhada, a introdução de fitness snacks (breaks) no quotidiano mais sedentário, a jardinagem, a brincadeira com as crianças etc.”

‘Se é bom para eles, é bom também para nós!’

A ideia foi, desde o início, criar uma mensagem que se dirigisse a todos em simultâneo: os colaboradores do Hospital da Luz, mas também os seus clientes.

Uma ideia simples, mas rica no conteúdo, no significado e no alcance – porque “todos têm a beneficiar da adoção de um quotidiano mais ativo. Porque uma campanha de larga escala pode causar um fenómeno de contágio social e modelação e assim, alavancar as modificações comportamentais. Finalmente, porque os profissionais de saúde possuem um particular poder persuasor sobre os pacientes… médico ativo, paciente ativo”, como explica o fisiologista do exercício.

Isto enquanto Pedro Líbano Monteiro acrescenta: “Queremos que todos os nossos colaboradores promovam a sua saúde física e mental. E esta é uma iniciativa simples, ao alcance de todos e que pode levar a partilhar “objetivos” ou a criar “desafios” nas várias equipas. E, como referi, é o que propomos aos nossos clientes. E se é bom para eles, é também bom para nós.”

Pelas portas de acesso a escadas e nas escadas propriamente ditas do Hospital da Luz, multiplicam-se os conselhos de exercício e vida saudável

Luz Ativa é o projeto fundador desta e de outras iniciativas com a marca Hospital da Luz, onde se insere a campanha ‘É de coração que lhe dizemos: vá pelas escadas!’, e que se integra na estratégia global de responsabilidade social e sustentabilidade da Luz Saúde, através do desporto e da promoção da vida saudável.

“O Hospital da Luz Lisboa foi o pioneiro na verdadeira medicina preventiva, a medicina 3.0, pela inclusão da consulta de exercício, saúde e performance (ESP) e de programas de promoção da atividade física na sua oferta de medicina desportiva”, revela Hugo Pereira, acrescentando: “Ora, face aos benefícios de saúde associados ao aumento da atividade física diária e redução do comportamento sedentário, a promoção da atividade física quotidiana de clientes e trabalhadores, fomentando o uso da escada em lugar do elevador, encontra-se alinhada com a missão de melhorar a saúde de todos, com enfoque na prevenção primária”.

Ainda em fase inicial de concretização, o projeto Luz Ativa, cujo impulsionador é Hugo Pereira, tem com objetivo global “criar um sistema de vigilância epidemiológica permanente dirigido aos colaboradores e clientes do Hospital da Luz. E conceber e executar campanhas de promoção da atividade física para as instalações e canais de comunicação do Hospital da Luz”, como a do LU dizendo ‘Vá pelas escadas’.

Os Programas de saúde do Hospital da Luz para a Cessação Tabágica ou Reeducação Alimentar e Gestão de Peso são outros exemplos da oferta no âmbito da medicina preventiva, a que hoje os clientes do Hospital da Luz têm acesso.

Os conselhos do LU

‘Ao subir esta escada, está a descer o risco de doença cardiovascular’. Esta é a mensagem que pode ser lida nos primeiros degraus das escadas, dentro de cada Hospital da Luz.

Depois, à medida de vamos subindo as escadas, vão surgindo novas mensagens: ‘1 a 5 lanços por dia reduz o risco de doença cardiovascular em 3%’; ‘6 a 10 lanços por dia reduz o risco de doença cardiovascular em 16%’; 11 a 15 lanços por dia reduz o risco de doença cardiovascular em 22%’.

A doença cardiovascular é a principal causa de morte em Portugal, com 35 mil óbitos anuais (31,9% dos óbitos no nosso país). No mundo, as doenças cardiovasculares afetaram mais de 500 milhões de pessoas num só ano e foram responsáveis por 17,9 milhões de mortes a nível global. Quase 9 em cada 10 pessoas em Portugal sem doença cardiovascular diagnosticada apresentam pelo menos um fator de risco e 37,2% apresentam três ou mais fatores de risco. Estima-se que em Portugal, cerca de 40% da população sofra de hipertensão arterial, 30% tem colesterol elevado, 20% tem hábitos tabágicos e 13% tem diabetes, de acordo com dados da cardio365.pt.

As doenças cardiovasculares podem provocar acidentes vasculares cerebrais (AVC), enfartes do miocárdio, insuficiência cardíaca e outras complicações graves. A doença cardiovascular pode levar a incapacidade e redução da qualidade de vida.

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