Crédito à habitação deve contar com o custo do risco climático, defende estudo
Segundo um estudo desenvolvido pela Geneva Associacion, a concessão de crédito à habitação deve ter em conta o preço dos seguros contra fenómenos meteorológicos severos.
A expansão de medidas locais de prevenção contra fenómenos meteorológicos aliado a reformas nos sistemas de avaliação imobiliária e de crédito – incluindo critérios de resiliência climática no processo de concessão de crédito, são dois patamares de ações para reduzir as perdas financeiras em caso de catástrofe climática.
Segundo um estudo desenvolvido pela Geneva Associacion “Safeguarding Home Insurance: Reducing exposure and vulnerability to extreme weather”, os dois patamares afastarão os consumidores de comprar imóveis em áreas vulneráveis face ao risco climático. A redução é justificada pelo aumento da consciencialização para o risco e porque ficarão sem acesso ao crédito habitação se não tiverem capacidades de cobrir os preços cobertos pelas seguradoras para os riscos que enfrentam.
Determinar as áreas de risco e tê-las em consideração na concessão do crédito vai diminuir o número de proprietários que que ficam sem capacidades financeiras para suportar o custo do seguro porque a avaliação do risco de incumprimento de pagar o crédito terá em conta essas variáveis.
As medidas propostas pelo estudo combatem os fatores que pesam no presumível aumento das perdas seguradas já neste ano para um valor de 200 mil milhões de dólares. Os fatores – sobre os quais é possível ativar planos de prevenção como os mencionados – são construção em áreas de risco, códigos de construção desatualizados, perda de ecossistemas naturais e, também, o impacto dos custos crescentes de reconstrução.
“Este relatório apresenta uma estratégia em duas vertentes, para reduzir os riscos das propriedades decorrentes de fenómenos meteorológicos extremos e salvaguardar o seguro de habitação, consistindo, por um lado, no alargamento de medidas de resiliência comprovadamente eficazes e, por outro, na reforma dos sistemas ligados ao setor segurador, em particular a valorização dos imóveis e o crédito hipotecário”, afirma Maryam Golnaraghi, diretora de Alterações Climáticas e Ambiente na Geneva Association.

A Fidelidade contribuiu para a elaboração do estudo através da participação do Impact Center for Climate Change no Conselho Consultivo deste estudo. Para o estudo também contribuiu a Allianz, Axa, Chubb, Generali, Liberty Mutual, Mapfre, entre outras seguradoras.
Para Rui Esteves, co-coordenador do Impact Center for Climate Change da Fidelidade, “a participação da Fidelidade neste relatório permitiu partilhar de ideias com especialistas de todo o mundo e colaborar na construção de propostas para que diversas entidades contribuam para que o seguro de multirriscos habitação possa continuar a desempenhar a sua função social, num contexto cada vez mais exigente de fenómenos meteorológicos extremos”.
A Geneva Association é o principal think tank global da indústria seguradora, reunindo os CEO das maiores seguradoras e resseguradoras a nível mundial.
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