Azul quer ação executiva em tribunal contra TAP SGPS

Companhia aérea pretende que o representante dos obrigacionistas avance com uma ação executiva para cobrar a dívida 177 milhões de euros reclamados pela Azul.

Depois da SIAVILO, antiga TAP SGPS, não ter pago os 177 milhões de euros reclamados pela Azul, a companhia aérea espera agora que o representante comum dos obrigacionistas avance com uma ação executiva nos tribunais para que a dívida seja saldada.

A TAP SGPS não efetuou o pagamento dos 177 milhões de euros reclamados pela Azul no prazo definido para saldar o reembolso das obrigações subscritas em 2016, como avançou o ECO. A iniciativa regressa agora ao representante comum dos obrigacionistas, a espanhola Bondholders, que já reúne condições para avançar com uma ação executiva.

“A Azul, Linhas Aéreas Brasileiras, S.A., aguarda que a Bondholders, enquanto Representante Comum dos Obrigacionistas no empréstimo contraído pela TAP em 2016, execute as deliberações da Assembleia Geral de Obrigacionistas realizada em Lisboa a 15 de Abril de 2025. Esta Assembleia mandatou o Representante Comum para fazer cumprir os termos dos Documentos Financeiros (Finance Documents) conforme considere adequado para poder cobrar os créditos detidos pela Azul sobre a TAP”, afirma fonte da Azul numa declaração enviada ao Negócios.

Se a sociedade espanhola não avançar com a ação executiva, a Azul irá substituir-se a esta, conforme foi também deliberado na já referida assembleia de obrigacionistas. Caso a agora denominada SIAVILO tenha de avançar com o pagamento, o montante despendido pelo Estado português com a TAP desde 2016 irá subir de 3.431 milhões para 3.608 milhões. O ECO enviou questões para o Ministério das Finanças, que não quis comentar o assunto.

A holding tinha até dia 23 de junho para proceder ao reembolso do capital e juros das obrigações, segundo a nota de pagamento enviada pelo Banco Montepio no dia 27 de maio. Uma exigência que decorreu do incumprimento (default) pela TAP SGPS do contrato do financiamento, deliberado numa assembleia extraordinária de obrigacionistas realizada a 15 de abril, convocada pela Azul. Nesta circunstância, está previsto o reembolso imediato dos títulos, cabendo a iniciativa da cobrança ao representante comum.

Em causa estão 235,27 milhões, dos quais 176,9 milhões cabem à Azul e 58,6 milhões à Parpública, que resultam da soma do capital investido (90 milhões por parte da companhia portuguesa e 30 milhões pela empresa pública portuguesa) aos juros decorridos. Ao contrário da Azul, a Parpública votou contra a deliberação de incumprimento na assembleia de obrigacionistas.

A transportadora brasileira já antecipava que pudesse ser este o desfecho, depois de nos últimos anos a TAP SGPS, que passou a ser detida a 100% pelo Estado, ter vindo a alienar todos os seus ativos, processo que foi acelerado no início deste ano. Desde dezembro de 2021 que a holding não tem qualquer posição acionista na companhia aérea, a TAP SA, em 2024 perdeu a participação na antiga Groundforce (agora Menzies Aviation) e já este ano foi anunciada a venda à TAP da Portugália, da Cateringpor e da UCS.

Numa nota enviada ao ECO a semana passada, a Azul afirmava que estava a ser “preparado o incumprimento contratual, já que a TAP SGPS, depois de ceder os ativos, nomeadamente à TAP S.A., se tornou uma empty shell [sociedade vazia]”.

Além de ficar praticamente sem ativos, a TAP SGPS ficou sem órgãos sociais, como avançou o ECO. Entre o final de março e o início de junho, renunciaram aos cargos os membros do conselho de administração, do conselho fiscal e o revisor oficial de contas. Segundo as últimas contas disponíveis, a holding apresenta uma situação líquida altamente deficitária, com capitais próprios negativos de 1,34 mil milhões.

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Hoje nas notícias: Montenegro, imigração e PGR

  • ECO
  • 8:16

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O Ministério Público está a verificar se Luís Montenegro exerceu o cargo de primeiro-ministro em exclusividade de funções. Uma análise da OCDE revela que a população ativa em Portugal diminuiria sem imigrantes. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta segunda-feira.

Exclusividade de Montenegro passada a pente fino

Um dos focos da averiguação preventiva do Ministério Público (MP) à Spinumviva, empresa familiar de Luís Montenegro, é o exercício das funções de primeiro-ministro em exclusividade. Em causa está a análise de documentação da Spinumviva para verificar se após ter tomado posse como chefe de Governo em 2 de abril de 2024 e enquanto a mulher foi sócia da empresa até 5 de março de 2025, Montenegro obteve direta ou indiretamente algum benefício da Spinumviva, da qual foi fundador e principal sócio. O objetivo é verificar se a empresa pagou a Montenegro remunerações ou dividendos de lucros; apurar se a sociedade pagou à mulher remunerações ou dividendos de lucros que tenham entrado no património comum do casal; e apurar se a empresa pagou estadias ou deslocações à família.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

Só imigração fez subir mão-de-obra. Contributo foi dos maiores da UE

Entre 2020 e 2024, a força de trabalho em Portugal cresceu, em média, 0,7%. Este aumento, porém, decorre apenas da entrada de trabalhadores estrangeiros no país, visto que, sem eles, a mão-de-obra disponível teria diminuído. Segundo uma análise da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), a mão-de-obra disponível em Portugal teria diminuído 0,1% em média entre 2020 e 2024 se não fossem os imigrantes. O contributo dos trabalhadores estrangeiros foi, aliás, o sétimo mais alto entre os 28 países analisados e o sexto quando se consideram apenas os Estados-membros da UE. E, além de terem feito a força de trabalho subir nos últimos anos, anularam a contração na população ativa que ocorreria se não entrassem trabalhadores no país.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Comissão para a Igualdade acusa Amadeu Guerra de inconstitucionalidade

A Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG) enviou uma queixa à Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE) a propósito do concurso de magistrados do Ministério Público cujas regras foram exaradas a 4 de junho. Este, por deliberação do Conselho Superior do Ministério Público (presidido pelo procurador-geral da República, Amadeu Guerra), exclui candidatos que, “previsivelmente, se encontrarão em situação de redução de serviço ativa ou situação de ausência prolongada superior a 60 dias, durante o período compreendido entre 1 de setembro de 2025 e 31 de agosto de 2026” e exige uma declaração “sob compromisso de honra” de que tal não ocorrerá. Para a CIG, estas normas são “coercivas e juridicamente inaceitáveis face aos princípios constitucionais de igualdade e proteção na parentalidade”.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

Número de freguesias que vão a votos em plenário dispara 68%. Todas no interior

O número de freguesias que elegem os membros da junta em plenário — porque têm 150 ou menos eleitores — aumentou 68% face a 2021 e chega agora às 37, o valor mais alto desde 2013, ano em que a agregação de freguesias reduziu drasticamente estes casos. As novas 15 freguesias estão todas no interior do país, mas também o número total diz respeito a territórios do interior, à exceção de cinco na Ilha das Flores, nos Açores, cuja insularidade reflete, ainda assim, realidades e dinâmicas idênticas às da interioridade: pouco emprego e desertificação.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago)

Autarquias gastaram 18 milhões em concertos nos últimos três meses

Entre abril e junho deste ano, as juntas de freguesia e câmaras municipais de todo o país gastaram mais de 18 milhões de euros em eventos musicais, de acordo com dados obtidos através dos contratos registados no Portal Base. Trata-se de um aumento de 3,2% (ou de 560 mil euros) face ao período homólogo, ligeiramente acima do nível da inflação registada em junho de 2025 (2,4%). Contudo, houve um evento em específico que insuflou as contas de 2024: os 50 anos do 25 de Abril. Oeiras, Lisboa e Loures foram as autarquias que lideraram nesta despesa nos últimos três meses.

Leia a notícia completa no Observador (acesso pago)

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Gonçalo Castel-Branco: “Achava que ia aprender mais a servir cafés na campanha do Obama do que cá a ser consultor do governo”

  • ECO
  • 8:00

De aluno rebelde a um sucesso no mundo do marketing, Gonçalo Castel-Branco identifica-se como um bom contador de histórias e é o mais recente convidado do podcast "E Se Corre Bem?".

Gonçalo Castel-Branco, produtor e CEO da LOHAD, é o 37º convidado do podcast “E Se Corre Bem?”. Com um percurso marcado pela expulsão de todas as escolas que frequentou, o CEO explica como o “empurrão” da mãe, que o obrigou a trabalhar, o ajudou a construir o seu percurso profissional de sucesso.

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“Sempre fui mau aluno. A escola nunca foi um lugar que puxasse as minhas melhores qualidades. Então, como era mau aluno, distraía-me e fazia asneiras”, explicou, ao mesmo tempo que acrescentou que, quando foi expulso da quarta escola que frequentou, a mãe o obrigou a trabalhar para que não ficasse em casa. Foi aí que começou o seu percurso profissional, quando se tornou inspetor publicitário de um cinema, no qual decidiu que queria ser um contador de histórias: “A ideia de contar boas histórias e as ferramentas com as quais eu as conto vieram daí e serviram-me para o resto da vida”.

Mais tarde frequentou um curso profissional de marketing, que lhe deu um estágio numa agência de marketing desportivo, na qual acabou por conseguir o seu primeiro emprego na área. A partir daqui foi quando começou a dar os seus grandes saltos profissionais, com ideias disruptivas que resultavam. Exemplo disso foi a campanha que fez para a Yorn, que conseguiu reunir 1500 pessoas completamente nuas, no Chiado.

Tínhamos cinco mil euros para promover uma loja de roupa da Yorn e a ideia que surgiu foi dizer às pessoas que se fossem todas nuas, nós oferecíamos a roupa toda. Eu assumi que ninguém iria. Portanto, liguei para a Associação Portuguesa de Naturalistas, expliquei o que queria fazer e contratei dez pessoas. Acabaram por aparecer 1500 pessoas”, disse.

A passagem pela política

A habilidade para contar histórias é uma vantagem para qualquer área e o CEO da LOHAD percebeu isso perfeitamente quando se tornou consultor de comunicação digital para o governo, com Pedro Passos Coelho. Começou por ser o responsável pela campanha política, que ganhou, e depois assumiu este cargo que o levou a redesenhar o site “que ainda hoje se mantém”, e a fazer “uma série de coisas muito interessantes na área do digital”.

No entanto, o momento alto da sua passagem pela política aconteceu quando teve a oportunidade de participar na campanha eleitoral do Obama, nos EUA: “Foi um momento de sonho e tive muita sorte. Não conhecia um ser humano na Carolina do Norte, mas fui direto à Convenção, que era um dos meus sonhos. A minha ideia era servir cafés porque achava que ia aprender mais a servir cafés na campanha do Obama do que cá a ser consultor do governo. Fui e, de repente, aconteceu uma sequência cósmica de coisas que fizeram com que, 48 horas depois, eu já tivesse uma casa na rua da Casa Branca, já conhecesse 3 ou 4 senadores, e conseguisse um lugar na campanha”.

Ao todo, Gonçalo Castel-Branco fez 30 campanhas políticas em cinco países. “Nos EUA, fiz a do Obama e a da Hillary”. O segredo? Fazer com quem ouve uma história se reveja nela. “A história nunca é sobre quem a está a contar. Eu digo sempre isto aos candidatos: ´A campanha não é sobre ti, a campanha é sobre eles´. A questão é como projetamos aquilo neles. Eu costumo dizer que uma campanha política é como um urso. Nós não precisamos de correr mais do que o urso, só precisamos de correr mais do que o tipo do lado para o urso o comer a ele”, disse.

Os projetos “fora da caixa”

Apesar de a política ser um marco importante da sua carreira, Gonçalo Castel-Branco assume-se reformado desta área. Agora dedica-se inteiramente a projetos que levem experiências memoráveis a quem as vive. O “Chefs on Fire” é um desses projetos disruptivos, que nasce depois de a irmã de Gonçalo lhe ter pedido para cozinhar para mais de 60 pessoas numa pequena casa, no Alentejo, sem espaço suficiente na cozinha.

“Decidi pendurar na árvore borrego, porco, frango e ananases. Fiz um buraco no chão para cozinhar 40 quilos de vegetais debaixo de terra e fiz tudo assim. Lembro-me que, às 5 horas da manhã, estava eu sozinho a tratar do fogo e a minha irmã apareceu com uma chávena de café. Nesse momento, olhei à minha volta e tive um daqueles momentos em que pensei: ´Isto dava um grande festival, acho que vou fazer´. Dez meses depois fizemos o primeiro Chefs on Fire para 750 pessoas, em Cascais. Sete anos depois é o maior festival de fogo da Europa e vai ser o maior festival do mundo até 2030“, garantiu.

Foi assim que decidiu juntar dois conceitos num só – um festival de comida e um festival de música num só espaço. E com um detalhe importante – ter poucas pessoas: “Eu não gosto de multidão, eu gosto de um concerto em que eu posso ver os olhos do artista e ele também. As pessoas começaram a fartar-se da experiência de 100 mil pessoas com um telefone na mão. Mais do que o cartaz, o que conta é a experiência“.

Apesar do sucesso deste projeto, o CEO relembrou ainda o “Comboio Presidencial”, assumindo: “Foi o projeto mais bonito que eu fiz na vida”. A ideia surgiu depois de se ter apaixonado por comboios durante a campanha do Obama e, após regressar a Portugal, decidiu visitar o Museu Nacional Ferroviário, onde se apaixonou pelo comboio presidencial português. “Cheguei a casa, estava a jantar com a minha filha, e disse-lhe que tínhamos de ter uma ideia para aquele comboio. E ela disse: ´Por que não fazer um restaurante?´. E foi a partir daí que criamos aquilo que eu chamo de carta de amor a Portugal”, contou.

Para Gonçalo Castel-Branco, o Comboio Presidencial é como uma “Disney para adultos com o melhor de tudo”: “Tem um dos comboios mais bonitos do mundo, na linha do Douro, com os melhores chefes, os melhores vinhos, os melhores cheiros, a melhor música, o melhor de tudo. Na verdade, aquilo transformou-se no melhor evento do mundo, recebia 50 nacionalidades a bordo por dia, foi o maior projeto do turismo ferroviário do nosso país, com um retorno inimaginável para o país, para a nossa ferrovia e para o Douro, é um case-study de sucesso”.

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Este podcast está disponível no Spotify e na Apple Podcasts. Uma iniciativa do ECO, na qual Diogo Agostinho, COO do ECO, procura trazer histórias que inspirem pessoas a arriscar, a terem a coragem de tomar decisões e acreditarem nas suas capacidades. Com o apoio do Doutor Finanças e da Nissan.

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Eurogrupo decide hoje novo presidente com três ministros candidatos

  • Lusa
  • 7:36

Candidatos são o ministro espanhol da Economia, Comércio e Empresas, Carlos Cuerpo, o ministro lituano das Finanças, Rimantas Sadzius e o atual líder e ministro irlandês das Finanças, Paschal Donohoe.

O Eurogrupo vai decidir esta segunda-feira o novo presidente do fórum informal dos ministros das Finanças do euro, cargo ao qual concorrem três responsáveis da tutela de Espanha, Lituânia e Irlanda, com Portugal a apoiar este último.

Três ministros apresentaram a sua candidatura para se tornarem presidente do Eurogrupo, sendo eles o ministro da Economia, Comércio e Empresas de Espanha, Carlos Cuerpo, o ministro das Finanças da Lituânia, Rimantas Sadzius e o atual líder e ministro das Finanças da Irlanda, Paschal Donohoe.

Como a Lusa já havia noticiado, o Governo português vai apoiar o ministro irlandês das Finanças, Paschal Donohoe, na sua recandidatura à liderança do Eurogrupo, cargo que ocupa desde 2020, contra os restantes candidatos de Espanha e da Lituânia.

Perante tal apoio português à Irlanda, quebra-se um compromisso informal entre Portugal e Espanha de apoio mútuo para altos cargos na UE.

De acordo com o Conselho (que junta os Estados-membros da União Europeia), a eleição do novo presidente acontecerá por maioria simples dos ministros do Eurogrupo (11 dos 20 votos).

O vencedor será anunciado aos ministros no final da votação e, caso não seja possível tomar a decisão hoje, só será tomada na reunião ordinária de outubro.

O Eurogrupo é o organismo informal que junta os ministros da área do euro para debater assuntos relacionados com a moeda única.

Depois de eleito, o presidente é responsável por presidir às reuniões do Eurogrupo e estabelecer as ordens do dia dessas reuniões, elaborar o programa de trabalho a longo prazo e representar o Eurogrupo nas instâncias internacionais.

Desde julho de 2020 que o cargo é ocupado pelo ministro irlandês da tutela, Paschal Donohoe, que foi reeleito em dezembro de 2022.

Paschal Donohoe sucedeu no cargo ao antigo ministro das Finanças português e atual governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, que foi presidente do Eurogrupo entre janeiro de 2018 e julho de 2020.

O Eurogrupo foi criado em 1997.

Qualquer ministro em funções com responsabilidade pelas Finanças de um Estado-membro da zona euro pode ser eleito presidente do Eurogrupo.

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Parlamento Europeu debate hoje moção de censura a von der Leyen. Chumbo está praticamente garantido

  • Lusa
  • 7:23

A moção foi apresentada por 77 eurodeputados de direita (22) e extrema-direita, incluindo António Tânger Correia, eleito pelo Chega, e será votada na quinta-feira.

O Parlamento Europeu (PE) reúne-se esta semana em sessão plenária com um debate sobre uma moção de censura apresentada à Comissão Europeia agendado para esta segunda-feira, com a presença da líder do executivo comunitário, Ursula von der Leyen.

A moção foi apresentada por 77 eurodeputados de direita (22) e extrema-direita, incluindo António Tânger Correia, eleito pelo Chega, e será votada na quinta-feira, estando praticamente assegurada a sua rejeição.

Nos termos do regimento do PE, uma moção de censura à Comissão pode ser apresentada por um décimo dos membros que compõem o Parlamento, ou seja, 72 eurodeputados.

Os eurodeputados irão ainda debater, ao longo dos quatro dias da sessão plenária, na cidade francesa de Estrasburgo, as prioridades da presidência dinamarquesa do Conselho da União Europeia (de julho a dezembro), as conclusões do último Conselho Europeu – com a presença do líder da instituição, António Costa, e de Ursula von der Leyen – e a futura cimeira UE-China, que decorre este mês e é organizada por Pequim.

O próximo quadro orçamental plurianual 2028-2034 está na agenda dos trabalhos, com os eurodeputados a definir as suas prioridades antes da apresentação da proposta da Comissão Europeia.

A agenda económica inclui também a adoção de um parecer sobre a adesão da Bulgária à zona euro, em 01 de janeiro de 2026.

No âmbito da política ambiental, o PE vai discutir a preparação da UE para esta época de fogos florestais e de seca e a proposta apresentada esta semana para uma redução até 90% das emissões de gases com efeito de estufa até 2040.

Na área da política externa, os eurodeputados têm ainda agendados debates sobre a situação no Médio Oriente, as relações comerciais entre a UE e os Estados Unidos, nomeadamente a intenção do Presidente norte-americano, Donald Trump, de impor tarifas às exportações dos 27, e o custo humano da guerra da Rússia contra a Ucrânia.

Os eurodeputados irão ainda debater votar uma resolução sobre a detenção arbitrária e tortura do investigador luso-belga Joseph Figueira Martin na República Centro-Africana.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 7:10

A Galp apresenta os dados operacionais preliminares do segundo trimestre antes da abertura da bolsa. O Eurogrupo escolhe novo presidente e o Parlamento Europeu debate moção de censura a von der Leyen.

Esta segunda-feira, a Galp vai apresentar os dados operacionais preliminares do segundo trimestre antes da abertura da bolsa. Já o Eurogrupo irá escolher o novo presidente. A marcar o dia está ainda o debate no Parlamento Europeu sobre a moção de censura ao executivo de Ursula von der Leyen.

Galp apresenta resultados

A segunda metade do mês de julho marca o início da temporada de resultados do primeiro semestre das principais cotadas portuguesas, numa altura em que o PSI viveu o seu melhor primeiro semestre dos últimos 18 anos, com uma valorização de 21,8%, apenas superada na Europa pelo espanhol IBEX 35. O pontapé de saída será dado esta segunda-feira pela Galp, que apresentará os seus dados operacionais preliminares do segundo trimestre antes da abertura da bolsa. A petrolífera, que viu os seus lucros caírem 41% no primeiro trimestre para 192 milhões de euros, procura agora mostrar sinais de recuperação num contexto de mercado internacional volátil.

Eurogrupo escolhe novo presidente

Esta segunda-feira há reunião do Eurogrupo, tendo a eleição do novo presidente na agenda. Três ministros apresentaram a sua candidatura, sendo eles o ministro da Economia, Comércio e Empresas de Espanha, Carlos Cuerpo, o ministro das Finanças da Lituânia, Rimantas Sadzius, e o atual líder e ministro das Finanças da Irlanda, Paschal Donohoe, a quem Portugal apoiará. Da agenda da reunião faz também parte a discussão sobre a orientação de política orçamental para os Estados no próximo ano.

Debate no PE sobre moção de censura a Von der Leyen

O Parlamento Europeu (PE) vai debater esta semana uma moção de censura ao executivo de Ursula von der Leyen. O debate vai realizar-se esta segunda-feira e a votação está prevista para a próxima quinta-feira, durante a sessão plenária do Parlamento Europeu, em Estrasburgo. A iniciativa contra a presidente da Comissão Europeia partiu de um eurodeputado romeno, Gheorghe Piperea, do grupo político Conservadores e Reformistas Europeus, que argumenta que a moção de censura se deve ao polémico dossier das mensagens trocadas entre Von der Leyen e o presidente executivo da Pfizer, Albert Bourla, durante a negociações de vacinas em plena pandemia. As mensagens nunca saíram a público, apesar dos vários processos a exigir mais transparência da presidente da Comissão no primeiro mandato.

Eurostat divulga dados do comércio a retalho

O Eurostat vai revelar os dados de maio do volume de comércio a retalho na Zona Euro e na União Europeia (UE). Em abril, o volume do comércio a retalho aumentou 0,1% na Zona Euro e 0,7% na UE, em relação a março. Comparando com abril de 2024, o aumento foi de 2,3% na Zona Euro e de 2,8% na UE.

Gasolina desce esta semana

Esta semana só a gasolina vai descer. O gasóleo, o combustível mais utilizado em Portugal, não deverá sofrer alterações no preço, mas a gasolina deverá descer dois cêntimos a partir desta segunda-feira. Assim, quando for abastecer, deverá pagar 1,577 euros por litro de gasóleo simples e 1,674 euros por litro de gasolina simples 95, tendo em conta os valores médios praticados nas bombas à segunda-feira.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 7 de julho

  • ECO
  • 7:08

Ao longo desta segunda-feira, 7 de julho, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Taxas em queda e spreads em mínimos. Onde é mais barato comprar casa?

A oferta de crédito à habitação está mais agressiva, com spreads a partir de 0,7% e uma oferta de taxa mista competitiva. Mas é importante não descurar a TAEG, para evitar surpresas indesejadas.

Nunca foi tão favorável nos últimos dois anos como agora para comprar casa com a ajuda do banco. Não só as taxas Euribor – usadas como indexante da vasta maioria dos empréstimos à habitação – estão atualmente perto dos 2% e em queda pronunciada desde o final de 2023 à boleia da política monetária do Banco Central Europeu – que contabiliza oito cortes das taxas de juro no último ano – como a oferta comercial do crédito à habitação dos bancos está ainda mais competitiva.

Segundo uma consulta do ECO aos preçários das 10 instituições com mais oferta de crédito à habitação em Portugal, o spread mínimo arranca agora nos 0,7% na modalidade de taxa variável, enquanto quatro bancos já oferecem crédito à habitação de taxa mista com uma taxa fixa nos dois primeiros anos abaixo dos 2,5% – uma oferta que contrasta com o cenário do início de 2023, quando os spreads mínimos rondavam 1% e as taxas Euribor negociavam perto dos 3%.

Mas, se na oferta de taxa variável a competitividade dos bancos já é notada há vários meses, é na oferta de taxa mista que o mercado se revela particularmente interessante para quem procura estabilidade no curto prazo, sem ter de prender-se a uma taxa fixa durante todo o contrato.

Considerando os créditos à habitação de taxa mista com período de taxa fixa a dois anos, a taxa média encontra-se atualmente perto dos 2,5%, com alguns bancos a praticarem taxas anuais nominais perto dos 2% com oferta dos spreads associados. É o caso do Banco Montepio e do Millennium bcp, que oferecem taxas fixas de 2,2% e 2,3% nos dois primeiros anos dos contratos da taxa mista com spread nulo neste período.

Com as taxas Euribor a negociarem perto dos 2% e a taxa fixa a dois anos dos contratos a taxa mista a custarem, em média, 2,5%, significa que o custo de oportunidade para garantir uma estabilidade da prestação da casa durante dois anos nunca foi tão baixo.

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Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir a tabela.

O crescimento da oferta e da competitividade da oferta de taxa mista não é de hoje. Segundo o “Relatório de Acompanhamento dos Mercados de Crédito” do Banco de Portugal, publicado a 2 de julho, a modalidade de taxa de juro mista voltou a ser a mais frequente nos novos contratos de crédito à habitação no ano passado, representando 82% dos contratos celebrados em 2024 e 81,6% do montante de crédito concedido — proporções significativamente superiores às de 2023 (45% e 46,8%, respetivamente).

A conjunção da competitividade bancária com a política monetária expansionista do BCE criou um cenário favorável para quem pretende comprar casa através de financiamento bancário. As condições atuais representam uma oportunidade histórica face ao período de 2022-2023, quando a escalada das taxas Euribor e spreads mais elevados tornavam o crédito habitação significativamente mais caro.

A atual oferta do mercado, com spreads a partir de 0,7% e taxas mistas abaixo de 2,5%, oferece condições de financiamento que não se viam há vários anos, representando uma janela de oportunidade para concretizar o sonho da casa própria. Porém, é importante considerar que estas propostas incluem frequentemente produtos e serviços associados que podem aumentar significativamente o custo total do empréstimo.

É por isso que em vez de se concentrarem apenas nos spreads e nas taxas anuais nominais mais baixos, os consumidores devem considerar a TAEG — Taxa Anual de Encargos Efetiva Global — como o indicador mais fiável do custo efetivo do empréstimo, por esta taxa refletir o custo real do financiamento, incluindo todos os seguros, comissões e produtos associados que podem estar incluídos nas propostas bancárias. Uma análise cuidadosa das diferentes TAEG permite identificar a solução verdadeiramente mais vantajosa, demonstrando que nem sempre o spread mais baixo corresponde à opção mais económica.

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Galp abre época de resultados do PSI do primeiro semestre

  • ECO
  • 7:04

Arranca esta segunda-feira a época de resultados das cotadas portuguesas, após o melhor semestre do PSI desde 2007. Galp, Navigator e BCP estão em destaque na divulgação de contas.

A segunda metade do mês de julho marca o início da temporada de resultados do primeiro semestre das principais cotadas portuguesas, numa altura em que o PSI viveu o seu melhor primeiro semestre dos últimos 18 anos, com uma valorização de 21,8%, apenas superada na Europa pelo espanhol IBEX 35.

O pontapé de saída será dado esta segunda-feira pela Galp, que apresentará os seus dados operacionais preliminares do segundo trimestre antes da abertura da bolsa. A petrolífera, que viu os seus lucros caírem 41% no primeiro trimestre para 192 milhões de euros, procura agora mostrar sinais de recuperação num contexto de mercado internacional volátil.

Será também a petrolífera, liderada por Maria João Carioca e João Diogo Silva desde finais de abril, a fazer as honras da apresentação dos resultados dos primeiros seis meses, ao publicar as contas a 21 de julho antes da abertura do mercado, seguida pela Nos no mesmo dia, mas após o fecho da bolsa.

A 24 de julho concentra-se o trio de cotadas composto por Navigator, REN e Altri, sendo que o foco maior estará sobre a Navigator, que no ano passado apresentou “resultados históricos”, com “o segundo melhor primeiro trimestre da sua história”, que se traduziram em lucros de 159 milhões de euros neste período.

Mas é na última semana de julho que se vive o momento mais intenso desta temporada. Entre 28 de julho e 1 de agosto, oito das 15 cotadas do PSI apresentarão as suas contas semestrais, numa verdadeira maratona de números que incluirá BCP, EDP, Jerónimo Martins, Semapa e Sonae.

Em contraciclo com a concentração de julho, duas cotadas optaram por calendários mais tardios: a Mota-Engil, que apresentará os seus resultados apenas a 27 de agosto, e a Ibersol, que fica para último, tendo agendado a divulgação das contas semestrais para 15 de setembro.

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Plano anticorrupção do Governo falha na publicidade de conflitos de interesses e pedidos de escusa

Executivo explica que o documento foi feito em articulação com as recomendações do Mecanismo Nacional Anticorrupção, mas não especifica as soluções a adotar em casos de risco.

O plano de prevenção e riscos do Executivo, publicado com oito meses de atraso, e já depois de ter rebentado o caso Spinumviva, falha na publicidade dos conflitos de interesses e dos pedidos de escusa dos governantes, duas das recomendações do Mecanismo Nacional Anticorrupção (MENAC). No entanto, fonte oficial do Ministério da Presidência, que tutela esta área, explica ao ECO que o documento foi feito “em articulação” com aquele organismo, ainda que não detalhe as soluções a adotar em casos de risco.

O tema ganha uma dimensão ainda mais premente quando se sabe que o primeiro-ministro e outros governantes emitiram 31 pedidos de oposição à Entidade para a Transparência (EpT) na divulgação de dados que constam das suas declarações de rendimentos e de interesses, que têm de ser entregues obrigatoriamente ao Tribunal Constitucional. Dessas solicitações, a EpT revelou que apenas foi reconhecido o direito ao sigilo dos dados em cinco casos e em dois parcialmente, segundo noticiou o Expresso.

Entre os pedidos para não revelação de dados estará o da ministra do Trabalho, Maria do Rosário Palma Ramalho, relativamente à morada da casa que a mãe lhe doou e que a governante não quer que seja publicamente divulgada, uma vez que ainda se trata da residência da progenitora, tal como o ECO noticiou.

Entretanto, a EpT respondeu ao ECO que, neste momento, e após Luís Montenegro ter recorrido para impedir a divulgação de outros clientes da Spinumviva, “não foram interpostos outros recursos para o Tribunal Constitucional, sendo puramente especulativa qualquer conjetura sobre o desfecho desse recurso, nesta fase”.

O plano de prevenção e riscos de corrupção e infrações conexas (PPR) do Governo “deveria ser um farol da transparência e uma forma de trazer confiança junto dos cidadãos, mas acaba por ser uma mão cheia de nada”, critica o advogado Francisco Pimenta, da CCA Law Firm, em declarações ao ECO.

Ao contrário da enumeração de medidas para prevenção de uma série de conflitos de interesse, o plano em causa não identifica outras dedicadas à publicitação dos mesmos e dos pedidos de escusa dos gabinetes do Executivo. “No plano não está previsto, em lado algum, a publicidade do registo de interesses dos titulares de cargos políticos e a publicidade dos pedidos de escusa, tal como recomenda o MENAC”, afirma o especialista em compliance.

No plano não está previsto, em lado algum, a publicidade do registo de interesses dos titulares de cargos políticos e a publicidade dos pedidos de escusa, tal como recomenda o MENAC.

Francisco Pimenta

Advogado da CCA Law Firm

A corrupção “envolve ser beneficiado pura uma decisão, por isso é importante que se conheça o conflito de interesses e esses conflitos de interesses deveriam ser publicitados assim como os pedidos de escusa”, reforça João Moreira Rato, presidente do Instituto Português de Corporate Governance (IPCG), em declarações ao ECO.

Numa empresa privada, precisa Moreira Rato, “quando há partes relacionadas, quando um administrador faz negócios com uma prima, essa relação deve ser divulgada no relatório e contas da empresa para os acionistas”. “Por isso, não vejo razão para que não existam os mesmos critérios de transparência para o Estado. Neste caso, o cidadão, o contribuinte também deveria saber quando um político pede escusa porque tem uma determinada influência”, defende.

Neste sentido, “o primeiro-ministro, Luís Montenegro deveria divulgar pelo menos todos os clientes da Spinumviva com quem pudesse eventualmente ter conflitos de interesse, por que faz parte dos princípios da transparência”, continua Moreira Rato.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro deveria divulgar pelo menos todos os clientes da Spinumviva com quem pudesse eventualmente ter conflitos de interesse, por que faz parte dos princípios da transparência.

João Moreira Rato

Presidente do Instituto Português de Corporate Governance (IPCG)

Para além disso, o documento “tinha que mencionar, como menciona no quadro que tem os conflitos de interesse, as situações da atividade, do dia-a-dia da atividade do Governo que pudessem levantar riscos de corrupção, como, por exemplo, reuniões, tudo o que seja relacionado muito com a questão do lobby”, aponta Francisco Pimenta. “Reuniões à porta fechada com setores empresariais, entre um secretário de Estado e representantes de determinados setores empresariais, por exemplo”, sinaliza ainda. Neste caso, constata, “ninguém sabe o que se terá passado naquela reunião, é um risco”.

Apesar das críticas, o Ministério da Presidência, tutelado por António Leitão Amaro, escuda-se na forma como o plano de prevenção e riscos foi redigido: “No corpo da resolução do Conselho de Ministros n.º 102/2025 faz-se referência ao propósito do Plano de Prevenção de Riscos do Governo – garantir que os gabinetes dos membros do Governo, apesar de não serem considerados entidades abrangidas pelo Regime Geral da Prevenção da Corrupção, devem dispor de mecanismos que fomentem a transparência e previnam os riscos de corrupção e infrações conexas”. “Assim, todo o plano é pensado e previsto com este objetivo de fundo, que condiciona as suas opções fundamentais”, argumenta a mesma fonte oficial.

No entanto, alerta Moreira Rato, “estas questões não são abstratas, são concretas”. “Se o Estado faz negócio com um familiar é preciso que se saiba e se participa nas decisões”, frisa. E, para Francisco Pimenta, “mesmo as medidas para prevenir conflitos de risco são muito genéricas”. “Quais são os critérios? Não sabemos quais são. Quais são as metodologias? Também não sabemos quais são. Portanto, são generalidades. Assim, o grande problema é que não só não falamos em corrupção e infrações conexas, como daquilo que falamos, que é só conflito de interesses, falamos em generalidades”, assinala.

Aquando da emissão destas recomendações do MENAC, já se encontrava aprovado o plano de prevenção de riscos do Governo.

Ministério da Presidência

O advogado lembra que, “na sequência do caso Spinumviva, o MENAC emitiu duas recomendações ao Governo para publicitar os conflitos de interesse e os pedidos de escusa, o que não consta do tal plano”, insiste. Mas o Ministério de Leitão Amaro defende-se, dizendo que, “aquando da emissão destas recomendações do MENAC, já se encontrava aprovado o plano de prevenção de riscos do Governo”.

Para além disso, refere que “a publicação do plano era opcional, uma vez que se trata de um documento político – de organização interna do Governo, o que”, ainda assim, “não impediu a sua aplicação interna”. “O plano é uma prática inovadora em governos”, sublinhou.

Ora esse caráter voluntário é contestado por Francisco Pimenta que defende tratar-se de um “documento obrigatório que decorre do decreto-Lei n.º 109-E/2021 de 9 de dezembro, que cria o Mecanismo Nacional Anticorrupção e estabelece o regime geral de prevenção da corrupção.

O artigo 5.º do referido diploma estabelece que “as entidades abrangidas adotam e implementam um programa de cumprimento normativo que inclua, pelo menos, um plano de prevenção de riscos de corrupção e infrações conexas (PPR), um código de conduta, um programa de formação e um canal de denúncias, a fim de prevenirem, detetarem e sancionarem atos de corrupção e infrações conexas, levados a cabo contra ou através da entidade”.

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Fórum Nacional de Seguros começa amanhã com recorde de inscrições

  • ECO Seguros
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Os profissionais inscritos no 4.º Fórum Nacional de Seguros, que esta terça-feira tem início na Alfândega do Porto, atingiram o maior número de sempre, mas ainda está a tempo de inscrever. Aqui.

Depois de obter o maior número de expositores de sempre, 55, o 4.º Fórum Nacional de Seguros já bateu o recorde de profissionais inscritos superando as 2.500 pessoas. As inscrições ainda estão abertas podendo ser realizadas aqui.

Para os membros da APROSE – a associação que reúne os corretores e agentes de seguros em Portugal – a entrada é gratuita, como resultado do protocolo estabelecido pela APROSE e por ECOseguros. Para concretizar a inscrição como membro da APROSE clique aqui, coloque o código APROSE_FNS25 e prossiga com a credenciação.

O Fórum Nacional de Seguros tem lugar, como sempre, na Alfândega do Porto, numa organização de ECOseguros e da Zest, com suporte dos parceiros institucionais da APS e da APROSE e o apoio da Vincci Hoteles e da Adega Cooperativa de Vidigueira. O programa de conferências tem início logo às 9h de dia 8 de julho, 3.ª feira, prolongando-se durante todo o dia. Contará com uma participação especial da artista Cuca Roseta e com uma sunset party no final desse primeiro dia.

No segundo dia, 9 de julho, 4.ª feira, serão realizados mais debates e entrevistas, nomeadamente com Nuno Martins, o novo presidente da APROSE, e diversos painéis apontando para o futuro realista dos seguros num mundo em acelerada transformação.

A presidente da ASF, Margarida Corrêa de Aguiar, vai inaugurar o 4.º Fórum Nacional de Seguros em entrevista ao diretor de ECOseguros, divulgando à audiência profissional os próximos desafios da supervisão a enfrentar pelo setor.

José Galamba de Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Seguradores (APS) optou por estar presente no painel “Nova Legislatura: Que prioridades para os seguros”, em que estará a par com João Barata da Generali Tranquilidade e Jorge Pinto da Zurich, num painel de debate a realizar pelas 12h30 de dia 8.

Quase a abrir, o FNS2025 já superou os resultados de anos anteriores com 55 expositores, 55 marcas associadas e uma conferência que conta com 14 painéis de debate e de entrevista, mobilizando mais de 50 protagonistas de todas as áreas do setor segurador.

O programa atualizado pode ser visto aqui.

O FNS 2025 conta com o apoio de destacadas empresas ligadas aos seguros em várias atividades como são:

Acrisure, Ageas Seguros, AIG, April Portugal, ARAG, Asisa, Azuaga Seguros, Broseta – Advogados, Bupa, Caravela, Carglass, CCA Law Firm, Cleva, Grupo Concentra, Diagonal, doutor finanças, DS Seguros, Express Glass, Fidelidade, Frank, Saúde Prime, Generali Tranquilidade, Glassdrive, Habic, Hagel – Seguros Agrícolas, Hiscox, Hispania, i2S Brokers, Innovarisk Underwriting, Libax, lluni, Lusitania, MDS, Mediplus, Methodus Seguros, Mgen, Mudey, NacionalGest, Nuvu, Planicare, Prévoir, Real Vida, SABSEG, SegUp, Seguramos, Semper, Special Insurance, Specialty Risks, SPS – Advogados, Universalis, Verspieren e Zurich.

Inscreva-se aqui.

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Secretário-geral do PS exige respostas do primeiro-ministro sobre urgências hospitalares

  • Lusa
  • 6 Julho 2025

O secretário-geral do PS exigiu respostas a Luís Montenegro sobre urgências hospitalares, em particular nas especialidades de pediatria, ortopedia e obstetrícia na península de Setúbal.

O secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, exigiu respostas do primeiro-ministro, Luís Montenegro, sobre urgências hospitalares na Área Metropolitana de Lisboa e em particular nas especialidades de pediatria, ortopedia e obstetrícia na península de Setúbal.

Em declarações aos jornalistas, numa escola básica de Sintra, antes da apresentação da candidatura de Ana Mendes Godinho à presidência deste município, apoiada por PS e Livre, José Luís Carneiro colocou três perguntas ao primeiro-ministro, que espera ver respondidas “nos próximos dias”.

Em primeiro lugar, o secretário-geral do PS quer saber “se o Governo já tem ou não um plano de emergência para a gestão das urgências hospitalares para a Área Metropolitana de Lisboa, para Lisboa e Vale do Tejo”. “A segunda pergunta é por que razão é que a península de Setúbal até agora tem tido dias e semanas sem uma resposta condigna do ponto de vista da resposta particularmente à pediatria, à ortopedia e também à obstetrícia“, acrescentou.

A terceira pergunta que José Luís Carneiro quer ver respondida pelo primeiro-ministro é sobre “a notícia da parte do Governo de que ia colocar quatro meios aéreos em apoio da emergência hospitalar, quatro helicópteros”.

Soubemos, neste fim de semana, que apenas um desses helicópteros estará a operar. A pergunta é por que razão esses quatro meios aéreos que viriam em reforço da emergência hospitalar não estão a responder às necessidades da emergência hospitalar e continuamos a assistir a este quadro lamentável e triste de vermos as mães a perderem os seus bebés por falta de resposta condigna“, disse.

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