Cavaco Silva desafia Governo a criar Comissão de Reforma Fiscal

  • ECO
  • 9 Janeiro 2025

Ex-Presidente da República assina artigo de opinião com o ex-ministro Carlos Tavares em que defende uma comissão com os moldes da do Governo de Mário Soares em 1984.

Num artigo de opinião publicado no Observador (acesso pago) e assinado em coautoria com o ex-ministro da Economia Carlos Tavares, Aníbal Cavaco Silva desafia o Governo a criar uma Comissão da Reforma Fiscal, nos mesmos moldes da que foi criada em 1984 pelo Executivo liderado por Mário Soares. Alertando para a urgência de criar esse organismo — o que deixa evidente no próprio título do artigo “Está na hora, é urgente” –, o ex-presidente da República sugere que esta “comissão especializada” integre “pessoas da mais elevada competência técnica”, seja “presidida por um professor universitário” e disponha “dos meios indispensáveis para realizar o seu trabalho”.

O relatório por ela produzido será um ativo da maior importância para qualquer Governo“, consideram Cavaco Silva e Carlos Tavares, antecipando que “é trabalho para [durar] um ano”. Para os antigos governantes social-democratas, o atual contexto político apenas permite este passo, mas não uma reforma profunda, dando como exemplo as “alterações populistas de impostos” no Orçamento do Estado para 2025.

No entanto, os autores anteveem que fazer uma reforma fiscal só será possível quando o Governo tiver uma maioria parlamentar, num paralelismo ao tempo de governação de Cavaco Silva nos anos 80. Até lá, resta-lhe “minorar os estragos” e “preparar terreno para que uma verdadeira reforma fiscal possa ser feita no futuro, quando as condições políticas o permitirem”, afirmam, criticando a destruição da “coerência do sistema fiscal português”, atingida na reforma de 1989, “ao longo dos últimos 30 anos através da introdução de numerosas alterações avulsas aos códigos do IRS e do IRC e do Estatuto dos Benefícios Fiscais”.

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Portugal paga 3,1% por 4 mil milhões de emissão sindicada a dez anos. Procura supera em 6,4 vezes a oferta

A primeira de três emissões sindicadas previstas para 2025 contou com uma procura superior a 25 mil milhões de euros e num preço de 2 pontos percentuais abaixo do inicialmente previsto.

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) colocou esta quinta-feira no mercado uma nova linha obrigacionista a 10 anos com maturidade a 15 de junho de 2035 e com um cupão de 3%, através da primeira operação sindicada do ano e a primeira emissão sindicada da República realizada com rating “A” em 14 anos.

A operação resultou num montante de financiamento de 4 mil milhões de euros, o mesmo montante da última emissão sindicada a 10 anos realizada há precisamente um ano, e contou com uma procura acima dos 25 mil milhões de euros, que incluiu 1,32 mil milhões de euros de ordens dadas por entidades para lá do grupo dos bancos que constituem o sindicato — isto após as ordens de compra terem chegado aos 31 mil milhões de euros logo nas duas primeiras horas desta quinta-feira após a abertura dos cadernos.

“Um resultado sólido, apesar do aumento da volatilidade das taxas durante a manhã”, refere o IGCP em comunicado, sublinhando a contabilização de uma procura 6,4 vezes acima da oferta e o fato de o montante angariado nesta operação se traduzir num valor equivalente a 20% dos 20,5 mil milhões de euros que o Estado prevê financiar-se este ano em obrigações do Tesouro.

Segundo a distribuição das obrigações emitidas, a maioria dos títulos (42,5%) foi parar às mãos de gestores de fundos. Por nacionalidade, 28,3% das obrigações foram compradas por investidores do Reino Unido, 19,2% por investidores franceses, italianos e espanhóis, e 16,2% para investidores nacionais.

“A forte procura mostra a confiança que os investidores têm na dívida nacional, o baixo spread que temos versus a Alemanha tem permitido fazer estas emissões com uma yield relativamente baixa”, destaca ainda Filipe Silva, diretor de Investimentos do Banco Carregosa, numa nota enviada aos jornalistas.

O preço da emissão ficou fechado em 3,074%, o equivalente à taxa midswap a dez anos (que esta manhã esteve a negociar ligeiramente abaixo dos 2,5%) acrescido de um spread de 55 pontos base, quando a previsão apontava para um spread de 57 pontos base.

Filipe Silva ressalva que, na última emissão sindicada a 10 anos realizada no início do ano passado “Portugal pagou um spread de 40 pontos base e os swap a 10 anos estavam nos 2,54%.”

A operação foi fechada ao início desta tarde numa altura em que a curva de rendimentos de Portugal registava uma queda das yields de todas as obrigações do Tesouro, por conta de uma procura dos investidores pela generalidade dos títulos de dívida da República. É isso que sucede justamente com o benchmark das obrigações a dez anos, que pouco tempo antes do fecho dos livros das ordens apresentava uma correção de 0,2 pontos percentuais da yield para os 3%.

Esta operação sindicada arrancou ontem, quarta-feira, logo de manhã, após o IGCP ter mandatado nove bancos para colocarem os títulos no mercado. Em breve o IGCP

Notícia atualizada às 15h09 com o preço final da operação.

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Turismo espera bater recordes este ano com 33 milhões de hóspedes e 6,5 mil milhões em receitas

Setor do turismo antecipa um ano de crescimento no número de hóspedes, dormidas e proveitos. Cluster reúne-se esta quinta-feira em Gaia para debater as tendências e perspetivas do turismo nacional.

O turismo em Portugal continua a dar cartas e deverá manter a tendência de crescimento este ano. São esperados 33 milhões de turistas, superando os 30 milhões registados em 2023, e receitas de 6,5 mil milhões de euros, face aos 5,7 mil milhões alcançados no mesmo período, mostram os dados do Barómetro do Turismo do Instituto de Planeamento e Desenvolvimento do Turismo (IPDT). Os profissionais do setor projetam ainda entre 75,1 e 81 milhões de dormidas, em linha com as 77,2 milhões de dormidas registadas há dois anos.

“A previsão do aumento do número de hóspedes, dormidas e proveitos globais para 2025 reflete o potencial de crescimento sustentado do turismo nacional“, afirma o presidente do IPDT. “Num contexto global marcado por incertezas económicas e geopolíticas, Portugal continua a beneficiar da perceção de ser um destino seguro e acolhedor, o que se traduz num ativo estratégico para atrair turistas internacionais”, nota Jorge Costa.

A previsão do aumento do número de hóspedes, dormidas e proveitos globais para 2025 reflete o potencial de crescimento sustentado do turismo nacional.

Jorge Costa

Presidente do IPDT

Escassez de recursos humanos qualificados é o maior desafio

Apesar de os dados mostrarem um cenário positivo, o setor enfrenta obstáculos, com o Barómetro de Turismo a elencar a escassez de recursos humanos qualificados como o principal desafio, referido por 51% dos participantes. O aumento dos preços e a inflação, apontados por 40% dos especialistas, representam outro obstáculo relevante.

A recessão económica e a conjuntura internacional, identificadas por 33%, e os conflitos internacionais e a instabilidade geopolítica, mencionados por 29% dos inquiridos, evidenciam o impacto de fatores externos no desempenho do setor, nomeadamente no que respeita à dependência da mobilidade e das relações globais.

Em 2023, o setor do turismo atingiu máximos históricos e contribuiu para cerca de metade do crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB). No entanto, o cluster defende que não existe turismo a mais, com os presidentes do turismo do Norte e do Algarve a recusarem um cenário de “pressão turística” ou “turismo em excesso”.

Os especialistas deste barómetro alertam ainda para desmistificação da perceção de overtourism, que começa a ganhar visibilidade em alguns destinos nacionais. Os resultados do IPDT evidenciam que 80% dos inquiridos classificam esta questão como “importante” ou “muito importante”, sublinhando a necessidade de respostas coordenadas e eficazes a curto prazo.

Neste ponto, o combate à desinformação, defendido por 58%, surge como a principal prioridade, implementando-se estratégias de comunicação mais transparentes e acessíveis que promovam um entendimento mais realista e contextualizado dos impactos do setor.

Barómetro do Turismo do IPDTIPDT

A sensibilização e o envolvimento das comunidades locais (22%), a descentralização da carga turística (17%), com foco no desenvolvimento das regiões interiores, e a definição de uma visão clara para o futuro da atividade turística (6%) foram outras das ações identificadas.

Como pode Portugal manter-se um destino turístico competitivo?

Para reforçar a competitividade de Portugal enquanto destino turístico, os profissionais do setor destacam duas ações: a promoção turística segmentada e a consolidação da imagem de Portugal como destino de excelência, além da diversificação e requalificação da oferta turística, com foco na sustentabilidade – ambas referidas por 19% dos inquiridos. A qualificação das infraestruturas, espaços públicos e a melhoria da mobilidade e acessibilidades foi referida por 16% dos especialistas do IPDT.

Outro aspeto transversal entre as prioridades é a captação e valorização dos profissionais do setor, com 14% dos participantes a apontarem a necessidade de melhorar as condições de trabalho e aumentar a competitividade dos serviços. Adicionalmente, 12% defendem que a formação e qualificação dos recursos humanos deve ser uma prioridade, alinhada com o maior desafio identificado para 2025: a escassez de recursos humanos qualificados.

O Barómetro do Turismo do IPDT mostra ainda as tendências para 2025, com as viagens personalizadas e feitas à medida a ocuparem o primeiro lugar da lista (63%), seguidas pela procura de experiências culturais autênticas nas cidades (60%). A segurança, elemento essencial na escolha de destinos, foi referida por 30% dos especialistas.

Os resultados da 72ª edição do Barómetro do Turismo do IPDT vão ser apresentados esta quinta-feira na IPDT Tourism Conference 2025, em Vila Nova de Gaia. Na conferência serão conhecidas as tendências e as perspetivas do turismo nacional. A sessão será inaugurada por Pedro Machado, secretário de Estado do Turismo e por Carlos Abade, presidente do Turismo de Portugal.

O evento contará ainda com a intervenção de Cristina Siza Vieira (vice-presidente da Associação da Hotelaria de Portugal), Luís Pedro Martins (presidente da Associação de Turismo do Porto e Norte), Francisco Calheiros (presidente da Confederação do Turismo de Portugal), Manuel Violas (presidente do Grupo Solverde), entre outros.

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AMT alerta para “indícios” de atrasos na execução do Plano Nacional de Investimentos de 2030

  • ECO
  • 9 Janeiro 2025

Segundo o regulador, a taxa reduzida de execução em 2023 do plano cujo destaque é a construção da linha de alta velocidade "pode indiciar desde já futuros atrasos" na conclusão dos projetos previstos.

A Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) alerta para “indícios” de desvios no cumprimento dos prazos dos projetos do Plano Nacional de Investimentos (PNI) de 2030, cuja execução arrancou em 2021 e que tem como destaque a construção da linha ferroviária de alta velocidade entre Lisboa e Porto, noticia esta quinta-feira o Jornal de Negócios (acesso pago).

Em causa está a execução orçamental de 2023, de apenas 20 milhões dos 78,5 milhões de euros orçamentados (o equivalente a 25,5% do total), que o regulador considera que “indicia desde já a possibilidade de ocorrência de atrasos no desenvolvimento dos projetos que poderão comprometer a sua conclusão dentro das datas previstas”. O cenário é pior quando se tem em conta a execução em termos acumulados: apenas 1% até ao final desse ano, do total de investimento a realizar no âmbito do PNI2030.

Mas, depois dos primeiros três anos com “médias de execução orçamental baixas”, o regulador dos transportes acredita que, a partir deste ano, os investimentos no PNI2030 “cresçam significativamente”, prevendo que atinjam “cerca de 1.500 milhões de euros em 2028 e [nos] anos seguintes”. Ao todo, o Plano Nacional de Investimentos de 2030 tem previstos 16 programas e projetos ferroviários no valor de 10,5 mil milhões de euros.

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Santa Casa da Misericórdia de Lisboa paga rendas por imóveis que não utiliza

  • ECO
  • 9 Janeiro 2025

Provedor da instituição dá conta de plano de alienações cujo objetivo é poder reinvestir a receita na reabilitação de imóveis e deixar de pagar rendas de quase dois milhões de euros.

O plano de reestruturação da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) prevê a alienação de “cerca de 80 milhões de euros” de património, revelou o provedor Paulo Duarte de Sousa, numa entrevista ao Público (acesso condicionado) e à Rádio Renascença (acesso livre). Logo que a instituição consiga atingir os 100 milhões de tesouraria corrente, a receita que resultar dessa alienação é para ser reinvestida na própria carteira, particularmente na reabilitação de outros imóveis, com o objetivo de acabar com a despesa de quase dois milhões de euros em rendas, pagas a terceiros.

Paulo Duarte de Sousa deu o exemplo de um imóvel em Benfica que a SCML arrendava desde 2015 por 2.917 euros, mas que “nunca teve qualquer uso”, tendo entretanto já rescindido o contrato. Negociou também a rescisão antecipada dos contratos de arrendamento de dois de quatro armazéns que apoiavam a exploração na área dos jogos sociais, o que permitiu deixar de pagar “quase 30 mil euros por mês em rendas”. E antevê ainda deixar de pagar mais de 25 mil euros por mês por uma “área de acompanhamento de proximidade, na zona dos Olivais”, cujos serviços podem ser instalados num edifício devoluto da instituição.

Além dos ativos imobiliários, fazem parte do plano de alienações “um conjunto de participações que não eram estratégicas e que não acrescentavam valor nem rendimento à missão da Santa Casa”, como é exemplo a participação no Hospital CUF Belém, cujo processo foi concluído no ano passado, e “uma carteira de ações em títulos cotados, que não geravam rendimento” e estão agora a ser alienados, indicou ainda o provedor da instituição, que tomou posse em maio de 2024.

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Cabaz de alimentos essenciais com aumento de quase três euros desde o início do ano

  • Lusa
  • 9 Janeiro 2025

Na comparação com 10 de janeiro de 2024, o cabaz está mais barato 4,65 euros (-1,91%), mas face a 23 de fevereiro de 2022, início da guerra da Ucrânia, houve um aumento de 55,51 euros (30,23%).

Um cabaz com 63 produtos alimentares essenciais teve um aumento de 1,26% (2,97 euros) desde o início do ano, custando na quarta-feira 239,14 euros, anunciou esta quinta-feira a Deco PROteste.

De acordo com a análise semanal da Deco, enviada em comunicado à agência Lusa, entre 1 e 8 de janeiro existe uma diferença de 2,97 euros no preço do cabaz, um valor que aumenta para 5,53 euros desde a última semana de 2024.

Já face à última semana em que esta plataforma de defesa do consumidor tinha comunicado o preço do cabaz essencial, em 27 de novembro, o preço dos 63 produtos aumentou 6,10 euros.

Na comparação entre 10 de janeiro de 2024 e quarta-feira, o cabaz está mais barato 4,65 euros (-1,91%), enquanto entre 23 de fevereiro de 2022, início da guerra da Ucrânia, e quinta-feira, a diferença é de um aumento de 55,51 euros (30,23%).

O salmão é o produto com maior variação na última semana, com um aumento de 2,45 euros (19%), custando na quinta-feira 15,49 euros, seguido da polpa de tomate (14% ou 0,18 euros, custando 1,45 euros) e o queijo flamengo fatiado embalado (11% ou 0,26 euros, custando 2,72 euros).

Os produtos com maior variação entre 10 de janeiro de 2024 e quarta-feira são a dourada (23% ou 1,67 euros, custando 8,79 euros), o novilho para cozer (21% ou 1,79 euros, custando 10,50 euros) e o peru perna (17% ou 0,80 euros, custando 5,52 euros).

O cabaz inclui produtos como carne, congelados, frutas e legumes, laticínios, mercearia e peixe, sendo considerados, entre outros, produtos como peru, frango, carapau, pescada, cebola, batata, cenoura, banana, maçã, laranja, arroz, esparguete, açúcar, fiambre, leite, queijo ou manteiga.

A Deco Proteste tem realizado uma análise semanal dos preços de um cabaz essencial desde fevereiro de 2022, altura em que se registou uma escalada da inflação.

Esta associação disponibiliza também um site para simulações de preços: https://www.deco.proteste.pt/familia-consumo/supermercado/simule-e-poupe/supermercados-online-qual-vende-mais-barato.

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Hoje nas notícias: Santa Casa, Ferrovia e Cavaco Silva

  • ECO
  • 9 Janeiro 2025

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) revelou, em entrevista, que a instituição arrendava um imóvel em Benfica desde 2015 por 2.917 euros que “nunca teve qualquer uso”. A Autoridade da Mobilidade e dos Transportes alerta para “indícios” de desvios no cumprimento dos prazos dos projetos do Plano Nacional de Investimentos (PNI) 2030. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta quinta-feira.

Santa Casa da Misericórdia de Lisboa paga rendas por imóveis que nem sequer utiliza

Na primeira entrevista desde que assumiu o cargo de provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), Paulo Duarte de Sousa disse que o plano de reestruturação prevê a alienação de “cerca de 80 milhões de euros” de património da instituição. A receita que daí resultar é para ser reinvestida na própria carteira “logo que consiga atingir os 100 milhões de tesouraria corrente”, e sobretudo na reabilitação de outros imóveis, tendo em mira o objetivo de acabar com a despesa de quase dois milhões de euros em rendas, pagas a terceiros. O provedor da SCML revelou ainda que a instituição arrendava desde 2015 um imóvel em Benfica por 2.917 euros que “nunca teve qualquer uso”, tendo entretanto já rescindido o contrato.

Leia a entrevista completa no Público (acesso condicionado)

AMT alerta para desvios no plano que tem alta velocidade como bandeira

A Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) tem “indícios” de desvios no cumprimento dos prazos dos projetos do Plano Nacional de Investimentos (PNI) 2030, cuja execução arrancou em 2021 e que tem como bandeira a construção da linha ferroviária de alta velocidade entre Lisboa e Porto. Em causa está a execução orçamental de 2023, de 25,5%, que o regulador considera que “indicia desde já a possibilidade de ocorrência de atrasos no desenvolvimento dos projetos que poderão comprometer a sua conclusão dentro das datas previstas”. Contudo, acredita que, “a partir de 2025, os investimentos no PNI2030 cresçam significativamente, atingindo cerca de 1.500 milhões de euros em 2028 e [nos] anos seguintes”.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Cavaco Silva desafia Governo a criar Comissão de Reforma Fiscal

Num artigo de opinião publicado no Observador e assinado em coautoria com o ex-ministro da Economia Carlos Tavares, Aníbal Cavaco Silva desafia o Governo a criar uma Comissão da Reforma Fiscal, com os mesmos moldes da que foi criada em 1984 pelo Executivo liderado por Mário Soares. Alertando para a urgência de criar esse organismo — o que deixa evidente no próprio título do artigo “Está na hora, é urgente” –, o ex-presidente da República sugere que esta “comissão especializada” integre “pessoas da mais elevada competência técnica”, seja “presidida por um professor universitário” e disponha “dos meios indispensáveis para realizar o seu trabalho”. No entanto, os autores anteveem que fazer uma reforma fiscal só será possível quando o Governo tiver uma maioria parlamentar.

Leia a notícia completa no Observador (acesso pago)

Passageiros da TAP podem reclamar 52 milhões de euros por atrasos e cancelamentos

Dos 34 milhões de passageiros que viajaram a partir dos aeroportos portugueses em 2024, mais de 630 mil têm direito a 252 milhões de euros em compensações por disrupções como atrasos superiores a três horas, cancelamentos de voos e overbooking. A companhia aérea com a fatura mais pesada a pagar aos clientes é a TAP: dos quase dez milhões de viajantes que descolaram num avião da TAP no ano passado, 130 mil podem reclamar uma indemnização média de 400 euros, o que dá um total de 52 milhões de euros em indemnizações.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

Nem o passe verde dos comboios trava uso dos autocarros de longo curso

Mesmo com a entrada em vigor do novo passe ferroviário da CP, que custa 20 euros, o transporte rodoviário continua a ganhar adeptos. A Rede Expressos assinala, desde outubro, um crescimento da procura de 18,5% face ao mesmo período do ano anterior, enquanto a Flixbus confirma um “aumento da procura por viagens tanto a nível doméstico, como a nível internacional”. Ambas as operadoras de autocarros antecipam uma descida de preços e novos destinos para este ano. Já o novo título da CP foi vendido a 73.232 passageiros desde outubro, 49 mil dos quais são novos utilizadores.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago)

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O estudo da Amazon Business revela que as equipas de compras espanholas enfrentam mais um ano de controlo de custos e complexidade operacional

  • Servimedia
  • 9 Janeiro 2025

Segundo o estudo, a concentração nos problemas imediatos está a impedir as equipas de adoptarem plenamente a inovação.

A Amazon Business publicou o seu quarto relatório anual sobre o estado das aquisições empresariais, uma análise que indica que, embora se espere que os orçamentos de aquisições empresariais aumentem até 2025, as preocupações com os custos e as ineficiências estão a limitar o progresso em direção a objetivos a longo prazo, tais como a adoção estratégica da Inteligência Artificial (IA) e iniciativas ESG.

O relatório destaca as tendências e perspetivas globais em torno das necessidades, prioridades e desafios das empresas em matéria de contratos públicos em Espanha, Reino Unido, Itália, Alemanha e França. Revela sinais promissores e constantes de crescimento dos orçamentos de aquisição. Embora 59% dos gestores espanhóis esperem que os seus orçamentos para 2025 excedam os de 2024, continuam céticos e cautelosos do ponto de vista económico. O aumento do custo das aquisições continua a ser um dos principais desafios externos para 43%, o que sugere que o aumento do custo dos bens e serviços constitui um sério obstáculo à maximização do potencial destes orçamentos mais alargados.

Embora no relatório do ano passado os responsáveis pelas aquisições tenham antecipado uma mudança para a tomada de decisões estratégicas e de elevado valor, como a utilização de orçamentos para iniciativas baseadas em análises ou ferramentas de elaboração de relatórios para compreender o desempenho e identificar tendências, esta mudança ainda não se concretizou, com apenas um ligeiro aumento na adoção destas tecnologias em comparação com o ano passado (+7%). Em vez disso, a tónica continua a ser colocada na superação dos obstáculos operacionais do dia a dia, com 42% de todos os gestores de aquisições a citarem a eficiência e a complexidade como o seu principal desafio. Em particular, 59% consideram as complexidades dos seus sistemas e processos internos como um grande obstáculo interno.

“O nosso estudo destaca uma lacuna entre as ambições dos gestores de compras e a sua capacidade de as implementar”, afirma Diana Deguil, diretora comercial da Amazon Business España. “Embora o aumento dos orçamentos apresente novas oportunidades, as equipas de compras precisam das ferramentas e dos conhecimentos necessários para navegar pelas mudanças económicas e otimizar as suas operações para gerar valor imediato e a longo prazo.”

VALOR ESTRATÉGICO

O foco dos gestores de compras no controlo de custos a curto prazo está a influenciar a forma como planeiam utilizar a inteligência artificial (IA). Embora 94% dos inquiridos afirmem que planeiam investir em ferramentas de IA, o seu principal objetivo é utilizá-la para aliviar as pressões sobre os custos, como a realização de análises de despesas baseadas em IA (40%), em vez de a aproveitarem para fins mais estratégicos, como a análise preditiva (33%). Os resultados mostram que, embora o potencial da IA seja reconhecido, ainda não está a ser totalmente aproveitado. Isto pode explicar o facto de 40% dos gestores de compras quererem saber mais sobre o potencial da IA para uma análise de dados mais profunda no futuro.

A aquisição responsável é simultaneamente um requisito e uma oportunidade para as organizações. Com uma visão clara de uma compra mais responsável, a questão é se as organizações estão ou não em posição de cumprir esse objetivo. Apesar do facto de quase seis em cada 10 inquiridos terem mandatos para fornecedores que seguem práticas sustentáveis – e muitos mais gostariam de comprar a esses fornecedores, mesmo que não fosse obrigatório – 85% dos inquiridos dizem que a dificuldade de se abastecerem junto de fornecedores que seguem práticas sustentáveis impede a sua empresa de definir ou atingir objetivos de sustentabilidade para as compras.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 9 de janeiro

  • ECO
  • 9 Janeiro 2025

Ao longo desta quinta-feira, 9 de janeiro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Mirra Andreeva, a jovem tenista mais promissora do mundo, é a nova embaixadora da ISDIN

  • Servimedia
  • 9 Janeiro 2025

A tenista representará o ISDIN na sua missão de promover a importância da fotoprotecção no desporto. Junta-se a Carlos Alcaraz como embaixadora mundial do laboratório.

A ISDIN contratou a jovem estrela do ténis internacional Mirra Andreeva como sua nova embaixadora da fotoproteção. Aos 17 anos, Andreeva afirmou-se como uma das figuras mais promissoras do circuito profissional, combinando talento, determinação e frescura dentro e fora do court.

Em 2025, a jovem tenista teve um início de época promissor, atingindo as meias-finais no Brisbane International, onde foi derrotada pela número um mundial Aryna Sabalenka. Na próxima semana, participará no Open da Austrália, onde se estreou no ano passado, atingindo os oitavos de final, e será uma das atrações do prestigiado torneio deste ano.

A tenista russa, radicada em França, irrompeu no circuito profissional em 2022 e 2023 com feitos que marcaram a sua posição como um verdadeiro prodígio do ténis feminino e em 2023 deu o maior salto no ranking WTA, subindo 359 lugares para fechar o ano como número 46 do mundo.

2024 foi o grande ano de Andreeva, que passou de uma jogadora promissora para o presente do ténis feminino. O seu desempenho em Roland-Garros foi um ponto de viragem na sua carreira, ao atingir as meias-finais depois de derrotar a número 2 mundial Aryna Sabalenkal. Este feito colocou-a no Top 20 do ranking WTA, consolidando-a como uma das jogadoras mais relevantes do circuito e levando-a a terminar o ano como a décima sexta melhor tenista do ranking, depois de ter conquistado o seu primeiro título na categoria máxima na Roménia.

SAÚDE DA PELE

O laboratório declarou: “A parceria com Andreeva Mirra reforça o compromisso do ISDIN em promover a proteção solar no desporto e hábitos saudáveis em todas as fases da vida. Seguindo as pisadas do seu atual embaixador Carlos Alcaraz, Andreeva representará na perfeição os valores da marca: paixão, esforço e desfrutar do desporto de uma forma saudável com uma boa fotoproteção. Com a sua experiência no campo, a tenista conhece em primeira mão a importância de cuidar da pele e de a proteger dos efeitos nocivos da radiação solar”.

“Os cuidados com a pele são uma parte essencial da minha rotina diária. Passar tantas horas ao sol faz com que a proteção solar não seja uma opção, mas sim uma prioridade”, diz Andreeva. Como embaixadora da ISDIN, ela será a voz de uma geração mais jovem que compreende a importância de se proteger hoje para ter uma pele saudável no futuro.

A ISDIN afirmou que a colaboração com Mirra Andreeva visa expandir o alcance da campanha global de proteção solar através de atividades educativas e de sensibilização, destacando o seu papel na saúde dermatológica. Desde clínicas desportivas a eventos internacionais, a jovem tenista será um ponto de referência para inspirar outros atletas, jovens e idosos, a integrar a proteção solar na sua rotina diária.

Com esta aliança, a ISDIN sublinha que “continua a consolidar a sua posição de referência na prevenção dos danos solares e na promoção de hábitos saudáveis. A relação com figuras de relevo como Mirra Andreeva, que se junta ao seu colega Carlos Alcaraz, é um sinal do empenho da marca em aproximar a fotoproteção do público mais jovem”.

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Novo contrato de concessão dá mais autonomia à gestão da RTP

Novo contrato de concessão autoriza a RTP a lançar e encerrar canais. Com foco no digital, as obrigações surgem por tipologia de programas. Publicidade mantém-se na RTP1, mas deve acabar a prazo.

Está apresentada a proposta de contrato de concessão de serviço público, agora não de rádio e televisão – como no contrato em vigor –, mas de media, para incluir e reforçar a componente digital. O anteprojeto de contrato prevê que a RTP coloque “o enfoque do desenvolvimento do serviço público de media no aumento da oferta de serviços ou conteúdos ou funcionalidades nos serviços audiovisuais a pedido e outros serviços digitais” e autoriza a concessionária a proceder “ao lançamento e ao encerramento de serviços de programas televisivos e radiofónicos“. E, em relação aos canais referidos na proposta que está em consulta pública, aborda um canal informativo e um serviço de programas elaborado com base nos arquivos, seis rádios e três serviços “audiovisual a pedido”.

Nestes, um é “de conteúdos diversificados de natureza informativa, educativa e de entretenimento”, que além dos conteúdos lineares inclua programas especificamente produzido para este serviço, um “serviço audiovisual a pedido ou um serviço digital, de natureza educativa, designadamente de natureza lúdico-pedagógica” e um outro que “disponibilize os documentos sonoros e audiovisuais de relevante valor histórico, sociológico, científico, educativo ou artístico e que promova a salvaguarda da memória coletiva”.

Adicionalmente, prevê que a operadora alargue de forma progressiva a oferta de serviços, conteúdos ou funcionalidades nos serviços audiovisuais a pedido ou de serviços digitais e a sua distribuição. Um dos canais, de âmbito nacional, terá de ser produzido e emitido a partir do Centro de Produção do Norte.

Quanto à RTP1 “deve dedicar pelo menos 75% das suas emissões, com exclusão do tempo consagrado à publicidade, à difusão de programas originariamente em língua portuguesa”.

O novo contrato estipula as obrigações do concessionário de serviço público com base na tipologia de programas e não nos canais:

Informação

  • A programação de informação destina-se à prestação especializada de informação nos seus diferentes géneros de conteúdo informativo, tais como reportagens, serviços noticiosos, entrevistas e debates acerca de temas, ideias e protagonistas da atualidade.
  • Os serviços noticiosos asseguram a cobertura jornalística, devidamente contextualizada, dos principais acontecimentos de âmbito nacional, regional e internacional.
  • A par da informação nacional e internacional, deverá a concessionária procurar ter uma vocação de proximidade, concedendo especial atenção, através de uma cobertura territorial adequada, a temas, ideias e protagonistas com interesse para regiões e comunidades específicas, tendencialmente e sempre que possível através de janelas de programação com este propósito.
  • A concessionária deve em permanência procurar identificar as necessidades informativas dos vários setores sociais, bem como os hábitos de consumo de conteúdos mediáticos dos diversos públicos, disponibilizando novas formas de oferta informativa para ir ao encontro de tais necessidades e especificidades.
  • A concessionária assegura também a difusão regular, nos seus serviços de programas de âmbito nacional, de conteúdos informativos produzidos pelos serviços de programas de âmbito internacional e pelos serviços de programas de âmbito regional.
  • Os serviços de programas televisivos e radiofónicos de âmbito nacional incluem programas diários em que são noticiados e devidamente contextualizados os principais acontecimentos nacionais, regionais e internacionais, à frequência de, pelo menos, três vezes por dia, entre as 7 e as 24 horas, no caso de cada um dos serviços de programas generalistas, e uma vez por dia, em horário de maior audiência, no caso do segundo serviço de programas televisivo generalista.
  • Os serviços de programas televisivos e radiofónicos de âmbito nacional, em conjunto, incluem:

  • Programas regulares ou espaços de debate aprofundado com intervenção de personalidades representativas da vida política, cultural, científica, económica, desportiva e social portuguesa ou internacional, num mínimo anual de 208 (duzentos e oito) programas em estreia;
  • Programas regulares ou espaços de entrevista a personalidades que se destaquem na sua atividade profissional ou cívica, num mínimo anual de 208 (duzentos e oito) programas em estreia;
  • Programas regulares ou espaços de debate e entrevista sobre a atividade política nacional, regional e local que garantam o pluralismo e deem expressão às posições das instituições e forças políticas, em particular às representadas nos órgãos parlamentares, num mínimo anual de 104 (cento e quatro) em estreia, com periodicidade tendencialmente semanal;
  • Programas regulares ou espaços de grande reportagem, num mínimo anual de 52 (cinquenta e dois) programas em estreia;
  • Espaços adequados, tendencialmente diários, de cobertura jornalística dos períodos eleitorais e referendários.
  • Adicionalmente ao previsto no número anterior, os serviços de programas televisivos e radiofónicos de âmbito nacional devem em conjunto incluir programas regulares ou espaços, tendencialmente diários, dedicados ao combate à desinformação, reforçando os mecanismos de verificação de factos.

    Cultura

  • Em matéria de cultura, os serviços de programas televisivos e radiofónicos de âmbito nacional incluem, no seu conjunto:
  • A difusão de informação cultural, tendencialmente diária, nos primeiros serviços de programas generalistas de televisão e rádio;
  • Programas regulares ou espaços de divulgação de obras, criadores e instituições culturais portuguesas, num mínimo anual de 208 (duzentos e oito) em estreia;
  • Programas regulares ou espaços destinados a promover a língua portuguesa, a história e a literatura, num mínimo anual de 50 (cinquenta) em estreia;
  • Difusão regular de grandes espetáculos de artes performativas, nomeadamente peças teatrais e bailados, num mínimo anual de 12 (doze) em estreia, dos quais metade de produção portuguesa;
  • Difusão regular de espetáculos musicais, incluindo de ópera e de música portuguesa, num mínimo anual de 50 (cinquenta);
  • Difusão regular de documentários originais para televisão ou documentários cinematográficos, focando a realidade social, histórica, cultural, ambiental, científica ou artística com relevância para Portugal, num mínimo anual de 75 (setenta e cinco) em estreia, com um mínimo de 15 (quinze) de produção nacional.
  • Ficção

  • Em matéria de ficção, os serviços de programas televisivos de âmbito nacional incluem, no seu conjunto:
  • A difusão regular de obras cinematográficas de longa-metragem, no mínimo de 104 (cento e quatro) por ano, das quais, no mínimo:
    i) 25 (vinte e cinco) produzidas há menos de cinco anos;
    ii) 30 (trinta) de produção nacional, das quais 15 (quinze) em estreia nos serviços de programas generalistas de âmbito nacional de acesso não condicionado livre;
  • A difusão regular de obras cinematográficas portuguesas de curta-metragem;
  • A difusão regular de obras audiovisuais, nomeadamente séries e minisséries.
  • A Concessionária assegura a transmissão, nos seus serviços de programas televisivos, das obras cinematográficas e audiovisuais por si financiadas através de contratos e 12 protocolos de colaboração por si subscritos, designadamente no âmbito da relação com o Instituto do Cinema e Audiovisual, I. P. (ICA, I. P.), e de outras iniciativas congéneres.
  • No caso dos serviços audiovisuais a pedido e dos serviços digitais, a Concessionária procura garantir os direitos de difusão dos conteúdos previstos no n.º 1.
  • A Concessionária assegura ainda uma produção específica para os serviços referidos no número anterior da presente cláusula, em que valoriza o experimentalismo e o novo talento audiovisual, no mínimo anual de 4 (quatro) projetos no ano de entrada em vigor da alteração ao presente contrato, obrigando-se a partir de então a aumentar a sua produção em pelo menos mais 1 (um) projeto face ao ano anterior, no prazo de vigência do presente contrato.
  • Entretenimento

  • Em matéria de entretenimento, os serviços de programas televisivos e radiofónicos de âmbito nacional incluem, nomeadamente, programas regulares com preocupação lúdica ou formativa que contribuem para a diversão dos públicos, promoção da cultura geral e do conhecimento, bem como da valorização da língua e cultura portuguesas e da coesão nacional, com um mínimo, no seu conjunto, de 600 (seiscentos) programas por ano, estimulando a presença de novos talentos.
  • Com vista a explorar novas formas de interação com os seus públicos, a Concessionária procura, nos formatos de entretenimento adequados, uma presença nos serviços audiovisuais a pedido e serviços digitais, que complemente os conteúdos previstos no número anterior.
  • Desporto

  • Nos serviços de programas televisivos e radiofónicos, a Concessionária deve promover a divulgação e a transmissão de provas e competições desenvolvidas nas diferentes modalidades desportivas, quer em Portugal quer no estrangeiro, abrangendo ainda o desporto escolar e o desporto para pessoas com deficiência, dando especial atenção aos eventos que envolvam a participação coletiva ou individual de seleções nacionais principais tuteladas por federações detentoras do estatuto de utilidade pública desportiva , com um mínimo de 250 (duzentos e cinquenta) por ano.
  • Nos serviços audiovisuais a pedido e nos serviços digitais, a Concessionária assegura, na medida do possível:
  • A transmissão e a cobertura jornalística dos jogos das seleções nacionais, femininas e masculinas, pelo menos daquelas com representatividade internacional;
  • A transmissão de competições desportivas de outras modalidades, femininas e masculinas, para além do futebol;
  • A difusão de conteúdos nas diversas modalidades, incluindo o desporto escolar, sob a forma de géneros informativos, como a reportagem, o debate e a entrevista;
  • A promoção de hábitos de vida saudáveis e o combate à violência no desporto, mediante o desenvolvimento de espaços próprios, fomentando a participação ativa da sociedade civi
  • Infantis e juvenis

  • A Concessionária apresenta uma programação diversificada e regular de índole lúdica, informativa e educativa dirigida aos públicos infantis e juvenis que reflita nos seus conteúdos os interesses dos diferentes segmentos etários, com o objetivo de satisfazer as suas necessidades formativas.
  • A referida programação será disponibilizada através de um misto de oferta linear televisiva e de rádio, e de oferta não linear nos serviços audiovisuais a pedido ou serviços digitais.
  • A programação inclui no mínimo 1 (um) programa diário de informação destinado aos públicos infantis e juvenis.
  • Adicionalmente ao estipulado no n.º 1 da cláusula 8.ª, a Concessionária difunde diariamente obras cinematográficas ou audiovisuais especificamente dirigidas aos públicos infantis e juvenis.
  • A difusão dos programas referidos nos números anteriores deve ter em conta os horários e calendários escolares e respeitar a periodicidade e regularidade da sua emissão.
  • Nos serviços audiovisuais a pedido e nos serviços digitais, a Concessionária procura assegurar:
    a) A disponibilização dos conteúdos oferecidos nos serviços lineares, salvaguardados os direitos de difusão;
    b) A disponibilização de conteúdos lúdicos, informativos e educativos, designadamente aqueles por si produzidos, valorizando a interação com os públicos a que se destina e a diversificação de formatos.
    7. A Concessionária procura assegurar ainda uma produção específica destinada aos públicos infantis e juvenis, em diversos géneros de programas.

“Tendo em conta as significativas e impactantes evoluções que o setor da comunicação social tem sofrido, muito por força do vertiginoso desenvolvimento tecnológico, torna-se imperioso e mesmo urgente adaptar a realidade da RTP à realidade presente e, não menos importante, preparar a RTP para os desafios futuros. Na verdade, não se trata apenas de acompanhar as mudanças que a sociedade tem vivido. Este documento tenta, de igual modo, antecipar uma tendência que tem trazido novos hábitos de consumo de televisão, de rádio e de novas plataformas digitais onde o serviço público de media se consubstancia“, explica-se na nota introdutória.

Com o fim progressivo da publicidade na RTP1 chumbado no Parlamento, o documento recomenda que o canal não deve ser, tendencialmente, financiada por publicidade televisiva comercial, “em benefício dos seus públicos, libertando a grelha para o foco exclusivo na prestação do serviço público que lhe cumpre”.

“Pretende-se reforçar o papel da RTP, enquanto plataforma global e abrangente, chegando a todos os públicos, com impacto relevante na nossa sociedade. Os atuais desafios que a comunicação social enfrenta tornam ainda mais premente a afirmação de um serviço público de media de qualidade e com capacidade para se afirmar como uma referência de rigor e de credibilidade”, conclui o texto.

O atual contrato de serviço público de rádio e televisão está em vigor desde março de 2015, nunca tendo sido revisto. Celebrado por um período de 16 anos, estava previsto que fosse revisto de quatro em quatro anos, o que não veio a acontecer.

A consulta pública decorre até ao dia 7 de fevereiro e os contributos podem ser enviados para aqui. Terminada a consulta pública, são pedidos os pareceres da Entidade Reguladora para a Comunicação social e do Conselho Geral Independente.

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