Fluidra prevê acelerar o seu crescimento a médio prazo, implementando um plano para compensar o impacto das tarifas

  • Servimedia
  • 8 Abril 2025

Prevê atingir um crescimento anual das vendas entre 6% e 8%, bem como um aumento da margem Ebitda ajustada superior a 25% e um ROCE superior a 17%.

A Fluidra apresentou o seu plano estratégico para o médio prazo. A empresa planeia acelerar um crescimento rentável, sustentável e estável através do aumento da sua quota de mercado e de aquisições estratégicas.

A Fluidra informou que a construção de novas piscinas está a atingir níveis historicamente baixos e espera-se que impulsione o crescimento à medida que regressa aos níveis normais a médio prazo. A empresa referiu igualmente que a procura no mercado pós-venda proporciona à Fluidra “uma grande resiliência e previsibilidade, sustentada pela necessidade contínua de manutenção, reparação e modernização das piscinas existentes”. A empresa vê também um grande potencial de expansão no mercado das piscinas comerciais, impulsionado pela procura crescente dos setores da hotelaria, do bem-estar e do lazer.

O responsável referiu que a inovação continuará a ser um pilar fundamental para a Fluidra, que procura diferenciar-se no mercado através de um ecossistema inteligente e conectado de equipamentos para piscinas”, juntamente com um forte compromisso com a sustentabilidade. Apoiada na elevada qualidade dos produtos e num portefólio líder de soluções inovadoras, a Fluidra continuará a alavancar a sua plataforma global e as suas capacidades para conseguir um desenvolvimento de produtos mais eficiente”.

A empresa referiu ainda que está a capitalizar o sucesso do seu Programa de Simplificação e continua a impulsionar a “excelência operacional” através de uma cadeia de abastecimento global simples, eficiente e centrada no cliente. Combinando capacidades globais com uma forte execução regional, a empresa está bem posicionada para apoiar o crescimento e apresentar resultados consistentes. A Fluidra identificou oportunidades adicionais para alcançar 120 milhões de euros em produtividade e poupança de custos entre 2026 e 2030.

A Fluidra teve um bom início de ano, com as vendas preliminares no primeiro trimestre de 2025 a aumentarem 7% em relação ao ano anterior, com crescimento em todas as regiões. No que diz respeito às tarifas, a empresa implementou um plano de ação para compensar o impacto, trabalhando com os fornecedores para realinhar a cadeia de abastecimento, controlando os custos, aplicando medidas de produtividade e promovendo iniciativas comerciais, incluindo aumentos de preços. A médio prazo, a Fluidra espera alcançar um crescimento anual das vendas entre 6% e 8%, bem como um aumento da margem EBITDA ajustada superior a 25% e um ROCE superior a 17%.

O presidente executivo da Fluidra, Eloi Planes, afirmou que o setor “tem demonstrado a sua resiliência ao longo do tempo e, embora persista alguma incerteza macroeconómica a curto prazo, continuamos focados no fortalecimento da Fluidra a longo prazo. Atualmente, somos uma empresa estruturalmente mais forte, com uma ampla presença global, um serviço centrado no cliente e liderança em soluções de piscinas conectadas e sustentáveis. Estamos a reforçar a nossa posição de liderança global para impulsionar o crescimento sustentável a longo prazo através da eficiência, da inovação e de um compromisso inabalável com os nossos clientes num setor estruturalmente atrativo”.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 8 Abril 2025

Tarifas dos EUA continuarão a dominar a atualidade, com o Governo a reunir com representantes do tecido empresarial. Na política interna, terão lugar mais dois debates das legislativas antecipadas.

As novas tarifas dos EUA continuam a marcar a atualidade na véspera de entrarem em vigor: esta terça-feira, o Governo português inicia uma ronda de audições de dois dias com 18 associações empresariais para discutir medidas de mitigação. Enquanto isso, os investidores vão continuar atentos à evolução das bolsas, depois da derrocada dos últimos dias nos mercados financeiros. Internamente, a política também continua na ordem do dia: prosseguem os debates televisivos e será conhecida a ordem das candidaturas nos boletins de voto.

Governo discute “mitigação” das tarifas com associações empresariais

Numa antecipação face ao inicialmente previsto, o ministro da Economia vai reunir-se esta terça e quarta-feira com 18 associações empresariais para discutir medidas de “mitigação” das tarifas dos EUA. As entidades chamadas para dialogar com o Governo incluem vários setores de atividade, que vão do automóvel à metalomecânica, passando pelo têxtil e vestuário, calçado, cortiça, combustíveis, setor elétrico e muitos outros. Estão ainda incluídas a Confederação Empresarial de Portugal, assim como a Associação Industrial Portuguesa e Associação Empresarial de Portugal.

E a China retira ou não as tarifas?

Donald Trump deu até esta terça-feira para as autoridades chinesas retirarem as tarifas anunciadas na semana passada como retaliação contra as novas taxas anunciadas pelos EUA. Se Pequim não o fizer, Trump ameaça impor uma tarifa adicional de 50% sobre as importações chinesas. Os mercados financeiros estão particularmente sensíveis ao tema e vão estar atentos, sobretudo depois de três dias de forte turbulência nas bolsas mundiais.

Continuam os debates das legislativas

Esta terça-feira acontecem mais dois debates de uma série de 28 entre os rostos das principais forças políticas com representação parlamentar, em antecipação das eleições legislativas de 18 de maio. Enquanto Pedro Nuno Santos (PS) e Mariana Mortágua (BE) se enfrentam na SIC às 21h00, André Ventura (Chega) e Rui Tavares (Livre) debatem uma hora mais tarde na RTP3. O calendário completo dos debates está disponível aqui.

Qual a ordem das candidaturas nos boletins de votos?

Esta terça-feira será ainda sorteada a ordem das candidaturas nos boletins de votos. A campanha eleitoral inicia-se no dia 4 de maio e termina a 16 de maio, com as eleições legislativas antecipadas agendadas para 18 de maio.

Autoridade da Mobilidade e dos Transportes apresenta estudos

A Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT) apresenta esta terça-feira, na sede da Ordem dos Engenheiros, em Lisboa, o estudo sobre serviço público de transporte de passageiros flexível em Portugal e o estudo Preliminar sobre Mobilidade Integrada no Eixo da Beira Interior. Ambos serão apresentados numa conferência sobre combate à pobreza da mobilidade, um problema com grande impacto em territórios com menor densidade e menos oferta de transportes públicos.

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Telefónica, Vodafone, Deutsche Telekom e Orange ultrapassam os 1,3 mil milhões de utilizadores

  • Servimedia
  • 8 Abril 2025

Num mercado global cada vez mais competitivo, em que a dimensão e o alcance são fatores críticos os operadores europeus estão a consolidar as as suas posições.

As principais empresas de telecomunicações europeias, Telefónica, Deutsche Telekom, Orange e Vodafone, ultrapassam os 1,3 mil milhões de utilizadores em todo o mundo e consolidam as suas posições no pódio mundial em termos de volume de clientes.

No seu conjunto, dispõem de mais de 1.300 milhões de acessos. A Telefónica, presidida por Marc Murtra, conta atualmente com mais de 390 milhões de acessos, distribuídos por serviços móveis, fixos, de banda larga e de televisão na Europa e na América Latina. Este número faz dela o primeiro operador europeu em termos de volume de utilizadores e um dos poucos no mundo com uma forte presença nestes dois continentes. A Orange de Christel Heydemann tem mais de 290 milhões de acessos, impulsionados pela sua atividade na Europa Ocidental e por uma forte expansão em África, onde a empresa francesa se estabeleceu como um fornecedor-chave em mercados de elevado crescimento, como a Costa do Marfim, o Senegal e Marrocos.

Esta dupla presença continental, na Europa e em África, reforça o seu perfil internacional e coloca-a, a par da Telefónica, entre as empresas de telecomunicações com maior projeção mundial. A Vodafone, liderada por Margherita Della Valle, viu a sua base diminuir na sequência de desinvestimentos em vários mercados, como a Índia e a Itália, mas continua a ter um total de 330 milhões de clientes. A Deutsche Telekom, liderada por Timotheus Höttges, e graças à sua participação na T-Mobile nos Estados Unidos, mantém uma base de cerca de 308 milhões de clientes, concentrada principalmente nestes mercados específicos.

Esta liderança mundial em termos de volume de utilizadores pode ser considerada um trunfo estratégico no contexto atual. A escala permite-lhe otimizar os investimentos na rede, tirar partido de plataformas digitais próprias e desenvolver ofertas convergentes que combinam conectividade, serviços na nuvem, televisão e dados.

Por sua vez, uma grande base de clientes é um vetor fundamental para rentabilizar novas linhas de negócio como a cibersegurança, a IoT ou a inteligência artificial aplicada ao consumo, o que acaba por reforçar a sua competitividade face a operadores mais regionalizados ou menos integrados digitalmente. Permite-lhes também reafirmar o seu papel como pilares fundamentais da conectividade global devido à sua capacidade de operar em mercados diversos, adaptar-se às mudanças tecnológicas e manter uma oferta de valor atrativa, permitindo-lhes consolidar a sua posição como líderes mundiais no setor das telecomunicações.

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Consumidores europeus estão mais pessimistas. A culpa é da duração esperada das guerras

Sentimento agravou-se desde o verão do ano passado, apesar dos rendimentos estarem a aumentar. Análise conclui que existe correlação com a duração esperada dos conflitos geopolíticos.

Os consumidores europeus estão mais pessimistas sobre o seu futuro financeiro e com a economia. A conclusão é de uma análise publicada pelo BCE, que assinala que o sentimento agravou-se desde o verão do ano passado, apesar do aumento dos rendimentos, e está intimamente ligada à duração esperada dos conflitos geopolíticos.

Os conflitos geopolíticos prolongados podem inibir gastos e arrastar o crescimento económico, mesmo em momentos em que os rendimentos reais estão a aumentar“, pode ler-se numa análise divulgada na segunda-feira no blog do BCE.

O artigo assinado pelos economistas Olivier Coibion, Dimitris Georgarakos, Yuriy Gorodnichenko, Geoff Kenny e Justus Meyer, que não vincula a instituição liderada por Christine Lagarde, enfatiza que os conflitos militares e diplomáticos prejudicam o crescimento económico, mas que a duração esperada das guerras pesa fortemente nas expectativas dos consumidores.

A percentagem de consumidores que esperam uma recessão e antecipam que a sua própria situação financeira piore começou a aumentar após o verão de 2024 e continua elevada“, assinalam.

Fonte: “Worrying about war: geopolitical risks weigh on consumer sentiment”, ECB Blog

Os autores consideram que “as crescentes preocupações sobre as perspetivas financeiras pessoais são particularmente surpreendentes, uma vez que, ao mesmo tempo, os rendimentos reais recuperaram, refletindo o recente crescimento salarial mais elevado e a inflação em queda“.

A explicação está, sugerem, no facto dos consumidores geralmente associarem conflitos mais longos a uma perspetiva económica menos favorável, tanto para a economia em geral como para as famílias.

“Em particular, esperam uma inflação mais alta e um crescimento significativamente menor como resultado de uma duração mais longa do conflito“, realçam, considerando que pode refletir, por exemplo, o facto de os consumidores se recordarem de problemas com o fornecimento de energia e consequente aumento dos preços no início da invasão russa da Ucrânia.

Segundo os analistas, os consumidores que mais se preocupam com riscos geopolíticos são muito mais propensos a esperar uma situação financeira geral pior para si próprios face aos que estão menos preocupados, tornando-se mais cautelosos nas decisões económicas.

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Perdido na guerra das tarifas? Guia sobre os ataques, as retaliações e as negociações

Bruxelas quer negociar, mas avisa que está preparada para responder com “contramedidas". Tensão entre Washington e Pequim aumenta. Japão vai continuar a dialogar e Taiwan abstém-se de retaliações.

A escalada de tensão na ‘guerra’ de tarifas acentuou-se, levando a uma alta volatilidade nos mercados e a um crescente receio de uma recessão económica mundial. Entre novos passos, troca de pressões, algumas reuniões, poucos recuos, há também partes disponíveis para negociar.

Bruxelas propõe tarifas zero sobre produtos industriais

A Comissão Europeia propôs aos Estados Unidos tarifas zero sobre os produtos industriais norte-americanos. Uma proposta feita aos americanos, que não a aceitaram, mas que a presidente do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, garante continuar em cima da mesa, porque, diz, existe disponibilidade para negociar com Washington.

Este é um grande ponto de viragem para os EUA. No entanto, estamos prontos para negociar com os EUA. De fato, oferecemos tarifas zero para os bens industriais, como fizemos com sucesso com muitos outros parceiros comerciais. Porque a Europa está sempre pronta para um bom acordo”, disse Ursula von de Leyen numa conferência de imprensa após um encontro com o primeiro-ministro da Noruega, Jonas Gahr Støre.

A presidente da Comissão Europeia afirma que a instituição tem disponibilidade para dialogar, mas avisa que a UE está preparada para responder com “contramedidas” e defender os seus “interesses”.

O comissário europeu para o Comércio, Maroš Šefčovič, assinalou que “os EUA veem as tarifas não como uma medida tática, mas como uma medida corretiva“. Em conferência de imprensa na segunda-feira, reiterou que ainda que a UE continue aberta a negociar não irá esperar “indefinidamente”. Assim, até atingir “um progresso tangível”, a receita de Bruxelas passa por trabalhar com três objetivos: defender os interesses através de contramedidas, diversificar o comércio através de novos acordos comerciais e deter desvios comerciais prejudiciais.

Novas tarifas europeias de 25% a conjunto de produtos votada na quarta-feira

Em resposta às tarifas de aço e alumínio, após ouvir os Estados-Membros e “660 partes interessadas”, a Comissão Europeia enviou na segunda-feira aos Estados-Membros uma lista com os produtos norte-americanos aos quais irá avançar com taxas aduaneiras adicionais. Esta resposta não é ainda uma retaliação às tarifas adicionais de 20% às importações europeias anunciadas por Donald Trump na semana passada, mas sim às tarifas em vigor desde março.

A votação está marcada para quarta-feira, 9 de abril. O comissário europeu do Comércio tinha sinalizado que as medidas entrariam em vigor a 15 de abril e as restantes a partir de 15 de maio, mas de acordo com a Reuters, Bruxelas propõe que um conjunto de produtos importados dos EUA tenham taxas alfandegárias de 25% a partir de 16 de maio. Para outros produtos, a Comissão atira as contra-tarifas para o fim do ano, a partir de 1 de dezembro.

O executivo, liderado por Ursula von der Leyen, sugere direitos aduaneiros de 25% sobre o aço importado dos EUA e retira o bourbon, o vinho e os laticínios da lista original de produtos, sujeitos a retaliação, que tinha avaliado em março. A agência Reuters refere que a lista inclui agora produtos dos EUA variados, como diamantes, salsichas, nozes ou soja. O impacto deverá ser menor do que os 26 mil milhões de euros estimados inicialmente.

Ursula von der Leyen, presidente da Comissão EuropeiaLusa

Task-force europeia para evitar desvio de comércio

Bruxelas assegurar estar preparada para usar todas as ferramentas disponíveis para proteger o Mercado Único da UE, os produtores da UE e os consumidores da UE. Neste sentido, anunciou que irá criar uma “task-force de vigilância da importação”. O objetivo é, segundo o Comissário para o Comércio, “rastrear fluxos de importação em tempo real”, de modo a alimentar a ação comunitária “com inteligência oportuna“.

Resposta unida ou assim-assim?

A Comissão Europeia detém a competência da política comercial da União Europeia, mas os Estados-Membros tem sido ouvidos na resposta a dar à Administração Trump, que está a revolucionar o sistema de comércio mundial. No entanto, o tom da resposta divide-se entre os países que defendem uma posição mais moderada, como Portugal, Espanha ou a Irlanda, e os que esperam uma ação firme, como França e a Alemanha.

O ministro das Finanças, Miranda Sarmento, afirmou na segunda-feira esperar que a UE responda às tarifas norte-americanas de “forma ponderada e equilibrada” e demonstrando “disponibilidade para negociar” com os Estados Unidos da América. “Não gosto da palavra retaliação, acho que a União Europeia deve responder de uma forma ponderada, de uma forma equilibrada, aproveitando aquilo que é a experiência de 2016 e 2017“, disse o governante, citado pela Lusa.

Por sua vez, vozes como a do presidente francês apelam a uma resposta mais dura. Emmanuel Macron defendeu a suspensão dos investimentos europeus nos Estados Unidos, integrado numa estratégia de resposta da UE que defende que seja “proporcional”.

China preparada para guerra comercial, Trump ameaça com tarifas de 50%

O presidente norte-americano, Donald Trump, voltou a intensificar a guerra comercial com a China, anunciando que implementará tarifas adicionais de 50% sobre produtos chineses a partir de 9 de abril de 2025, caso Pequim não retire os seus recentes aumentos tarifários de 34% até 8 de abril. A declaração foi feita através da rede social Truth Social, onde Trump criticou duramente as práticas comerciais chinesas e reafirmou a sua postura protecionista.

As medidas de Pequim incluem taxas de 34% sobre as importações americanas, restrições à exportação de minerais raros essenciais para tecnologias avançadas e a inclusão de empresas norte-americanas numa lista negra comercial.

Na manhã de segunda-feira, antes da ameaça de Donald Trump, o jornal oficial do Partido Comunista Chinês (PCC) admitia que as tarifas terão impacto na economia do gigante asiático, mas indicou que a liderança em Pequim já vinha a preparar-se para este momento.

“Embora os mercados internacionais considerem, de modo geral, que os abusos tarifários dos Estados Unidos excederam as expectativas, o Comité Central do Partido [Comunista] já tinha previsto esta nova ronda de contenção e repressão económica e comercial contra a China, estimou plenamente o seu potencial impacto e preparou planos de resposta com tempo de antecipação e reservas suficientes”, escreveu o Diário do Povo, citado pela Lusa.

Reino Unido anuncia medidas para apoiar setor automóvel

O Governo britânico acenou à sua indústria automóvel, altamente exposta ao impacto das tarifas americanas, com medidas de apoio. Entre estas inclui-se a venda de automóveis híbridos até 2035, mais cinco anos do que os automóveis com motores de gasolina e gasóleo e reduziu as multas para construtores que não cumpram as metas para comercialização de veículos elétricos.

Os EUA representam cerca de 10% do total das exportações britânicas no setor automóvel, movimentando cerca de 22,2 mil milhões de euros e empregando 152 mil pessoas no país.

O Reino Unido continua a negociar com os Estados Unidos, mas garante que só fechará um acordo caso seja benéfico para ambos.

Japão vai continuar a negociar

O Japão e os Estados Unidos vão continuar a negociar, tendo decidido nomear membros do gabinete para levarem a cabo as discussões. O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, e Donald Trump conversaram telefonicamente e Tóquio apelou a que Washington revisse as medidas anunciadas.

O governante japonês tinha defendido perante o parlamento a necessidade de “apresentar um pacote de medidas”, o que poderia incluir a participação do Japão num projeto de gasoduto no Alasca. “Não o podemos fazer de forma fragmentada”, afirmou, segundo a AFP.

Taiwan abstém-se de impor direitos aduaneiros recíprocos às importações dos EUA

Taiwan anunciou que não tenciona impor direitos aduaneiros recíprocos às importações provenientes dos Estados Unidos, depois de Washington ter aplicado à ilha uma sobretaxa de 32%. De acordo com a Lusa, o governo taiwanês criticou as tarifas americanas como “injustas” e “muito pouco razoáveis”, mas absteve-se de ameaçar com medidas de retaliação contra o seu principal parceiro de segurança.

O plano de resposta passa antes por gastar o equivalente a 2,5 mil milhões de euros para ajudar as indústrias afetadas pelas novas tarifas americanas.

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Colômbia aprova negócio que permite à Jerónimo Martins chegar às 1.500 lojas na América Latina

No pódio dos supermercados colombianos com a Ara, grupo português foi autorizado pelo supervisor da concorrência a ficar com 75 espaços da Colsubsidio, que somam às 150 aberturas previstas para 2025.

É mais um passo rumo à ambicionada liderança do mercado de retalho alimentar na Colômbia, onde está apenas atrás das rivais Almacenes Éxito e D1. A Jerónimo Martins já recebeu a aprovação da autoridade da concorrência do país da América Latina (Superintendencia de Industria y Comercio) para ficar com 75 lojas que pertenciam à Colsubsidio, operadora local que no final de 2024 decidiu encerrar os supermercados ao fim de seis décadas a atuar neste segmento.

Com este negócio, que envolveu a aquisição de alguns ativos e o arrendamento dos imóveis comerciais onde funcionavam estas operações, a cadeia de lojas alimentares de proximidade Ara – inaugurada em 2013, já valeu no ano passado mais de metade das vendas do Pingo Doce – prevê a criação de 900 empregos diretos e supera, assim, os 1.500 estabelecimentos. Junta-se às 1.438 unidades que tinha a 31 de dezembro e asseguravam 16 mil postos de trabalho no país.

Os espaços agora incorporados irão reabrir faseadamente com a nova insígnia até ao verão. Estão localizados nas regiões de Bogotá, Cundinamarca, Tolima, Risaralda, Quindío, Boyacá e Meta, reforçando a presença da Ara no centro do país, onde vai também abrir um novo centro de distribuição.

Já presente em mais de 350 municípios, tem outras 150 aberturas previstas para este ano no plano de expansão divulgado pelo grupo português, que no último exercício viu os lucros caírem 20,8% para 599 milhões de euros, com vendas globais de 33,46 mil milhões – Portugal já vale menos de 20% do total.

A Ara contribuiu com 2,8 mil milhões de euros (17% acima do ano anterior), equivalendo a 8,4% do volume de negócios consolidado em 2024. “A Colômbia é uma prioridade para a Jerónimo Martins. Com esta operação e com os nossos investimentos na expansão, na infraestrutura e no talento humano, reafirmamos a nossa aposta de longo prazo no país”, referiu à imprensa local o CEO da Tiendas Ara, Nuno Sereno, notando que este acordo com a Colsubsidio “mostra o compromisso com o consumidor colombiano e é o resultado do trabalho realizado há mais de uma década no país”.

O ECO questionou a Jerónimo Martins sobre esta operação e o valor do negócio, mas não obteve resposta por parte da retalhista liderada por Pedro Soares dos Santos, que vai propor na próxima assembleia geral a entrada do ex-CEO da Caixa, António Domingues, no conselho de administração.

Alegando “razões contratuais”, também Nuno Sereno recusou divulgar o montante em causa, referindo apenas que “o investimento é comparável ao que teria realizado se tivesse aberto estas lojas diretamente”. “Finalizada com êxito esta transação, prosseguimos com o objetivo de nos consolidarmos como número 1 na Colômbia”, remata o gestor.

Além da Ara na Colômbia e do Pingo Doce e do Recheio em Portugal, a Jerónimo Martins é dona da rede de supermercados Biedronka e da cadeia especializada em higiene e cosmética Hebe, ambas na Polónia. É neste país do leste europeu, onde está presente há quase três décadas, que lidera o mercado do retalho alimentar com a ‘joaninha’ – uma marca que acaba de iniciar a internacionalização para a vizinha Eslováquia – e que no ano passado assegurou 72% das vendas consolidadas do grupo.

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Quando Trump espirra, o luxo apanha gripe

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 7 Abril 2025

Nem o luxo nem a moda escapam ao impacto das novas tarifas de Donald Trump. O setor treme nas bolsas e enfrenta previsões sombrias num cenário de tensão económica global.

A história tende a repetir-se — primeiro como tragédia, depois como farsa. Em abril de 2025, os mercados financeiros mundiais voltaram a enfrentar um sobressalto com assinatura americana. Ao declarar “emergência nacional” para lidar com o défice comercial dos Estados Unidos, o presidente Donald Trump impôs tarifas agressivas sobre praticamente todas as importações, reacendendo medos de uma nova guerra comercial à escala planetária. As consequências começaram de imediato: bolsas em queda, retaliações da China, e um abalo profundo na confiança económica global.

No dia 2 de abril, Trump invocou a Lei de Poderes Económicos de Emergência Internacional (IEEPA) para impor uma tarifa geral de 10% sobre todas as importações — uma decisão que, segundo o próprio, visa “proteger os interesses americanos contra práticas comerciais desleais” e “recuperar postos de trabalho industriais perdidos”. Contudo, a medida não parou por aí: parceiros como a China viram tarifas específicas elevadas até aos 54%, num gesto que Pequim rapidamente classificou como “hostil e economicamente míope”.

A resposta chinesa foi rápida e contundente: tarifas adicionais de 34% sobre todos os bens americanos. O resultado? Um cenário de tensão bilateral que ressoa pelos corredores de Davos, pelos índices das bolsas e até pelos corredores das grandes casas de luxo.

Os mercados financeiros reagiram em pânico. O índice S&P 500 mergulhou mais de 4% antes de recuperar ligeiramente, encerrando com uma queda de 0,2%. O Dow Jones caiu 0,9%, enquanto na Europa o FTSE 100 em Londres recuou 4,38%, o seu nível mais baixo em mais de um ano de acordo com o The Guardian.

O nervosismo não se limitou ao setor bolsista. Investidores correram para ativos de refúgio, como o ouro e os títulos do Tesouro americano, antecipando uma prolongada incerteza económica. As empresas multinacionais começaram a rever projeções de lucros, a adiar investimentos e a reconfigurar cadeias logísticas.

Para os analistas, o mais preocupante é o efeito dominó. Economias interdependentes podem entrar numa espiral de retaliações comerciais, agravando pressões inflacionistas já latentes. O dólar, ao contrário das expectativas iniciais, desvalorizou-se face a outras moedas fortes — reflexo de uma menor confiança global na estabilidade da política económica americana.

Para o economista Paul Krugman, citado pela CNN, “estamos a assistir ao renascimento de um nacionalismo económico desestabilizador, num momento em que o mundo mais precisava de coordenação”. O risco de estagflação — um cenário de inflação alta combinada com crescimento estagnado — já foi mencionado por casas de investimento como a Bernstein.

Moda e luxo: a tempestade perfeita
O mercado de luxo iniciou a semana em forte queda nas bolsas internacionais. Nesta segunda-feira, 7 de abril, as ações de grandes conglomerados como a Kering, a LVMH, a Richemont e a Swatch Group caíram a pique, refletindo o aumento das tensões económicas globais e novas projeções pouco animadoras para o setor.

A Kering liderou as perdas, com um recuo de 10,3%. A Richemont caiu 8,4%, a Swatch Group 6,9%, e a LVMH — maior conglomerado do segmento — perdeu 6,8% em valor de mercado. O índice Shanghai Composite, que reúne todas as ações negociadas na Bolsa de Valores de Xangai, também teve um dia negativo, fechando com uma baixa expressiva de 7,3%, influenciando os mercados europeus e agravando o cenário para os exportadores de luxo.

O banco Bernstein, que há poucos meses previa um crescimento de 5% para o setor de luxo em 2025, reviu agora as estimativas para uma retração de 2%. O novo relatório, analisado pela WWD, aponta diretamente o impacto das tarifas comerciais impostas pelos EUA, a possibilidade de estagflação e a desvalorização do dólar como os principais fatores de risco iminente.

Até ao momento, poucas empresas do setor se pronunciaram publicamente sobre os efeitos das tarifas. Uma das exceções foi a Ferrari, que afirmou já estar a planear imputar o impacto ao consumidor final. Este posicionamento poderá tornar-se tendência, à medida que os primeiros resultados trimestrais de 2025 forem conhecidos — sendo o da LVMH o mais aguardado, com publicação marcada para 15 de abril.

Custo, complexidade e consumo
Na prática, o luxo moderno é um quebra-cabeças logístico. Uma carteira em pele de uma marca francesa pode ser desenhada em Paris, feita com couro italiano, ferragens chinesas e montada na Roménia. Uma única tarifa sobre um dos elos da cadeia pode transformar radicalmente o preço final — e isso antes de se somarem os custos de transporte, seguros e armazenagem.

Muitas destas marcas já começaram a rever os seus mapas de produção. Alguns falam em ‘friendshoring’ — deslocar fábricas para países aliados, longe de zonas de tensão geopolítica. Outros apostam no ‘reshoring’, ou seja, trazer parte da produção de volta à Europa ou aos EUA, mesmo que isso implique menor margem de lucro.

Para o consumidor final, os efeitos ainda estão por se materializar, mas são inevitáveis. Os produtos de luxo poderão subir de preço nos EUA, onde as tarifas incidem sobre bens europeus e asiáticos. Já os consumidores chineses, tradicionalmente ávidos por marcas ocidentais, poderão ressentir-se de retaliações internas ou de uma nova vaga de incentivos ao consumo de marcas nacionais. Além disso, há uma questão de perceção. As marcas de luxo vivem de desejo, de narrativa e de exclusividade. Em tempos de incerteza, esse desejo pode ser comprometido, sobretudo se for associado a instabilidade económica ou a preços inflacionados.

As medidas de Trump são também um sinal de uma tendência mais ampla: a fragmentação da globalização tal como a conhecemos. O regresso do protecionismo, o enfraquecimento da OMC, as tensões EUA-China, e os conflitos regionais têm contribuído para uma redefinição das regras do jogo.

Para o setor de luxo, esta nova realidade exigirá ajustes logísticos e comerciais, bem como narrativas adaptadas a consumidores mais cautelosos, conscientes e, em muitos casos, patrióticos. A indústria da moda e do luxo, embora seja muitas vezes vista como um bastião de estabilidade e crescimento, não está imune. Pelo contrário: é uma das primeiras a sentir o impacto, e talvez uma das últimas a recuperar. A única certeza é a de que o luxo terá de – mais uma vez – reinventar-se. Menos exuberância, mais estratégia. Menos glamour, mais resiliência.

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Raimundo diz que Montenegro devia ter-se demitido, primeiro-ministro recusa qualquer falha ética

  • Lusa
  • 7 Abril 2025

Secretário-geral do PCP disse “não ter dúvidas” de que Montenegro esteve numa “situação de incompatibilidade". Primeiro-ministro nega qualquer benefício enquanto exercia funções governativas.

O secretário-geral do PCP defendeu esta segunda-feira que o primeiro-ministro deveria ter-se demitido na sequência do caso Spinumviva, com Luís Montenegro a contrapor que não se lhe pode imputar qualquer falha, mesmo do ponto de vista ético.

No primeiro debate televisivo para as legislativas antecipadas de 18 de maio, na TVI, parte do debate concentrou-se nas dúvidas sobre a empresa da família do primeiro-ministro, que estiveram na base de uma moção de censura do PCP, chumbada, e da moção de confiança apresentada pelo Governo, cuja rejeição ditou a sua demissão e a convocação de eleições antecipadas para 18 de maio.

O secretário-geral do PCP disse “não ter dúvidas” de que Montenegro esteve numa “situação de incompatibilidade e de confusão entre interesses pessoais e do Governo” e a considerar que a “atitude mais nobre” teria sido a demissão, em vez da “fuga para a frente”.

“Mesmo do ponto de vista ético, não há nada que se possa imputar à minha conduta (…) Não é verdade que eu tenha usufruído de qualquer benefício de nenhuma empresa enquanto exercia as funções do primeiro-ministro ou líder do PSD”, respondeu Montenegro, desafiando Paulo Raimundo a apontar-lhe uma decisão política que possa ter sido influenciada pela sua vida profissional.

“Nós não temos dúvidas. Nós temos certezas. A situação que criou é incompatível com as funções que tem (…) Não venha fazer comigo uma coisa que tem estado a tentar fazer, mas comigo não, por favor. É a vitimização”, respondeu o líder comunista.

Durante o debate de cerca de 30 minutos, os dois discordaram sobre as soluções para o setor da saúde, defesa e quanto à descida feita pelo atual Governo PSD/CDS-PP da taxa de IRC de 21 para 20%.

Sobre a descida deste imposto sobre as empresas, Paulo Raimundo calculou que a perda de receita daria para, em quatro anos, pagar “uma das urgências nacionais: uma rede pública de creches”, com Montenegro a ripostar que a receita aumentou, embora admitindo que o efeito da descida só se sentirá este ano.

“Tínhamos inscrito no Orçamento de 2024, pelo PS, uma receita do IRC na casa dos 8 mil milhões de euros. Sabe qual foi a receita do IRC com base no crescimento e no desempenho económico? Foram mais de 10,2 mil milhões de euros. Ou seja, quando nós temos uma economia competitiva e que cria riqueza, nós superámos, em mais de 2 mil milhões de euros, a estimativa da receita do IRC”, afirmou.

Na área da saúde, o primeiro-ministro admitiu dificuldades no cumprimento da promessa de atribuição de médico de família a todos os portugueses, mas assegurou que ela continuará a fazer parte do programa da AD. “Vamos renovar a promessa e vamos renovar o esforço para a poder cumprir”, disse, apelando a que “não se levantem fantasmas” sobre a centralidade do SNS no programa da AD.

Paulo Raimundo confrontou o primeiro-ministro com as sete urgências pediátricas fechadas no passado fim de semana e defendeu que só a valorização dos salários dos profissionais de saúde permitirá atrair os recursos que estão atualmente no setor privado. Já na área da defesa, o secretário-geral do PCP recusou qualquer aumento de “dinheiros públicos na guerra” – apenas nas Forças Armadas –, recursos que deverão ser usadas “a construir comboios ou a produzir medicamentos”.

“Nós também não trocamos as políticas sociais para o investimento em defesa. São duas coisas cumulativas. Nós, quando apoiamos, por exemplo, a Ucrânia, apoiamos a defesa dos direitos humanos, apoiamos a democracia”, afirmou o primeiro-ministro. Paulo Raimundo apenas elogiou o Governo num aspeto: na capacidade de fazer propaganda, dando “os parabéns à sua agência de comunicação”, que o líder do executivo disse não ter, mas com Montenegro a deixar-lhe uma provocação.

“Um governo que estabeleceu acordos de valorização das carreiras de 17 áreas da administração pública… Eu vou-lhe dizer uma coisa: é cada vez mais difícil até para um comunista não votar na força política que está a liderar a governação”, ironizou.

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Wall Street modera perdas. Nasdaq escapa ao vermelho

  • ECO
  • 7 Abril 2025

Numa sessão muito volátil, S&P 500 e Dow Jones fecharam no vermelho ainda que com perdas mais suaves que nas duas sessões anteriores. Já o Nasdaq encerrou acima da linha de água.

Wall Street fechou esta segunda-feira sem rumo, num dia em que os mercados em todo o mundo registaram perdas, com os investidores apreensivos sobre o impacto das tarifas comerciais na economia, nomeadamente com o risco de uma recessão.

O S&P perdeu 0,23%, para os 5.062,25 pontos, e o industrial Dow Jones cedeu 0,91%, para os 37.965,6 pontos. Já o Nasdaq ganhou 0,10%, para os 15.603,26 pontos. Entre as grandes tecnológicas, a Amazon terminou a ganhar 2,49%, a Meta também (2,28%), a Alphabet (dona do Google) e a Nvidia recuperaram 1,02% e 3,53%. Já Microsoft e Tesla perderam 0,55% e 2,56%, respetivamente. A Apple continuou a cair, desta vez 3,67%.

No arranque da sessão, os três principais índices dos EUA atingiram os níveis mais baixos em mais de um ano e o índice de volatilidade VIX ultrapassou 60 pontos, o nível mais alto desde agosto de 2024. Durante a tarde, o índice de volatilidade, visto como o índice que mede o medo de Wall Street, situava-se em 46,35 pontos.

A sessão ficou ainda marcada pelos rumores que começaram a circular nos meios internacionais de que Donald Trump estaria a considerar uma pausa de 90 dias na imposição das tarifas, exceto as que incidem sobre as importações com origem na China. A origem da informação era atribuída a Kevin Hassett, conselheiro económico da Casa Branca, levando um dos principais índices a recuperar das quedas.

Contudo, a Casa Branca desmentiu a informação, assegurando tratar-se de “fake news“, levando os índices a oscilarem entre fortes ganhos e fortes perdas.

Pouco tempo depois, o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou nas redes sociais que irá aplicar uma tarifa adicional de 50% sobre a China se Pequim não voltar atrás na retaliação anunciada na semana passada, agitando novamente o mercado.

Entre os investidores a expectativa de uma recessão vai agudizando-se. O Goldman Sachs subiu a probabilidade de recessão nos Estados Unidos para 45%, o presidente executivo do banco JPMorgan, Jamie Dimon, alertou que a política comercial de Trump está a levar o “ambiente geopolítico e económico” para o “mais perigoso e complicado desde a Segunda Guerra Mundial” e o CEO da BlackRock, Larry Fink, considerou que os mercados podem cair 20%.

“A maioria dos CEOs com quem converso diria que provavelmente já estamos em recessão”, disse Fink numa intervenção numa conferência, citado pela Reuters.

Os preços do petróleo caíram 2% para o nível mais baixo em quase quatro anos, devido às preocupações de que as últimas tarifas comerciais do presidente dos EUA podem reduzir a procura global por energia.

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Sonaecom propõe distribuir 8,7 milhões pelos acionistas em assembleia-geral em maio

  • Lusa
  • 7 Abril 2025

Na assembleia-geral, marcada para 8 de maio, os acionistas vão votar a distribuição de 8,7 milhões de euros, um dividendo de cerca de 0,028 euros por ação.

A Sonaecom vai propor aos acionistas, numa assembleia-geral (AG) marcada para 8 de maio, a distribuição de 8,7 milhões de euros, um dividendo de cerca de 0,028 euros por ação, adiantou, em comunicado ao mercado.

Na nota, publicada na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o Conselho de Administração propõe que o resultado líquido relativo às contas individuais, no montante de 23,5 milhões de euros, seja aplicado na reserva legal (1,17 milhões de euros), 8,7 milhões de euros distribuídos pelos acionistas e 13,6 milhões de euros para outras reservas.

“Considerando que não é possível determinar com exatidão o número de ações próprias que estará em carteira à data do pagamento das propostas acima referidas”, a Sonaecom estima que a “cada ação emitida corresponderá um dividendo ilíquido de 0,028 euros”. A AG irá ainda deliberar sobre os documentos relativos ao exercício de 2024 e proceder “à apreciação geral da administração e fiscalização da sociedade”.

A reunião irá também deliberar sobre “a política de remuneração dos membros dos órgãos sociais, bem como sobre o plano de atribuição de ações e respetivo regulamento” e sobre a aquisição e alienação de ações próprias até ao limite legal de 10%.

Por fim, será votada “a aquisição e/ou detenção de ações representativas do capital social da sociedade por sociedades dela dependentes”.

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Conselho Geral e de Supervisão do Novobanco tem luz verde para mandato entre 2025 e 2028

  • Lusa
  • 7 Abril 2025

O Conselho Geral e de Supervisão continua a ser presidido por Byron Haynes, mantendo-se também Karl-Gerhard Eick como vice-presidente.

O Novobanco informou esta segunda-feira que obteve aprovação para o novo mandato do Conselho Geral e de Supervisão (CGS), para o quadriénio 2025-2028, que manterá a mesma composição e Byron Haynes como presidente.

“No seguimento do comunicado de 20 de dezembro de 2024 e da aprovação das entidades reguladoras competentes, o Novo Banco, S.A. informa que o Conselho Geral e de Supervisão obteve a autorização regulamentar (fit and proper) para um novo mandato de 4 anos (2025–2028), mantendo a atual composição”, refere o comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Desta forma, o Conselho Geral e de Supervisão continua a ser presidido por Byron Haynes, mantendo-se também Karl-Gerhard Eick como vice-presidente. Os restantes membros são Kambiz Nourbakhsh, Mark Coker, Evgeniy Kazarez, Carla Silva, William Newton, Monica Wilder e Susana Smith.

O Conselho Geral e de Supervisão (CGS) é o órgão de fiscalização do Novo Banco, a quem cabe a definição e a supervisão do trabalho do Conselho de Administração. O Novobanco foi criado em agosto de 2014 para ficar com parte da atividade do Banco Espírito Santo (BES), na resolução deste.

Tem como principal acionista o fundo de investimento norte-americano Lone Star, com 75% do capital social. O Fundo de Resolução bancário tem 13,54% e os restantes 11,46% pertencem diretamente ao Estado português (através da DGTF – Direção-Geral do Tesouro e Finanças).

Em 2024, o Novobanco teve lucros de 744,6 milhões de euros em 2024, uma subida de 0,2% face a 2023.

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Galp pagou quase 7 milhões a administradores executivos em 2024

  • Lusa
  • 7 Abril 2025

Em 2023, a empresa tinha pago 4,6 milhões de euros. Filipe Silva, que se demitiu da presidência executiva este ano, foi o elemento mais bem pago da Comissão Executiva.

A remuneração dos administrativos executivos da Galp totalizou quase sete milhões de euros em termos brutos no exercício de 2024, um aumento face aos 4,6 milhões de euros auferidos no ano anterior.

De acordo com o relatório integrado das contas relativas a 2024, publicado esta segunda-feira na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), Filipe Silva, que se demitiu da presidência executiva este ano, foi o elemento mais bem pago da Comissão Executiva, com um total de 1,7 milhões de euros brutos, dos quais 980 mil euros de remuneração fixa e o restante repartido entre remuneração variável e Plano Poupança Reforma (PPR).

A demissão do gestor, em 7 de janeiro, decorreu após ter sido noticiado pelo ECO que estava a ser investigado pela comissão de ética da Galp por eventual conflito de interesse, após uma denúncia anónima sobre uma relação pessoal com uma diretora de topo. O administrador executivo Georgios Papadimitriou ganhou perto de um milhão de euros ilíquidos em 2024, dos quais 504 mil de remuneração fixa.

Aliás, excluindo Filipe Silva, todos os gestores executivos tiveram uma remuneração fixa no valor de 504 mil euros, incluindo Maria João Carioca e João Diogo Silva, que assumiram interinamente a liderança da petrolífera após a renúncia de Filipe Silva.

No entanto, somando a remuneração variável, João Diogo Silva auferiu um total de 957 mil euros brutos, um valor superior aos 843 mil euros ganhos pela administradora financeira. Na base da diferença está o pagamento de 113,6 mil euros a João Diogo Silva na rubrica “Outros”, onde estão incluídos benefícios como subsídio de alojamento, subsídio de educação e outros custos de saída.

Por fim, Rodrigo Vilanova e Ronald Doesburg ganharam, ambos, 843,6 mil euros sem descontos. O total da remuneração paga aos executivos da Galp no ano passado inclui ainda o pagamento de 406 mil euros de “incentivos de longo prazo” a Andy Brown, ex-CEO que renunciou ao cargo com efeitos a partir de 31 de dezembro de 2022, bem como de 174,5 mil euros relativos a subsídios e/ou custos de saída do seu antecessor, Carlos Gomes da Silva.

No que toca ao Conselho de Administração, os custos totalizaram 950 mil euros, com a presidente, Paula Amorim, a renunciar, novamente, à sua remuneração, direcionando-a para a Fundação Galp. Os restantes 12 elementos, entre os quais Adolfo Mesquita Nunes, Jorge Seabra de Freitas, Marta Amorim, Javier Cavada ou Fedra Ribeiro, receberam uma remuneração fixa bruta entre 48 mil e 108 mil euros.

No ano passado, a Galp registou lucros de 961 milhões de euros, uma queda de 4% em relação ao período homólogo. Analisando só o último trimestre do ano passado, o resultado líquido da Galp caiu 75%, para 71 milhões de euros, indicou ainda o grupo.

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