Endividamento da economia sobe 2,4 mil milhões em setembro

  • ECO
  • 22 Novembro 2024

O endividamento das administrações públicas, empresas e famílias aumentou pelo segundo mês, atingindo os 813,2 mil milhões de euros em setembro.

O endividamento da economia – que corresponde à dívida das Administrações Públicas, empresas e famílias — voltou a aumentar em setembro pelo segundo mês seguido, atingindo 813,2 mil milhões de euros, de acordo com os dados divulgados esta sexta-feira pelo Banco de Portugal.

Foi um aumento de 2,4 mil milhões de euros face ao mês anterior, uma evolução que se deveu sobretudo ao que aconteceu no setor privado (+2,7 mil milhões), que inclui famílias e empresas privadas, ascendendo a 358,8 mil milhões no final daquele mês.

Endividamento sobe pelo segundo mês

Fonte: Banco de Portugal

No que diz respeito às empresas privadas, observou-se uma subida de dois mil milhões de euros naquele mês, correspondendo a endividamento contraído junto do resto do mundo sob a forma de títulos de dívida, explica o supervisor. Já o endividamento dos particulares teve um aumento de 600 milhões de euros, “maioritariamente para a finalidade de habitação”.

No setor público o endividamento caiu 300 milhões de euros para 454,3 mil milhões, uma descida que decorreu essencialmente da amortização de títulos de dívida de curto prazo (-1,5 mil milhões).

O banco central adianta que houve um aumento das responsabilidades em depósitos do Tesouro (+1,4 mil milhões), “o que contribuiu para o aumento do endividamento do setor público junto das administrações públicas”.

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Jogos das competições europeias de futebol vão voltar a dar em sinal aberto

  • + M
  • 22 Novembro 2024

Governo inclui jogos dos clubes portugueses nas competições europeias entre a lista de acontecimentos que devem ser classificados de interesse generalizado do público.

Um ano depois de saber que entre 2024 e 2027 os canais em sinal aberto iam deixar de transmitir os jogos da Liga dos Campeões e da Liga Europa, estes jogos vão voltar a ser transmitidos pela RTP1, SIC ou TVI a partir do próximo ano, nos termos de um despacho publicado esta semana no Diário da República.

A decisão foi tomada pelo Governo, que atualizou a lista de acontecimentos que devem ser classificados de interesse generalizado do público, incluindo este ano um jogo por jornada, ou por mão de cada eliminatória, da Liga dos Campeões e Mundial de clubes, das modalidades coletivas seniores, masculina e feminina, em que participem equipas portuguesas, e também um jogo por jornada ou por mão de cada eliminatória das restantes competições europeias de futebol, em que participem equipas portuguesas, designadamente da Liga Europa e da Liga Conferência.

A Sport TV, detentora dos direitos da Liga dos Campeões e da Liga Europa, está assim obrigada a negociar com os privados os jogos. Se não chegarem acordo, “há lugar a arbitragem vinculativa da Entidade Reguladora para a Comunicação Social”, esclareceu o Governo ao Jornal de Notícias.

Para além do futebol, e em relação ao ano em curso, o Governo incluiu também na listagem o Grande Prémio de Portugal de Moto GP e o Rali de Portugal.

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Euribor sobe a três e desce a seis e a 12 meses

  • Lusa
  • 22 Novembro 2024

A taxa a três meses subiu esta sexta-feira, acima dos 3%. As taxas a seis e 12 meses desceram.

A Euribor subiu hoje a três meses e desceu a seis e a 12 meses, invertendo a tendência da véspera nos dois prazos mais longos.

Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que avançou para 3,022%, ficou ainda mais acima da taxa a seis meses (2,770%) e da taxa a 12 meses (2,489%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 1 de dezembro de 2023, desceu esta sexta-feira 0,008 pontos para 2,770%, após ter atingido na segunda-feira para um novo mínimo desde 30 de dezembro de 2022 (2,735%).
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro de 2022, caiu esta sexta-feira para 2,489%, menos 0,002 pontos do que na quinta-feira e após ter atingido na segunda-feira um novo mínimo desde 5 de outubro de 2022 (2,432%).
  • Já a Euribor a três meses subiu esta sexta-feira para 3,022%, mais 0,017 pontos do que na sessão anterior. Na passada sexta-feira, esta taxa tinha descido para 2,998%, um novo mínimo desde 28 de março de 2023.

Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a setembro mostram que a Euribor a seis meses representava 37,26% do ‘stock’ de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a 12 e a três meses representavam 33,37% e 25,46%, respetivamente.

A média da Euribor em outubro desceu a três, a seis e a 12 meses, mais acentuadamente do que em setembro e com mais intensidade nos prazos mais curtos.

Em 17 de outubro, o BCE cortou as taxas de juro em um quarto de ponto pela terceira vez este ano, a segunda consecutiva, para 3,25%, face a uma inflação que considera estar “no bom caminho” e a uma atividade económica pior do que o previsto.

Depois do encontro de 17 de outubro na Eslovénia, o BCE tem marcada para 12 de dezembro a última reunião de política monetária deste ano.

Em 18 de setembro, foi a vez de a Reserva Federal norte-americana (Fed) cortar os juros em 50 pontos base, naquela que foi a primeira descida desde 2020.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Bentleys e casas de ultraluxo? Naturalmente.

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 22 Novembro 2024

A Nomad Capital e a Bentley juntaram-se para apresentarem o Nomad Eden, um condomínio residencial de ultraluxo na Foz do Porto, e o novo modelo Bentley GT Speed Hybrid. Juntos ficam a matar.

O Nomad Eden é o novo condomínio residencial de ultraluxo, situado no coração da Foz. Com vista direta para o mar, os 43 apartamentos oferecem um conjunto de amenities de elevado standard, que incluem duas piscinas (outdoor e indoor), um fitness center state-of-the-art, sauna e serviços de portaria, bem como variados espaços de arrumação e parqueamento.

A arquitetura do empreendimento, moderna e sofisticada, está a cargo do gabinete Masslab, com ampla experiência em projetos de referência na arquitetura, mas também no planeamento urbanístico e paisagístico.

Além da sua localização premium, o Nomad Eden é um edifício auto-sustentável, incorporando na sua construção betão reciclado, e estando equipado com sistemas de produção de energia solar e de baterias, que asseguram grande parte das necessidades energéticas deste condomínio privado.

Com o início das obras projetado para o primeiro trimestre de 2025 e entrega no segundo trimestre de 2027, o Nomad Eden representa um investimento de 53 milhões de euros. O desenvolvimento apresenta tipologias entre o T1 e o T5, com áreas desde os 151 m2 até 558 m2. Os valores de referência iniciam-se nos 740 mil euros até 5,130 milhões de euros. A Nomad Capital é promotora e investidora no Nomad Eden, conta com investimentos realizados no Porto, Lisboa e Algarve.

Igualmente empenhada no desempenho, no conforto e na inovação – sem com isso comprometer a sustentabilidade – está a Bentley que aproveitou a ocasião para lançar o novo Bentley Continental GT Speed Hybrid. Visualmente, o destaque vai para o design arrojado e contemporâneo, com a frente a ter sido alvo da maior remodelação em duas décadas. Pela primeira vez desde os anos 50, a Bentley apresenta faróis simples num modelo convencional, realçando uma elegância intemporal e apontando para o futuro do design da marca.

O Continental GT Speed Hybrid vem equipado com uma transmissão Ultra Performance Hybrid, que combina um motor V8 de 4,0 litros com um motor elétrico de 187 cv, oferecendo 771 cv e 1.000 Nm de binário. Esta configuração permite que o modelo acelere dos 0 aos 100 km/h em apenas 3,2 segundos, mantendo intacto o compromisso da Bentley com a excelência e o luxo. E fica a matar na garagem do Nomad Eden.

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CEO da Northvolt demite-se após pedido de proteção contra credores

Depois de ter apresentado um pedido de proteção contra credores, a empresa que é parceira da portuguesa Galp para a construção de uma refinaria de lítio em Portugal vê o CEO e cofundador de saída.

O CEO e cofundador da Northvolt, Peter Carlsson, anunciou a sua demissão esta sexta-feira, um dia após a empresa ter apresentado um pedido de proteção contra credores. Esta empresa é a parceira da portuguesa Galp para a construção de uma refinaria de lítio em Portugal.

De acordo com a agência Reuters, que cita o CEO demissionário, a Northvolt precisa de angariar entre mil milhões de dólares e 1,2 mil milhões de dólares para reerguer o negócio. O CEO referiu-se ao dia da demissão como “um dia emocional, em termos pessoais”. Carlsson, que deixou funções executivas na Tesla para fundar a Northvolt em 2015, tem estado nas rédeas da empresa desde então.

A atravessar graves dificuldades financeiras, a fabricante sueca de baterias de lítio, que é parceira da Galp num projeto de refinação de lítio em Portugal projetado para 2028, recorreu ao capítulo 11 da Lei de Insolvências dos Estados Unidos, uma opção disponível para empresas estrangeiras com atividade nos EUA e que permite à empresa manter a sua operação, enquanto tentar restaurar a sua situação financeira.

“Este passo decisivo permitirá à Northvolt continuar a sua missão de estabelecer uma base industrial europeia local para a produção de baterias”, adiantou na quinta-feira Tom Johnstone, presidente interino da empresa.

No passado mês de setembro foi noticiado que a fabricante de baterias, que estava a tentar negociar um pacote de emergência com investidores, iria despedir 1.600 funcionários na Suécia, suspender planos de expansão e focar-se em acelerar a produção para clientes automóveis.

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Presidente do regulador da bolsa dos EUA deixa cargo no dia da tomada de posse de Trump

  • ECO
  • 22 Novembro 2024

Gary Gensler, que liderou o regulador da bolsa americana com uma mão apertada em relação às criptomoedas, anunciou que vai deixar o cargo no dia 20 de janeiro.

O presidente da Securities and Exchange Comission (SEC), Gary Gensler, anunciou esta quinta-feira que vai deixar o cargo a 20 de janeiro, no dia de tomada de posse de Donald Trump como presidente dos EUA.

À frente da polícia da bolsa americana desde 2021, nomeado por Joe Biden, o mandato de Gensler ficou marcado por uma abordagem apertada em relação às criptomoedas e algumas polémicas com o mercado devido às regras e ações de fiscalização que o colocou em rota de colisão com muitos dos seus supervisionados.

O seu último dia na SEC não será por acaso: coincide com a tomada de posse de Trump, cuja agenda política perspetiva de um ambiente regulatório amigo das criptomoedas e da bolsa. De resto, o próximo presidente dos EUA já tinha declarado que iria substitui-lo no cargo.

“A SEC é uma agência notável”, escreveu Gary Gensler no X, junto com um comunicado onde anunciou a sua saída. “Foi a honra de uma vida inteira servir a SEC em nome dos americanos comuns e garantir que nossos mercados de capital continuam a ser os melhores do mundo.”

O anúncio de Gesler catapultou a bitcoin para perto da fasquia dos 100 mil dólares. As criptomoedas têm acumulado valorizações expressivas desde a eleição de Trump no início deste mês.

O ainda presidente da SEC – que se assemelha à nossa CMVM – chegou a dizer que as criptomoedas eram um autêntico “faroeste” por conta da falta de um enquadramento regulatório adequado que proteja os investidores.

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Lagarde propõe um “padrão europeu de poupança” para impulsionar União dos Mercados de Capitais

Um dos pontos essenciais do plano do BCE passa por transformar os hábitos de poupança dos europeus através de produtos financeiros padronizados e acessíveis de igual forma a todos os investidores.

Uma das grandes bandeiras da política do Banco Central Europeu (BCE) e da União Europeia (UE) é a concretização da União dos Mercados de Capitais, para assim se criar um grande mercado de capitais na UE, atraindo mais investimentos e melhorando as possibilidades de financiamento das empresas, sendo também uma oportunidade de os investidores europeus investirem as suas poupanças de forma mais produtiva na Europa.

Christine Lagarde, presidente do BCE, tem sido uma das principais vozes defensoras do projeto da União dos Mercados de Capitais: “É fundamental para tornar a nossa economia mais dinâmica e tecnologicamente avançada”, afirmou Lagarde esta sexta-feira no 34.º Congresso Bancário Europeu, em Frankfurt.

Esta situação é particularmente importante dado que pelo menos desde o ano passado que a posição de inovação da Europa tem-se deteriorado, com o fosso tecnológico entre os EUA e o continente a tornar-se mais evidente, como é referido detalhadamente no relatório de Mario Draghi “Competitividade da UE: Olhar em frente”.

Além disso, o ambiente geopolítico tornou-se menos favorável, com ameaças crescentes ao comércio livre. Neste contexto, Lagarde afirma que a “União dos Mercados de Capitais está no centro de todos estes desafios”.

No entanto, a presidente do BCE salienta os enormes desafios que este projeto tem enfrentado, e que estará nas prioridades de Maria Luís Albuquerque como comissária europeia dos Serviços Financeiros. “Desde 2015, foram apresentadas mais de 55 propostas de regulamentação e 50 iniciativas não legislativas, mas a amplitude foi feita à custa da profundidade”, destaca Lagarde, notando que isso apenas permitiu que a União dos Mercados de Capitais “fosse destruída por interesses nacionais instalados que veem uma ou outra iniciativa como uma ameaça”.

Mas Lagarde mostra-se otimista de que essas dificuldades sejam ultrapassadas. “O problema central da União dos Mercados de Capitais é que a ‘conduta’ dos aforradores para os inovadores está bloqueada em três fases fundamentais: entrada, expansão e saída”, salientou a presidente do BCE, para depois propor ações para os resolver:

  1. Entrada nos mercados de capitais: As poupanças europeias não estão a entrar nos mercados de capitais em volumes suficientes, concentrando-se em depósitos de baixo rendimento. Lagarde propõe a criação de um “padrão europeu de poupança” – um conjunto padronizado de produtos de poupança à escala da UE, transparentes e acessíveis, como se espera que seja o Produto Individual de Reforma Pan-Europeu (PEPP), também conhecido como PPR europeu, mas que tarda em chegar aos investidores portugueses e a grande parte dos investidores europeus.
  2. Expansão pela Europa: Quando as poupanças chegam aos mercados de capitais, permanecem presas em silos nacionais. Para resolver este problema, Lagarde sugeriu a adoção de uma abordagem em dois níveis e a utilização do 28.º regime (criação de um quadro legal europeu unificado e opcional para emissores de títulos, que funcionaria paralelamente aos regimes jurídicos nacionais existentes nos Estados-membros da União Europeia) “que nos permitiriam criar um quadro jurídico especial nos domínios em que os progressos estagnaram.” Lagarde argumenta que, nos EUA “a convergência jurídica muitas vezes não se dá através da harmonização total das leis a nível estadual, mas sim através da introdução de leis federais ou da predominância da lei de um Estado”, notando, por exemplo, que, em 2022, 80% das empresas que entram em bolsa estavam registas no Estado de Delaware.
  3. Saída para empresas inovadoras: Lagarde destaca que os fundos não estão a ser direcionados para empresas e setores inovadores devido a um ecossistema subdesenvolvido de capital de risco. Nesse sentido, a presidente do BCE propõe permitir que os investidores de longo prazo contribuam mais para o crescimento a longo prazo, aproveitar o potencial dos bancos de desenvolvimento públicos e explorar como apoiar a inovação através da dívida.

Lagarde destacou ainda no seu discurso que os europeus poupam uma elevada percentagem do seu rendimento, cerca de 13% em 2023, em comparação com cerca de 8% nos EUA. No entanto, tendem a favorecer produtos de poupança de baixo risco e líquidos. “Na Europa, aproximadamente 11,5 mil milhões de euros são mantidos em dinheiro e em depósitos, representando um terço dos ativos financeiros totais das famílias. Nos EUA, essa proporção é de apenas um décimo”, destacou a presidente do BCE.

Esta preferência por depósitos de baixa remuneração tem duas consequências principais para a economia europeia. Primeiro, as famílias europeias são muito menos ricas do que poderiam ser. “Desde 2009, a riqueza das famílias dos EUA cresceu cerca de três vezes mais do que a das famílias da União Europeia”, refere Lagarde. E, segundo, o fluxo de poupanças para os mercados de capitais é muito menor do que poderia ser.

Christine Lagarde considera que os líderes europeus conhecem os problemas criados pela fragmentação dos mercados de capitais e que estão dispostos a agir, mas reconhece que, até à data, “não temos estado a aplicar nem a atuar.”

Para resolver estes problemas, Lagarde propõe a criação de um “padrão europeu de poupança”, que ofereceria produtos transparentes e acessíveis em toda a União Europeia. Estes produtos seriam estruturados de acordo com critérios claros, como diversificação, estrutura de taxas e composição da carteira, e poderiam ser oferecidos com menos burocracia, levando a uma maior comparabilidade e concorrência.

Quanto à expansão do capital pela Europa, Lagarde aponta para a fragmentação das infraestruturas do mercado financeiro como um obstáculo significativo. “Em 2023, havia 295 locais de negociação na União Europeia, 14 contrapartes centrais e 32 centrais de depósito de títulos, em comparação com apenas duas câmaras de compensação de títulos e uma central de depósito de títulos nos EUA.”

Para abordar esta fragmentação, Lagarde sugere a adoção de uma abordagem em dois níveis, semelhante à utilizada na supervisão bancária, e a criação do “28.º regime” para contornar o processo moroso de harmonização regulamentar.

Lagarde considera que os líderes europeus conhecem os problemas criados pela fragmentação dos mercados de capitais e que estão dispostos a agir, mas reconhece que, até à data, “não temos estado a aplicar nem a atuar.” É nesse sentido que a líder do BCE apelou a uma mudança de perspetiva a todos os Estados-membros, apelando para que em vez de se continuar a tentar dar um grande número de pequenos passos, se passe a dar “um pequeno número de grandes passos – e escolher aqueles que podemos realmente dar e que farão a maior diferença”.

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Grupo Sonae já fatura 90 milhões de euros com economia circular

Reparação de equipamentos eletrónicos, reciclagem de vestuário e venda de produtos em segunda mão são alguns dos novos modelos de negócio do grupo que detém marcas como Continente ou Worten.

As vendas do grupo Sonae provenientes de produtos e serviços circulares rondaram os 90 milhões de euros em 2023, ano em que a faturação global subiu 9,2% para 8,4 mil milhões. Em causa estão novos modelos de negócio como a reparação de equipamentos eletrónicos, a reciclagem de vestuário e a venda de produtos em segunda mão ou a granel, que “contribuem diretamente para um impacto ambiental e social positivo”.

A contabilização é feita na antecâmara da segunda edição do Innovators Forum, agendada para 27 de novembro no Pátio da Galé (Lisboa), que tem precisamente como tema a “circularidade”. A organização espera 400 participantes no evento, que terá também transmissão online, e conta com especialistas nacionais e internacionais para debater o estado atual da economia circular e “explorar caminhos para a inovação e impacto positivo”.

Além da implementação destes novos produtos e serviços que “reforçam a sustentabilidade do grupo e têm impacto positivo na comunidade a nível ambiental, económico e social”, o conglomerado sediado na Maia e liderado por Cláudia Azevedo salienta ainda que “os negócios de retalho da Sonae conseguiram valorizar 85% dos resíduos e reduzir a utilização de plástico de uso único”.

No final do ano passado, refere numa nota de imprensa divulgada esta sexta-feira, 86% das embalagens plásticas utilizadas nos produtos de marca própria eram recicláveis e as práticas de “desperdício zero” adotadas pela MC (engloba insígnias como Continente, Meu Super, Note, Bagga, Zu ou Wells) já evitaram o desperdício de bens alimentares no valor de 66 milhões de euros.

Entre os oradores confirmados no Innovators Forum’24 destacam-se nomes como Ivone Bojoh, CEO da Circle Economy Foundation, responsável pela edição anual do Circularity Gap Report; Raphaël Masvigner (Circul’R), Gunter Pauli (economista e especialista em sustentabilidade), Marta Brazão (Circular Economy Portugal), Ana Barbosa (IKEA Portugal, Filipa Pantaleão (BCSD Portugal), Bruno Borges (Worten), Anders Åhlén (McKinsey & Co), Carlos Moedas (Câmara de Lisboa) e, pela Sonae, Sónia Cardoso e os irmãos Cláudia e Paulo Azevedo.

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Espanhola Henko compra Balflex

A private equity com sede em Madrid adquiriu à família Alves o controlo da Balflex, fabricante de mangueiras e conexões hidráulicas de alta pressão. Clearwater assessorou a operação.

A espanhola Henko adquiriu uma participação maioritária na Balflex, um dos principais fabricantes de componentes hidráulicos de alta pressão, um negócio assessorado pela Clearwater. A empresa fundada por Basílio Alves opera em mais de 35 países, tem duas fábricas em Pindelo dos Milagres (São Pedro do Sul) e em Curitiba, no Brasil, emprega 200 pessoas e fatura 60 milhões de euros.

“Esta parceria com a Henko permitirá que a Balflex continue na trajetória de crescimento, particularmente expandindo para novas regiões e otimizando as nossas operações”, afirmam os acionistas da portuguesa. “Estamos entusiasmados com o potencial que esta colaboração traz para a nossa equipa, para os nossos clientes e para o futuro da nossa empresa”, realçam Carlos Alves, Francisco Alves e David Coelho, que continuarão como investidores na empresa.

Da esquerda para a direita: David Coelho, Lars Becker, Francisco Alves e Carlos AlvesBalflex

“A Balflex demonstrou um crescimento notável nos últimos anos. Estamos entusiasmados com a parceria com a empresa e em apoiarmos as suas ambições de crescimento”, conta Lars Becker. “A Balflex é uma empresa única, com uma forte herança e estamos ansiosos para construir sobre esta base sólida“, conclui o sócio da Henko Partners. O jornal espanhol Expansión avança que a Henko garantiu o controlo da Balflex por 100 milhões de euros.

A Balflex é uma empresa única, com uma forte herança e estamos ansiosos para construir sobre esta base sólida.

Lars Becker

Sócio da Henko Partners

Fundada em 1963 por Basílio Alves, a Balflex tem centros de distribuição em seis grandes mercados – Portugal, EUA, Alemanha, Brasil, Chile e Peru, emprega 200 pessoas, exporta 96% da produção e fatura 60 milhões de euros, confirmou ao ECO fonte oficial da empresa. Em 2022, inaugurou uma nova unidade fabril em São Pedro do Sul, que segundo a empresa familiar é “a única fábrica de mangueiras hidráulicas de alta pressão da Península Ibérica”.

Com sede em Madrid, a Henko Partners é um fundo ibérico de private equity especializado no apoio a pequenas e médias empresas de excelência, em Portugal e Espanha, e no apoio a empresas de média dimensão em mercados com tendências de crescimento a longo prazo. Com a aquisição da tecnológica Link Consulting e 49,5% da empresa de engenharia Quadrante, esta é a terceira aquisição do grupo espanhol em Portugal.

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China alarga isenção de visto de 30 dias para dezenas de países, incluindo Portugal

  • Lusa
  • 22 Novembro 2024

A China anunciou a extensão de 15 para 30 dias do período de estadia sem visto para cidadãos de países com isenção de visto em vigor, uma lista na qual Portugal foi recentemente integrado.

A China anunciou a extensão de 15 para 30 dias do período de estadia sem visto para cidadãos de países com isenção de visto em vigor, uma lista na qual Portugal foi recentemente integrado.

A medida, que visa impulsionar o intercâmbio cultural e económico, segundo as autoridades chinesas, vai ser aplicada a partir de 30 de novembro de 2024 e estará em vigor até 31 de dezembro de 2025.

O ministério dos Negócios Estrangeiros informou ainda que a lista de países com esta isenção de 15 dias, que até agora contava com 29 Estados, será alargada para incluir a Bulgária, Roménia, Croácia, Montenegro, Macedónia do Norte, Malta, Estónia, Letónia e Japão.

“A fim de facilitar ainda mais os intercâmbios com outros países, a China decidiu alargar a lista de países elegíveis para a política de isenção de vistos”, declarou hoje o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, Lin Jian, em conferência de imprensa.

Com esta extensão, os cidadãos de um total de 38 países poderão entrar na China para negócios, turismo, visitas familiares, intercâmbios ou trânsito sem visto e com um período de permanência mais longo.

Tong Xuejun, diretor do Departamento Consular do ministério dos Negócios Estrangeiros, salientou hoje também, durante uma conferência de imprensa do Conselho de Estado (Executivo), que a China assinou acordos mútuos de isenção de vistos com seis países no ano passado, incluindo Singapura, Tailândia, Cazaquistão, Antígua e Barbuda, Geórgia e Ilhas Salomão. Atualmente, o país tem acordos completos de isenção de vistos com 25 nações.

Além disso, informou que, até à data, a China assinou acordos mútuos de isenção de vistos com 157 países e regiões, abrangendo vários tipos de passaportes.

Em novembro de 2023, a China anunciou que os nacionais de França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Espanha e Malásia beneficiariam de uma isenção de visto unilateral até dezembro de 2024, depois prorrogada até ao final de 2025, uma lista à qual as autoridades acrescentaram gradualmente mais países. Portugal passou a fazer parte desta lista em outubro passado.

Nos últimos meses, o país asiático adotou uma série de medidas para ajudar os viajantes internacionais, incluindo a disponibilização dos serviços de pagamento eletrónico WeChat Pay e Alipay aos utilizadores estrangeiros que visitam a China.

No primeiro semestre deste ano, os visitantes estrangeiros mais do que duplicaram para 14,64 milhões. Segundo dados da Administração Nacional de Imigração, as entradas sem visto ultrapassaram 8,5 milhões, equivalendo a 58% das viagens, que, ainda assim, estão ainda abaixo do nível pré-pandemia.

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Rolex adere à economia circular e vende relógios usados

  • Rita Ibérico Nogueira
  • 22 Novembro 2024

Quando a procura supera a oferta, entra-se em escassez e os preços sobem. Acontece com alguns modelos Rolex, em que a lista de espera pode atingir meses ou anos. Solução? Investir num modelo usado.

É um balde de água fria. Fazer planos para levar para casa o Daytona dos nossos sonhos e, puf!, está indisponível e a espera pode demorar anos. Mas não será caso para desesperar: pode sempre comprar o modelo em segunda mão. Calma. Nada a temer. Falamos de um serviço oficial da Rolex, Certified Pre-Owned (CPO), que acaba de entrar no negócio dos relógios usados. E, tal como o nome indica, tratam-se de relógios certificados, o que afasta de vez o risco de estarmos a comprar uma falsificação manhosa que não vamos querer ter.

Mas, ao contrário do que se poderia imaginar, o valor destes relógios não baixa por serem em segunda mão. Pelo contrário: aumenta em mais de 50%. A explicação é simples: são os técnicos da Rolex quem avalia a autenticidade de cada relógio, e isso tem custos que se refletem no preço final. Mas, para os clientes desta marca que produz aqueles que são, provavelmente, os relógios mais desejados do mundo, vale a pena. Estão a comprar a uma fonte confiável, beneficiando da qualidade e da excelência da marca, que lhes garante que o produto é genuíno sem terem de entrar na lista de espera.

Para a Rolex, este passo na direção da legitimação do mercado secundário dos seus relógios é inteligente, embora radical para uma empresa tão tradicional. Este programa CPO dá à relojoeira suíça acesso direto a um mercado estimado em perto de 18 mil milhões de euros (que, até 2023, deve crescer para mais de 31,4 mil milhões, de acordo com as previsões da Deloitte). Além disso, com a faturação do mercado de relógios de luxo a cair – fruto do abrandamento do consumo chinês –, este mercado de usados representa um fluxo de receita extra que é muito bem-vindo.

A Rolex, que produz mais de 1 milhão de peças por ano, é a maior marca de relógios suíça. No mercado secundário é ainda mais dominante, sendo a marca mais transacionada (logo seguida pela Patek Philippe e pela Audemars Piguet). A economia circular continua a dar cartas, sobretudo para as gerações mais jovens, para quem a sustentabilidade é um princípio muito valorizado. Uma tendência que, certamente, vamos ver aplicada a outras marcas de luxo.

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OE2025: PS muda sentido de voto e trava aumento dos preços dos medicamentos genéricos

Contratações para o INEM, prémios para funcionários públicos que poupem recursos ou comparticipação de medicamentos para a menopausa foram algumas das propostas aprovadas no primeiro dia de votações.

Arrancou esta sexta-feira, na Assembleia da República, a maratona de votações do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) na especialidade. A manhã ficou marcada pelo debate entre o Governo e os partidos e esta tarde decorreu o primeiro de cinco dias de votação das propostas de alteração ao OE. Ao todo, são mais de 2.100 iniciativas. Contratação de 400 técnicos para o INEM, prémios para funcionários públicos que poupem recursos, corte nos órgãos consultivos do Estado ou comparticipação de medicamentos para mulheres na menopausa foram algumas das propostas aprovadas neste primeiro dia de votações.

O Parlamento confirmou, com a abstenção do PS e Chega, o novo IRS Jovem dirigido a trabalhadores até aos 35 anos e que alarga o benefício de cinco para 10 anos e deixa cair a exigência de uma licenciatura para aceder ao regime. Do mesmo modo foi viabilizada a atualização dos escalões do IRS em 4,6%, como previsto no OE.

A maratona parlamentar que prolonga-se até 29 de novembro, dia em que o plenário deverá confirmar a lei orçamental do ano que vem.

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