Trotinetes e e-scooters de maior potência precisam de seguro automóvel, avisa regulador

  • Lusa
  • 20 Junho 2025

Em causa estão dispositivos "com características mais robustas - nomeadamente algumas trotinetes elétricas e e-scooters de maior potência, frequentemente adquiridos através de plataformas online".

A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) alertou esta sexta-feira que, com a entrada em vigor da nova lei, há trotinetes elétricas e e-scooters de maior potência que têm de ter seguro obrigatório.

Em comunicado, o regulador dos seguros afirmou que, com a entrada em vigor do decreto-lei que atualizada as regras dos veículos sujeitos ao seguro obrigatório de responsabilidade civil automóvel, passam a ter de ter esse seguro os veículos que “se destinem a circular sobre o solo, sejam acionados exclusivamente por força mecânica e tenham uma velocidade máxima de projeto superior a 25 quilómetros por hora (25 km/h), ou, em alternativa, um peso líquido superior a 25 kg e uma velocidade máxima de projeto superior a 14 km/h”.

Segundo a ASF, esta definição “exclui da obrigação do seguro automóvel a maior parte dos dispositivos de mobilidade pessoal atualmente em circulação em Portugal (bicicletas, trotinetes entre outros), desde que não excedam os limites de peso e velocidade fixados”.

Contudo, alerta que certos dispositivos “com características mais robustas – nomeadamente algumas trotinetes elétricas e e-scooters de maior potência, frequentemente adquiridos através de plataformas online – podem enquadrar-se na nova definição legal de veículo” e, logo, terem de ter seguro de responsabilidade civil automóvel obrigatório para poderem circular.

A ASF explica que, mesmo estando estes veículos legalmente proibidos de circular na via pública, “devem estar cobertos por um seguro de responsabilidade civil automóvel”.

A ASF termina o comunicado a recomendar aos utilizadores que verifiquem as características técnicas dos veículos e as obrigações legais antes de os utilizarem.

A nova legislação, que transpõe a diretiva europeia e entrou esta sexta-feira em vigor, tem levado a algumas dificuldades de interpretação entre as autoridades.

Esta quinta-feira, a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) afirmou, numa nota enviada à Lusa, que trotinetes e scooters elétricas, segways e hoverboards “não estão sujeitos à obrigação de ser efetuado seguro de responsabilidade civil automóvel como condição de admissão à circulação na via pública”.

O esclarecimento da ANSR surgiu após a PSP ter avançado que passaria a fiscalizar o seguro de responsabilidade civil nas trotinetes elétricas, ‘scooters’ elétricas, ‘segways’ e ‘hoverboard’, uma obrigatoriedade prevista no decreto-lei que transpõe a diretiva comunitária relativa ao seguro obrigatório de responsabilidade civil automóvel.

Segundo a ANSR, este decreto-lei “é aplicável à circulação de qualquer veículo a motor destinado a circular sobre o solo, que não se desloque sobre carris, acionável por uma força mecânica, assim como os seus reboques, ainda que não atrelados”, que tenha uma velocidade máxima de projeto superior a 25 quilómetros por hora ou um peso líquido máximo superior a 25 kg e uma velocidade máxima de projeto superior a 14 quilómetros por hora”, não sendo o diploma aplicável “às cadeiras de rodas destinadas exclusivamente a pessoas com incapacidade física”.

Questionado pela Lusa sobre que tipos de veículos estão em causa, a ANSR não especificou quais são.

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PRR. Pagamentos ultrapassam 8.000 milhões e candidaturas aprovadas disparam

  • Lusa
  • 20 Junho 2025

Total de pagamentos no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) ascende a 8.009 milhões de euros, tendo os beneficiários recebido 91 milhões de euros só na última semana.

Os pagamentos aos beneficiários do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) ultrapassaram os 8.000 milhões de euros e as candidaturas aprovadas aumentarem em 3.819 até esta quarta-feira, segundo o último relatório de monitorização.

O total de pagamentos ascendeu assim a 8.009 milhões de euros, tendo os beneficiários recebido 91 milhões de euros só na última semana.

O valor registado até quarta-feira corresponde a 36% da dotação, do valor contratado e do aprovado.

Com os maiores montantes recebidos mantêm-se as empresas (2.808 milhões de euros), as entidades públicas (1.715 milhões de euros) e as autarquias e áreas metropolitanas (1.020 milhões de euros).

Depois surgem as empresas públicas (842 milhões de euros), as escolas (587 milhões de euros), as instituições do ensino superior (329 milhões de euros) e as instituições da economia solidária e social (255 milhões de euros).

No fundo da tabela estão as famílias (244 milhões de euros) e as instituições do sistema científico e tecnológico (209 milhões de euros).

Por sua vez, as aprovações de projetos ascenderam a 21.994 milhões de euros, acima dos 21.783 milhões de euros anteriormente reportados.

Destacam-se as empresas (6.268 milhões de euros), as entidades públicas (5.086 milhões de euros) e as autarquias e áreas metropolitanas (4.307 milhões de euros).

Seguem-se as escolas (1.037 milhões de euros), as instituições do ensino superior (828 milhões de euros), as instituições da economia solidária e social (714 milhões de euros), as instituições do sistema científico e tecnológico (547 milhões de euro) e, por último, as famílias (281 milhões de euros).

O PRR contabiliza agora 378.806 candidaturas recebidas, sendo que 308.899 foram analisadas. As candidaturas aprovadas estão em 239.558, mais 3.819 face à semana passada.

O PRR, que tem um período de execução até 2026, pretende implementar um conjunto de reformas e investimentos tendo em vista a recuperação do crescimento económico.

Além de ter o objetivo de reparar os danos provocados pela Covid-19, este plano tem o propósito de apoiar investimentos e gerar emprego.

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Orçamento da Madeira/2025 aprovado pela maioria PSD/CDS-PP e abstenção do Chega e IL

  • Lusa
  • 20 Junho 2025

Foram aprovados o orçamento da Madeira para 2025, no valor de 2.533 milhões de euros, e a proposta de Plano de Investimentos, no montante de 1.044 milhões de euros.

O Orçamento da Madeira para 2025, no valor de 2.533 milhões de euros, foi esta sexta-feira aprovado, em votação final global, com os votos favoráveis da maioria PSD/CDS-PP, contra do JPP e PS e abstenção do Chega e IL.

Também a proposta de Plano de Investimentos do Governo da Madeira, no montante de 1.044 milhões de euros, foi aprovada, contando com os votos a favor da maioria PSD/CDS-PP, abstenção do JPP, Chega e IL e contra do PS.

As duas propostas haviam sido aprovadas na generalidade, na passada segunda-feira, com os votos favoráveis da maioria PSD/CDS-PP e abstenção de toda a oposição, tendo decorrido depois o debate na especialidade.

A oposição apresentou cerca de 70 propostas de alteração, tendo sido aceites sete (seis da IL e uma do Chega).

Polémica sobre uso de calão no parlamento marca votação do Orçamento da Madeira

Entretanto, a polémica sobre a utilização de expressões em calão pelo secretário regional do Turismo no parlamento da Madeira marcou esta sexta-feira as intervenções do JPP, PS e PSD no debate do Orçamento e Plano para 2025.

O líder do grupo parlamentar do JPP, o maior partido da oposição, com 11 deputados, considerou que “os níveis de grosseria foram elevados”, classificando como “episódios lamentáveis” os protagonizados por Eduardo Jesus, secretário de Turismo, Ambiente e Cultura, na terça-feira, ao utilizar expressões em calão dirigidas a duas deputadas do PS e um deputado do JPP.

Élvio Sousa, também secretário-geral do partido, lamentou não ter havido um “reparo atempado” e acusou o presidente do executivo, Miguel Albuquerque, de ter optado pelo “silêncio cúmplice” durante alguns dias.

“Um governo assim é igualmente um governo mal-educado”, declarou, alertando que “o povo está atento, o povo está a ver e ouvir”.

O líder parlamentar do JPP justificou depois o voto contra o Orçamento, salientando que nenhuma das 34 propostas de alteração apresentadas pelo partido mereceu aceitação da maioria PSD/CDS-PP, o que classificou como “sinal de arrogância e soberba”.

O líder parlamentar socialista, Paulo Cafôfo, colocou, também, o foco da intervenção final na polémica envolvendo o secretário de Turismo e exigiu a sua demissão na sequência dos “insultos, ofensas pessoais, sexistas e grosseiras dirigidas a duas deputadas e a um deputado democraticamente eleitos”.

No debate na especialidade do Orçamento Regional para 2025, o secretário Eduardo Jesus referiu-se às deputadas utilizando as palavras “gaja” e “burra”, acabando por apresentar um pedido de desculpas à presidente da Assembleia Legislativa da Madeira.

“Quem age assim, quem fala assim, quem pensa assim, não pode estar no Governo de uma Região que se quer justa, igual e respeitadora da dignidade de todos”, disse.

Sobre a proposta de Orçamento, salientou que a maioria PSD/CDS-PP rejeitou as 14 propostas de alteração apresentadas pelo PS, pelo que ao partido “não resta outra alternativa senão votar contra”.

“Não seremos cúmplices de um Orçamento que falha, que exclui, que repete os erros do passado e que ignora quem pensa diferente”, sustentou.

O deputado único da IL, Gonçalo Maia Camelo, também abordou a situação envolvendo o secretário de Turismo, vincando que “o respeito deve sempre prevalecer” nas instituições.

“Espero que o que aqui se passou não volte a repetir-se”, disse.

Em relação ao Orçamento, Gonçalo Maia Camelo considerou que, no essencial, é igual ao apresentado pelo executivo em dezembro de 2024 e que foi chumbado, argumentando, no entanto, que a realidade agora é “substancialmente diferente”, na medida em que a legitimidade do governo PSD/CDS-PP “está reforçada”.

O PSD também abordou a questão do uso de calão durante o debate do Orçamento, com o deputado Brício Araújo a defender que todos têm “excessos em vários momentos”, salientando, por outro lado, que se deve “dar às coisas a importância que elas têm, nem mais nem menos”.

Em relação ao Orçamento, Brício Araújo acusou o PS e o JPP de terem atrasado a aprovação em seis meses, ao chumbarem a proposta apresentada em dezembro de 2024, vincando que, hoje, pelo contrário, o parlamento normalizou a vida política na região.

Já Miguel Castro, do Chega, considerou que o Orçamento não reflete as necessidades reais dos madeirenses, tem uma visão assistencialista e perpetua dependências, vincando ser “mais do mesmo”, mas, por outro lado, argumentou que surge num momento “sensível” da região autónoma, razão pela qual o partido, com três deputados, se absteve.

Pelo CDS-PP, a deputada única Sara Madalena reconheceu que o Orçamento da Madeira para 2025 “não é perfeito”, mas é “ponderado e responsável” e “vai de A a Z”, pois abrange todos os setores da região, além de promover o desagravamento fiscal.

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Jorge Pavão de Sousa, diretor-geral da Dazn, deixa empresa

  • + M
  • 20 Junho 2025

O até agora diretor-geral assumiu funções em 2018, no lançamento da marca Eleven Sports no país, liderando desde então a operação local.

Jorge Pavão de Sousa, que liderou o lançamento da Eleven Sports em Portugal, a atual Dazn, vai deixar a empresa. Durante período de transição, a operação local passará a reportar diretamente a Oscar Vilda, CEO da Dazn Iberia, com o apoio da atual equipa de gestão em Portugal.

O até agora diretor-geral assumiu funções em 2018, no lançamento da marca Eleven Sports no país, liderando desde então a operação local. Em 2022, conduziu o processo de transição para Dazn, assegurando uma integração bem-sucedida e mantendo a ambição e consistência da operação, descreve a plataforma.

Em comunicado, a Dazn “agradece sinceramente o contributo de Jorge Pavão de Sousa e deseja-lhe os maiores sucessos pessoais e profissionais.

Em janeiro, a Dazn escolheu Óscar Vilda para liderar as operações da plataforma de streaming em Portugal e Espanha. Substitui Bosco Aranguren, até então CEO da Dazn Espanha.

Embora Óscar Vilda acumule nas suas funções de CEO o mercado português, além do de Espanha, isso não trará nenhuma implicação ao nível da estrutura da Dazn em Portugal, cuja operação é liderada por Jorge Pavão de Sousa, managing director, garantia na altura a empresa ao +M. A única diferença é que, em vez de reportar à Alemanha, como acontecia até agora, a Dazn Portugal passará a reportar a Espanha, foi dito.

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Venda da TAP? “Não será uma privatização da maioria do capital”, garante ministro das Finanças

  • ECO
  • 20 Junho 2025

Ministro das Finanças assegura que os termos da venda da TAP serão decididos nas "próximas semanas" e que o Governo está a "analisar a melhor forma de maximizar o interesse do país".

O Governo deverá decidir “nas próximas semanas” os termos de privatização da TAP. No entanto, segundo o ministro da Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, o Executivo afasta, para já, a venda de 100% do capital, em linha com o inscrito programa de Governo, que prevê o lançamento e conclusão da primeira fase do processo de reprivatização.

“Ainda estamos a analisar. Não será uma privatização da maioria do capital”, admitiu o ministro em entrevista à SIC/Expresso. “Vamos analisar a melhor forma de maximizar o interesse do país, que é manter o hub, a empresa continuar a expandir — porque ela é crítica ao turismo em Portugal — e, adicionalmente, procurar o maior encaixe financeiro possível”, adiantou o ministro.

Miranda Sarmento escusou-se a dar mais detalhes sobre a percentagem que será vendida, adiantando que há potenciais compradores não só para uma venda minoritária, mas também da maioria do capital. “Posso-lhe dizer que há muitos interessados na TAP para qualquer figurino de venda”, referiu. “Tudo o que se possa dizer publicamente sobre a venda da TAP, antes de as condições de venda serem oficiais, só prejudica o negócio e os interesses dos contribuintes”, acrescentou.

 

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Empresas no centro da Transição Digital: A Relevância do Congresso da Segurança & Integridade Digital em Abrantes

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  • 20 Junho 2025

Jorge Batista, Empresário e Dirigente Associativo, realça a importância de se trazer um evento como o Congresso Segurança & Integridade Digital até Abrantes.

No dia 26 de junho, Abrantes será palco de um evento de importância estratégica para o setor empresarial da nossa região: o Congresso da Segurança & Integridade Digital. Esta iniciativa, que já percorreu outros territórios do país, ganha um significado especial ao acontecer num território do interior, mostrando que a transição digital é — e deve ser — uma prioridade nacional, com impacto direto e imediato na competitividade das nossas empresas, independentemente da sua localização geográfica.

Vivemos uma era em que o sucesso empresarial depende cada vez mais da capacidade de adaptação à transformação digital. Desde a presença online até à cibersegurança, desde a gestão de dados até à adoção de soluções baseadas em inteligência artificial, os desafios são muitos e crescentes. Por isso, é essencial que o setor empresarial esteja informado, preparado e envolvido neste processo. O Congresso da Segurança & Integridade Digital em Abrantes surge como uma oportunidade ímpar para as empresas da região — e não só — se atualizarem, estabelecerem parcerias e conhecerem soluções concretas para as suas necessidades.

A cibersegurança, por exemplo, deixou de ser uma preocupação apenas das grandes empresas tecnológicas. Hoje, qualquer PME está sujeita a ataques informáticos, muitas vezes com consequências devastadoras. A exposição a ameaças digitais aumenta à medida que as empresas adotam plataformas online, armazenam dados dos clientes, digitalizam processos ou operam em mercados internacionais. Este congresso abordará precisamente estas vulnerabilidades e apresentará boas práticas que permitem proteger os negócios sem comprometer a inovação.

Outro tema de grande relevância é o cumprimento do Regulamento Geral de Proteção de Dados (RGPD) e do Regulamento Geral de Prevenção da Corrupção (RGPC). Muitos empresários veem estas obrigações legais como complexas e distantes, quando na verdade estão no centro da sustentabilidade e da credibilidade das organizações. O Congresso será um espaço privilegiado para esclarecer dúvidas, promover o cumprimento responsável da legislação e dar a conhecer ferramentas acessíveis para garantir a conformidade.

A digitalização não é apenas uma questão de sobrevivência; é uma alavanca de crescimento. Os temas em debate em Abrantes — como os bairros comerciais digitais, as aceleradoras digitais ou a aplicação da inteligência artificial — mostram claramente que o futuro passa pela modernização do tecido económico. A adoção de tecnologia permite reduzir custos, melhorar a experiência do cliente, otimizar processos e abrir portas a novos mercados. Mas essa adoção tem de ser feita com segurança, com integridade e com conhecimento.

Enquanto dirigente associativo e empresário, vejo diariamente o esforço que as empresas fazem para acompanhar estas mudanças. Mas também vejo a falta de recursos e de informação especializada como um obstáculo. É por isso que eventos como este congresso são fundamentais: criam pontes entre o conhecimento técnico e a realidade empresarial. Aproximam as empresas das soluções. E, acima de tudo, mostram que a transformação digital não é um luxo das grandes corporações, mas uma necessidade real para todos os que querem competir num mercado cada vez mais exigente e globalizado.

A realização do Congresso da Segurança & Integridade Digital em Abrantes deve ser, por isso, aproveitada ao máximo pelo setor empresarial da região e por todos aqueles que acreditam que o futuro se constrói com inovação, responsabilidade e visão estratégica. É uma oportunidade para ouvir especialistas, contactar com entidades públicas e privadas, conhecer casos de sucesso e, acima de tudo, preparar as empresas para os desafios que já estão a bater à porta.

Este Congresso não é apenas um evento — é um investimento no futuro das empresas, das pessoas e dos territórios. Que o dia 26 de junho em Abrantes marque mais do que um encontro: que seja um ponto de viragem rumo a um tecido empresarial mais digital, mais seguro e mais competitivo.

Jorge Batista, Empresário e Dirigente Associativo

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BPF entrega proposta com privados para instalar Gigafábrica de IA de quatro mil milhões em Sines

Num investimento que poderá rondar os quatro mil milhões de euros, o Banco Português de Fomento (BPF) entregou à Comissão Europeia uma proposta de candidatura com um consórcio privado.

Portugal vai mesmo a jogo nas Gigafábricas de inteligência artificial (IA). O Banco Português de Fomento (BPF) entregou à Comissão Europeia uma proposta de candidatura para tentar atrair para Sines uma destas infraestruturas de supercomputação, num investimento que poderá rondar os quatro mil milhões de euros, envolvendo um “consórcio alargado” de investidores privados, apurou o ECO junto de fonte governamental.

Esta sexta-feira terminou o prazo para eventuais consórcios manifestarem o seu interesse em participar neste projeto de coinvestimento, com o qual Bruxelas espera dotar a União Europeia da capacidade de computação necessária para se tornar mais competitiva na IA, ao abrigo de Parcerias Público-Privadas (PPP). Mas Portugal não terá uma tarefa fácil. O ECO apurou também que até meio da tarde tinham sido entregues ao EuroHPC, o organismo que está a coordenar este processo, um total de 22 propostas de candidaturas, número que no final poderá até ser superior.

O plano português assenta em alguns setores verticais: telecomunicações, saúde e biotecnologia, oceanos e defesa. Inclui ainda dois sub-verticais, energia e aeroespacial. Entre as empresas que estarão envolvidas, a título meramente preliminar, estarão nomes como a Altice e a Nos, mas também empresas de outros setores e entidades ligadas à academia. O projeto contempla a aquisição de 100 mil processadores NVidia H100, um dos modelos mais avançados da marca, e o início da construção do data center para abril de 2026, numa área de 28 mil metros quadrados e com uma capacidade de cerca de 90 MW — caso a proposta seja selecionada por Bruxelas.

O ECO já tinha noticiado que no país se estava a preparar uma eventual candidatura, o que agora se confirma. Aliás, Portugal ficou com via verde para participar depois de os EUA terem recuado nas restrições à compra de chips que iriam entrar em vigor em meados de maio. Passada esta fase, é esperado que a Comissão inicie conversações com os vários interessados para preparar o concurso formal que pretende lançar no quarto trimestre de 2025.

Na corrida está também um consórcio privado espanhol para criar uma Gigafábrica de IA de cinco mil milhões de euros em Tarragona, soube-se esta sexta-feira. A candidatura espanhola envolve empresas como a Telefónica e a Nvidia, segundo o jornal Expansión.

Este nível de interesse, numa fase que ainda não é vinculativa, permite, assim, adivinhar um concurso competitivo no final deste ano. E era precisamente essa a intenção da equipa de Ursula von der Leyen, que, no Plano de Ação Continente IA, apresentado em abril, afirmou esperar que cada uma das Gigafábricas de IA tenha “uma capacidade computacional massiva, superior a 100.000 processadores avançados”.

Segundo a documentação do EuroHPC acerca deste processo, a entrega de uma manifestação de interesse pressupõe que o Banco de Fomento elaborou um autêntico plano de negócios em conjunto com os membros do consórcio, incluindo a definição do mercado-alvo, governação do empreendimento e as principais necessidades, quer ao nível de pessoal, quer técnicas, incluindo energéticas e de arrefecimento.

A Comissão Europeia avançou que pretende cofinanciar cinco Gigafábricas de IA na União Europeia, mas o número final poderá ser superior. Em resposta ao ECO, em abril, fonte oficial disse que “o número final de Gigafábricas de IA a apoiar irá depender no final da qualidade, maturidade e viabilidade financeira das propostas recebidas”.

(Notícia atualizada pela última vez às 17h34)

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Vila Nova de Cerveira ganha hub de inovação em Engenharia de Polímeros

O novo centro do PIEP, em Vila Nova de Cerveira, será um motor de desenvolvimento tecnológico nos setores dos materiais avançados, ecodesign, automação e economia circular.

O concelho de Vila Nova de Cerveira vai ganhar um Polo de Inovação em Engenharia de Polímeros (PIEP) que vai atuar como motor de desenvolvimento tecnológico nos setores dos materiais avançados, ecodesign, automação e economia circular. Este novo centro vai permitir atrair investimento e criar mais emprego qualificado nesta região do Alto Minho.

Este novo espaço do PIEP — reconhecido como Centro de Tecnologia e Inovação –, ficará instalado no Centro de Inovação de Cerveira, estando a inauguração prevista para 27 de junho, no Palco das Artes.

“Esta inauguração marca uma nova etapa no reforço do ecossistema de inovação do Alto Minho e da eurorregião Galiza–Norte de Portugal“, avançam o PIEP e o município de Vila Nova Cerveira liderado por Rui Teixeira, numa nota conjunta. As duas entidades vão assinar um protocolo para potenciar a inovação nas empresas da região, onde se incluem indústria naval, automóvel e espacial.

Reforçar a competitividade industrial e a colaboração transfronteiriça com a Galiza é outro dos objetivos desta parceria, de acordo com as duas entidades.

Centro de Inovação de Cerveira20 junho, 2025

O PIEP surgiu em 2000 por iniciativa da indústria e em colaboração com o departamento de Engenharia de Polímeros da Universidade do Minho (DEP-UM) e com o Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (IAPMEI).

Este centro visa “dar uma resposta de excelência na entrega de produtos e serviços em tempo oportuno, orientada às necessidades de I&D das empresas do setor dos plásticos e afins, através de atividades de inovação, transferência de tecnologia, consultoria técnico-científica e prestação de serviços”, lê-se na página de internet do PIEP.

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Agência Lusa lança Lusa Verifica, serviço de verificação de factos

  • Lusa
  • 20 Junho 2025

O serviço vai chamar-se Lusa Verifica e a classificação adotada pela agência será "Verdadeiro", "Falso" ou "Verdadeiro, mas...", para os casos de descontextualização.

A agência Lusa vai lançar no domingo um novo serviço de ‘fact-checking’, Lusa Verifica, que a diretora de informação, Luísa Meireles, justifica como “um dever de serviço público” e um contributo para o esclarecimento da opinião pública.

A desinformação vai, neste momento, muito além do jornalismo e exige mais do que o princípio do contraditório, princípio que a Lusa segue“, justificou Luísa Meireles, em declarações à Lusa.

O novo serviço resulta de um trabalho jornalístico, com recurso a técnicas e ferramentas que “permitem detetar informações e imagens falsas e descontextualizadas, disseminadas por tecnologias cada vez mais sofisticadas que chegam a qualquer pessoa”, acrescentou.

“Nesta altura é um dever de serviço público contribuir para esse esclarecimento que a direção de informação assume por inteiro“, explicou Luísa Meireles.

O presidente do conselho de administração da agência, Joaquim Carreira, afirmou que a desinformação “é uma ameaça à estabilidade social e à saúde das instituições democráticas“. Por isso, “mais do que nunca, torna-se essencial o papel da Lusa, cujas raízes baseiam-se em valores de confiança e credibilidade para combater a propagação de desinformação”, defendeu.

Ao garantir e melhorar o rigor e a transparência na informação”, a agência “reforça a confiança pública e contribui para que o debate democrático seja baseado em factos, beneficiando diretamente as instituições democráticas e a qualidade da participação cívica e contribuindo para uma maior inclusão na sociedade“, conclui Joaquim Carreira.

O serviço vai chamar-se Lusa Verifica e a classificação adotada pela agência será “Verdadeiro”, “Falso” ou “Verdadeiro, mas…”, para os casos de descontextualização, aplicando-se à verificação de factos para declarações ou alegações de responsáveis, tanto nacionais como internacionais.

A Lusa junta-se, assim, a outras agências noticiosas que têm este tipo de serviço e vai iniciar a sua certificação na plataforma europeia de ‘fact-checking’ (EFSCN, sigla em inglês de European Fact-Checking Standards Network) https://efcsn.com/ e plataforma internacional — IFCN- International Fact-Checking Network https://www.poynter.org/ifcn/.

A Lusa já tem uma página dedicada à atualidade sobre desinformação — https://combatefakenews.lusa.pt/ — e tem participado, desde 2024, num projeto do MediaLab do ISCTE na monitorização da desinformação durante a campanha eleitoral.

A agência pertence, igualmente, ao Iberifier, um projeto ibérico que visa combater a desinformação e integra mais de vinte centros de investigações e universidades, as duas agências de notícias de Portugal e Espanha (Lusa e EFE) e ‘fact-checkers’.

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Futuros engenheiros aeroespaciais da Universidade do Minho realizam batismo de voo

Futuros engenheiros aeroespaciais da Universidade do Minho vão sobrevoar em ultraleves as margens do rio Minho.

Noventa alunos da licenciatura e do mestrado em Engenharia Aeroespacial da Universidade do Minho (UMinho) realizam este sábado o batismo de voo no aeródromo do Alto Minho (Cerval), em Vila Nova de Cerveira.

Com o apoio de pilotos e engenheiros, os estudantes vão sobrevoar em ultraleves as margens do rio Minho. Está ainda previsto o lançamento de um minifoguete de 1,5 metros, com tempo de voo até cinco minutos e aterragem por paraquedas.

Esta iniciativa insere-se no âmbito do programa de adaptação ao meio aéreo que permite aos alunos testarem, a nível prático, o que aprenderam na teoria durante as aulas ao longo do ano letivo. Estes estudantes vão ainda interagir com os profissionais do aeródromo para projetos em curso nas aulas.

O evento conta com o apoio do Núcleo de Estudantes de Engenharia Aeroespacial da UMinho e do Aeroclube do Alto Minho, que assinou em 2023 um protocolo para projetos conjuntos com a instituição de ensino minhota.

O aeródromo de Cerval é considerado um dos mais importantes da Península Ibérica, com cerca de 60 aeronaves inscritas.

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Trabalhadores em lay-off recuam 38% em maio pelo quarto mês consecutivo

  • Lusa
  • 20 Junho 2025

Ainda segundo a síntese estatística da Segurança Social, o número de beneficiários de prestações de desemprego subiu 2% em maio face ao período homólogo, mas caiu 4,3%, face a abril, para 187.654.

O número de trabalhadores em lay-off caiu 38,4% em maio, face ao período homólogo, e baixou 5,1% face a abril, para 4.731, recuando há quatro meses consecutivos, segundo dados da Segurança Social.

Em maio, “o número total de situações de lay-off com compensação retributiva (concessão normal, de acordo com o previsto no Código do Trabalho), foi de 4.731”, avança a síntese elaborada pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social hoje divulgada.

Face ao período homólogo regista-se um decréscimo de 2.946 prestações processadas, o equivalente a uma queda de 38,4%.

Já na comparação em cadeia, observou-se uma queda de 254 prestações processadas, o que se traduz numa descida de 5,1% face a abril.

O número de trabalhadores em lay-off está a recuar há quatro meses consecutivos, isto é, desde fevereiro, depois de em janeiro ter subido 77,5% face a dezembro de 2024.

Segundo o GEP, o regime de redução de horário de trabalho abrangeu 3.021 pessoas, menos 35,8% face a maio de 2024 (menos 1.681 prestações), mas um aumento de 0,7% (22 prestações) face a abril.

Já o regime de suspensão temporária registou uma redução homóloga 42,5% (menos 1.265 processamentos) e recuou 13,9% face a abril (menos 276 processamentos).

Em maio, as prestações de lay-off foram processadas a 282 entidades empregadoras, o que representa uma diminuição de 195 face ao período homólogo e um decréscimo de 40 face ao mês anterior.

O lay-off consiste na redução temporária dos períodos normais de trabalho ou suspensão dos contratos de trabalho efetuada por iniciativa das empresas, durante um determinado tempo, devido a motivos de mercado, motivos estruturais ou tecnológicos ou catástrofes ou outras ocorrências que tenham afetado gravemente a atividade normal da empresa.

Beneficiários de prestações de desemprego recuam face a abril

O número de beneficiários de prestações de desemprego subiu 2% em maio, face ao período homólogo, mas caiu 4,3%, face a abril, para 187.654, segundo a síntese estatística da Segurança Social.

Face ao período homólogo, registou-se um acréscimo de 3.717 beneficiários, o que representa uma subida de 2%.

Já em relação ao mês anterior, houve uma diminuição de 8.410 beneficiários em maio, o equivalente a 4,3%, de acordo com a síntese do Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

O número de beneficiários de prestações de desemprego está a recuar há três meses consecutivos, depois de em fevereiro ter alcançado um máximo desde janeiro de 2022.

No que toca ao subsídio de desemprego, observou-se em maio uma subida homóloga de 3,7% do número de beneficiários (mais 5.345), totalizando os 150.995. Já na comparação em cadeia, houve uma descida de 3,3% (menos 5.088 beneficiários).

“O valor médio mensal do subsídio de desemprego em maio foi de 699,99 euros, representando uma variação anual positiva de 7,8%”, nota ainda o GEP.

Por sua vez, o número de beneficiários do subsídio social de desemprego inicial diminuiu 10,9% comparativamente com o mesmo mês do ano anterior (menos 861 subsídios processados) e recuou 21,6% face a abril (um decréscimo de 1.940 beneficiários), totalizando 7.038.

Quanto ao subsídio social de desemprego subsequente, este abrangeu 21.190 beneficiários em maio, o que corresponde a uma redução homóloga de 1,3% (menos 274 beneficiários) e uma queda de 1,1% em termos mensais (menos 241 beneficiários).

À semelhança do que tem sucedido, as prestações de desemprego foram maioritariamente pedidas por mulheres, correspondendo a 107.442 beneficiárias e a beneficiários (42,7%).

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16 mil milhões de passwords roubadas expostas na internet. Pode haver portugueses entre as vítimas

Site alega ter descoberto 30 bases de dados expostas na internet com credenciais de acesso a inúmeros serviços. A maior de todas pode dizer respeito a Portugal ou a utilizadores de língua portuguesa.

Milhares de milhões de credenciais de acesso a serviços digitais como Facebook, Google, Netflix e muitos outros poderão ter sido comprometidas. Um portal de informação sobre cibersegurança diz ter encontrado mais de 30 bases de dados expostas na internet com 16 mil milhões de passwords no total, de “qualquer serviço que se possa imaginar” — a maior de todas, com 3,5 mil milhões de registos, “provavelmente” referente a utilizadores de língua portuguesa.

Segundo a plataforma Cybernews, que diz investigar e noticiar informação relacionada com cibersegurança, alguns dos registos poderão estar repetidos, mas só uma das bases de dados, com 184 milhões de credenciais, teria sido revelada anteriormente numa notícia da revista Wired. O site, que segundo a Cloudflare tem sede na Lituânia, declara mesmo tratar-se da “maior fuga de informação da história”, ainda que estejam em causa várias fugas de informação detetadas ao longo do ano, e agora noticiadas em conjunto.

Grande parte destes dados não terá origem em intrusões nos sistemas dos próprios serviços, mas sim no roubo das credenciais de acesso aos próprios utilizadores, através de programas maliciosos conhecidos por infostealers, e compilados posteriormente.

É impossível calcular ao certo o número de vítimas, mas os potenciais danos poderão ir do simples envio de spam (publicidade não solicitada) a burlas mais avançadas, inclusivamente phishing (um tipo de ataque em que os burlões se fazem passar por serviços legítimos). Nestas situações, é também possível que muitos dos utilizadores, ou mesmo a maioria, não saibam que os seus dados foram expostos, podendo ainda dar-se o caso de muitas das credenciais já estarem desatualizadas, apesar de o site afirmar que “os dados são recentes”.

Quanto ao impacto em Portugal, o Cybernews escreve apenas que a maior base de dados das 30 encontradas pelos investigadores do portal diz respeito “muito provavelmente a população de língua portuguesa”. Só esse conjunto de dados roubados conterá mais de 3,5 mil milhões de registos, refere a publicação, mas não são indicados os serviços específicos.

Num comunicado enviado ao ECO, a Sophos, que fornece soluções de segurança contra ciberataques, recomenda a utilização de autenticação com duplo fator — em que, normalmente, é necessário algo mais do que uma password para fazer login, como é o caso das senhas temporárias de quatro ou seis algarismos enviadas para o telemóvel durante a autenticação.

“Embora seja natural ficar-se assustado com o enorme volume de dados expostos nesta fuga de informação, é importante notar que esta não se trata de uma nova ameaça – estes dados já estavam, provavelmente, em circulação. De facto, estes conjuntos de dados são uma amálgama de informações. O que estamos a entender agora é a profundidade das informações que ficaram disponíveis para os cibercriminosos”, diz Peter Mackenzie, director of Incident Response and Readiness da Sophos.

“Este acontecimento representa também um momento importante para todos nos recordamos que devemos tomar medidas proativas para atualizar as palavras-passe, utilizar um serviço de gestão de passwords e ativar a autenticação multifator sempre que possível, para evitar problemas com credenciais de acesso no futuro”, aconselha também o responsável.

Embora tenha sido observado que [quase] nenhuma das bases de dados encontradas havia sido reportada anteriormente, isso não significa que essas credenciais não tenham sido violadas anteriormente.

Alexandra Fedosimova

Analista de pegadas digitais da Kaspersky

Já Alexandra Fedosimova, analista de pegadas digitais da Kaspersky, empresa de cibersegurança de origem russa, salienta que “16 mil milhões de registos é um número quase o dobro da população da Terra, e é difícil acreditar que uma quantidade tão grande de informações possa ser exposta”. “Esta ‘violação’ refere-se a uma compilação de 30 violações de dados de utilizadores de várias fontes. Esses conjuntos de dados (logs) são obtidos principalmente por cibercriminosos através de infostealers — aplicações maliciosas que roubam informações — e tais incidentes ocorrem diariamente”, aponta.

“Os investigadores da Cybernews recolheram esses dados ao longo de seis meses, desde o início do ano. O conjunto de dados provavelmente contém duplicados devido ao problema persistente da reutilização de senhas entre os utilizadores. Portanto, embora tenha sido observado que [quase] nenhuma das bases de dados encontradas havia sido reportada anteriormente, isso não significa que essas credenciais não tenham sido violadas anteriormente a partir de outros serviços ou sido recolhidas por outros infostealers. Isso reduz significativamente o número potencial de dados únicos e novos de utilizadores neste conjunto de logs, embora seja difícil determinar um número exato ou mesmo aproximado sem uma análise detalhada”, acrescenta a especialista.

“Esta notícia é um bom lembrete para cada um de nós apostar na higiene digital e fazer uma auditoria em todas as nossas contas digitais”, comenta, por seu turno, Anna Larkina, especialista em análise de conteúdo web da mesma empresa, num comentário enviado ao ECO.

Contactado pelo ECO, o Centro Nacional de Cibersegurança (CNCS) diz ter “conhecimento do alegado leak de 16 mil milhões de credenciais de contas”, sustentando que se trata de uma “compilação de múltiplos leaks, publicados ao longo dos últimos anos, incluindo alguns leaks históricos”.

“Isto pode significar que poucas destas credenciais possam ser consideradas recentes, resultando de atividade de infostealers e/ou de phishing“, acrescenta a mesma fonte. Ainda assim, reconhece que “a dimensão do leak e o número elevado de credenciais concentradas num único pacote são uma oportunidade para atividades de cibercriminalidade”.

O CNCS aproveita para aconselhar algumas boas práticas para evitar o comprometimento de contas:

  • Desconfie de mensagens suspeitas – phishing, smishing e vishing, que são formas comuns de infetar dispositivos e recolher dados sensíveis
  • Evite descarregar ficheiros de fontes desconhecidas e desative a execução automática de macros
  • Ative a autenticação multifator (MFA) nas suas contas online para proteger acessos importantes

(Notícia atualizada às 18h45 com comentários do Centro Nacional de Cibersegurança)

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