Serviços Mínimos Bancários? Saiba o que são, quanto custam e se são para si
- Catarina Melo
- 15 Outubro 2019
Popularmente conhecidas como contas "low cost", surgiram para "democratizar" o acesso dos portugueses a uma conta bancária. Saiba o que abrangem, quem pode aceder e quanto custam os SMB.
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- Catarina Melo
- 15 Outubro 2019
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O que são os SMB?
Por Serviços Mínimos Bancários (SMB) entende-se uma conta que apresenta um conjunto de serviços bancários considerados essenciais, aos quais é possível aceder a partir de um custo reduzido.
Estas contas são de disponibilização obrigatória por todos os bancos a operar no mercado nacional.
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Para que foram criados?
Os SMB foram criados com o objetivo de promover a inclusão financeira dos portugueses, dando-lhes acesso a partir de um custo reduzido o acesso a uma conta bancária e aos principais instrumentos para a respetiva movimentação.
Este modelo de contas está disponível desde 2000, mas só nos últimos anos os portugueses começaram a aderir mais a essas contas, que também beneficiaram, entretanto, de uma flexibilização nas condições de acesso.
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Quantas contas de SMB existem?
No final de junho de 2019 existiam 78.733 contas “low cost”, um número que resulta da recente aceleração das adesões, tendo-se observado um aumento de mais de 33% face ao final do ano passado.
O grosso das novas contas resulta de conversões de contas tradicionais. Do total de 20.922 contas de SMB abertas na primeira metade do ano, mais de 80% resultaram precisamente de conversões.
O número de contas “low cost” poderia, contudo, ser maior não fossem os entraves que lhes têm sido colocados, nomeadamente pelos bancos. Na primeira metade do ano, o Banco de Portugal emitiu mais de meia centena de determinações e recomendações aos bancos relacionadas com essas contas. Identificou falhas na prestação de informação sobre a conta, na disponibilização de informação pré-contratual e a restrições do acesso a esses serviços.
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Quem pode aderir?
A ideia é que as contas de SMB estejam disponíveis para o maior número de clientes bancários possíveis, mas os critérios de acesso, apesar de revistos recentemente, continuam a impedir que todos possam contratar uma destas contas “low cost”.
Qualquer pessoa singular pode aceder aos serviços mínimos bancários se não for titular de uma conta de depósito à ordem. Se detiver uma única conta de depósito à ordem, também pode convertê-la numa conta de serviços mínimos bancários.
Contudo, existem algumas exceções:
- Uma pessoa singular que detenha outras contas de depósito à ordem pode ser contitular de uma conta de serviços mínimos bancários com uma pessoa com mais de 65 anos ou com um grau de invalidez permanente igual ou superior a 60% que não tenha outras contas;
- A pessoa que já seja contitular de uma conta de serviços mínimos bancários com uma pessoa com mais de 65 anos ou com um grau de invalidez permanente igual ou superior a 60% pode aceder individualmente a uma conta de serviços mínimos bancários, se não tiver outras contas de depósito à ordem.
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O que disponibilizam?
Além da abertura e manutenção da conta de SMB, o titular pode, sem custos adicionais, dispor de:
- Um cartão de débito para realizar as habituais operações que lhe estão associadas, em Portugal e no resto da União Europeia;
- Realizar transferências intrabancárias (isto é, para contas do mesmo banco);
- Realizar transferências interbancárias (isto é, para contas em outras instituições), através de caixas automáticos, sem restrição quanto ao número;
- Através do homebanking, são permitidas no limite 24 transferências interbancárias por ano.
Proxima Pergunta: SMB impedem acesso a outros serviços?
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SMB impedem acesso a outros serviços?
Os clientes que adiram às contas de SMB podem contratar outros produtos ou serviços bancários que não estejam incluídos no conjunto de serviços mínimos. Nomeadamente, depósitos a prazo, contas-poupança, ou contratar crédito à habitação. Esses produtos ou serviços estão, contudo, sujeitos às comissões e despesas previstas no preçário da instituição financeira.
As contas “low cost” não podem ter saldo negativo, facilidades de descoberto, nem permitem a movimentação da conta para além do seu saldo (ultrapassagem de crédito).
A proibição de ultrapassagens de crédito não é, contudo, aplicável às operações realizadas com cartão de débito, caso em que os bancos podem permitir a movimentação da conta para além do seu saldo para a realização de determinados pagamentos, como é o caso das portagens.
Proxima Pergunta: Quanto custam os SMB?
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Quanto custam os SMB?
Os SMB foram desenhados de modo a serem disponibilizados a um custo reduzido. Os bancos só podem cobrar, no limite, o equivalente a 1% do valor do indexante dos apoios sociais (IAS) por ano.
O valor cobrado varia consoante os bancos, havendo alguns que optam por não aplicar qualquer comissão aos seus clientes.
A maioria das instituições exige o pagamento de uma comissão, sendo que praticamente todos os bancos acabam por nivelar o custo pelo teto máximo. Ou seja, cobram 4,35 euros (já com Imposto do Selo de 4%), tendo em conta o valor do IAS em 2019.
Os custos atualizados destas contas podem ser consultados nos preçários de cada instituição ou no comparador de comissões disponibilizado no Portal do Cliente Bancário do Banco de Portugal.