Distinguidos pelo Banco de Portugal como os melhores alunos da licenciatura em Economia, os recém-licenciados já estão a preparar o próximo passo: a entrada no mercado de trabalho.
“Não se deixem adormecer“. O desafio é de Carlos Costa, governador do Banco de Portugal. Os alvos? Os melhores alunos de Economia das universidades portuguesas. Desempenhos de exceção que foram homenageados com a atribuição do Prémio Jacinto Nunes do Banco de Portugal. Perante o repto, os alunos não demonstram ter vontade de adormecer. Com mais ou menos certezas, têm já traçadas em mente as linhas gerais do caminho a percorrer. A vontade de enveredar pela investigação é um dos mais referenciados, mas trabalhar no Banco de Portugal ou chegar ao Banco Central Europeu (BCE), também está nas suas mentes. Há ainda quem não descarte a ambição de ocupar a cadeira de governador do banco central português.
No total, foram 13 os alunos que viram o seu desempenho académico de exceção nos últimos três anos ser premiado pelo Banco de Portugal. Nas palavras de Carlos Costa, um prémio que “vem certificar a qualidade da formação que têm nas escolas”, com este a apelar para que os jovens galardoados “percebam que receberam uma chave-inglesa que dá para trabalhar em várias funções“.
A oportunidade de receber este prémio não é desvalorizada pelos recém-licenciados, que assumem que, não sendo uma garantia, este pode ajudar a abrir portas no seu futuro profissional.
“Acredito que este prémio nos dá uma exposição diferente na área económica, acredito que seremos visto de uma forma diferente — com maior distinção — e que nos poderá abrir várias portas principalmente no que toca ao Banco de Portugal e ao Banco Central Europeu”, diz Catarina Albuquerque, a melhor aluna de Economia da Católica Porto Business School no último ano. O sonho? “Seria atingir um cargo no Banco Central Europeu”, assume esta aluna, revelando a intenção ainda de dar continuidade aos estudos económicos e financeiros.
Prolongar os estudos é uma vontade partilhada por outros dos homenageados que gostariam de fazer investigação. João Reis, recém-licenciado pela faculdade de Economia da Universidade do Porto, não hesita. “Obviamente, não fecho portas a outro tipo de vida profissional, mas a que chama por mim, atualmente, é a área da investigação dentro da Economia“.
O mesmo interesse foi demonstrado por Daniel Loureiro, que tem em mente já uma área específica. “Gostava de exercer investigação nesta área e ao mesmo tempo poder contribuir para algumas políticas públicas em Portugal. Assim poderia usar o meu conhecimento para ajudar as pessoas”, explica o recém-formado pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto.
Já Ana Tostão, a melhor aluna de Economia do ISCTE no último ano letivo revela que o seu sonho seria algo “que permitisse a criação e a partilha de conhecimento”. “Aqui no Banco de Portugal, por exemplo”, assume numa espécie de “piscar de olho” ao banco central português.
Mas, e chegar à cadeira hoje ocupada pelo governador? Não é uma hipótese que descartem, mas os alunos dizem que é muito cedo para colocar em cima da mesa essa hipótese. Há quem ainda lembre o peso da responsabilidade do cargo. “Trabalhar no Banco de Portugal, penso que seria interessante, mas como governador, penso que seria demasiada responsabilidade, mediatismo e exposição mediática“, diz João Reis. Já Daniel Loureiro dá um passo mais em frente. “É um cargo de muita responsabilidade, mas porque não. O futuro nunca se sabe“.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Investigação, BCE ou Banco de Portugal são a ambições dos melhores alunos de Economia
{{ noCommentsLabel }}