A sinergia perfeita entre tecnologia, capital humano e sustentabilidade

A Indústria 5.0 representa uma evolução natural da Indústria 4.0, integrando ainda mais a tecnologia e a automação nos processos industriais. Enquanto o conceito anterior se concentrava na otimização da produção através da digitalização, a nova versão vai além, enfatizando a colaboração entre humanos e máquinas.

Este conceito, segundo a União Europeia, representa uma evolução da visão tradicional de eficiência e produtividade como objetivos únicos, aumentando a noção do contributo da indústria para a sociedade. Neste novo paradigma, a inteligência artificial e a robótica avançada trabalham em conjunto com os colaboradores, aproveitando as forças de cada um para criar um ambiente de trabalho mais eficiente e adaptável.

As oportunidades que surgem com a Indústria 5.0 são vastas, especialmente quando se considera a tecnologia como uma ferramenta que pode impulsionar o trabalho de formas sem precedentes. No caso da Sonae Arauco, a automação dos nossos processos permite já que algumas equipas ganhem entre uma hora a hora e meia diárias, através, por exemplo, da passagem da tarefa de recolha e análise de dados para uma ferramenta tecnológica. Estes processos inovadores são essenciais para transformar as fábricas em locais onde a criatividade e a inovação se unem à tecnologia, proporcionando respostas rápidas a problemas e otimizando processos.

É a primeira vez na História em que esta relação homem-máquina é percebida como uma parceria, e que as ferramentas como a Inteligência Artificial (IA) e a robótica não substituem os colaboradores, mas sim os apoiam em tarefas repetitivas, permitindo que se concentrem em atividades que exigem criatividade e pensamento crítico. Esta evolução tecnológica não é apenas uma questão de eficiência; é uma oportunidade real de crescimento profissional e de adaptação a novas áreas de trabalho.

Assim, vemos que os benefícios da Indústria 5.0 para os colaboradores são evidentes, destacando-se o ganho de tempo para se dedicarem a tarefas que exigem competências humanas. Às empresas, cabe a responsabilidade de apostar, mais do que nunca, no desenvolvimento contínuo de competências dos colaboradores, complementado por uma formação regular que facilita a adaptação às novas tecnologias e processos.

Contudo, a gestão de pessoas enfrenta desafios significativos à medida que a tecnologia avança. É essencial que as lideranças sejam habilitadas para lidar com equipas que apresentam diferentes níveis de conhecimento tecnológico e que saibam gerir a resistência à mudança.

Além disso, a requalificação e o desenvolvimento de competências tornam-se cada vez mais exigentes, abrangendo não só novas competências técnicas, mas também soft skills, como comunicação e colaboração, que são fundamentais em ambientes de trabalho mais tecnológicos. É crucial encontrar um equilíbrio entre automação e o trabalho humano, garantindo eficiência e qualidade, sem sacrificar a criatividade e a intervenção dos colaboradores.

Além do já enumerado, as novas tecnologias também oferecem oportunidades para atrair e reter talentos, o que, perante o mercado de trabalho dinâmico e complexo que experienciamos, representa uma vantagem competitiva no contexto industrial. Para os empregadores, facilitam processos de recrutamento e onboarding, além de disponibilizarem plataformas de e-learning e comunicação interna que aproximam as equipas. Para os colaboradores, proporcionam experiências de onboarding mais interativas e ferramentas de trabalho remoto, aumentando a eficácia na gestão do tempo e promovendo a colaboração e inovação.

Por fim, relembrar que apesar de o foco da Indústria 5.0 ser a centralização do ser humano, também a sustentabilidade se apresenta como um pilar fundamental. Na Indústria 5.0, o bem-estar das pessoas está no centro do processo de produção, e as tecnologias são vistas como ferramentas que proporcionam prosperidade além do emprego e do crescimento, tudo isto respeitando os limites de produção do planeta. Com a adoção da Indústria 5.0, as empresas podem tornar-se mais competitivas, inovadoras, socialmente responsáveis e mais bem preparadas para os desafios futuros da indústria.