Fronteiras e mais além
As empresas que adotam o modelo de trabalho híbrido conseguem aumentar a sua produtividade, mas também melhorar a satisfação e a retenção dos seus colaboradores.
O desenvolvimento da tecnologia tem modificado profundamente a maneira como as organizações interagem e colaboram à escala global e parece-me que, cada vez mais, se enraízam conceitos como multiculturalidade e sinergia. Mas o que quer isto dizer para as empresas, sobretudo as que já expandem as suas operações para lá do seu país de origem?
O termo globalização, fenómeno que envolve a interconexão e interdependência crescente entre países, economias e culturas, começou a ser utilizado no final dos anos 80 para transmitir a ideia de um mundo interligado. A sua evolução, impulsionada pelo avanço tecnológico, veio possibilitar a interação instantânea entre empresas localizadas em diferentes países, moldando a cultura, a inovação empresarial e a sua dinâmica.
O tema da tecnologia cross-border — nada mais que a produção de tecnologia com recursos a equipas espalhadas pelo mundo — torna-se assim especialmente relevante, ainda que pouco discutido a uma escala mais ampla. Ajuda a evolução e afirmação recente de novas conceções para o trabalho sendo que atualmente, no mundo empresarial, parece ser consensual que flexibilidade é agora a palavra de ordem.
De facto, e de acordo com os estudos do economista Nicholas Bloom da Universidade de Stanford e as evidências apresentadas num artigo recente da Nature, as empresas que adotam o modelo de trabalho híbrido conseguem aumentar a sua produtividade, mas também melhorar a satisfação e a retenção dos seus colaboradores, ao mesmo tempo que reduzem os custos operacionais. É essencial que os colaboradores conheçam os seus colegas e sejam expostos à cultura da empresa, mas também é igualmente importante ter uma abordagem aberta a ajustes, permitindo que dividam o seu tempo entre o trabalho remoto e o trabalho no escritório, promovendo assim o bem-estar e a eficiência.
O sucesso na implementação deste sistema, que abrange globalização, tecnologia transfronteiriça e um modelo de trabalho híbrido, exige um suporte adequado em termos de tecnologia e uma coordenação eficaz de equipas em vários fusos horários. Isto pode constituir inicialmente um desafio, mas, quando sincronizadas em modo otimizado, estas equipas podem alcançar uma produtividade que resulta num serviço diferenciado e constante, oferecendo soluções tecnológicas de elevado valor em tempo real para o projeto ou produto.
Tudo isto leva a que uma empresa, seja ela startup ou com múltiplas localizações globo fora, possa interiorizar que nestas diferenças, resultantes de modelos de contratação e trabalho necessariamente diversos pelo alcance para além do país de origem, está um benefício significativo para a sua geração de resultados. Esta abertura pode também levar à origem de parcerias estratégicas, compartilhando tecnologias e outros recursos, que permitam a expansão a novos mercados e públicos.
Antes, as fronteiras eram o obstáculo. Hoje, a sua erosão traz para a mesa possibilidades infinitas. No entanto, é crucial que as empresas tenham em mente a conceção de estruturas internas que se adequem à busca de inovação e serviço tecnológico ao mesmo tempo que promovem a cooperação interna com sinergias que sejam válidas e positivas, e não contraproducentes.
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