O novo paradigma da saúde emocional
Já não basta apenas ter um trabalho. Os jovens de hoje querem sentir-se bem naquilo que fazem e não têm qualquer receio em deixar um emprego se assim não for.
Falar sobre saúde mental já foi tabu, sendo o estigma que a rodeia o grande responsável. Mas a pandemia de COVID-19 deu ao tema a atenção há muito merecida e o deitar por terra mitos e estigmas associados à saúde emocional tornou-se uma exigência, sobretudo das gerações mais jovens, como a geração Z e os millennials, que representam a maior parte da força de trabalho mundial. O que significa que esta mudança de paradigma tem impacto a vários níveis, nomeadamente no que diz respeito ao mercado de trabalho e não só.
E é isso mesmo que mostra o inquérito feito pela Merck junto dos jovens millennials e da geração Z de 12 países europeus, um dos quais Portugal, no sentido de perceber o que os move em várias áreas: confirma, por um lado, o destaque dado à saúde emocional que, segundo os dados recolhidos, é vista como mais importante do que a saúde física (é assim para 94% dos inquiridos portugueses, um valor acima dos 88% de média europeia); mas mostra ainda a importância de um equilíbrio entre a vida profissional e pessoal que, para 93% dos que responderam, pode fazer a diferença entre ficar ou sair de uma empresa.
Já não basta apenas ter um trabalho. Os jovens de hoje querem sentir-se bem naquilo que fazem e não têm qualquer receio em deixar um emprego se assim não for. De facto, o mundo parece ter mudado e aquilo que antes eram os fatores mais valorizados pelos colaboradores das empresas dão hoje lugar a novas prioridades. É caso para dizer que valores mais altos se levantam, sendo as escolhas atuais feitas em função desses valores. O que significa que a ideia de um ‘emprego para a vida’, que prendia muitas pessoas ao seu posto de trabalho durante anos a fio em nome de uma muito desejada estabilidade, parece ter caído em desuso.
Os dados deste inquérito mostram isso mesmo, ao revelar que a existência de um bom ambiente de trabalho é destacada pela quase totalidade dos jovens portugueses (97%) quando inquiridos sobre os fatores que os levaria a permanecer numa empresa, seguida do que já foi referido antes: medidas que proporcionem um equilíbrio entre vida profissional e pessoal (94%). Já de entre os motivos para sair, além de uma melhor oferta, o destaque vai para um mau ambiente de trabalho, mas a falta de equidade, diversidade e inclusão tem também algum protagonismo (45%).
A questão da saúde emocional volta à baila quando se fala das redes sociais, que as gerações mais jovens tão bem conhecem, dominam e onde passam grande parte do seu tempo. E apesar de sete em cada dez defenderem que o seu uso os inspira a aprender novas competências/experimentar coisas novas, metade (54%) aponta o outro lado, aquele que agora se tem vindo a falar cada vez mais: o aumento da ansiedade/stress, assim como o risco de exposição a informações incorretas (57%) ou ainda o chamado FOMO (medo de ficar de fora).
Estes e vários outros dados configuram um corpo de conhecimento que importa cada vez mais reter. É importante saber o que pensam os jovens, o que os motiva, o que os leva a agir porque, como se costuma dizer, a única coisa certa é a mudança e essa será feita pelas novas gerações.
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