Contratar em frente ao espelho

  • Mariana de Araújo Barbosa
  • 14 Janeiro 2020

Uma bióloga a programar. Uma psicóloga que desenvolve modelos matemáticos. Uma gestora a dar consultas de homeopatia. Pensar diferente pode ser a melhor maneira de aumentar a competitividade?

História 1: Quando eu comuniquei em família que tinha decidido estudar ciências da comunicação porque queria ser jornalista, disseram-me que era má ideia. Claro que eu poderia ser jornalista mas, pelo caminho, algumas pessoas próximas consideravam que talvez fosse melhor ideia estudar numa área mais ampla como economia ou direito (e, quem sabe, mudar de ideias). Estudei o que queria e, até hoje, trabalho numa área que realmente me apaixona e para a qual tenho continuado a estudar, sempre.

História 2: Um dia no início da minha carreira como jornalista, um editor perguntou-me sobre que área eu gostaria de escrever dentro das grandes e previamente definidas “economia”, “política”, “sociedade”, “desporto” ou “cultura”. “Um jornalista deve ser especializado” para poder trabalhar fontes, diferenciar-se, sacar histórias.

Estudar determinada área esteve durante muito tempo associado a um caminho sem volta: se se estuda gestão é para ser gestor. Se estudares economia, serás economista. Um estudante de direito será sem dúvida um advogado. E assim sucessivamente. Só que as coisas mudaram: à velocidade a que as empresas têm de evoluir – o mercado assim pede – é necessário que as estruturas sejam cada vez mais flexíveis. Essa agilidade é conseguida através de uma expressão-palavrão: “diversidade cognitiva”. E isso quer dizer que, quanto maior diversidade de pessoas e de backgrounds houver dentro de uma estrutura, mais abertura de perspetivas existirá. E que isso se vai notar nas mais pequenas coisas e, claro, nas maiores.

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Nesta Pessoas de ano novo e, dois meses antes de esta revista celebrar o primeiro ano de vida, pensámos sobre o tema: de que maneira está a mudar a forma como as empresas contratam, a forma como os gestores lideram e, também, o olhar que cada um de nós – trabalhadores ativos – tem sobre o mercado. Ser diferente é um desafio mas é, na maioria das vezes, a frescura que faltava às organizações para continuarem competitivas e, sobretudo, clarividentes na hora de considerarem as suas pessoas os seus maiores ativos.

  • Mariana de Araújo Barbosa

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